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D3 Item 2 ––––––––––––––––––––––––––––––|
(SAEPE) Leia o texto a seguir.
Deus sabe o que faz!
A ilustre dama, ao fim de dois meses, achou-se a
mais desgraçada das mulheres; caiu em profunda
melancolia, ficou amarela, magra, comia pouco e
suspirava a cada canto. Não ousava fazer-lhe nenhuma
queixa ou reprove, porque respeitava nele o seu marido
e senhor, mas padecia calada, e definhava a olhos
D1 Item 1 ––––––––––––––––––––––––––––––––| vistos. Um dia, ao jantar, como lhe perguntasse o
(SAEPE) Leia o texto a seguir. marido o que é que tinha, respondeu tristemente que
nada; depois atreveu-se um pouco, e foi ao ponto de
Nunca é tarde, sempre é tarde dizer que se considerava tão viúva como dantes. E
Conseguiu aprontar-se, mas não teve tempo de acrescentou:
guardar o material de maquiagem espalhado sobre a – Quem diria nunca que meia dúzia de lunáticos...
penteadeira. Olhou-se no espelho. Nem bonita, nem Não acabou a frase; ou antes, acabou-a
feia. Secretária. levantando os olhos ao teto – os olhos, que eram a sua
Sou uma secretária, pensou, procurando feição mais insinuante – negros, grandes, lavados de
conscientizar-se. Não devo ser, no trabalho, nem bonita, uma luz úmida, como os da aurora. Quanto ao gesto,
nem feia. Devo me pintar, vestir-me bem, mas sem era o mesmo que empregara no dia em que Simão
exagero. Beleza mesmo é pra fim de semana. Nem Bacamarte a pediu em casamento. [...]
bonita, nem feia, disse consigo mesma. Concluiu que – Consinto que vás dar um passeio ao Rio de
não havia tempo nem para o café. Cruzou a sala e o hall Janeiro.
em disparada, na direção da porta da saída, ao mesmo D. Evarista sentiu faltar-lhe o chão debaixo dos
tempo em que gritava para a mãe envolvida pelos pés. [...] Ver o Rio de Janeiro, para ela, equivalia ao
vapores da cozinha, eu como alguma coisa lá mesmo. sonho do hebreu cativo. [...]
Sempre tem alguma bolachinha disponível. Café – Oh! mas o dinheiro que será preciso gastar!
nunca falta. A mãe reclamou mais uma vez. Você acaba Suspirou D. Evarista sem convicção.
doente, Su. Assim não pode. Assim não. Su, – Que importa? Temos ganho muito, disse o
enlouquecida pela pressa, nada ouviu. Poucas vezes marido. Ainda ontem o escriturário prestou-me contas.
ouvia o que a mãe lhe dizia. Louca de pressa, ia sair, Queres ver?
avançou a mão para a maçaneta da porta e assustou-se. E levou-a aos livros. D. Evarista ficou
A campainha tocou naquele exato momento. Quem deslumbrada. Era um via-láctea de algarismos.
haveria de ser àquela hora? A campainha era insistente. E depois levou-a às arcas, onde estava o dinheiro.
Algum dedo nervoso apertava-a sem tréguas. Deus! eram montes de ouro, eram mil cruzados sobre
A campainha. Su acordou finalmente com o mil cruzados, dobrões sobre dobrões; era a opulência.
tilintar vibrante do despertador Westclox e se deu conta Enquanto ela comia o ouro com os seus olhos negros, o
de que sequer havia levantado. alienista* fitava-a, e dizia-lhe ao ouvido com a mais
Raios. Tudo por fazer. Mesmo que acordasse em pérfida das alusões:
tempo, tinha sempre que correr, correr. [...] – Quem diria que meia dúzia de lunáticos...
FIORANI, Silvio. In: LADEIRA, Julieta de Godoy (Org). Contos brasileiros * médico especialista em doenças mentais.
contemporâneos. São Paulo: Moderna, 1994, p. 79. Fragmento.
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4° Simulado – 2019 – 3ª Série
Português - Ensino Médio
O termo destacado em “Era uma via-láctea de Tanta coisa que eu tinha a dizer
algarismos.” assume, no texto, o sentido de Mas eu sumi na poeira das ruas
(A) beleza. Eu também tenho algo a dizer
(B) disposição. Mas me foge à lembrança
(C) quantidade. Por favor, telefone, eu preciso beber
(D) luminosidade. Alguma coisa rapidamante
(E) organização. Pra semana...
O sinal...
D16 Item 3 –––––––––––––––––––––––––––––––| Eu procuro você...
Leia o texto a seguir. Vai abrir!!! Vai abrir!!!
Prometo, não esqueço
Anedotinha Por favor, não esqueça
Juquinha foi visitar o Museu Histórico. Aí, cansou Não esqueço, não esqueço
de andar, sentou-se numa cadeira belíssima que estava Adeus... Adeus...
no centro da sala.
VIOLA, Paulinho da. Sinal fechado. In: ______. Foi um rio que passou em minha vida.
Veio o guarda: Londres: EMI. CD 852404. 1970. (Adaptado: Reforma Ortográfica).
– Meu filho, não pode sentar nesta cadeira, não.
Esta cadeira é de Pedro I. No verso “Vai abrir!!! Vai abrir!!!”, a repetição do ponto
E o Juquinha: de exclamação enfatiza a ideia de
– Não tem problema. Quando ele chegar eu me (A) admiração.
levanto! (B) indignação.
ZIRALDO. Mais anedotinhas do bichinho da maçã. 1988. São Paulo: Melhoramentos. p. (C) pressa.
7-8. (D) surpresa.
O humor do texto está na (E) susto.
(A) resposta de Juquinha.
(B) atitude de Juquinha. D2 Item 5 –––––––––––––––––––––––––––––––|
(C) descrição da cadeira. (SAEMS) Leia o texto a seguir.
(D) desobediência de Juquinha. As formigas
(E) fala do guarda.
Foi a coisa mais bacana a primeira vez que as
D17 Item 4 –––––––––––––––––––––––––––––––| formigas conversaram com ele. Foi a que escapuliu de
(SPAECE) Leia o texto a seguir. procissão que conversou: ele estava olhando para ver
aonde que ela ia, e aí ela falou para ele não contar para
Sinal fechado o padre que ela tinha escapulido – o padre ele já tinha
Olá como vai? visto que era o formigão da frente, o maior de todos,
Eu vou indo e você, tudo bem? andando posudo.
Pegar meu lugar no futuro, e você? Isso aconteceu numa manhã de muita chuva em
Tudo bem, eu vou indo em busca que ele ficara no quentinho das cobertas com preguiça
De um sono tranquilo, quem sabe? de se levantar, virado para o outro canto, observando as
Quanto tempo... formigas descendo em fila na parede. Tinha um rachado
Pois é, quanto tempo... ali perto por causa da chuva, era de lá que elas saíam, a
casa delas.
Me perdoe a pressa Toda manhã aquela chuva sem parar, pingando
É a alma dos nossos negócios... na lata velha lá fora no jardim, barulhinho gostoso que
Qual, não tem de quê ele ficava ouvindo, enrolado no cobertor, olhando as
Eu também só ando a cem formigas e conversando com elas, o quarto meio escuro,
Quando é que você telefona? tudo escuro de chuva.
Precisamos nos ver por aí A conversa ficava interessante quando ele
Pra semana, prometo, talvez lembrava de perguntar uma porção de coisas e elas
Nos vejamos, quem sabe? também perguntavam pra ele. (Conversavam baixinho
Quanto tempo... para os outros não escutarem.)
Pois é, quanto tempo... [...]
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Português - Ensino Médio
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