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Teresina, PI
OUTUBRO – 2022
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo analisar a Digestibilidade da ração formulada com
10% de Leucena para Frangos de corte. Localizado no Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Piauí, no galpão de aves. Utilizando 12 frangos de corte machos de
RM-22-33TBAS17, eles foram alojados em gaiolas de arame galvanizado com 3 pintos em
cada gaiola, com 4 repetições, no período de 9 de setembro/2022 a 17 de setembro. O
experimento foi conduzido na fase inicial, e as aves consumiram as dietas por 8 dias.
Palavras-chave: digestibilidade, dieta, aves, formulada.
ABSTRACT
This study aimed to analyze the digestibility of feed formulated with 10% Leucena for
Broilers. Located in the Agricultural Sciences Center of the Federal University of Piauí, in the
poultry shed. Using 12 male broilers of RM-22-33TBAS17, they were housed in galvanized
wire cages with 3 chicks in each cage, with 4 replicates, from September 9, 2022 to
September 17. The experiment was conducted in the initial phase, and the birds consumed the
diets for 8 days.
Keywords: digestibility, diet, birds, formulated.
INTRODUÇÃO
O manejo nutricional para aves baseia-se em alimentos adequados para sua
exigência e para ganho de peso, a fim de desenvolver o mercado da carne aviária.
Porém, alguns fatores podem dificultar a produtividade e a eficiência alimentar, como
o estresse térmico. Algumas práticas nutricionais são utilizadas para amenizar os
efeitos do calor nas aves, como o aumento do nível de energia e inclusão óleos e
gorduras nas rações, diminuição do nível de proteína na ração e formulação com
aminoácidos digestíveis, além de aumentar a quantidade de alimento disponível
durante as horas mais frescas do dia (PIRES, 2006).
Uma das leguminosas arbóreas muito utilizada é a Leucena(Leucaena
leucocephala), principalmente para ovinos e bovinos. O valor nutritivo da leucena pode
ser comparado ao da alfafa (Medicago sativa), que apresenta destaque em
leguminosas forrageiras, com teores de proteína bruta, que, na fração de folhas +
vagens situaram-se entre 21 e 23% e nas hastes finas situou-se entre 8 a 10% (NETO;
et al, 2015), minerais e aminoácidos similares, além de ser fonte de β-caroteno que
atua na coloração da plumagem e desempenha um papel na montagem da resposta
imunológica (CLARO, 2020).
A leucena é uma planta altamente nutritiva, palatável e de boa digestibilidade,
mas sua utilização como forrageira tem sido limitada por fatores antinutricionais, como
seu teor em mimosina e tanino que proporciona lenta digestibilidade. A L.
leucocephala apresenta amplas vantagens agronômicas e nutricionais, entre elas o
rápido crescimento, o alto teor de proteína bruta e o múltiplo potencial de utilização
(MITIDIERI, 1983; FRANZOLIN NETO, 1984; SILVA, 1987). Assim, essa planta
apresenta potencial para aumentar a produção animal por ser boa fonte de proteína e
nitrogênio solúvel, bem como de minerais, como outras leguminosas (BARRETO, et
al; s.d.)
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal do Piauí, no galpão de aves. Utilizando 12 frangos de corte machos de RM-
22-33TBAS17, eles foram alojados em gaiolas de arame galvanizado com 3 pintos em
cada gaiola, com 4 repetições, no período de 9 de setembro/2022 a 17 de setembro.
Porém, houve complicações no alojamento das aves por estresse térmico, assim,
houve a perda dos animais da repetição 2, restando apenas 3 repetições totais.
O tratamento consistia na formulação de ração utilizando-se valores de energia
metabolizável da Leucena (Leucaena leucocephala), respeitando as exigências
nutricionais das aves de frango de corte.
Para secagem das folhas, o material vegetal foi colocado em uma estufa a uma
temperatura de 60°C até uma temperatura constante, durante 48 horas. Essa
temperatura pode ter ativado as enzimas da própria planta para degradar a mimosina,
conforme Tangendjaja et al. (1994). Após a secagem, os folíolos foram retirados e
moídos em moedor com matriz fina de 6 mm.
A composição da ração formulada utilizada está composta na Tabela 1. a água
e ração foram fornecidas à vontade em todo o período experimental e os comedouros
foram abastecidos com ração duas vezes ao dia, no início do dia e no final. A duração
do experimento foi de 8 dias, sendo determinados: o consumo de ração (g), o peso
médio (g), peso de sobras da ração (g), peso das excretas (g) e teor de proteína bruta
na ração e nas 3 repetições.
Tabela1. Composição centesimal e níveis nutricionais calculados da ração
usada no experimento.
1. Espátula
2. Concha
3. Balança analítica
4. Tubos de digestão
5. Bloco digestor
6. Pinça Tenaz
7. Erlenmeyer
8. Destilador de Kjeldahl
9. Bureta
Resultados e discussão
Rep. Ração fornec. Coleta Sobras de ração Ração ingerida (G) Excreta produz.(g) MS ração %
1 2009 380 1629 1460 88,45
3 1872 517 1355 1408 88,45
4 1946 383 1563 795 88,45
Tabela 3: Dados do fornecimento de ração e coleta de excretas
Rep. MS 1 Exc. % MS 2 Exc. % MS total exc.% MS ing. (g) MS exc. (g) CD MS (%)
1 88,18 88,19 77,77 1440,85 1135,38 21,20%
3 88,41 88,37 78,13 1198,50 1100,04 8,21%
4 92,03 88,44 81,39 1382,47 647,06 53,20%
Tabela 4: Dados das excretas para cálculo de coeficiente de digestibilidade
Ao calcular ASE (g) /ASA (g) × 100 determina-se a matéria seca. Desse modo,
encontrou-se 88,45% de matéria seca da ração oferecida aos frangos. Além disso, foi
calculado o coeficiente de digestibilidade, pela fórmula: (Matéria seca ingerida –
Matéria seca excretada)/ matéria seca ingerida × 100 de cada repetição, encontrando,
respectivamente 21,20%; 8,21% e 53,20% (Tabela 4). Porém, por conta das perdas
dos animais ao decorrer do experimento, foi-se alterando a quantidade de ração
consumida e a quantidade de excreta, o que influenciou nos demais cálculos, o que
pode ser percebido na discrepância dos dados. Por ser uma porcentagem baixa, nota-
se que, nas condições dessa pesquisa, a ração preparada com Leucena (Leucaena
leucocephala.) teve baixa digestibilidade na repetição 1 e 3, ou seja, os frangos não
apresentaram um bom aproveitamento da matéria seca ofertada nessas repetições.
A determinação de proteína bruta suscitou nos dados de coeficiente de
digestibilidade de cada repetição dos frangos (Tabela 5) dada pela equação (Proteína
ingerida – Proteína excretada)/proteína ingerida × 100. Observou-se, com isso, um
baixo aproveitamento da proteína ofertada na ração, pois todos os coeficientes
estavam abaixo de 50%, pois, segundo Fernandes, et al. em seu trabalho, o
coeficiente de digestibilidade para proteína bruta chegou a mais de 80% tanto em aves
jovens como em aves adultas.
Conclusão
O coeficiente de digestibilidade da matéria seca e da proteína disponível na
ração não apresentou variáveis quantitativas precisas, o que suscita em dados
distantes e conclusões errôneas em relação ao nível de aproveitamento da ração
preparada com leucena para frangos de corte.
Referências
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https://www.cienciaquenosfazemos.org/post/a-colora%C3%A7%C3%A3o-das-aves-
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https://home.unicruz.edu.br › ...PDF
manejo nutricional na avicultura- revisão de literatura - Universidade de Cruz Alta.
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FERNANDES, R. T. V. et al. VALORES ENERGÉTICOS E COEFICIENTES DE
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