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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

COLEGIADO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICA


Componente Curricular: ECOLOGIA GERAL
Docente: Profa. Dra. Mara Rojane Barros de Matos
Mestranda: Simone

Everton Vitor Almeida Monville

Coleta de dados da serrapilheira em um fragmento de Mata


Atlântica no município de Alagoinhas, Bahia.

Resumo
A Serrapilheira é uma camada que fica sobre o solo e é formada, principalmente por
folhas, galhos, frutos e demais partes vegetais, inclusive, macro e microfauna de
invertebrados, no qual influenciam no processo de decomposição da matéria orgânica O
estudo foi realizado em um fragmento de floresta atlântica secundária, localizado em
uma área da Universidade do Estado da Bahia, no município de Alagoinhas, região do
Litoral Norte e Agreste, BA, Brasil.

Introdução
A Serrapilheira é uma camada que fica sobre o solo e é formada, principalmente por
folhas, galhos, frutos e demais partes vegetais, inclusive, macro e microfauna de
invertebrados, no qual influenciam no processo de decomposição da matéria orgânica.
Este compartimento pode indicar capacidade produtiva da floresta, ao relacionar os
nutrientes disponíveis com as necessidades nutricionais de uma dada espécie.
Todo fragmento florestal tem como uma de suas consequências a criação de bordas.
Nessas áreas, a floresta é submetida a um conjunto de modificações biológicas e
ambientais que caracterizam o efeito de borda. Entre as modificações visiveis e não
visíveis estão o efeito de borda, o aumento na entrada de luz, maior variação da
temperatura, maior ação do vento e redução da umidade do ar e do solo ( PEREIRA, G.
H. A. et al, 2013).
A sazonalidade do clima influencia quantitativamente e qualitativamente a deposição
dos resíduos florestais, forçando mudanças no nível dos elementos na serapilheira e no
porte de biomassa. Assim, a velocidade do processo de ciclagem, desde a deposição do
material orgânico até a reutilização dos nutrientes pela comunidade vegetal ou outro
organismo do sistema, varia de ambiente para ambiente e pode refletir o estado de
funcionamento dos ecossistemas (Gomes et al, 2010).
O objetivo deste trabalho foi verificar a velocidade o nível da ciclagem de nutrientes em
um fragmento de Mata Atlântica, no município de Alagoinhas, Bahia.

Materias e Métodos
Área de Estudo
O estudo foi realizado em um fragmento de floresta atlântica secundária, localizado em
uma área da Universidade do Estado da Bahia, no município de Alagoinhas, região do
Litoral Norte e Agreste, BA, Brasil.
O clima da região é do tipo Am segundo a classificação de Köppen, clima tropical
úmido, com períodos chuvosos no inverno entre os meses de abril a julho, seguido de
meses menos chuvosos no verão.
O tipo de vegetação da mata atlântica do local é floresta estacional semidecidual.

Figura 1- Referência Geográfica da área.

Coleta da serrapilheira
A serrapilheira foi coletada da borda ao interior do fragmento. Inicialmente, para servir
como régua para traçar o transecto, foi utilizado cano do tipo PVC de 5 metros.
As linhas traçadas foram traçadas em uma distância de 20 metros em cada ponto e
coleta. Em alternância de lados do transecto foram coletadas as amostras da
serrapilheira e a fauna de solo que estavam dentro de um quadrado amostral de 0,25cm².
O GPS foi utilizado na coleta do dia 20 de maio para georreferenciamento da área de
estudo. Logo após tirar as coordenadas e traçar a linha, foi manuseada uma   espátula
para a coleta do material da área sinalizada, com as devidas proteções braçais, a
serrapilheira foi colocada em sacos plásticos para ser analisada no laboratório. Após
serem levadas ao laboratório, foram realizadas triagens onde foram separdas em folhas,
galhos, cascas, frutos, plântulas, raízes  ,caules, sementes e rizóides, pesou-se em
balanças e de imediato foram envelopadas, identificadas e  levadas à estufa por três
dias a 60°c e realizou a pesagem na balança. 

As amostras foram identificadas em envelopes e com as seguintes nomenclaturas e


georreferenciamento, respectivamente: P0, P1, P2, P3, P4 e P5((24 L 0564088.00 m E
8653362.OO m S, 24 L 0564100.00 m E 8653367.00 m S, 24 L 0564111.00 m E
8653366 m S, 24 L 0564123 m E 865336O.00 m S, 24 L 0564135 M E 8653362.00 m S
e 24 L 0564140 m E 8653369.00 m S)

 Resultado e Discussão

RAÍZE
PONTOS FOLHAS GALHOS CASCAS FLORES FRUTOS PLÂNTULAS S SEMENTES CAULES RIZOIDES
P0 307,58 50,28 5,92 - 2.99 0,0419 1,9044 4,3576 - -
P1 165,66 5,29 - - - - - 0,135 - -
P2 130,04 20,43 - - - - - - - -
P3 246,81 83,41 4,86 11,16 - 0,009 1,37 3,1038 - -
P4 290,92 58,01 - 13,91 - - 1,9375 1,0516 - -
P5 159,11 43,89 1,32 - - 0,095 - 0,2272 - 0,873

O primeiro fator a ser observado entre os pontos é o peso das folhas no ponto inicial da
coleta(P0). Por exemplo, a diferença entre o ponto 4(o segundo colocado peso da
biomassa de folhas) é de uma diferença não significativa de 16,66g. Esse é o peso
depois da estufa, isso significa que a biomassa anterior era bem maior. Essa informa
está de acordo com o trabalho de Menezes (2009), onde foi observado que a camada da
serrapilheira se decompões de forma mais lenta em florestas secundária de regeneração,
que é o caso desta área estudada em Alagoinhas.
O peso dos galhos já entra em contrapartida no dado P3, onde seu peso em grama é
aproximadamente 30g a mais que o P0. Uma possível hipótese para este é o porte dos
galhos e/ou o tipo de árvore esse galho foi desprendido. Quanto maior o porte, mais
pesada será a sua biomassa seca. Além disso, deve ser levado em consideração o índice
de umidade absorvido por esse galho. A umidade costuma ser mais elevada no interior
do fragmento.
Quantos aos caules de todos os pontos analisados, não houve massa detectada nas
balanças utilizadas. Possivelmente o motivo para esse o ocorrido é, novamente, o porte
deste material. Visivelmente, os caules eram muito pequenos, podendo até ser
confundidos, em alguns casos, por folhas e raízes.
Conclusão
É possível concluir, baseado em estudos já divulgados e neste pequeno estudo, que o
tipo de vegetação influencia no tipo de biomassa que será encontrada no ecossistema.
Não foi possível concluir neste trabalho a capacidade de regeneração que a
serrapilheira é capaz de proporcionar ao ambiente. Para tal, teria de ser feito um
trabalho mais detalhado e minucioso.
Por fim, é inquestionável a importância da serrapilheira na recuperação de conservação
de áreas degradadas em quaisquer ecossistemas terrestres, tudo isso por conta da sua
capacidade de liberar minerais essenciais para o solo, servindo de alimento para as
plantas, favorecendo o crescimento e dando suporte para a vegetação presente nele. A
serrapilheira é principal agente responsável pela ciclagem de nutrientes em
ecossistemas florestais.

Referências

J. M. Gomes et al. Aporte de serapilheira e de nutrientes em fragmentos florestais


da Mata Atlântica, RJ. Rev. Bras. Ciênc. Agrár. Recife, v.5, n.3, p.383-391, 2010
MENEZES, C. E. G; CORREIRA, M. E. F.; PEREIRA, M. G.; BATISTA, I.;
RODRIGUES, K. M.; COUTO, W. H.; ANJOS, L. H. C.; OLIVEIRA, I. P.
Macrofauna edáfica em estádios sucessionais de floresta estacional semidecidual e
pastagem mista em Pinheiral (RJ). Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.
33, p. 1647-1656, 2009.
PEREIRA, G. H. A. et al. Decomposição da serrapilheira, diversidade e
funcionalidade de invertebrados do solo em um fragmento de Floresta Atlântica.
Biosci. J., Uberlândia, v. 29, n. 5, p. 1317-1327, Sept./Oct. 2013

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