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Pró-Reitoria Acadêmica

Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária


Tratamento de Resíduos Sólidos

RELATÓRIO LABORATÓRIO

Autores: Gabriel Berquó Coimbras


Juliana Costa dos Santos
Leliliane Marques da Silva
Luiza Jaques Menoni
Prof.: MSc. Beatriz Rodrigues de Barcelos

Brasília - DF
2022
1. INTRODUÇÃO
No dia 19 de abril, ocorreu a primeira aula em laboratório da disciplina de
Tratamento de Resíduos Sólidos, conduzida pela professora Beatriz Barcelos. A aula
prática aconteceu no Laboratório de Resíduos, localizado no bloco I da Universidade
Católica de Brasília.
A aula prática teve como objetivo obter, por meio de experimento laboratorial,
algumas propriedades químicas (pH, Teor de umidade, ST. STV do resíduo) de um
material orgânico, composto por: mistura de terra vegetal e esterco bovino. Ressalta-se
que foi utilizado o método padrão para análise de água e águas residuais (1995).

2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 pH de Resíduos Sólidos
Equipamentos e Reagentes
a. Balança
b. pHmetro digital com precisão de 0,01
c. Filtro de papel
d. Béquer
e. Agitador
f. Cronômetro
g. Bico de Bunsen ou chapa de aquecimento
h. Água deionizada isenta de CO2

Procedimento
a. Amostragem: Remover fração não inerte dos resíduos sólidos urbanos e
realizar a amostragem de acordo com a metodologia de quarteamento. Acondicionar as
amostras em saco plástico devidamente lacrado e imediatamente enviar ao laboratório
onde devem ser conservadas em geladeira a 40 C.
a. Pré-tratamento da amostra: Picar manualmente a amostra analítica com a
ajuda de uma tesoura reforçada, tendo cuidado para não perder grandes frações de
líquido durante o processo, dependendo da natureza do material, até que obtenham
pedaços não maiores que dois centímetros. Tal procedimento visa garantir maior
representatividade e proporcionar melhor condições de agitação da mistura
amostra/extrator.
b. Procedimento para análise:
- Separar 50g da amostra preparada e conservada.
- Inserir a amostra em 1000 ml de água deionizada isenta de CO2 em
temperatura ambiente.
- Manter a amostra sólida em contato com o líquido por e minutos sob
agitação constante a fim de proporcionar melhor contato entre as fases ao mesmo tempo
em que se realiza a homogeneização do extrato
- Separar a fração sólida por filtração convencional, empregando papel de
filtro qualitativo em funil de vidro e recolher o líquido em um béquer limpo e seco.
- Proceder a leitura do pH introduzindo o pHmetro no líquido filtrado.

2.2 Teor de Umidade, Sólidos Totais e Sólidos Totais Voláteis de Resíduos Sólidos
Equipamentos
a. Balança
b. Estufa
c. Bandejas de alumínio ou cadinho ou cápsulas de porcelanas
d. Dessecador
e. Tesoura reforçada
f. Luvas de látex para procedimentos
g. Máscara de proteção
h. Óculos de proteção

Procedimento
a. Amostragem: Separar material inerte e realizar a amostragem pela metodologia
do quarteamento. Acondicionar as amostras em saco plástico devidamente lacrado,
imediatamente enviar ao laboratório para análise ou conservá-las em geladeira a 4°C.
b. Pré-tratamento da amostra: Picar manualmente a amostra com a utilização de
uma tesoura reforçada de modo que obtenham pedaços não maiores que dois
centímetros e homogeneizar para garantir maior representatividade. Tomar cuidado na
etapa de cominuição para que as partes da amostra a serem picadas não percam
líquidos agregados durante o processo.
c. Procedimento para análise.

2.2.1 Teor de Umidade


- Levar o cadinho, cápsula de porcelana ou a bandeja de alumínio para
calcinar a 8000 0C.
- Pesar a bandeja de alumínio, cápsula de porcelana ou o cadinho anotando
os pesos iniciais (Tara)
- Separar (100 + 2) g do resíduo previamente preparado e dispor na bandeja
ou no cadinho
- Pesar a bandeja ou cadinho com a amostra do resíduo
- Levar para a estufa a temperatura de (105 + 5) 0C pelo período de 24 horas
- Retire da estufa e deixe esfriar em um dessecador.
- Proceda a leitura do peso (g)
Teor de Umidade = ((Peso inicial da amostra – Peso da amostra seca)/Peso inicial da
amostra))*100

2.2.2 Sólidos Totais


ST = 100 – Teor de Umidade

2.2.3 Sólidos Totais Voláteis


- Após pesagem da amostra seca para a obtenção do teor de umidade,
levar o cadinho ou cápsula de porcelana para a mufla.
- Introduzir o cadinho na mufla e proceder o aquecimento gradual da
amostra na mufla até atingir a temperatura de trabalho (550 0 C) com incrementos de
500 C a cada 30 minutos. Tal procedimento é importante para evitar que a amostra se
inflame no interior da mufla e perca a matéria sólida na forma de fuligem (Egerja Filho,
1996).
- Após atingir a temperatura de trabalho, calcinar a amostra pelo período
de 2 a 3 horas.
- Desligar a mufla, aguardar resfriar
- Retirar a amostra ainda morna e levá-la ao dessecador até atingir a
temperatura ambiente.
- Pesar a amostra calcinada

STV = ((Peso da amostra seca – Peso da amostra calcinada) /Peso da amostra seca)) *100

2.3 Demanda Química de Oxigênio (DQO) de Sólidos


Equipamentos
a. Becker
b. Bastão de vidro
c. Balão de vidro de 250 mL
d. Papel de filtro
e. Funil de vidro

Procedimento
- Em um becker adicionar 1g do sólido e 20 ml de ácido sulfúrico
concentrado e 5 ml de água destilada.
- Mexer com bastão de vidro até que a reação química diminua (esfrie).
- Passar a mistura para um balão de vidro de 250 ml complementando o
volume com água destilada.
- Filtrar a amostra empregando papel de filtro e funil de vidro.
- O líquido filtrado constitui a amostra líquida que será então digerida
segundo o método de determinação da DQO da fase líquida. O resultado é expresso
em DQO/kg de resíduo seco.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 pH
O termo pH é utilizado para descrever uma unidade de medida, a qual indica o
grau de acidez ou de alcalinidade de uma solução. Ela é medida em uma escala de 0 a
14. Assim, o pH fornece uma forma de expressar o grau de atividade de um ácido ou de
uma base em termos da atividade iônica do seu hidrogênio.
O valor do pH de uma substância é diretamente relacionado pela relação das
concentrações de íons de hidrogênio [H+] e de íons de hidroxila [OH-]. Se a
concentração de íons de hidrogênio for maior do que a concentração de íons de
hidroxila, o composto é ácido e o valor do pH é menor do que 7. Se a concentração de
íons de hidroxila for maior do que a concentração de íons de hidrogênio, o composto
será básico e o pH será maior do que 7. Se houver quantidades iguais de íons de
hidrogênio e de íons de hidroxila presentes, o material é neutro e o seu pH é de 7.
A medição do pH no laboratório resultou em 7,39, o que caracteriza a amostra
como básica.

3.2 Teor de Umidade


O teor de umidade é um dos parâmetros mais importantes na degradação de
resíduos sólidos urbanos (RSU) pois disponibiliza o teor de água necessário para que
ocorram as reações químicas e a consequente degradação da matéria orgânica
(Tchobanoglous, Theisen e Vigil, 1993).
Sendo assim, ele representa a relação entre a massa de água e a massa do
material seco, sendo modificados pelos seguintes fatores: composição inicial do resíduo,
existência e eficiência do sistema de drenagem do aterro, procedimentos de operação
do aterro, teor de umidade gerada pelo processo de biodegradação dos resíduos e
condições climáticas do local (principalmente índice pluviométrico e evapotranspiração)
(SILVEIRA, 2004; PADILLA, 2007).
A obtenção do teor de umidade é importante, dentre outros fatores, porque
informa a quantidade de água que entra com os resíduos para o aterro. Um elevado teor
de umidade facilita a decomposição da matéria orgânica. Entretanto, esse processo
acontecerá dependendo das condições do ambiente em que se encontra o resíduo.
Além disso, o teor de umidade afeta a processabilidade, vida útil, usabilidade e
qualidade de um produto. A determinação do teor de umidade preciso, portanto,
desempenha uma função importante na garantia de qualidade para muitos setores,
como as indústrias Alimentícia, Farmacêutica e de Produtos Químicos. Geralmente, o
teor de umidade é determinado por uma abordagem termogravimétrica, ou seja, pela
perda na secagem, na qual a amostra é aquecida e a perda de peso devido à
evaporação da umidade é registrada.
Os dados obtidos por meio das análises abordadas ao longo do tópico Materiais
e Métodos estão expressos na tabela a seguir:

Tabela 1: Massa calculada das amostras


Cadinho nº 8 Cadinho nº 3
Massa do Cadinho 97,8024 g 96,8167 g
Massa inicial da
25,0029 g 25,0132 g
amostra
Massa total inicial 122,8053 g 121,8299 g
Massa total seca 118,5200 g 117,5400 g
Massa da amostra
20,7176 g 20,7233 g
seca
Massa total
115,4200 g 114,1100 g
calcinada
Massa amostra
17,6176 g 17,2933 g
calcinada

A partir desses dados é possível calcular, por meio da fórmula descrita abaixo, o
teor de umidade das amostras selecionadas.
Peso inicial da amostra – Peso da amostra seca
𝑇ℎ = ( ) x 100
Peso inicial da amostra

Dessa forma, observa-se que para a amostra do Cadinho de número 08, o cálculo
deve ser feito da seguinte maneira:
25,0029 – 20,7176
𝑇ℎ = ( ) x 100
25,0029

Então obtém-se o resultado de 17,14% de umidade.


De maneira semelhante, é possível calcular o teor de umidade da amostra do
Cadinho de número 03:
25,0132 – 20,7233
𝑇ℎ = ( ) x 100
25,0132

E obtém-se o resultado de 17,15% de umidade.

3.3 Sólidos Totais


A concentração de sólidos refere-se ao resíduo total presente no substrato, quer
seja de origem orgânica ou inorgânica, e é um indicador da massa total a ser tratada.
Sendo assim, o teor de sólidos é considerado parâmetro essencial para
caracterização da matéria orgânica a ser biodigerida pelos microrganismos e está
diretamente relacionado com a quantidade de água presente no substrato (excesso ou
carência de água) e a quantidade de minerais, sendo expressa em gramas por litro ou
porcentagem (Chernicharo, 2007). Conforme a quantidade de água presente, o
substrato poderá assumir um aspecto líquido, pastoso (semi-sólido) ou sólido.
Sua definição é fundamental, não apenas para a caracterização dos substratos,
mas também para especificação do tipo de tecnologia que será empregada no processo
de digestão anaeróbia deste substrato. Segundo o “Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater” (APHA, 2005), há nove frações diferentes de
sólidos que podem ser quantificadas em uma amostra de substrato a ser biodigerida.
Basicamente, diferem entre si pelas características de tamanho de partícula e
volatilidade: sólidos totais (ST), sólidos fixos totais (SFT), sólidos voláteis totais (SVT),
sólidos suspensos totais (SST), sólidos suspensos fixos (SSF), sólidos suspensos
voláteis (SSV), sólidos dissolvidos totais (SDT), sólidos dissolvidos fixos (SDF) e sólidos
dissolvidos voláteis (SDV).
Os sólidos totais (ST), ou simplesmente a matéria seca (MS), são determinados
após a secagem de uma amostra do substrato em uma estufa com temperatura de
103ºC ± 5ºC até evaporação completa da água, de acordo com APHA 2540B1 (2005).
A quantidade de ST é definida pela diferença entre as massas, antes e após da secagem
da amostra.
Outra forma de caracterização dos sólidos totais está relacionada ao tamanho
das partículas. Esta etapa é determinada com um processo de filtragem em papel de
filtro de fibra de vidro com porosidade de 1,2 μm. Esta análise possibilita a diferenciação
da fração da amostra que passará pelo filtro (sólidos dissolvidos) da fração que ficará
retida no filtro (sólidos suspensos). As duas novas amostras denominadas de
“dissolvidas e suspensas” seguirão para o processo de secagem e de calcinação, para
determinação dos teores de sólidos totais, fixos e voláteis.
O valor do sólidos totais é expresso pela fórmula:
𝑆𝑇 = 100 − 𝑇ℎ
Portanto, o resultado obtido para Sólidos Totais é de 82,85%.

3.4 Sólidos Totais Voláteis de Resíduos Sólidos


Este parâmetro mostra a quantidade de matéria orgânica presente no resíduo e
indica o grau de degradação do RSU ao longo do tempo (MELO, 2003; SÃO MATEUS,
2008). Quanto maior o valor de STV, maior a quantidade de matéria orgânica que ainda
será degradada.
Para determinação dos sólidos voláteis totais (SVT) ou matéria orgânica seca
(MOS) é necessário a calcificação (tratamento térmico aplicado em uma determinada
substância sólida para remoção da fase volátil).
Apesar de ser uma determinação simples, rápida e de baixo custo (Hull et al.,
2005; Shalini, Karthikeyan e Joseph, 2010). Para Alves (2008) e Firmo (2013), o uso
apenas desse parâmetro pode conduzir a interpretações falhas, pois alguns materiais
com elevado teor de SV não são biodegradáveis ou apresentam baixa
biodegradabilidade, como exemplo de papel/papelão, matérias têxteis, plásticos, tecidos
vegetais, borracha e couro.
A fórmula usada para se obter o valor de Sólidos Totais Voláteis é expressa da
seguinte maneira:
Peso da amostra seca – Peso da amostra calcinada
𝑆𝑇𝑉 = ( ) x 100
Peso da amostra seca
Desta forma, para o cadinho de número 08 é calculado:
20,7176 – 17,6176
𝑆𝑇𝑉 = ( ) x 100
20,7176

E o resultado encontrado é 14,96% de Sólidos Totais Voláteis.

Já para o cadinho de número 03, é calculado:


20,7233 – 17,2933
𝑆𝑇𝑉 = ( ) x 100
20,7233

Então encontra-se o resultado de 16,55% de Sólidos Totais Voláteis.

3.5 Demanda Química de Oxigênio (DQO) de Sólidos


A DQO implica o quanto de oxigênio é necessário para a degradação da matéria
orgânica presente, ou seja, é possível verificar a presença de contaminantes orgânicos.
Esse método permite quantificar a quantidade de contaminantes através da
concentração de oxigênio necessária para oxidar o dióxido de carbono e água,
baseando se no fato de a matéria orgânica possa ser oxidada a partir de um forte agente
oxidante sob condições de acidez elevada (APHA, AWW, WEF., 1995).
O resultado obtido para a análise de DQO foi 1964 mg/L.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos experimentos é possível ver as características do resíduo solido que
foi analisado, nesse caso adubo, tendo conhecimento dos valores apresentados nos
diferentes parâmetros é possível determinar qual seriam a classificação de tal resíduo e
qual seria a sua correta destinação, nesse caso específico e fácil determinar sua
destinação porque se trata de adubo.
Os experimentos realizados são de fundamental importância no campo de
tratamento de resíduos sólidos, pois auxiliam na classificação, gerenciamento e
destinação final dos resíduos, sendo possível determinar qual a melhor destinação para
eles, seja reciclar, reutilizar, ir para aterro sanitário ou para incineração, a devida
destinação para os resíduos auxilia a busca pela sustentabilidade ao diminuir a matéria
prima necessária para a sua criação e devida destinação dos rejeitos que sobram, assim
o equilíbrio com o meio ambiente pode ser alcançado.

5. ANEXOS
Anexo 1 Anexo 2

Terra vegetal utilizada no experimento. Amostra sólida sendo pesada na balança.

Anexo 3 Anexo 4

Mistura de água e sóldo no balão de vidro de Amostra sólida sendo pesada na balança de
250 ml. precisão.
Anexo 7 Anexo 8

Água deionizada sendo acrescentada na amostra Filtro de pano para filtragem da mistura.
sólida.

Anexo 9 Anexo 10

Amostra sólida com o líquido em constante Pesagem dos cadinhos antes de serem
agitação. submetidos a mufla.
Anexo 11

Pesagem dos cadinhos após serem submetidos


a mufla.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOLLMANN, Hioná Valéria Dal Magro; SCHIRMER, Waldir Nagel; CABRAL, Alexandre
Rodrigues; CROVADOR, Maria Isabel Coltro; DOURADO, David Cardoso D;
STROPARO, Erivélton César STROPARO. Avaliação de parâmetros físico-
químicos na degradação de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) de diferentes
idades e sua relação com a geração de biogás. Disponível em:
<https://www.revistaespacios.com/a17v38n39/17383909.html>. Acesso em: 4 de maio.
2022.

Qual é a importância do Teor de Sólidos para produção de biogás?. Disponível


em: <https://energiaebiogas.com.br/qual-e-a-importancia-do-teor-de-solidos-para-
producao-de-biogas>. Acesso em: 4 de maio. 2022.

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