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Plano de Manejo

Bacia do Córrego Vista Alegre

Plano de Manejo
BACIA DO CÓRREGO VISTA
ALEGRE

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL:


Caio Segal Oliveira Barbosa
Lucas de Freitas Santos Gonçalves
Luiz Felippe Magalhães Fonseca
Luiza Ambrósio Nepomuceno
Tales Gomes de Souza

Universidade Federal de Itajubá – campus


Itabira

Itabira-MG
2018
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Sumário

1. Introdução 7
2. Objetivos 9
2.1. Objetivos específicos 9
3. Referencial teórico 10
3.1. Infraestrutura básica 10
3.1.1. Sistema de saneamento básico 10
3.1.1.1.Abastecimento de água 10
3.1.1.2.Coleta e tratamento de água de e esgoto 12
3.1.1.3.Manejo de resíduos sólidos 13
3.1.2. Rede de energia elétrica 17
3.2. Clima 18
3.3. Hidrologia 20
3.4. Espeleologia 21
3.5. Atividades desenvolvidas nas bacias hidrográficas 22
3.6. Bioma 23
3.6.1. Vegetação 25
3.6.2. Fauna 25
3.6.2.1.Mamíferos 26
3.6.2.2.Anfíbios 26
3.6.2.3.Aves 27
3.7. Aspectos históricos e culturais (patrimônio material e imaterial) 27
3.8. Visitações na área 28
4. Diagnóstico da bacia hidrográfica do Córrego Vista Alegre 30
4.1. Questionário Socioambiental 30
4.2. Infraestrutura básica 33
4.2.1. Saneamento básico 33
4.3. Índice Ecológico Econômico 35
4.4. Clima 37
4.5. Hidrografia 39
4.6. Espeleologia 41
4.7. Bioma 41
4.7.1. Caracterização da Flora 41
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4.7.2. Caracterização da Fauna 45


4.7.3. Definição de áreas de APP 48
4.8. Declividade 50
4.9. Geologia 51
4.10. Atividades desenvolvidas na bacia 53
4.11. Patrimônio Material 55
4.12. Visitações na área 56
5. Legislação aplicável 58
5.1. Esfera Federal 58
5.2. Esfera Estadual 64
5.3. Esfera Municipal 67
6. Plano de Adequação Ambiental 69
6.1. Áreas prioritárias para conservação 69
6.2. Adequação de estradas rurais 70
6.3. Recuperação de áreas degradadas 73
6.3.1. Áreas de Proteção Permanente a serem recuperadas 74
6.4. Áreas de uso econômico 75
6.5. Educação Ambiental 76
7. Custos do Plano de Adequação Ambiental 79
8. Cronograma de Implantação do Plano de Adequação 84
9. Resultados esperados com a adequação ambiental 85
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Lista de figuras
Figuras pág
Figura (1) – Dados qualitativos do sistema de abastecimento de água abrangido
11
pelas regiões no período de 2000/2008.
Figura (2) – Forma de execução de serviços de esgoto sanitário, nas grandes
13
regiões.
Figura (3) – Formas de execução do manejo de resíduos sólidos em quantidades
14
de municípios.
Figura (4) – Quantidade de municípios por região que exercem controle sobre o
15
manejo de resíduos especiais.
Figura (5) – Quantidade de municípios por região que exercem o controle do
16
manejo de pelo menos um tipo especial de resíduo.
Figura (6) – Áreas com acesso a energia elétrica. 18
Figura (7) – Dado econômico por residência da bacia do córrego Vista Alegre. 31
Figura (8) – Quantidade de moradores por casa. 32
Figura (9) – Nível de escolaridade da população da bacia do Córrego Vista
33
Alegre.
Figura (10) – Quantidade de moradias com acesso a alguma forma de
34
infraestrutura básica.
Figura (11) – Mapa de Índice Ecológico Econômico da bacia. 36
Figura (12) – Temperaturas máximas anuais 37
Figura (13) – Temperaturas médias anuais 38
Figura (14) – Temperaturas mínimas anuais 38
Figura (15) – Regime pluviométrico do município de Itabira 39
Figura (16) – Classificação hidrográfica da Bacia do Córrego Vista Alegre 40
Figura (17) - Plantações de Eucalipto. 42
Figura (18) – Espécies de Floribunda (Rosa chinesis), Camélia (Camellia
43
sasanqua) e Hibisco (Chinese hibiscus) foram encontrados na visita a bacia.
Figura (19) – Presença de Ensete vesticosum na bacia do Córrego Vista Alegre 44
Figura (20) – Mapa de integridade da Flora na Bacia do Córrego Vista Alegre 45
Figura (21) – Cascavel encontrada na bacia do córrego Vista Alegre. 46
Figura (22) – Apicultura na região da bacia do Córrego Vista Alegre. 46
Figura (23) – Equinocultura na região da bacia do Córrego Vista Alegre. 47
Figura (24) – Mapa de Integridade da Fauna da bacia. 48
Figura (25) – Mapas de áreas de APP da bacia do Córrego Vista Alegre 49
Figura (26) – Mapa de declividade da bacia do Córrego Vista Alegre. 51
Figura (27) – Mapa de formações pedológicas do limite municipal de Itabira e da
52
bacia do Córrego Vista Alegre.
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Figura (28) – Mapa de Estruturas Geológicas da Bacia. 53


Figura (29) – Localização dos pontos de atividades econômicas na bacia. 54
Figura (30) – Localização dos principais propriedades da bacia. 55
Figura (31) – Mapeamentos das rodovias e estradas não pavimentadas da bacia. 57
Figura 32 – Mapa de áreas prioritárias de conservação 70
Figura (33) – Mapa de localização dos trechos da rodovia com drenagem 71
Figura (34) – Exemplo de piso ecológico 72
Figura (35) – Mapa da configuração da adequação das estradas de terra 73
Figura (36) – Escopo da execução de áreas degradadas. 74
Figura (37) – Mapa de APP’s a serem recuperadas. 75
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Lista de tabelas
Tabelas pág
Tabela 1 - Classificação Köppen-Geiger (PEEL et al., 2007, tradução nossa) 19
Tabela (2) – Dados quantitativos dos biomas brasileiros. 24
Tabela (3) – Respostas dos moradores quanto aos parâmetros do córrego e 40
espeleologia local.
Tabela (4) – Classes de declividade. 50
Tabela (5): Custos da adequação ambiental da bacia do Córrego Vista Alegre. 79
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1. INTRODUÇÃO

O processo de evolução da sociedade sempre demandou cada vez mais o recurso


natural, a medida que novas tecnologias eram lançadas a utilização de diferentes matéria
primas aumentava, sem a preocupação com as consequências que esse processo poderia
causar ao planeta, como por exemplo, o uso de combustíveis fosseis após a invenção
dos motores a combustão, utilização de maquinas a vapor, dentre outros. Todo esse
processo causou um grande impacto ambiental que atualmente deve ser revertido,
visando a preservação dos recursos e redução dos impactos que sua utilização
exacerbada pode causar.

Dentre esses recursos, sabe-se que o mais essencial para o desenvolvimento de


uma comunidade bairro ou cidade é a água, sem ela é impossível realizar ate as
atividades mais básicas do dia a dia. Com base nisso, em 8 de janeiro de 1997 foi criada
a lei Nº 9.433 conhecida como lei das águas, nela é dito que a água é um recurso natural
limitado de domínio público, dotado de valor econômico, a gestão dos recursos hídricos
deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas, sendo a bacia hidrográfica é a
unidade territorial para implementação das Política de preservação da mesma, com o
objetivo principal de assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade
de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos.

Porém nota-se cada vez mais problemas com relação a escassez e qualidade da
água, Tundisi et al. (2008) atribui essa “crise da água” a vários fatores, dentre eles; a
intensa urbanização, que aumenta a demanda pela água e a descarga de recursos
hídricos contaminados; infra estrutura pobre, causando perdas na rede após o tratamento
da água e a falta de ações para a gestão desse recurso. Todos esses fatores contribuem
para o aumento das fontes de contaminação e vulnerabilidade da população em razão da
contaminação e dificuldade de acesso a água de boa qualidade.

Com base nisso, diante da importância da bacia hidrográfica para o


planejamento e gestão do espaço urbano, o plano de manejo se torna ferramenta de
grande importância para o desenvolvimento organizado das cidades, visando a
preservação do recurso natural, o que favorece a manutenção da quantidade e qualidade
hídrica e o uso sustentável dos recursos. De acordo com a Lei 9.985/2000 (SNUC), o
plano de manejo é um documento técnico mediante o qual, com base nos objetivos
7
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gerais de uma unidade de conservação, se estabelece seu zoneamento e as normas que


devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação
das estruturas físicas necessárias à sua gestão. Sua principal função é servir de apoio ao
proprietário no gerenciamento, visando atender aos usos e restrições previstas na
legislação ambiental e evitar desvios e equívocos de funcionamento.

A estrutura de um plano de manejo consiste basicamente no diagnóstico da área


de interesse, onde se encontra informações que irão subsidiar o plano de manejo, esse
diagnóstico pode ser feito através do levantamento de dados primários, quando são
coletados diretamente no local através de pesquisas de campo, ou dados secundários
obtidos através de pesquisas bibliográficas. O diagnostico irá conter informações sobre
o relevo, vegetação, clima, fauna, recursos hídricos, aspectos culturais e históricos,
infraestrutura do local e atividades desenvolvidas na área.

O planejamento é a fase em que serão analisados os dados levantados no


diagnostico e onde se define as estratégias e programas uso e preservação de acordo
com os objetivos específicos daquela bacia. Nessa fase o proprietário pode fazer a opção
pela preservação total da área ou uso sustentável, com o desenvolvimento de pesquisas
cientificas, visitações ao público com objetivos turísticos, recreativo e educacional.

O zoneamento, onde é definido os espaços para cada uso, como por exemplo,
Zona de Proteção, onde são permitidas atividades de proteção e pesquisa científica,
incluindo áreas que sofreram algum grau de alteração antrópica; Zonas de
Administração, destinadas a infraestrutura administrativa da área; Zona de Visitação,
nesta zona é permitida a visitação aos atrativos, educação e conscientização ambiental,
turismo científico, turismo de observação, ecoturismo, recreação em contato com a
natureza, interpretação e lazer, além da pesquisa científica; e Zona de Recuperação, que
são áreas onde ocorreu ou ocorre processos de degradação ambiental, sendo necessárias
medidas para recuperação da área.

O presente estudo visa à elaboração do Plano de Manejo da Sub-Bacia do


Córrego Vista Alegre, direcionando para o adequado manejo e planejamento da área,
garantindo assim a preservação ambiental e disponibilidade hídrica para a população
residente no local e as que sofrem influência indireta da Sub-Bacia.

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2. OBJETIVOS

O trabalho a seguir tem como objetivo realizar o diagnóstico físico, biótico e


socioeconômico da bacia do Córrego Vista Alegre, identificando suas potencialidades e
fragilidades, a fim de propor um manejo correto da área por meio de medidas de
adequação ambiental. Tais medidas devem ser sustentáveis, respeitando parâmetros
ambientais, econômicos e sociais.

2.1 Objetivos específicos

Y Realizar o diagnóstico físico e biótico da área por meio de visitas a campo e


pesquisa bibliográfica;

Y Realizar o diagnóstico socioeconômico-ambiental da área, por meio da aplicação


de questionários de campo e pesquisa bibliográfica;

Y Propor um plano de adequação ambiental adaptado à realidade local (levantada


nos diagnósticos) obedecendo às legislações vigentes;

Y Criar programas de educação ambiental, buscando conscientizar a população


local da importância do manejo adequado da área, de forma que os próprios
moradores sejam agentes da conservação e fiscalização das atividades realizadas
na bacia.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Infraestrutura básica

3.1.1 – Sistema de Saneamento Básico.

Saneamento básico é visar à saúde das comunidades através do abastecimento de


água potável, o manejo de água pluvial, a coleta e tratamento de água de esgoto, a
limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e o controle de pragas e patógenos.

3.1.1.1 – Abastecimento de água

O Brasil é um dos países com maior disponibilidade de água. Porém, a sua


distribuição no território se dá de maneira irregular, concentrando os recursos hídricos
em lugares com menor densidade demográfica. Devido a isso, os grandes centros
urbanos precisam de maior quantidade de recursos hídricos, e a poluição pode
comprometer na qualidade da água. Desta maneira, o abastecimento de água no país
pode se tornar um grande desafio para as grandes cidades.

As unidades básicas que compõem o sistema de abastecimento de água são


mananciais superficiais e subterrâneos e captação de água bruta, as estações elevatórias
e adutoras de água bruta, as Estações de Tratamento de Água (ETAs), os reservatórios,
as estações elevatórias, adutoras de água tratada, os boosters, a rede de distribuição e os
pontos de controle sanitários (PREFEITURA DE RIO CLARO, 2007).

Essas unidades do sistema de abastecimento e distribuição de água é o básico


para todas as cidades, incluindo algumas diversidades que podem ser originadas por
formações geológicas ou estruturas rochosas.

Existem regiões brasileiras que sofrem com a combinação dos fatores:


evapotranspiração alta durante todo o ano, baixa precipitação, subsolo desfavorável em
muitas regiões (água salobra ou formações cristalinos) e baixo desenvolvimento social.

Entre 2000 e 2008, o percentual de municípios brasileiros que tinham rede geral
de abastecimento de água em pelo menos um distrito aumentos de 97,9% para 99,4%
(IBGE, 2010).

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Em 2008, 99,4% dos munícipios do Brasil (5.531 de 5.564) tinham


abastecimento de água por rede geral, mesmo não abrangendo toda a cidade. De 1989
até 2008 a cobertura do serviço aumentou 3,5%, sendo o maior avanço na região Norte
(86,9% para 98,4%). Desde 2000, o Sudeste é a única região com todos os municípios
abastecidos por rede geral de água em pelo menos um distrito (IBGE, 2010).

Por mais que a região Norte teve um grande avanço no sistema de


abastecimento, de 2000 a 2008, a progressão foi irrisória, obtendo aumentos quase não
significativos de 44,3% para 45,3%.

A figura (1) apresenta os dados das regiões e o quanto o sistema de


abastecimento de água avançou durante o período de 2000/2008.

Figura 1 – Dados qualitativos do sistema de abastecimento de água abrangido pelas


regiões no período de 2000/2008.
Domicílios abastecidos de água por rede geral,
segunda as Grandes Regiões - 2000/2008
100
90
80
Porcentagem (%)

70
60
50
40
30
20
10
0
Centro-
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul
Oeste
2000 63,9 44,3 52,9 70,5 69,1 66,3
2008 78,6 45,3 68,3 87,5 84,2 82

Fonte: IBGE, 2010.


Os dados apresentam aumentos considerativos nas regiões Sudeste, Sul, Centro-
Oeste e Nordeste. O Nordeste recebeu bastantes investimentos nos governos precedidos
no período de 2000 a 2008, o que justifica o aumento considerável dos índices
apresentados. O Sudeste também apresenta grande parte dos domicílios que recebem o
abastecimento de água. Isso ocorre devido ao grande desenvolvimento econômico da
região, com grandes empresas especialistas no setor de distribuição de água. A
economia gerada pelo agronegócio no Centro-Oeste permite identificar um grande
crescimento no alcance do sistema de abastecimento de água, permitindo melhorias na
infraestrutura local.
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“Num dos países mais ricos em águas doces do planeta, as cidades enfrentam
crises de abastecimento, das quais não escapam nem a região norte, onde estão perto de
80% das descargas de água dos rios do Brasil” (REBOUÇAS, 2003). Essa afirmação
mostra os quão pesquisadores vêm observando a falta de infraestrutura em regiões
primordiais do Brasil para o sistema de abastecimento de água.

3.1.1.2 – Coleta e tratamento de água e esgoto

De acordo com a ABNT/NBR 9648/1986, esgoto sanitário é o “despejo líquido


constituído de esgoto doméstico e industrial, água de infiltração e a contribuição pluvial
parasitária”. Essa norma define também:

 Esgoto doméstico: é o “despejo líquido resultante do uso da água para higiene e


necessidades fisiológicas humanas”;
 Esgoto industrial: é o “despejo líquido resultante dos processos industriais,
respeitando os padrões de lançamentos estabelecidos”;
 Água de infiltração: é “toda água proveniente do subsolo indesejável para o
sistema separador e que penetra nas canalizações”;
 Contribuição pluvial parasitária: é “a parcela do deflúvio superficial
inevitavelmente absorvida pela rede de esgoto sanitário”.

“O esgoto doméstico é gerado a partir da água de abastecimento e, portanto, sua


medida resulta da quantidade de água consumida. Esta é geralmente expressa pela “taxa
de consumo per capita”, variável segundo hábitos e costumes de cada localidade”
(NUVOLARI, 2003).

O esgoto doméstico é baseado no consumo de água pelas residências e


comércios, que não emitem efluentes tóxicos ou nocivos a saúde humana. Pode-se
associar diretamente que uma cidade que tem um sistema de abastecimento de água que
abrange grande parte do município, haverá necessidade de um sistema de esgotamento
sanitário para poder auxiliar na coleta dos efluentes emitidos pelas pessoas.

A rede coletora de esgoto é uma parte que integra ao sistema de esgotamento


sanitário. São um conjunto de tubulações que recebem efluentes oriundos de dos
coletores ou ramais prediais até os coletores principais, que levam para um emissário ou
a um interceptor.
12
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A figura (2) apresenta as informações de quantos munícipios aplicam a forma de


execução de serviços de esgoto sanitário.

Figura (2) – Forma de execução de serviços de esgoto sanitário, nas grandes regiões.

Forma de execução de serviços de esgoto


sanitário, nas grandes regiões
A Prefeitura e
Centro-Oeste outra(s) entidade(s)
são executoras
do serviço
Outra(s) entidade(s)
Sul é(são) executora(s)
do serviço
Região do país

A Prefeitura
Sudeste é a única executora
dos serviços

Municípios com esgotamento


Nordeste sanitário

Quantidade de municípios na
Norte região

500 1 000 1 500 2 000


n° de municípios

Fonte: IBGE, 2008.


A região Norte destaca-se pela quantidade de municípios no qual não tem uma
forma de execução do sistema de esgotamento sanitário. Como foi visto, também é uma
região que sofre com baixos índices de cobertura do abastecimento de água. Portanto,
essa discrepância entre em relação às outras regiões torna o Norte do país como uma das
regiões com maior índice de doenças por conta da falta de saneamento básico.
Entretanto, o Sudeste e o Sul possuem mais quantidades de municípios com formas de
execução na parte de esgotamento, no qual são referências de polo econômico e
possuem maiores desenvolvimentos sociais.

3.1.1.3 – Manejo de resíduos sólidos

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Plano de Manejo
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O manejo de resíduos sólidos se tornou uma questão importante nos tempos


atuais. Isso ocorreu devido ao desenvolvimento tecnológico e econômico, o crescimento
populacional e a urbanização. Esses fatores contribuem diretamente para o estilo de vida
das pessoas, o que aplica ao aumento do consumo e geração de resíduo per capita.

A ABNT/NBR 10004/2004 afirma que “resíduos nos estados sólido e


semissólido, que resultando de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável para o seu lançamento na rede pública de esgotos ou
corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em
face da melhor tecnologia disponível”.

O manejo de resíduos sólidos vai desde a coleta dos resíduos até a sua
disposição. Essa coleta pode ser de responsabilidade da prefeitura do município ou de
empresas especializadas contratadas para essa finalidade. Na figura (3), observam-se as
estatísticas referidas as coletas de lixo.

Figura (3) – Formas de execução do manejo de resíduos sólidos em quantidades de


municípios.

Municípios com serviço de manejo de resíduos


sólidos, por forma de execução do serviço

Centro-Oeste A Prefeitura e
outra(s) entidade(s)
Sul são executoras
Região do país

do serviço
Sudeste Outra(s) entidade(s)
é(são) executora(s)
Nordeste do serviço

Norte A Prefeitura
é a única executora
500 1 000 1 500 dos serviços
Qntd de municípios

Fonte: IBGE, 2008.

14
Plano de Manejo
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A figura (3) mostra a relação entre a quantidade de municípios pela sua


execução de serviços de manejo de resíduos sólidos. Das 5 regiões presentes, apenas os
sulinos tem em sua maioria empresas terceirizadas executoras do serviço. A região sul e
sudeste possuem os maiores índices de regiões em que empresas são contratadas para
executar o serviço de administração desses detritos, e comumente são as regiões com
maior desenvolvimento econômico e social do Brasil.

A ABNT/NBR 10004 também classifica os resíduos sólidos em relação a sua


origem. Isso envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu a origem, de
seus constituintes e características, e a comparação destes constituintes com listagens de
resíduos e substâncias cujo impacto a saúde e ao meio ambiente é conhecido.

A figura (4) mostra a quantidade de municípios por região que possuem a


separação do lixo por suas especificidades.

Figura (4) – Quantidade de municípios por região que exercem controle sobre o manejo
de resíduos especiais.

Quantidade de municípios por região que exercem


controle sobre o manejo de resíduos especiais (%)

Centro-Oeste
Região do país

Sul

Sudeste
Exercem controle sobre o
manejo de resíduo
Nordeste
especiais
Norte

0 0,2 0,4 0,6 0,8


(%)

Fonte: IBGE, 2008.


A região sul possui um maior controle sobre o descarte dos lixos, ou seja, eles
têm possuem um sistema mais eficaz de controle dos resíduos que chegam a seus
aterros. As regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte têm menos da metade dos
municípios que controlam o descarte de resíduos pelo sua especificação.

15
Plano de Manejo
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O IBGE (2008) separou dados da quantidade de municípios que fazem a


separação de pelo menos um tipo de resíduo especial. Vale ressaltar que o lixo nuclear é
de responsabilidade exclusiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Os
lixos hospitalares se enquadram na ABNT/NBR 12808:1993 que classifica os resíduos
de serviços de saúde quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e saúde pública,
para que tenham gerenciamento adequado. A figura (5) a seguir, mostra os lixos como:
serviços de saúde, industriais, construção e demolição, pneumáticos, pilhas e baterias,
lâmpadas fluorescentes e embalagens de agrotóxicos.

Figura (5) – Quantidade de municípios por região que exercem o controle do manejo de
pelo menos um tipo especial de resíduo.

Quantidade de municípios por região que realizam o controle de manejo


de lixo de pelo menos uma especificidade.
1 000

900

800

700
Qntd de municípios

600

500 Norte

400 Nordeste
Sudeste
300
Sul
200
Centro-Oeste
100

Serviços Industriais Cons- Pneu- Pilhas Lâmpadas Emba-


de saúde trução e máticos e fluores- lagens
demolição baterias centes de agro-
tóxicos
Especificidade do resíduo

Fonte: IBGE, 2008.


Os resíduos dos serviços de saúde, por apresentarem um maior índice de
periculosidade, se destacam na quantidade de cidades que exercem seu controle. O
Nordeste, por apresentar uma região com maior número de municípios, encontra-se
apenas como a terceira região que fazem controle de resíduos especiais em 6 das 7
categorias presentes. O sul se destaca em controle de embalagens de agrotóxicos, uma
16
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

vez que há grandes quantidades de terras em produção na região. A região norte e


centro-oeste tem notabilidade negativa, já que já possuem poucos municípios em suas
regiões e também pouca administração do resíduo conforme sua especificidade. Vale
destacar que um município pode fazer controle de mais de um resíduo especial em sua
sede.

3.1.2 – Rede de Energia Elétrica

A forma de distribuição de energia no Brasil é através de uma rede interligada


entre as fontes de geradoras, tais como usinas térmicas, eólicas, solares, nucleares,
hidroelétricas, termonucleares, etc. e os centros urbanos. As cidades detêm do maior
consumo de energia elétrica, portanto vem desse aspecto a necessidade de prover uma
rede de distribuição de energia elétrica.

“As redes de distribuição são compostas por linhas de alta, média e baixa tensão.
Apesar de algumas transmissoras também possuírem com tensão abaixo de 230kV, as
chamadas Demais Instalações da Transmissão (DIT), grande parte das linhas de
transmissão com tensão entre 69kV e 138kV são de responsabilidade das empresas
distribuidoras. Essas linhas são também conhecidas no setor como linhas de
subtransmissão” (ABRADEE, 20-?). A rede, enquanto ela sai das usinas e vai chegando
ao seu destino final, vai reduzindo as tensões nos fios para que chegue a tensão
necessária nos estabelecimentos, e não em excesso.

O Brasil possui aproximadamente 8.500.000 m² de área federal. Essa dimensão,


alheio ao relevo, dificulta a distribuição de energia, principalmente nas áreas onde se
possam encontrar comunidades remotas. Em 2003, o governo federal lançou o programa
“Luz para Todos” que pretendia dar acesso à energia elétrica para essas comunidades. O
trabalho em parceria entre Governo Federal, Estadual e empresas do ramo de energia
conseguiu alcançar por volta de 3 milhões de famílias. Porém, o IBGE afirma que
97,8% dos domicílios brasileiros tem acesso a energia elétrica. A figura (6) a seguir
apresenta a abrangência da energia elétrica nas áreas rurais e urbanas, e mostra a média
entre elas.

Figura (6) – Áreas com acesso a energia elétrica.

17
Plano de Manejo
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Áreas com acesso a energia elétrica


99,10%
99,00%
97,80%
97,00%
95,00%
93,00%
91,00% 89,70%
89,00%
87,00%
85,00%
Urbano Rural Geral

Fonte: Censo Demográfico, 2010.


As áreas urbanas tem maior cobertura da rede de energia elétrica uma vez que
essas malhas foram feitas para levar a energia gerada em lugares remotos para
abastecimento de energia nas cidades. Devido ao grande abastecimento de energia das
cidades, a média de áreas com energia aumenta devido à população brasileira ser mais
urbana do que rural. Nota-se que o índice de áreas rurais com acesso a energia elétrica é
menor uma vez que existem muitas comunidades isoladas que não conseguem se
conectar a rede de transmissão de energia.

3.2 Clima

A palavra vem do grego klima que significa inclinação. Sua origem tem a ver
com a inclinação dos raios solares que incidem na superfície terrestre, variando
conforme a latitude do local. A primeira classificação climática foi feita pelos gregos e
tinha como base somente na latitude em si. A partir disso, surgiram várias classificações
climáticas, sendo a Köppen-Geiger a classificação mais utilizada internacionalmente,
por sua diversa classificação, facilitando a identificação de diversos biomas. Segundo
Wrege et al., a classificação baseia-se no pressuposto de que a vegetação natural de cada
região da Terra é essencialmente uma expressão do clima. Apesar da eficiência da
classificação, em certos casos, não distingue regiões com biomas diferentes, motivo
pelo qual existem classificações derivadas. (WREGE et al., 2012).

O conhecimento do clima é importante para moldar estudos e ações em áreas


determinadas. O tipo de clima influencia diretamente no desenvolvimento da vegetação,
18
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

assim como culturas agrícolas, forrageiras e florestais (WREGE et al., 2012). Essas
mudanças também influenciam na fauna local, que tem relação direta com o tipo de
vegetação predominante.

Tabela 1 - Classificação Köppen-Geiger (PEEL et al., 2007, tradução nossa)


1º 2º 3º Descrição Critério
A Tropical Tfrio ≥ 18
f - Floresta tropical Pseco ≥ 60
m - Monção Não (Af) & Pseco ≥ 100 - MAP/25
w - Savana Não (Af) & Pseco < 100 - MAP/25
B Árido MAP < 10 x Plimite
W - Deserto MAP < 5 x Plimite
S - Estepe MAP ≥ 5 x Plimite
h - Quente MAT ≥ 18
k - Frio MAT < 18
C Temperado Tquente > 10 & 0 < Tfrio < 18
s - Verão seco Pvseco < 40 & Pvseco < Piúmido/3
w - Inverno seco Piseco < P vúmido/10
f - Sem estação seca Não (Cs) ou (Cw)
a - Verão quente Tquente ≥ 22
b - Verão morno Não (a) & Tmês10 ≥ 4
c - Verão frio Não (a ou b) & 1 ≤ Tmês10 < 4
D Frio Tquente > 10 & Tfrio ≤ 0
s - Verão seco Pvseco < 40 & Pvseco < Piúmido/3
w - Inverno seco Piseco < P vúmido/10
f - Sem estação seca Não (Ds) ou (Dw)
a - Verão quente Tquente ≥ 22
b - Verão morno Não (a) & Tmês10 ≥ 4
c - Verão frio Não (a, b ou d)
d - Inverno muito frio Não (a ou b) & Tfrio < -38
E Polar Tquente < 10
T - Tundra Tquente > 0
F - Geada Tquente ≤ 0
Fonte: autores deste estudo.
19
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

*MAP Precipitação média anual, MAT = temperatura média anual, Tquente = temperatura
do mês mais quente, Tfrio = temperatura do mês mais frio, Tmês10 = número de meses que
a temperatura ficou abaixo de 10, Pseco = precipitação do mês mais seco, Pvseco =
precipitação do mês mais seco no verão, Piseco = precipitação no mês mais seco no
inverno, Pvúmido = precipitação no mês mais chuvoso no verão, Piúmido= precipitação do
mês mais chuvoso no inverno, Plimite = varia de acordo com as seguintes regras (se 70%
do MAP ocorre no inverno, então Plimite = 2 x MAT, se 70% do MAP ocorre no verão,
então Plimite = 2 x MAT + 28. Se não ocorrer nenhuma das possibilidades, utiliza-se
Plimite = 2 x MAT + 14). Verão (inverno) é definido como o mais quente (frio) do
período de seis meses (ONDJFM e AMJJAS).

3.3 Hidrologia

Hidrologia é a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação e


distribuição, suas propriedades físicas e químicas, e sua reação com o meio ambiente,
incluindo sua relação com as formas vivas (Definição recomendada pela United States
Federal Council for Science and Technology, 1962).

Antes, o planejamento de ocupação nas bacias hidrográficas era mínimo. Não


havia preocupação com a forma de utilização dos recursos hídricos, bem como a correta
disposição dos efluentes sanitários e industriais. Porém, com o crescimento das
civilizações e surgimento de metrópoles abrigando milhões de pessoas, a qualidade dos
corpos hídricos reduziu drasticamente. Com isso, surgiu a necessidade de estabelecer
medidas preventivas que minimizassem os prejuízos causados a natureza.

Uma das vertentes da hidrologia é o estudo do ciclo hidrológico que, de acordo


com Righetto (1998), é o processo natural de evaporação, condensação, precipitação,
detenção e escoamento superficial, infiltração, percolação da água no solo e nos
aquíferos, escoamentos fluviais e interações entre esses componentes. Esse conjunto de
processos nos fornecem valores quantitativos que nos permitem calcular o balanço
hídrico de uma bacia hidrográfica, assim, podendo traçar de forma mais efetiva,
medidas de utilização dos recursos de forma sustentável, preservando a integridade de
toda a bacia.

20
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Uma bacia hidrográfica de um curso de água é uma área de captação natural da


água da precipitação que faz convergir os escoamentos para um único ponto de saída,
seu exutório. Portanto, bacia hidrográfica é uma área definida topograficamente,
drenada por um curso d’água ou um sistema conectado de cursos d’água, de forma que
toda a vazão efluente coletada dentro da bacia seja descarregada por uma simples saída.
Em outras palavras, é uma área delimitada pelo relevo, onde seus limites são definidos
pelas partes mais altas, as chamadas vertentes, onde permitem o escoamento da
precipitação da área mais alta para as mais baixas, essas onde se encontram os cursos
d’água.

3.4 Espeleologia

A espeleologia é a ciência que estuda cavidades naturais subterrâneas. De acordo


com a União Internacional de Espeleologia - UIS, e respaldado pelo Decreto N. 6.640,
de 07/11/2008,

cavidade natural subterrânea é todo e qualquer espaço


subterrâneo acessível pelo ser humano, com ou sem abertura
identificada, popularmente conhecido como caverna, gruta, lapa,
toca, abismo, furna ou buraco, incluindo seu ambiente, conteúdo
mineral e hídrico, a fauna e a flora ali encontrados e o corpo
rochoso onde os mesmos se inserem, desde que tenham sido
formados por processos naturais, independentemente de suas
dimensões ou tipo de rocha encaixante (Brasil, 2008).

As cavernas tendem a ocorrer principalmente onde há os denominados terrenos


cársticos, esses sendo áreas predominantemente formadas por rochas solúveis. Quando
se fala em uma formação litológica cárstica, refere-se principalmente a presença de
rochas carbonáticas em sua maioria (particularmente os calcários e dolomitos). Esse tipo
de rocha é facilmente solúvel em água, fazendo com que quando ocorre infiltração da
água precipitada na superfície, essas rochas se desagregam e são carreadas para
camadas inferiores do perfil do solo, criando assim espaços vazios abaixo da linha do
terreno, esses sendo chamados de cavernas. Nesse tipo de formação, a erosão hídrica é a
mais atuante para a transformação das feições do perfil do solo (ICMBio/CECAV,
2013).

21
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

3.5 Atividades desenvolvidas nas bacias hidrográficas

As bacias hidrográficas possuem grande potencial para realização de atividades


econômicas, sociais e culturais, isso se deve ao aproveitamento da comunidade como
fonte de renda e subsistência. Ao longo dos anos, com a disponibilidade de investimento
financeiro e novas informações, seu potencial foi expandindo e o que antes abrangia
apenas atividades locais, passou a colaborar significativamente para o crescimento do
país como, por exemplo, grandes hidrelétricas e canais para transporte.

A maioria das bacias hidrográficas brasileiras são o meio para atividades de


navegação, geração de energia elétrica, piscicultura, irrigação nas produções agrícolas e
turismo. Isso significa que, por meio deste recurso hídrico, considerável parte das
comunidades retira suas fontes de sobrevivência há milhares de anos.

Existem oito principais bacias hidrográficas espalhadas pelo Brasil. No Sudeste


do país, que compreende os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e
Espírito Santo, especificamente, estão localizadas as bacias do Rio São Francisco,
Paraná, Atlântico Leste e Sudeste. O destaque das atividades desenvolvidas nessa região
é a concentração de indústrias e a realização de atividades agropecuárias mecanizadas, o
que gera um elevado consumo de água, além da demanda populacional que é a maior do
país.

As quatro bacias hidrográficas do Sudeste estão localizadas também em Minas


Gerais, este é o Estado com a maior variedade do país. As atividades realizadas pelas
comunidades consistem em mineração, agropecuária e geração de energia.

Em Itabira, foco do estudo, a mineração é a mais forte delas, tendo como centro
da economia desde os primórdios da cidade. Contudo, o recurso hídrico é retirado em
sua forma bruta das bacias, isto é, não passa pelo tratamento de água do órgão
municipal e é utilizado diretamente em todo o processo: desde a extração até o
transporte do minério de ferro.

3.x Relevo

22
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

A paisagem de um terreno é composta por diversas formas, essas formas são


denominadas relevo, a respeito da ação do relevo, Oliveira (2011, p.47) diz que:

Sua ação reflete- se diretamente sobre o clima do solo e sobre a dinâmica da


água, tanto a superficial como a que transita no interior do solo. A ação sobre
o clima do solo se dá diretamente, através da incidência diferenciada da
radiação solar, segundo a inclinação e a posição das vertentes, e do
decréscimo da temperatura com o aumento da altitude, e indiretamente sobre
os seres vivos, especialmente os tipos de vegetação natural, que são
dependentes das condições climáticas locais.

O relevo mineiro se difere dos outros estados brasileiros devido a diversidade


de quadros morfológicos, que é resultado da tectônica de arqueamento, falhamentos e
fraturamento que afetaram o escudo brasileiro a partir do Mesozóico. (COURA, 2007).

A cidade de Itabira possui de forma geral, um relevo predominantemente


montanhoso, e com altitudes elevadas, sendo a altitude máxima (1672 m) no Alto da
Mutuca e mínima (683 m) na Foz do Córrego do Simão no Rio Tanque. As
representações de formas de relevo encontradas no município, são: Quadrilátero
Ferrífero, Serra do Espinhaço e Planaltos Dissecados do Centro Sul e do Leste de Minas
Gerais (SMMA, 2009).

3.6 Bioma

Segundo IBGE, 2018: “Bioma é um conceito que os biólogos e geógrafos


criaram, na primeira metade do século passado, para descrever grandes sistemas
ecológicos definidos, principalmente, pelo clima”.

Os biomas são áreas de grandes dimensões, em sua maioria possui acima de


um milhão de quilômetros quadrados, onde são semelhantes ou parecidas características
como: clima, fisionomia da vegetação, solo e altitude.

A respeito das características dos biomas brasileiros, temos que:

Os nomes adotados foram os mais usuais e populares, em geral associados ao


tipo de vegetação predominante, ou ao relevo, como no caso do Bioma
Pantanal, que constitui a maior superfície inundável interiorana do mundo. O
Bioma Amazônia é definido pela unidade de clima, fisionomia florestal e
localização geográfica. O Bioma Mata Atlântica, que ocupa toda a faixa
23
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

continental atlântica leste brasileira e se estende para o interior no Sudeste e


Sul do País, é definido pela vegetação florestal predominante e relevo
diversificado. O Pampa, restrito ao Rio Grande do Sul, se define por um
conjunto de vegetação de campo em relevo de planície. A vegetação
predominante dá nome ao Cerrado, segundo bioma do Brasil em extensão,
que se estende desde o litoral maranhense até o Centro-Oeste e ao Bioma
Caatinga, típico do clima semi-árido do sertão nordestino (IBGE, 2014).

Os seis biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica,


Pampa e Pantanal, são formado por características distintas, na tabela a seguir temos os
nomes de cada bioma, juntamente com a à área ocupada por cada um, expressa em km²
e a porcentagem correspondente a área total do Brasil:

Tabela (2) – Dados quantitativos dos biomas brasileiros.

BIOMAS ÁREA ÁREA/ TOTAL


CONTINENTAIS APROXIMADA (KM²) BRASIL
BRASILEIROS

Bioma AMAZÔNIA 4.196.943 49,29%

Bioma CERRADO 2.036.448 23,92%

Bioma MATA 1.110.182 13,04%


ATLÂNTICA

Bioma CAATINGA 844.453 9,92%

Bioma PAMPA 176.496 2,07%

Bioma PANTANAL 150.355 1,76%

Área Total BRASIL 8.514.877

Fonte: IBGE/MMA, Mapa de Biomas do Brasil, 2004.


O estado de Minas Gerais possui três biomas principais, são eles: Mata
Atlântica, Cerrado e Caatinga. Já a cidade de Itabira está localizada entre a transição dos
Biomas Cerrado e Mata Atlântica.

24
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Segundo Carvalho; Brasil (2009), citado por Andrade (2012, p. 33), “o


município de Itabira foi, em grande parte, originalmente revestido pela Mata Atlântica.
Entretanto, em sua porção oeste – nas encostas da Serra do Espinhaço – ocorre
vegetação típica do Cerrado, o que caracteriza esta faixa como uma zona de transição
entre esses dois biomas”.

3.6.1 Vegetação

O termo vegetação se refere ao conjunto dos vegetais que são encontrados em


um determinado local. A vegetação inclui a flora terrestre, ou seja, a vegetação nativa,
juntamente com a vegetação de espécies que foram importadas, ou seja, a vegetação que
não é nativa.

Itabira, por ser uma cidade mineradora, teve diversas áreas em que a cobertura
vegetal original foi substituída pelas lavras de mineração, também são encontradas áreas
que foram substituídas por pastagens e pelos reflorestamentos de eucaliptos.

Segundo Alvarenga et al. (2015) a respeito do estudo de Silva et al. (2010), a


ocupação espacial predominante no território itabirano são áreas de pastagens. As áreas
tidas como como Áreas de Preservação Permanente (APPs), são: 46% são ocupadas por
pastagem, 31% por vegetação arbórea natural, 7% por pinus e eucalipto, 6% por
capoeira e 4% por campo rupestre. Além disso a mineração ocupa 3% das APPs e áreas
urbanizadas totalizam 1%. As outras classes de uso da terra correspondem a 2% do total
de APPs.

Itabira, possui três unidades de conservação localizadas dentro do seu território


municipal, são elas: Parque Natural Municipal do Intelecto com uma área de 35,13
hectares, Parque Natural Municipal do Ribeirão São José com 74,33 hectares e Parque
Natural Municipal do Rio Tanque abrangendo uma área de 247,18 hectares (Prefeitura
de Itabira, 2014).

3.6.2 Fauna

Entende-se pela fauna de uma região todo o conjunto de animais que nela vive.
Por apresentar características distintas cada bioma tem sua fauna específica, que são os
animais que se adaptaram ao local.

25
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

O Brasil, por possuir um vasto território e diferentes biomas, possui uma vasta
diversidade biológica. Já o estado de Minas Gerais, por ser o quarto maior estado em
tamanho territorial do Brasil, e possuir três diferentes biomas, possui uma parte
considerável das espécies animais que são encontradas no país.

3.6.2.1 Mamíferos

Os mamíferos são animais vertebrados que possuem glândulas mamárias, além


disso possuem também sexos separados, ou seja, eles são dioicos.

O estado mineiro possui cerca de 190 (cento e noventa) espécies de mamíferos,


representando 40% (quarenta por cento) das espécies de mamíferos considerados como
não aquáticos do Brasil (SMMA, 2009 apuld RYLANDS et al, 1988).

De acordo SMMA, 2009 apuld Biodiversitas, 1998:

A grande maioria das espécies até então registradas no Estado ocorrem na


Mata Atlântica, sendo aproximadamente 1/3 (65 espécies) exclusivas desse
bioma. Minas Gerais abriga cerca de 70% (setenta por cento) das espécies de
mamíferos que ocorrem em todo o domínio da Mata Atlântica.

3.6.2.2 Anfíbios

São chamados de anfíbios os animais vertebrados, que vivem entre os


ambientes terrestres e aquáticos, e que possuem pele muito fina e lisa, precisando
mantê-la sempre úmida.

Por possuir muitos ambientes aquáticos como: rios, represas, lagoas e lagos;
Minas Gerais possui uma quantidade significativa de anfíbios, de diferentes espécies.
No município de Itabira são encontradas quinze espécies de anfíbios (14 Anura e 1
Gymnophiona), distribuídas em 4 (quatro) famílias (SMMA, 2009).

Segundo Biodiversitas, 1998 citado por SMMA, 2009:

Estima-se que cerca de 200 (duzentas) espécies de anfíbios ocorram nos


diversos ecossistemas do Estado, o que representa 1/3 (um terço) do total do
país, sendo que a variedade de biomas e variações altitudinais de Minas
Gerais, aliada à sua posição neotropical, possibilita a ocorrência dessa alta
biodiversidade de anfíbios.

26
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

3.6.2.3 Aves

São tidos como aves os animais vertebrados, bípedes, e possui asas e penas,
garantindo-lhes a capacidade de voar. A respeito das espécies de aves encontradas no
município de Itabira, o documento escrito pela SMMA, 2009 relata que:

Para esse total de 254 (duzentas e cinqüenta e quatro) espécies, Tyrannidae,


Emberezidae, Furnarridae e Thamnophilidae destacaram-se como as famílias
mais diversificadas da ordem Passeriformes, cada uma com 53 (cinqüenta e
três), 44 (quarenta e quatro), 16 (dezesseis) e 15 (quinze) espécies,
respectivamente. Trochilidae e Columbidae, representadas por 10 (dez)
espécies e 8 (oito) espécies, respectivamente, seguidas de Cuculidae e
Picidae, ambas com 6 (seis) espécies cada, sobressaíram entre os
nãopasseriformes, ordem cujo total de espécies correspondeu a 35% (trinta e
cinco por cento) (90 espécies) do total até agora relacionados para Itabira.

3.7 Aspectos históricos e culturais (Patrimônio material e imaterial)

O patrimônio cultural é compreendido como os elementos materiais e imateriais,


naturais ou culturais, herdados do passado ou criados no presente, no qual um
determinado grupo de indivíduos reconhece sinais de sua identidade. (CASTILLO,
1996). Os elementos culturais são criados com base nas manifestações materiais e
imateriais dos sujeitos que nos precederam, no caso dos materiais, inclui objetos e
estruturas dotadas de valor histórico cultural e artístico, e imateriais está relacionado aos
saberes, crenças, ao modo de ser das pessoas. Já os elementos naturais dizem respeito a
física, biologia e geologia, áreas que possuem formações naturais que podem explicar os
processos de formação da terra, espécies animais e vegetais em risco de extinção que
possuam processos biológicos importantes para manutenção do ecossistema e paisagens
naturais de grande beleza, constituem patrimônio natural.

O Brasil possui grande diversidade cultural, isso se deve a grande desigualdade,


resultado de relações de dominação e subordinação que marcaram a história do país,
assim como sua vasta extensão territorial, e a grande diversidade de povos com culturas
diferentes. São diversas as crenças, religiões, costumes e falas que representam cada
região ou comunidade, e cada um desses aspectos citados estão relacionados a

27
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

patrimônios materiais, como esculturas, igrejas antigas, entre outros. Quanto ao


patrimônio natural também possui grande riqueza, são cinco biomas, incluindo Cerrado,
Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga, Pantanal e Pampa, possuindo grande
biodiversidade, esses biomas também influenciam na cultura local, pois impactam nas
atividades e estilo de vida da comunidade. A proteção deste vasto patrimônio se faz com
participação das comunidades que os detêm, pois possuem o conhecimento fundamental
na identificação, conservação e difusão desses bens.

3.8 Visitações na área

Segundo a lei 9.985/2010 (SNUC), existem dois grupos básicos de unidades de


conservação, as unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável, cada um
desses grupos contém várias categorias, com regras e normas de utilização próprias de
cada uma. As unidades de proteção integral têm como objetivo básico a preservação da
natureza, sendo permitido apenas o uso indireto de seus recursos naturais, com exceção
de casos previstos na lei. Já as unidades de uso sustentável, visam conciliar a
preservação da natureza com o uso sustentável de parte de seus recursos.

As unidades de proteção integral são divididas nas categorias de Estação


Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida
Silvestre. Estações ecológicas, além da preservação da natureza tem como objetivo a
realização de pesquisas científicas, é de posse e domínio público, sendo que as áreas
particulares incluídas dentro de seus limites são desapropriadas, é proibida a visitação
pública, exceto quando o objetivo é educacional, e de acordo com o plano de manejo da
unidade ou regulamentos específicos, são permitidas alterações dos ecossistemas apenas
quando o intuito é a preservação e manutenção da natureza e coletas de componentes do
ecossistema com fins científicos, as reservas biológicas possuem características
parecidas tendo como objetivo a preservação integral da biota e demais características
naturais presentes em seu território, sem interferência humana direta ou modificações
ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação e manejo necessárias a
preservação. O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilita a
realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação
ambiental, de recreação em contato com a natureza e turismo ecológico, a visitação
pública está sujeita às normas estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, pelo órgão
28
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

responsável, e àquelas previstas em regulamento, quando criadas no Estado ou


Município, serão denominadas, Parque Estadual e Parque Natural Municipal, o
Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares
ou de grande beleza cênica, diferente dos apresentados anteriormente pode ser
constituído por áreas particulares, desde que haja concordância entre as atividades do
proprietário e os objetivos da unidade, e a visitação publica está sujeita as mesmas
exigências da unidade anterior, e por fim o Refúgio da Vida Silvestre tem como
objetivo, proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência e
reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou
migratória, as exigências para visitação pública e áreas particulares são as mesmas da
anterior.

Com relação as unidades de uso sustentável, como o próprio nome diz possui
normas e exigências mais liberais que as de proteção integral, porém não menos
importantes, segundo a mesma lei 1.985/2000 constituem esse grupo: Área de Proteção
Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva
Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, e Reserva
Particular do Patrimônio Natural. Quanto a propriedade apenas a Área de Proteção
Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico e Reserva Extrativista permitem
propriedades privadas, sendo que a última apenas das comunidades extrativistas, tendo
como objetivo básico proteger os meios de vida e a cultura dessas comunidades, e
assegurar o uso sustentável dos recursos naturais. Área de Proteção Ambiental é em
geral extensa, com um certo grau de ocupação humana enquanto a Área de Relevante
Interesse Ecológico é em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação
humana. A Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal de espécies
predominantemente nativas é admitida a permanência de populações tradicionais que a
habitam quando de sua criação, a visitação pública é permitida, quando em acordo com
às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e a pesquisa é
permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável e a
regulamentos, quanto as demais são permitidas visitações públicas e pesquisa cientifica.
A exemplo da Reserva Extrativista é proibido o exercício da caça amadorística ou
profissional na Reserva de Fauna.

29
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

4. DIAGNÓSTICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO VISTA


ALEGRE

O córrego Vista Alegre, juntamente com seus afluentes, possuem características


singulares e problemas de manejo, ou até mesmo ausência de manejo. Por fim, estudar
também sobre os moradores no interior da bacia, foi aplicado um questionário
socioambiental e econômico, para analisar o perfil das residências e os residentes da
região.

O questionário aborda questões como a renda residencial, como levantamento


econômico, nível de escolaridade e quantidade de moradores por casa, para sondagem
social e a presença de infraestruturas básicas, como energia elétrica, abastecimento de
água, esgotamento sanitário e tratamento de resíduos sólidos, para observações
ambientais.

Questões que foram levantadas também foram sobre a perenidade do córrego


Vista Alegre, os possíveis danos que já podem ter ocorrido em caso de enchentes e
também a presença de grutas na região, para estudo de espeleologia.

4.1 Questionário socioambiental

A Protect Consultoria, a fim de definir parâmetros da região da bacia do Córrego


Vista Alegre, buscou dados referentes as questões sociais, econômicas e ambientais.
Esses dados permite uma investigação técnica de informações com objetivo de
proporcionar determinado conhecimento ao pesquisador. Aplicado a situação atual, foi
utilizado de forma a obter informações sobre a renda e forma de moradias, como
também dados sobre infraestrutura e perenidade do rio.

Vale ressaltar que houve apenas 16 moradias que responderam ao questionário,


visto que na bacia encontram-se bastantes residências para temporadas (feriados e finais
de semanas). Foi observado um

O questionário foi aplicado no dia 05/06/ 2018 (terça feira) às 13h30min até
15h30min e no dia 06/06/2018 (quarta feira) às 10h00min às 11h45min.

Na figura (7) pode-se encontrar os dados de renda por moradia.

30
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (7) – Dado econômico por residência da bacia do córrego Vista Alegre.

Renda por moradia


1
Acima de 10 salários mínimos

1
De 7 a 10 salários mínimos
Renda estimada

1
De 4 a 7 salários mínimos

9
De 1 a 3 salários mínimos

3
Menos que 1 salário mínimo

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Quantidade de Moradias

Fonte: autores deste estudo.


Através dessa pesquisa pode-se concluir que pessoas com moradias permanentes
na região pertencem predominantemente à classe econômica baixa. Portanto, as pessoas
moradoras a região dificilmente tem condições financeiras para fazer adquirir unidades
de infraestrutura básica da rede privada.

Foi feito o levantamento de quantas pessoas residem por moradia, dividindo em


forma escalada de moradores. A figura (8) apresenta as informações de moradores per
moradia da comunidade da Bacia do Córrego Vista Alegres.

31
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (8) – Quantidade de moradores por casa.

Quantidade de moradores por casa


10
9
9
Quantidade de moradias

8
7
7
6
5
4
3
2 1
1 0 0
0
Moro sozinho Uma à três Quatro a sete Oito a dez Mais de dez
Faixas de quantidade de moradores

Fonte: autores deste estudo.


Foi registrado um maior número de moradias que habitam cerca de quatro a sete
pessoas. De acordo com a conversa com moradores, grandes partes da casa habitam: o
pai, a mãe, e, aproximadamente, 3 (três) filhos. Esse dado permite analisar possíveis
dimensionamentos de fossas sépticas, estimando uma casa com aproximadamente 6
(seis) pessoas.

O nível de escolaridade também é um parâmetro que permite associar o


conhecimento das pessoas a sua realidade. Portanto, na figura (9), pode-se observar esse
dado.

32
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (9) – Nível de escolaridade da população da bacia do Córrego Vista Alegre.

Escolaridade dos moradores


18 16
16
Quantidade de pessoas

14
12
10 9
8
8
6
4 3
2
2 0 0
0

Escolaridade

Fonte: autores deste estudo.


Nota-se que grande parte da comunidade da bacia possui o Ensino Fundamental
I. Isso é um indicador de conhecimento básico muito insuficiente para que o povoado
saiba das consequências de atitudes tomadas próximas ao córrego que possam vir
acarretar a má qualidade da água e estrutura do solo local.

4.2 Infraestrutura básica

A infraestrutura da bacia do córrego Vista Alegre possui infraestrutura pouco


investida, sendo predominante apenas o abastecimento de energia elétrica na região, no
qual é facilidade pela presença das linhas de transmissão que atravessa a bacia.

4.2.1 Saneamento básico

A infraestrutura básica do lugar é bem desfavorável para os moradores, sendo


apenas o abastecimento com energia elétrica um privilégio da região devido a linha de
transmissão que passa dentro da bacia. Na figura a seguir, podem-se destacar alguns
dados, são eles: abastecimento de água, esgotamento sanitário, tratamento de resíduo
sólido e abastecimento de energia elétrica.
33
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (10) – Quantidade de moradias com acesso a alguma forma de infraestrutura básica.

Quantidade de moradias com alguma forma de infraestrutura básica


18
16
16
14
14
Número de moradias

12 11
10
10

6 5
3 3
4
2
2
0 0 0
0
Não

Não

Não

Queima

Não produz
Sim

Sim

Sim

Empresa de coleta

Recicla/Reutiliza
Descarte qualquer
Energia Elétrica Esgotamento Sanitário Abastecimento de água Tratamento de resíduos sólidos
Infraestrutura básica

Fonte: autores deste estudo.


34
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Na figura (10), observa-se que as moradias que possuem energia elétrica são
abrangidas pela sua totalidade.

O abastecimento de água na comunidade do córrego Vista Alegre sofre com


problemas de incorporação das moradias. Dessa forma, eles utilizam a nascente como
sua principal fonte de fornecimento de água. Apenas 5 (cinco) moradias apresentaram
sistema de abastecimento de água fornecida pela SAAE.

O sistema de esgotamento sanitário da região é precário, consistindo apenas duas


moradias com sistemas de fossas sépticas, e inativadas por falta de manutenção. As
comunidades ribeirinhas sofrem mais com a falta de saneamento, sendo necessário o
descarte de suas necessidades fisiológicas diretamente no rio, comprometendo a
qualidade de água nos trechos posteriores, usados para dessedentação de animais.

A comunidade trata seus lixos de forma não sustentável, podem prejudicar o ar


da região, uma vez que a principal forma de tratar o lixo é incinerando. Normalmente
feitos em locais inapropriados, como barris e até mesmo em solo exposto, pode-se
originar queimadas e comprometer com a vegetação local, e também afugentar animais
da bacia. A sociedade que vivem mais próximas da rodovia tem acesso à empresa de
coleta de lixo, que passam em dias regulares na região. Porém, as comunidades que
vivem mais interiorizadas na bacia, praticam a incineração, e, raras às vezes aproveitam
o óleo e garrafas pets para reutilizar/reciclar.

4.3 Índice Ecológico Econômico

No ZZE-MG, continha informações como o índice ecológico econômico da


região, que permite avaliar a potencialidade social e a vulnerabilidade natural da área.
No mapa a seguir, contém o nível da área que foi trabalhada.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (11) – Mapa de Índice Ecológico Econômico da bacia.

Fonte: ZEE-MG (Adaptado pelos autores deste estudo).


De acordo com o Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado de Minas
Gerais, a bacia deste estudo se enquadra no potencial social muito favorável, e com
vulnerabilidade natural baixa e muito baixa. Com isso, o Índice Ecológico-Econômico
da Bacia é AA. Isso significa que a área quase não apresentam restrições significativas
quanto à utilização dos recursos naturais, pelo fato de que os mesmos se encontram
atualmente já com elevado poder de resiliência. A combinação de fatores
condicionantes determina esse nível de vulnerabilidade natural demandando
preocupações menos severas para implantação de qualquer empreendimento. As
estratégias de desenvolvimento dessas áreas podem apontar para ações que causem
impactos ambientais menores. Além de que possui condições gerais semelhantes, como
ponto de partida muito favorável para o desenvolvimento sustentável, em comparação
com todos os municípios do estado de Minas Gerais. Essa situação se traduz na
capacidade que possui de oferecer resposta superior aos investimentos realizados em
áreas estratégicas ou em setores específicos. Portanto, é uma região que possui capaci-

36
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

dades nos níveis estratégico, tático e operacional de ser facilmente estimulada para
alavancar o desenvolvimento sustentável local.

4.4 Clima

A cidade de Itabira conta com um clima tropical com inverno seco, clima típico
de zonas tropicais com estações definidas. Devido a fatores como o relevo sinuoso, o
uso e ocupação do solo da região (levando em conta a extensão do município, há
predominância de agricultura), e a presença de extensas áreas florestadas, as
temperaturas anuais não alcançam grandes patamares.

Figura (12) – Temperaturas máximas anuais

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (13) – Temperaturas médias anuais

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia

Figura (14) – Temperaturas mínimas anuais

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

O regime pluviométrico da região se caracteriza por dois períodos distintos:


chuvoso entre Novembro e Março, e seco entre Maio e Agosto. O mês com menores
precipitações é o de Julho, sendo esse o mês onde deve-se ter atenção especial no
manejo dos recursos hídricos, para evitar escassez.

Figura (15) – Regime pluviométrico do município de Itabira

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia


4.5 Hidrografia

A bacia do Córrego Vista Alegre é de 3ª ordem, com uma área de drenagem de


717,5 hectares de extensão, e uma rede fluvial de 14.274,62 m, sendo que 9.440,82 m
de primeira ordem, 3.174,78 m de segunda ordem e 1.658,02 m de terceira ordem. A
bacia possui formato alongado, o que facilita no escoamento da precipitação até o
exutório, sendo essa uma bacia com baixa propensão de ocorrência de inundações. O rio
principal da bacia é o Córrego Vista Alegre que deságua no Córrego Candidópolis,
importante curso d’água da região que abastece diversas comunidades, e também é
utilizado para o abastecimento do município de Itabira, sendo captado pelo SAAE.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (16) – Classificação hidrográfica da Bacia do Córrego Vista Alegre

Fonte: autores deste estudo.


Na tabela seguinte, os moradores puderam mencionar quantidades de vezes que
presenciaram a falta de água (seca completa) no córrego, as vezes que o rio ocorreu
enchentes que chegou ser prejudicial para atividades da região e a presença de grutas e
cavernas na área da bacia, a fim de estudar a espeleologia da região.

Tabela (3) – Respostas dos moradores quanto aos parâmetros do córrego e espeleologia
local.
Resposta de 1 (um) morador por casa
Parâmetro analisado Sim Não
Falta de água no córrego
15 1
Vista Alegre
Enchentes com prejuízo
9 7
econômico

Presença de gruta na região 16 0

Fonte: autores deste estudo.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

As observações feitas em campo da Protect Consultoria pode prever que o


córrego raramente poderia sofrer algum tipo de seca completa, uma vez que suas
nascentes são bem vegetadas e protegidas, até mesmo pelos moradores da região, sendo
também bem fiscalizadas pela prefeitura municipal.

Como as precipitações na região ocorrem de forma irregular, ou seja, há


períodos de estiagem e chuvosos perenes. A intensidade de chuva aliado a grande
precipitação permite que o nível de água do córrego suba o que pode atrapalhar em
atividades agropecuárias da região.

4.6 Espeleologia

Como as formações de cavernas usualmente ocorrem em áreas cársticas, essa


não presente nos limites da bacia, não foram encontradas cavidades naturais
subterrâneas. Um questionário foi realizado para averiguar o fato com a população
local, e foi confirmada a ausência dessas formações.

4.7 Bioma

4.7.1 Caracterização da Flora

O termo vegetação se refere ao conjunto dos vegetais que são encontrados em


um determinado local. A vegetação inclui a flora terrestre, ou seja, a vegetação nativa,
juntamente com a vegetação de espécies que foram importadas, ou seja, a vegetação que
não é nativa.

Itabira, por ser uma cidade mineradora, teve diversas áreas em que a cobertura
vegetal original foi substituída pelas lavras de mineração, também são encontradas áreas
que foram substituídas por pastagens e pelos reflorestamentos de eucaliptos.

Segundo Alvarenga et al. (2015) a respeito do estudo de Silva et al. (2010), a


ocupação espacial predominante no território itabirano são áreas de pastagens. As áreas
tidas como como Áreas de Preservação Permanente (APPs), são: 46% são ocupadas por
pastagem, 31% por vegetação arbórea natural, 7% por pinus e eucalipto, 6% por
capoeira e 4% por campo rupestre. Além disso a mineração ocupa 3% das APPs e áreas
urbanizadas totalizam 1%. As outras classes de uso da terra correspondem a 2% do total
de APPs.
41
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (17) - Plantações de Eucalipto.

Fonte: Autores deste estudo.


Itabira possui três unidades de conservação localizadas dentro do seu território
municipal, são elas: Parque Natural Municipal do Intelecto com uma área de 35,13
hectares, Parque Natural Municipal do Ribeirão São José com 74,33 hectares e Parque
Natural Municipal do Rio Tanque abrangendo uma área de 247,18 hectares (Prefeitura
de Itabira, 2014).

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (18) – Espécies de Floribunda (Rosa chinesis), Camélia (Camellia sasanqua) e


Hibisco (Chinese hibiscus) foram encontrados na visita a bacia.

Fonte: autores deste estudo.


Há possibilidades de essas espécies terem surgidos na região através de agentes
polinizadores, tais como abelhas, pássaros, morcegos e alguns insetos, uma vez que
essas espécies não são nativas na da vegetação local, porém, com fácil adaptabilidade.
43
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Também foi identificado espécies de ensete (falsas bananeiras, Ensete


venticosum), que é bastante disseminada na região sudeste, já que é uma espécie
bastante resistente e longa vida útil. Ela possui cachos de bananas, que não possuem
sabores e tamanhos tão atrativos como das bananeiras verdadeiras.

Figura (19) – Presença de Ensete vesticosum na bacia do Córrego Vista Alegre.

Fonte: autores deste estudo.


Apesar de a bacia ter bastante controle fiscal das autoridades, a integridade da
flora é uma situação preocupante devida ao avanço da urbanização. Localizada em uma
região semiurbana, é notável que a sociedade urbana vem crescendo, diante do cenário
do aumento de oportunidades de emprego e qualidade de vida que as cidades
proporcionam. No mapa a seguir, podemos perceber como a integridade da flora foi
afetada devido a ampliação o centro urbano.

44
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (20) – Mapa de integridade da Flora na Bacia do Córrego Vista Alegre

Fonte: ZEE-MG (Adaptado pelos autores do trabalho).


4.7.2 Caracterização da fauna

A fauna que foi encontrada durante a visita em campo foi uma cobra, da espécie
Crotalus durissus. A presença do animal pode permitir algumas conclusões em relação
a presença de outros animais, tais como: pequenos mamíferos roedores, aves (garças e
gaviões, por exemplo), anfíbios, peixes caramujos, lesmas, ovos, e, possivelmente,
outras cobras.

Na figura (21) apresenta a imagem de uma cascavel, aparentemente filhote,


encontrada no interior da bacia.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (21) – Cascavel encontrada na bacia do córrego Vista Alegre.

Fonte: autores deste estudo.


Foi observada durante a visita a presença de uma criação de abelhas, o que pode
também aumentar a oferta de espécies da região, e adotando como um animal
fundamental para polinização de espécies da flora e também disseminadores de
sementes. Equinocultura também é uma atividade praticada também, devido à
proximidade de um haras de cavalo.

Figura (22) – Apicultura na região da bacia do Córrego Vista Alegre.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Fonte: autores deste estudo.

Figura (23) – Equinocultura na região da bacia do Córrego Vista Alegre.

Fonte: autores deste estudo.


A presença de macrofauna na região não pode ser observada, uma vez que a
constante presença de pessoas e animais domésticos afugenta os animais no período do
dia, sendo mais evidente a existência nos períodos noturnos, como estratégia de
sobrevivência e mimetismo animal. No mapa a seguir, apresenta as condições de
integridade da fauna, que por sua totalidade foi afugentada, porém há trechos nos
limites municipais de Itabira que apresentam índices altos de completude da vida
animal.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (24) – Mapa de Integridade da Fauna da bacia.

Fonte: ZEE-MG (Adaptado pelos autores do trabalho).


4.7.3 Definição de áreas de APP

A delimitação das áreas de APP foi feita conforme consta na Lei 12.615/2012
que dispõe sobre o tamanho da faixa vegetal característica de mata ciliar nos cursos
d’água, e da resolução CONAMA nº 303 que dispõe sobre a conservação de áreas
delimitadas a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima da
elevação em relação a base do morro. A importância da preservação da vegetação de
topo de morro se deve ao fato dessas áreas, quando consolidadas, são áreas de recarga
da bacia hidrográfica, ponto importante para a manutenção da abundância hídrica de
toda a região.

Da área considerada como APP de topo de morro, apenas 55,96% se mantém


preservada, enquanto os outros 44,04% necessitam de intervenções para a recuperação
da integridade natural do local. Já as áreas de mata ciliar, apenas 37,36% possuem a

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

vegetação que é necessária de acordo com a legislação vigente, enquanto os outros


62,64% estão sem quaisquer tipo de proteção vegetal, estando sujeitas a atividades
antrópicas, pisoteio de animais e carreamento de sedimentos.

Figura (25) – Mapas de áreas de APP da bacia do Córrego Vista Alegre

Fonte: autores deste estudo.

As APP’s da bacia representam 190,3 ha, o que corresponde a 26,38% da área total da
bacia, e são formadas por faixas marginais em ambos os lados dos cursos d’água em 30
metros, áreas no entorno das nascentes com pelo menos 50 metros de raio, topos de
morro delimitados por dois terços à altura base do morro de menor altura.

Das 12 nascentes encontradas na bacia, 8 não possuem a faixa de 50 metros em


estado de degradação por conta de ações antrópicas, enquanto as outras 4 possuem bom
estado de conservação.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Verifica-se que a bacia em um panorama geral, é medianamente antropizada, o


que levanta questões sobre o enquadramento de diversos pontos e questões quanto a
legislação vigente que não está sendo executada no local. Isso leva a deterioração não só
da vegetação, como também do solo, que fica mais suscetível a erosão, e da água, que
recebe diversos sedimentos e outros tipos de substâncias que são lançados ou carreados
das plantações e criações de animais para esses corpos d’água.

As ações do plano de manejo devem ser orientadas para que medidas de intervenção
contemplem as necessidades sociais e ambientais da bacia, para que haja a recuperação
das áreas necessárias, visando a reconstituição de ecossistemas naturais, não
prejudicando também os interesses e as rotinas da população local.

4.8 Declividade

A realização de análises altimétricas para o trabalho foi feita a partir de dados


referente a imagem SPOT 4 resolução 10 x 10 metros através do software ArcGis
(10.5).Os intervalos contidos no terreno foram classificados de acordo com a tabela
sugerida por EMBRAPA (1979) que podem ser verificados na tabela X

Tabela (4) – Classes de declividade.

Plano 0 - 3%

Suave-ondulado 3 - 8%

Ondulado 8 - 20%

Forte-ondulado 20 - 45%

Montanhoso 45 - 75%

Forte-montanhoso > 75%)

Fonte: EMBRAPA (1979)


Figura (26) – Mapa de declividade da bacia do Córrego Vista Alegre.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Fonte: autores deste estudo.

De acordo com EMBRAPA (1979) ,a análise da fragilidade potencial se baseia


na análise dos elementos físico - naturais,utilizando as seguintes variáveis da região a
ser estudada: classes de declividade, classes de solos, geologia e clima. Assim
conseguimos qualitativa a região da bacia do Córrego Vista Alegre como intervalo de
declividade predominante muito Plano, Suave-ondulado e Ondulado.

4.9 Geologia

A região do município de Itabira possui grandes elevações, o que proporciona


solos mais jovens do que encontrados em grandes planícies ou em áreas de perfil mais
sedimentado. Portanto, foram observados 13 (trezes) tipos de formações pedológicas no
limite municipal de Itabira, sendo predominante na bacia do Córrego Vista Alegre o
Latossolo Vermelho Distrófico e também com presença de Latossolo
Vermelho/Amarelo Distrófico. No mapa a seguir, pode se observar essas
predominâncias do solo tanto no limite municipal quanto no limite hidrográfico da
bacia.
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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (27) – Mapa de formações pedológicas do limite municipal de Itabira e da bacia


do Córrego Vista Alegre.

Fontes: ZEE-MG (Adaptado pelos autores do trabalho).

Dentre os limites municipais encontram-se duas formas de estruturas geológicas,


são elas fraturas e falhas. São encontradas em grande parte na região centro-sul do
limite. Já na bacia, foi identificada uma forma de estrutura, sendo ela a fratura, no qual
se encontra a jusante do Córrego Vista Alegre.

Figura (28) – Mapa de Estruturas Geológicas da Bacia.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Fonte: IBGE (Adaptado pelos autores deste estudo).

4.10 Atividades desenvolvidas na Bacia

A região da bacia do Córrego Vista Alegre pertence a uma área semiurbana, foi
observado pequenas atividades de agricultura e pecuária, como também uma prática
extrativista no entorno. Portanto, foi mapeado áreas de agricultura, pecuária e
mineradora, apresentando pontos de possíveis erosões e mau uso do solo e da água.

Na imagem a seguir, dá pra identificar os pontos das atividades na bacia.

Figura (29) – Localização dos pontos de atividades econômicas na bacia.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Fonte: autores deste estudo.

As presenças das atividades agricultoras e pecuárias são no entorno dos cursos


d’água, normalmente para facilitar a dessedentação de animais e irrigação de mudas e
hortaliças. A atividade mineradora está próxima a estrada e do córrego, o que pode gerar
problemas de infraestrutura e alteração na qualidade da água e do solo da região.

Foi calculada uma área de aproximadamente 50003 m² de mineração, 72544 m²


de agricultura, enquanto a pecuária possuía 74101 m². Deste modo, a atividade na
criação de animais é que a maior da bacia.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

4.11 Patrimônio Material

O mapa abaixo traz a localidade dos patrimônios materiais mais relevantes da sub
bacia, como pode-se notar todos eles se encontram em uma pequena área, denominada
aqui como centro comercial, onde estão a maior parte das residências de morada fixa,
essa área possui um campo gramado de futebol, uma lagoa artificial e uma igreja, esta
reforça o aspecto religioso da cultura local.

Figura (30) – Localização dos principais propriedades da bacia.

Fonte: autores deste estudo.

A área de estudo está inserida no quadrilátero ferrífero, onde estão localizadas


grandes reservas minerais, situada no município de Itabira MG, também conhecida
como cidade do ferro, por ser o berço de criação da Vale S.A. em 1942. Tem como
principal atividade econômica a mineração de ferro, seguido da pecuária extensiva, que

55
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

não produz riqueza semelhante a primeira, porém causa problemas semelhantes a


mineração (SAAE Itabira, 2010)

Com base em dados para a o município de Itabira, nota-se forte influência


Católica Apostólica Romana, segundo o Censo Demográfico (IBGE, 2010) cerca de
82.363 moradores pertenciam a essa religião confirmando a grande influência da mesma
na cultura da área de estudo, do restante 21.052 se denominaram Evangélicos e 1.020
Espíritas, entre outras religiões com pouca influência no contexto do município.

4.12 Visitações na área

A sub bacia do córrego Vista alegre, está localizada dentro da bacia do córrego
Candidópolis, no Município de Itabira-MG, seu acesso principal é feito pela rodovia
LMG-779, conhecida como Estrada do Forninho, liga Itabira a João Monlevade. Essa
rodovia atravessa de sul a noroeste a área da sub-bacia, acompanhando como na maioria
dos casos o curso d’agua principal, como mostrado no mapa abaixo.

Figura (31) – Mapeamentos das rodovias e estradas não pavimentadas da bacia.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Além do acesso principal o mapa mostra os acessos secundários, feitos por meio
de estradas não pavimentadas, estas contornam na maioria dos casos os afluentes do
canal principal e possuem comprimento total de 9,595km, com a função de ligar a
rodovia aos sítios localizados dentro da bacia do Vista Alegre e a outras sub-bacias do
entorno.

Através de visitações feitas na área foi levantado que as estradas não


pavimentadas estão em condições relativamente boas, ou seja, estão aptas para o uso a
que são destinadas, porém, existem pontos em que se faz necessário correção da rede de
drenagem e contenção do talude, reduzindo o risco de erosões no solo, o que irá
favorecer a manutenção da qualidade das estradas e dos cursos d’água em que elas
circundam.
57
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

5. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Principalmente após a revolução industrial, o homem passou a explorar cada


vez mais os recursos naturais, muitas vezes de maneira desordenada e sem pensar nas
consequências futuras. Isso fez com que ocorressem diversos danos ao meio ambiente
como: poluição, degradação e destruição do habitat natural de diversas espécies de
fauna e flora, fazendo com que elas viessem a ser extintas. Esses são alguns dos motivos
que fizeram com que a sociedade passasse a se preocupar com o uso sustentável dos
recursos naturais, e para que esse uso fosse regulamentado e fiscalizado foram criadas
políticas, legislações e órgãos a fim de garantir a conservação e o uso sustentável dos
recursos ambientais.

A presente seção tem por finalidade apontar maneiras de se realizar o manejo e


conservação de bacias atendendo aos requisitos legais nas esferas federal, estadual e
municipal.

5.1 Esfera Federal

a) Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981

Nesta lei consta os mecanismos de formulação e aplicação da Política Nacional


do Meio Ambiente (PNMA), e dá outras providências. A PNMA, visa condicionar no
Brasil, o desenvolvimento socioeconômico de maneira segura, de acordo com os
interesses da segurança nacional e protegendo a dignidade da vida humana.

Os objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente são previstos no artigo


segundo, são eles a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental,
atendidos dez princípios, sendo eles:

I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando


o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente
assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

58
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente


poluidoras;

VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso


racional e a proteção dos recursos ambientais;

VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII - recuperação de áreas degradadas;

IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da


comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do
meio ambiente.

b) Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997

Em 8 de janeiro de 1997, foi criada a Lei nº 9.433, além de instituir a Política


Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criar o Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos (Singreh), esta lei regulamentou o inciso XIX do art. 21 da
Constituição Federal, e também alterou o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de
1990, modificando a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

O primeiro artigo da lei da PNRH é sobre seus fundamentos, que tem como
base os seguintes incisos:

I - a água é um bem de domínio público;


II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o
consumo humano e a dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo
das águas;
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a
participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

Um dos objetivos citados no artigo segundo é que a lei tem por intuito
assegurar às gerações presentes e futuras a disponibilidade de água de qualidade

59
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

adequada aos respectivos usos. A fim de para atingir os objetivo da lei, é definido no
artigo 5° os instrumentos da PNRH, são eles: Planos de Recursos Hídricos,
enquadramento dos corpos de água classificados de acordo com os usos preponderantes
da água, outorga para os direitos de utilização de recursos hídricos, cobrança para se
utilizar os recursos hídricos, compensação para os municípios e o Sistema de
Informações sobre Recursos Hídricos.

c) Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000

A lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 tem por finalidade fazer a


regulamentação do art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, e
também de instituir o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
(SNUC) e dá outras providências.

Essa legislação, define plano de manejo como sendo: “um documento técnico
mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação,
se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o
manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias
à gestão da unidade” (BRASIL, 2000).

Segundo o Art. 4o o SNUC tem objetiva:

I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos


genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;

II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e


nacional;

III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de


ecossistemas naturais;

IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;

V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da


natureza no processo de desenvolvimento;

VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;

VII - proteger as características relevantes de natureza geológica,


geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;

60
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;

IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;

X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica,


estudos e monitoramento ambiental;

XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;

XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a


recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;

XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações


tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e
promovendo-as social e economicamente.

d) Decreto 4.297, de 10 de julho de 2002

A partir de 10 de julho de 2002 tornou-se vigente o Decreto 4.297, que tem por
finalidade fazer a regulamentação do art. 9o, inciso II, da Lei no 6.938, de 31 de agosto
de 1981, para estabelecimento dos critérios para o Zoneamento Ecológico-Econômico
do Brasil - ZEE, e dá outras providências. Sendo um dos instrumentos da PNMA o
ZEE, e tem como instrumentos e objetivos:

Art. 2o: O ZEE, instrumento de organização do território a ser


obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades
públicas e privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental
destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo
e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável
e a melhoria das condições de vida da população.

Art. 3o: O ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as
decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas,
projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais,
assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos
ecossistemas.

e) Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012

61
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

A lei federal de nº 12.651, é a que diz respeito à proteção da vegetação nativa;


alterando as leis número 6.938 e 9.393 e 11.428, e fazendo a revogação das leis 4.771 e
7.754, e a Medida Provisória no 2.166-67, e dá outras providências.

No primeiro artigo desta lei tem-se as normas gerais estabelecidas a respeito da


proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a
exploração de florestas, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem
dos produtos das florestas e o controle e prevenção dos incêndios florestais, prevendo
instrumentos econômicos e financeiros para que seus objetivos possam ser alcançados.

Para atingir o objetivo do desenvolvimento ocorrer de maneira sustentável, esta


lei terá de atender princípios como os incisos abaixo do parágrafo único:

I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas


florestas e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade,
do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema climático, para o
bem estar das gerações presentes e futuras; III -
ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o
compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso
produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da vegetação;

No artigo terceiro, para os efeitos desta referida lei, entende-se a partir dos incisos
ll e Vll, APP e manejo sustentável como sendo respectivamente:

II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não


por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o
fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas;

VII - manejo sustentável: administração da vegetação natural para a obtenção


de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os
mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-
se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies
madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como
a utilização de outros bens e serviços;

f) Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012

62
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

O decreto de número 7.830 tem por finalidade dispor a respeito do Sistema de


Cadastro Ambiental Rural (SICAR), do Cadastro Ambiental Rural (CAR), e também
estabelece normas de caráter geral aos Programas de Regularização Ambiental (PRA),
de que são tratados na lei de número 12.651, de 25 de maio de 2012, e dá outras
providências.

Para os efeitos deste Decreto, o artigo segundo do mesmo define como sendo
SICAR, CAR e termo de compromisso:

I - Sistema de Cadastro Ambiental Rural - SICAR - sistema eletrônico de


âmbito nacional destinado ao gerenciamento de informações ambientais dos
imóveis rurais;
II - Cadastro Ambiental Rural - CAR - registro eletrônico de abrangência
nacional junto ao órgão ambiental competente, no âmbito do Sistema
Nacional de Informação sobre Meio Ambiente – SINIMA, obrigatório para
todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações
ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para
controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao
desmatamento;
III - termo de compromisso - documento formal de adesão ao Programa de
Regularização Ambiental - PRA, que contenha, no mínimo, os compromissos
de manter, recuperar ou recompor as áreas de preservação permanente, de
reserva legal e de uso restrito do imóvel rural, ou ainda de compensar áreas
de reserva legal;

g) Decreto nº 8.235, de 5 de maio de 2014

O decreto nº 8.235, visa estabelecer as normas gerais que complementam os


Programas de Regularização Ambiental de todos os estados brasileiros e também do
Distrito Federal, que são tratadas no decreto no 7.830, além disso institui o Programa
Mais Ambiente Brasil, e dá outras providências. A respeito dos programas que são
normatizados por este decreto temos que:

Art. 2o Os programas a que se refere este Decreto restringem-se à


regularização das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de
uso restrito, que poderá ser efetivada mediante recuperação, recomposição,
regeneração ou compensação (BRASIL, 2014).

h) Resolução N° 429, de 28 de fevereiro de 2011

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Está em vigor a Resolução Conama nº 429, de 28 de fevereiro de 2011, que


dispõe a respeito da metodologia utilizada para a recuperação das Áreas de Preservação
Permanente (APPs), sendo esta metodologia de interesse social.

Conforme o artigo terceiro, os métodos utilizados para se recuperar APP são:


“I - condução da regeneração natural de espécies nativas; II - plantio de espécies
nativas; e III - plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração
natural de espécies nativas”.

5.2 Esfera Estadual

a) Lei nº 12.596, de 30 de julho de 1997.

Dispondo a respeito da ocupação, uso, manejo e conservação do solo agrícola e


dá outras providências; a lei estadual nº 12.596, de 30 de julho de 1997 define o solo
agrícola como sendo um bem de comum interesse a todos os habitantes de Minas
Gerais, sendo função do poder público disciplinar o maneira que deve ser realizado o
uso, ocupação e conservação do mesmo. Além disso a lei ressalta que o proprietário de
fração do solo agrícola tem diretamente responsabilidade por sua conservação e também
pela otimização de sua exploração econômica.

A lei em seu artigo segundo, considera como sendo solo agrícola: “a camada
superficial da crosta terrestre adequada à exploração agrossilvipastoril e à conservação
de recursos naturais, sobretudo dos recursos hídricos”. No artigo quinto que se refere ao
planejamento do uso adequado do solo agrícola, fala que a unidade de referência
utilizada deve ser a sub-bacia hidrográfica, independentemente das divisas ou dos
limites das propriedades rurais.

b) Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999.

A lei mineira nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999, é a que dispõe a respeito da


Política Estadual de Recursos Hídricos e dá outras providências. A Política Estadual de
Recursos Hídricos visa assegurar a utilização da água em quantidade, qualidade e
regime satisfatórios para os atuais e futuros usuários.

São observados nesta lei diversos pontos que devem ser considerados na sua
execução, dentre eles:
64
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Art. 3º – Na execução da Política Estadual de Recursos Hídricos, serão


observados:
I – o direito de acesso de todos aos recursos hídricos, com prioridade para o
abastecimento público e a manutenção dos ecossistemas;
[...]
III – o reconhecimento dos recursos hídricos como bem natural de valor
ecológico, social e econômico, cuja utilização deve ser orientada pelos
princípios do desenvolvimento sustentável;
IV – a adoção da bacia hidrográfica, vista como sistema integrado que
engloba os meios físico, biótico e antrópico, como unidade físico-territorial
de planejamento e gerenciamento;
[...]
XIII – a participação do poder público, dos usuários e das comunidades na
gestão dos recursos hídricos.

c) Lei n° 13.771, de 11 de dezembro de 2000

Considerando as águas subterrâneas, como as águas existentes no solo e no


subsolo, a lei n° 13.771, de 11 de dezembro de 2000, do Estado de Minas Gerais tem
por finalidade dispor sobre a administração, a proteção e a conservação das águas
subterrâneas que são de domínio do Estado e também dá outras providências.

A respeito do gerenciamento das águas subterrâneas, essa lei rege que:

Art. 3º - O gerenciamento das águas subterrâneas compreende:


I - a sua avaliação quantitativa e qualitativa e o planejamento de seu
aproveitamento racional;
II - a outorga e a fiscalização dos direitos de uso dessas águas;
III - a adoção de medidas relativas à sua conservação, preservação e
recuperação.

Para que seja eficaz o gerenciamento das águas subterrâneas, devem ser
realizadas as ações citadas no artigo abaixo:

Art. 4º - O Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM - desenvolverá


ações visando a promover o gerenciamento eficaz das águas subterrâneas,
mediante:
I - a instituição e a manutenção de cadastro de poços e outras captações;
II - a proposição e a implantação de programas permanentes de conservação e
proteção dos aqüíferos, visando ao seu uso sustentado;

65
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

III - a implantação de sistemas de outorga e de consulta permanente, de


forma a otimizar o atendimento aos usuários de produtos e serviços.

d) Lei nº 15.027, de 19 de janeiro de 2004.

A lei lei nº 15.027 foi criada com o objetivo de instituir a Reserva Particular de
Recomposição Ambiental - RPRA, e também de fazer alterações nos arts. 17 e 52 da
Lei nº 14.309, e o Anexo IV da Lei nº 13.803.

Para efeitos legais desta lei, a RPRA, é tida como sendo a área degradada por
atividade agrícola, pastoril ou silvicultural, gravada com perpetuidade e destinada a
recuperação ambiental, podendo pertencer a um ou mais proprietários, sendo ela de
domínio privado. No artigo 3º, fica estabelecido que:

Art. 3º - A RPRA, prioritariamente destinada a constituição de reserva legal


de propriedades rurais, poderá ser usada alternativamente para:

I - pesquisa científica;
II - produção de bens florestais não lenhosos;
III - produção de bens florestais lenhosos;
IV - extrativismo;
V - agrossilvicultura;
VI - outras atividades não degradadoras do meio ambiente.
§ 1º - A área destinada às atividades previstas nos incisos III e V não poderá
exceder a 20% (vinte por cento) da área total da unidade de conservação.
§ 2º - A área da unidade de conservação destinada à recomposição de reserva
legal será estabelecida no plano diretor.

e) Lei nº 20.922, de 16 de outubro de 2013.

A lei estadual nº 20.922 dispõe a respeito das políticas florestal e de proteção à


biodiversidade em Minas Gerais, esta lei é ainda mais restrita que o Código Florestal
Brasileiro.

66
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Esta lei entende como sendo as políticas florestal e de proteção à


biodiversidade, as ações realizadas pelo poder público e pela coletividade com a
finalidade de promover o uso sustentável dos recursos naturais e também da
conservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado.

5.3 Esfera Municipal

a) Lei nº 3.547, de 16 de fevereiro de 2000.

A lei municipal nº 3.547, tem por intuito declarar como áreas de proteção
ambiental os mananciais de abastecimento público de Itabira e seus afluentes e dá outras
providências. São declaradas no artigo 1° como fazendo parte dessas áreas:

Art. 1° - Ficam declaradas áreas de proteção ambiental sob a denominação de


APA PUREZA e APA GATOS, a bacia de contribuição do Córrego
Candidópolis, do Córrego Pai João e seus afluentes.
§ 1°. Os benefícios desta Lei abrangem toda a área de drenagem do Cónego
Candidópolis e do Córrego Pai João.

Ainda, no Artigo 1º, fica estabelecido que:

§ 2°. São objetivos desta Lei:


I - Proteger os ecossistemas ribeirinhos, importantes para a manutenção do
regime hidrológico;
II - Promover condições para a reprodução e desenvolvimento da fauna
ictiológica;
III - Assegurar condições para a proteção da fauna ribeirinha em geral;
IV - Impedir ações de drenagem, aten-o, desmatamento, obstrução de canais
e outras ações que descaracterizem os ecossistemas destes mananciais;
V - Oferecer condições para a implantação de matas ciliares nas margens
destes mananciais;
VI - Resguardar um patrimônio natural de elevado valor paisagístico e
econômico, estimulando a melhoria da qualidade ambiental das áreas
circunvizinhas.

b) Lei n° 3.761, de 4 de fevereiro de 2003.

67
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

A lei municipal n° 3.761, de 4 de fevereiro de 2003, dispõe sobre a ampliação e


consolidação da legislação ambiental itabirana e dá outras providências. A respeito dos
fundamentos da política ambiental o artigo primeiro rege que:

Art. 1°. A política municipal de proteção, controle, recuperação, conservação


e melhoria ambiental é fundamentada na supremacia e indisponibilidade do
interesse público, regula a ação do Poder Público Municipal e sua relação
com os cidadãos e instituições públicas e privadas, buscando a melhoria da
qualidade de vida da população, a promoção do desenvolvimento sustentável
e a educação ambiental, visando um resultado globalmente positivo.

c) Decreto n° 2.542, de 23 de setembro de 2004.

O decreto Decreto n° 2.542, declara Área de Proteção Ambiental Municipal


Piracicaba (APA Municipal Piracicaba) e aprova seu Zoneamento Ambiental.

No artigo 1° considera como sendo APA Municipal Piracicaba: a Bacia


Hidrográfica do Rio do Peixe e Rio Santa Bárbara no Município de Itabira. Já no artigo
3° temos que:

Art, 3°. A criação da Área de Proteção Ambiental (APA) Piracicaba promoverá a preservação de
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica para a região.
§ 1. São objetivos deste Decreto:
I - proteger os ecossistemas ribeirinhos, importantes para a manutenção do regime hidrológico;
[...]
lIl - assegurar condições para a proteção da fauna ribeirinha em geral;
IV - impedir ações de drenagem, aterro, desmatamento, obstrução de canais e outras ações que
descaracterizem os ecossistemas destes mananciais;
V - oferecer condições para a implantação de matas ciliares nas margens destes mananciais;
[...]
VII - estabelecer uma zona de amortecimento para as áreas de proteção especial da Bacia do Rio do Peixe
e do Rio Santa Bárbara.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

6. PLANO DE ADEQUAÇÃO AMBIENTAL

6.1 Áreas prioritárias para conservação

Segundo Collins et al. (2001), a análise de áreas prioritárias tem em vista,


principalmente, a identificação do padrão espacial mais apropriado para os usos futuros
do solo de uma determinada região, de acordo com fatores específicos e preditores de
uma atividade ou de um objetivo. Os mapas de áreas prioritárias expõem as áreas que
ainda apresentam elevada qualidade ambiental, em locais naturalmente frágeis e sob
provável pressão humana.

Segundo Store & Kangas (2001), a definição de áreas prioritárias com sabe nos
SIGs tem sido amplamente aplicada em uma variedade de situações, como a definição
de áreas ou regiões prioritárias para espécies animais ou vegetais para a favorabilidade
geológica; para as atividades agrícolas; para o risco de impactos ambientais; para a
biodiversidade, entre outras.

Na bacia do Córrego Vista Alegre, foram identificadas áreas com alto (25,43%),
médio (24,59%) e baixo (49,98%) grau de prioridade de conservação. As áreas com
baixo grau de prioridade são as áreas antropizadas, onde existem construções de
residências e área de pastagem. Já as áreas de alto grau são matas densas e áreas
consolidadas da bacia, onde requerem o máximo de cuidado.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Figura (32) – Mapa de áreas prioritárias de conservação

Fonte: autores deste estudo.

6.2 Adequação de estradas rurais

A abertura de estradas consiste no recapeamento do solo, abertura de trechos


menos elevados no relevo, construção de taludes e pontes quando necessário. Todo esse
trabalho deixa o solo exposto às intempéries, intensificando o processo de erosão
hídrica no período de chuva. Com isso, torna-se necessário a construção de sistemas de
drenagem nessas estruturas, para canalizar a água que poderia se concentrar e carrear
sedimentos, podendo iniciar e intensificar processos erosivos.

O sistema de drenagem consiste em canaletas nas laterais da pista, canalizando a


água coletada para escadas hidráulicas, que reduzem a carga hidráulica da água,
reduzindo sua velocidade de escoamento. No fim das escadas, são construídas caixas de
areia, onde a água é concentrada e todo o sedimento decanta na caixa e acumula no seu
fundo. Isso evita que o sedimento carreado vá diretamente para os corpos d’água,
podendo assoreá-los. Após a caixa de areia, são construídos dutos onde corre a água
diretamente a um corpo d’água próximo.
70
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Na bacia estudada, foi realizado o levantamento da drenagem da pista de todo o


trecho da LMG-779, sendo identificados onde haviam drenagem apenas do lado
esquerdo, do lado direito, de ambos os lados ou se não existia sistema de drenagem. A
orientação na rodovia foi feita no sentido João Monlevade-Itabira (Sul-Norte).

Figura (33) – Mapa de localização dos trechos da rodovia com drenagem

Fonte: autores deste estudo.


É possível notar que a drenagem é feita em ambos os lados apenas em alguns
pequenos trechos da rodovia. Também é notável que existem muitos trechos onde
inexiste quaisquer sistemas de drenagem. A justificativa para tal fato pode ser por esses
trechos se encontrarem em locais planos, onde a influência da força da água não é tão
acentuada. Como a estrada não apresentou sinais de erosão, ou de obstrução no sistema
de drenagem. Não há necessidade de medidas interventivas.

Os trechos não pavimentados não apresentam qualquer sistema de drenagem, a


não serem algumas intervenções dos próprios moradores locais que abriram covas nas
beiras da estrada para alterar o curso da concentração de água para fora da pista. Em
alguns trechos, a medida foi efetiva, em outros, mesmo com a presença dessas covas,
nota-se a formação de ravinas nos cantos e até no meio da estrada, processo erosivo esse

71
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

de grau já em estado avançado. Por isso, medidas interventivas precisam ser tomadas.
Tais medidas se baseiam na reestruturação dos trechos não pavimentados,
construção do sistema de drenagem com canaletas nas margens da pista, e a construção
de um piso ecológico em toda a extensão da via.

O princípio de construção do piso ecológico é simples. Após a regularização da


estrada, são colocados pequenos blocos de concreto em toda a extensão, deixando
espaços entre eles para que a água da chuva possa ser drenada para o solo, permitindo
também que haja o crescimento de gramíneas nesses vãos, auxiliando na proteção do
solo e conferindo também valor paisagístico.

Figura (34) – Exemplo de piso ecológico

Fonte: Fabrica JM.


As vias serão padronizadas com 10 metros de largura, piso ecológico e sistema
de drenagem por canaletas em ambos os lados por toda a sua extensão, caixa de areia
para receber a água drenada e, dutos de drenagemm para lançamento da água nos corpos
d’água mais próximos.

Foi calculado através do ArcGIS a extensão das vias não pavimentadas,


chegando no valor de 9594,83 metros. Considerando a largura já mencionada a ser

72
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

adotada, serão necessários 95948,33 m² de piso ecológico, 19189,67 m de canaletas de


drenagem, 13 caixas de areia e 667 metros de dutos de drenagem. A configuração do
novo sistema de drenagem será apresentada no mapa a seguir.

Figura (35) – Mapa da configuração das adequação das estradas de terra.

Fonte: autores deste estudo.

6.3 Recuperação de áreas degradadas

A ação que será realizada para a Recuperação de Áreas Degradadas busca


aumenta a recarga da bacia do Córrego Vista Alegre, reduzir a força de impacto da gota
de chuva com o solo, reduzir o escoamento superficial e revitalizar o solo para
surgimento de atividades melhor manejadas. Para isso, foi sugerido técnicas para

73
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

melhoria da qualidade do solo a fim de reduzir a degradação presente, tais como o solo
exposto e compactação do solo.

O processo escolhido foi o mais tradicional, de acordo com o diagrama abaixo:

Figura (36) – Escopo da execução de áreas degradadas.

Fonte: autores deste estudo.

Y Terraplanagem: criação de rampas niveladas para redução da erosão hídrica e


diminuição da inclinação do terreno. O terraceamento será estabelecido como
recuperação das áreas, com reposição de mata nativa, sem produzir novas
atividades na região, devido a sobrecarga que o solo local possui.

Y Descompactação do solo: ocorrerá este procedimento a fim de aumentar a


infiltração de água no solo, reduzir o índice de enchentes na região, “lapidar”
as bases de arbustos e árvores e aumenta a resistência do solo.

Y Plantio de leguminosas e gramíneas: as leguminosas permitem fixar melhor o


nitrogênio e nutrientes, aumentando a qualidade do solo, enquanto as
gramíneas auxiliam na resistência do solo e na proteção superficial contra o
efeito “splash” das gotas de chuva.

Y Monitoramento e manutenção: após todas as etapas anteriores, vai seguir com


monitoramento intenso em épocas de chuva e seca, intercalando sistema de
irrigação para não permitir a perda de vegetação por seca e contenções de
água das chuvas, para evitar a erosão hídrica e também manter a qualidade do
solo e da água da área.

6.3.1 Áreas de Proteção Permanente a serem recuperadas

Com o intuito de recuperar a diversidade biológica da bacia, bem como melhorar


a proteção dos cursos d’água e das áreas de recarga (topo de morro), houve a
74
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

necessidade da criação de um plano de recuperação das áreas que legalmente são


enquadradas como Áreas de Preservação Permanente. Uma vista geral da bacia
evidencia a carência de uma mata ciliar satisfatória em grande parte dos cursos d’água,
salvo alguns ainda vegetados por mata densa. Muitas dessas supressões vegetais feitas
nessas áreas vulneráveis foram feitas pelos próprios moradores locais, que desconhecem
a função e a importância desse tipo de composição vegetal.

Nas margens dos mananciais, adotou-se a faixa de 30 metros de mata ciliar para
cada lado do curso d’água, bem como 50 metros de raio a partir do olho d’água da
nascente, conforme previsto na Lei 12.651/2012. A metodologia de plantio das mudas
seguirá a metodologia já descrita no plano de execução para restauração de áreas de
APP. Será feito também o cercamento em toda a área a ser recuperada, para evitar a
entrada de animais de criação. O cercamento será feito com 5 fios de arame liso ligando
uma estaca a outra, espaçadas em 3 metros.

Figura (37) – Mapa de APP’s a serem recuperadas.

Fonte: autores deste estudo.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

A extensão da área a ser revegetada no total será de 106,6 ha, sendo necessários
145 km de fio de arame liso, e 49.000 estacas de madeira, além das 179.000 mudas e os
26.850 kg de adubo NPK.

6.4 Áreas de uso econômico

O plano de adequação para áreas de uso econômico,tem como objetivo inicial,


direcionar os produtores para um uso mais correto de suas culturas, visando a
sustentabilidade e ganho econômico, sempre com respeito a legislação ambiental, e seus
afins, para a adoção das práticas

A economia de uma bacia, está associada com todas as práticas presentes na


mesma, como a bacia do Córrego Vista Alegre, que apresenta atividades nas áreas de
agricultura, pecuária, apicultura, equinocultura e apicultura.

A Protect Consultoria parte dessa iniciativa de intervenção educacional das


culturas visando um desenvolvimento sustentável integrado de todas as atividades da
comunidade, propondo medidas para o melhor aproveitamento, otimizando as técnicas e
gerando benefícios à todos. Oferecendo também a criação de projetos que tornem a
bacia mais evidente no cenário de preservação e recuperação, educação ambiental e
formas de manejo de cultura mais eficientes na região.

O desenvolvimento sustentável em culturas regionais também possui o incentivo


da PRONAC, Programa Nacional de Apoio à Cultura. Instituído em dezembro de
1991,o PRONAC visa a apoiar e direcionar recursos para investimento em projetos
culturais. Os produtos e serviços resultantes serão de exibição, utilização e circulação
pública, não podendo ser destinados ou restritos a circuitos privados e coleções
particulares.

Normalmente comunidades não reconhecem que devido a sua produção


conseguem ajuda governamental, por isso a Protect Consultoria irá oferecer auxílio
para pequenos produtores, em conjunto, tenham acesso ao incentivo desfrutando de uma
melhoria na sua produção local e consequentemente refletindo na melhor qualidade de
vida e desenvolvimento da comunidade.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

6.5 Educação Ambiental

O processo de educação ambiental visa informar e conscientizar a população dos


problemas com o meio ambiente e formar indivíduos que farão dos recursos naturais e
da sustentabilidade uma nova dimensão ambiental, contextualizada e adaptada à
realidade interdisciplinar, vinculada aos temas ambientais e globais, tratando as
situações atuais para que se engajem e trabalhem individual e coletivamente, para sua
preservação. Pensando nisso a Protect Consultoria pretende oferecer para a comunidade
da bacia um dia educacional mensal, o dia irá ocorrer nos arredores da Igrejinha, lugar
que é conhecido por toda a comunidade, com fins de conscientizar a população e gerar
uma maior interação com os problemas que podem ocorrer e podem ser evitados na
região.

Y Gincanas com crianças, voltadas ao meio ambiente: é uma atividade que


estimula as crianças explorar e obter maior conhecimento do meio em que estão
inseridos e da importância de se manter a biodiversidade, atuando também para
o maior conhecimento de espécies locais, na fauna e flora.

Y Atividades ecológicas com adultos: passeios, caminhadas, tudo com o foco de


conhecer melhor a bacia do Córrego Vista Alegre e conscientizar das
qualidades de se conservar a biodiversidade local.

Y Aulas de risco de ocorrência de queimadas voltado a incineração de resíduos: o


objetivo de esclarecer o perigo do descarte inadequado dos resíduos e os
impactos da queima indevida de lixo. Inalar este tipo de fumaça, pode causar
doenças graves como o câncer. Como a propagação de brasa resultante dessa
queima também pode colocar em risco a comunidade causando incêndios ao
longo da bacia.

Y Campanha de coleta seletiva: mobilizar a comunidade, para sua participação


efetiva e ativa na implantação da coleta seletiva de resíduos sólidos, separando
os materiais recicláveis e/ou reutilizáveis diretamente na fonte de geração.
Levando a ideia de que a reciclagem por si só não pode ser considerada a
solução, mas que a mudança de hábitos e atitudes pode levar a sociedade a
tomar medidas mais abrangentes, com ações que minimize a quantidade de
77
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

resíduos na própria fonte geradora, consumindo menos e reutilizando


embalagens descartáveis, por exemplo.

Y Instruções para descarte de óleos e graxas: quando descartados de forma


incorreta, esses componentes podem contaminar o solo e, até mesmo, o lençol
freático. Por isso a Protect Consultoria visou também conscientizar a
comunidade dos prejuízos do descarte inapropriado em sua bacia.

Y Oficinas para reutilização de resíduos (plástico, vidro, papelão e alumínio):


nesse tipo de atividade irão ser ensinadas técnicas de reutilização que se
adequem ao estilo de vida da comunidade e suas necessidades, como a
elaboração de minhocários, que ajudarão na pesca local, hortas e um banco de
sementes das árvores nativas, em garrafas pets. Construção de bichinhos, casas,
barquinhos, pequenos móveis e outros objetos utilizando rolhas, caixas de
fósforos, papelão, tampinhas de plástico, palitos, vidros, e outras pequenas
sucatas.

Y Panfletagem: criação de avisos conscientizando e informando a comunidade do


que pode se encontrar na flora e fauna local, o funcionamento de uma bacia, a
importância da preservação de nascentes e recursos hídricos e o descarte de
resíduos.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

7. CUSTOS DO PLANO DE ADEQUAÇÃO AMBIENTAL

A tabela 5 abaixo, lista os serviços e os materiais necessários para a execução


das propostas de Adequação Ambiental, juntamente com o seus respectivos valores
sendo estes obtidos através de pesquisas online e via telefone, visando obter os menores
gastos.

Tabela (5): Custos da adequação ambiental da bacia do Córrego Vista Alegre.


Custos do Cercamento da Zona de Conservação

Atividades/Insumos Custo/Unidade (R$) Quantidade Custo Total (R$)

Arame liso 0,47 / metro 100.000 m R$ 47.000,00

Estacas 7,00 / un. 6.700 un. R$ 46.900,00

Mão de Obra (50 operários) 80,00 diária 30 dias R$ 120.000,00

Foice 27,00/un. 10 un R$ 270,00

Enxada 28,90/un 30 un R$ 867,00

Lima 8,60/un 20 un R$ 172,00

Cavadeira Articulada 23,00/un 30 un R$ 690,00

TOTAL R$ 215.899,00

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Custos da Restauração de áreas de APP

Atividades/Insumos/ Custo/Unidade (R$) Quantidade Custo Total (R$)


Equipamentos/Ferramentas

Arame liso 0,47 / metro 150.000 m R$ 70.500,00

Estacas 7,00 / un. 9.700 un. R$ 67.900,00

Mão de obra (50 funcionários) 80,00 diária 100 dias R$ 400.000

Foice 27,00/un. 40 un. R$ 1.080,00

Enxada 28,90/un. 70 un. R$ 2.023,00

Lima 8,60/un. 40 un. R$ 344,00

Mudas 7,90 /un. 150.000 un. R$ 1.185.000,00

Adubo NPK 4,10/kg 22.500 kg R$ 92.250,00

Cavadeira Articulada 23,00/un 40 un. R$ 920,00

TOTAL R$ 1.820.017,00

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Custos da adequação dos pontos críticos de erosão em taludes

Atividades/Insumos/ Custo/Unidade (R$) Quantidade Custo Total (R$)


Equipamentos/Ferramentas

Arame liso 0,47 / metro 110.000 m R$ 51.700,00

Estacas 7,00 / un. 7.400 un. R$ 51.800,00

Mão de Obra (50 operários) 80,00 diária 30 dias R$ 120.000,00

Escavadeira 250,00/hora 100 horas R$ 25.000,00

Caminhão 160,00/hora 150 horas R$ 24.000,00

Hidrossemeadura 1,30/ m² 266.340 m² R$ 346.242,00

TOTAL R$ 618.742,00

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Custos da adequação das estradas não pavimentadas e construção do sistema de


drenagem de águas pluviais

Descrição Quantidade Custo Valor total


unitário

Piso drenante 50x50x6 95.949 m² R$ 55,00 R$


5.277.195,00
Terraplanagem 95.949 m² R$ 3,59 R$ 344.456,91

Escavação mecânica em vala 19.856,67 R$ 6,10 R$ 121.125,69


m

Canaleta de drenagem 19.189,67 R$ 107,59 R$


m 2.064.616,60
Caixa de areia 13 un. R$ 1.644,99 R$ 21.384,87

Tubulação de drenagem urbana 667 m R$ 596,59 R$ 397.925,53


D=1,00m

Total R$
7.828.779,07

Custos de construção de fossa séptica nas residências

Descrição Custo/Unidade (R$) Quantidade Custo Total (R$)

Construção de fossa séptica 5.275/un. 16 R$ 84.400,00

TOTAL R$ 84.400,00

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

Resumo dos custos totais do projeto

Descrição Custo/Unidade
(R$)

Cercamento da Zona de Conservação R$ 215.899,00

Restauração das áreas de APP R$ 1.820.017,00

Adequação dos pontos críticos de erosão em taludes R$ 618.742,00

Adequação das estradas não pavimentadas e construção do sistema R$ 7.828.779,07


de drenagem

Construção de fossas sépticas nas residências R$ 84.400,00

TOTAL R$ 10.567.837,07

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

8. Cronograma de Implantação do Plano de Adequação


Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Recuperação de áreas degradadas
Terraplanagem
Descompactação do solo
Plantação de gramíneas e leguminosas
Monitoramento e Manutenção
Adequação de Estradas Rurais
Terraplanagem
Escavação mecânica em vala
Implementação do piso drenante
Construção de canaleta de drenagem
Construção das caixas de areia
Construção as tubulações de drenagem
Áreas de Preservação Permanente
Retaludamento
Hidrossemeadura
Plantio de mudas
Monitoramento e Manutenção

Fonte: autores deste estudo.

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Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

9. RESULTADOS ESPERADOS COM A ADEQUAÇÃO AMBIENTAL

As obras/ atividades propostas no plano de adequação ambiental, são


específicas para as características da bacia do Córrego Vista Alegre, estando elas de
acordo com a literatura e a legislação.

As adequações ambientais foram propostas com o intuito de contribuir


positivamente na gestão e o gerenciamento da bacia como um todo, e com o principal
objetivo de conservar os recursos naturais. Sendo assim, espera-se com a implantação
do plano de manejo, os seguintes resultados:

a. Melhoria da qualidade da água, através da proteção das nascentes e cursos


d’água;

b. Diminuição ou estabilização de áreas críticas com alta probabilidade de


erosão, incluindo:

I. Minimização de áreas com solo exposto, através do plantio de


gramíneas e leguminosas pelos donos do terreno;

II. Diminuição das erosões nas estradas rurais, através da sua adequação;

III. Diminuição do assoreamento dos corpos hídricos;

c. Restabelecimento da vegetação nativa nas áreas de APP que propostas,


incluindo:

I. Aumento da integridade da fauna;

II. Aumento da integridade da flora;

d. Aumento de porcentagem da população da bacia, que busca o


desenvolvimento sustentável;

e. Diminuição de impactos ambientais por causas desnecessárias.

85
Plano de Manejo
Bacia do Córrego Vista Alegre

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Complementares Aos Programas de Regularização Ambiental dos Estados e do
Distrito Federal, de Que Trata O Decreto no 7.830, de 17 de Outubro de 2012,
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9 Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos.

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de 19 de Dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de Dezembro de 2006; Revoga As
Leis nos 4.771, de 15 de Setembro de 1965, e 7.754, de 14 de Abril de 1989, e
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