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Objetivos específicos:
- O Estado e o Direito:
- Sociedade politicamente organizada
- Elementos
- Poderes/funções e fins
- Direito Constitucional:
- Ramo do Direito Público
- Organização política do Estado/Órgãos de soberania
- Constituição da República Portuguesa
- Legislação aplicável: Constituição da República Portuguesa - https://dre.pt/legislacao-
consolidada/-/lc/34520775/view - Diário da República n.º 86/1976, Série I de 1976-04-10 –
Lei n.º 1/ 2005, de 12 de Agosto
Estado – o termo Estado data do século XIII e refere-se a qualquer País soberano, com
estrutura própria e politicamente organizada, bem como designa o conjunto das instituiçõe s
que controlam e administram uma nação.
Soberania – refere-se à entidade que não conhece superior na ordem externa nem igual
na ordem interna. Soberania é o poder absoluto e perpétuo de um Estado-Nação – segundo
Jean Bodin (renascentista francês).
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Elementos do Estado
• Presidente da República;
• Assembleia da República;
• Governo;
• Tribunais.
O mandato do Presidente da República tem a duração de cinco anos e termina com a posse
do novo Presidente eleito.
O mandato da Assembleia da República (legislatura), se não se verificarem nenhumas das
vicissitudes constitucionalmente previstas que podem interrompê-lo, tem a duração de
quatro anos.
O Governo, em condições normais, está ligado à duração de cada legislatura, uma vez que
é formado em resultado da composição da Assembleia da República saída de uma eleição
— o que corresponde a quatro anos, como referido.
Ao contrário do que se passa com os restantes órgãos de soberania, nos tribunais há que
distinguir entre os titulares das várias espécies de tribunais, que são os juízes: juízes dos
tribunais judiciais, juízes dos tribunais administrativos e fiscais, juízes do Tribunal de Contas
e juízes do Tribunal Constitucional.
Os juízes dos tribunais judiciais, cujo regime de designação é também aplicável aos juízes
dos tribunais administrativos e fiscais, são recrutados por concurso público.
Constituem exceção os juízes do Tribunal Constitucional e o Presidente do Tribunal de
Contas, os únicos cujo modo de designação é especificamente regulado pela própria
Constituição:
- O Tribunal Constitucional é composto por 13 juízes, 10 dos quais são designados pela
Assembleia da República e três incorporados por estes últimos, sendo o seu mandato de
nove anos.
- Quanto ao Tribunal de Contas, o seu Presidente é nomeado pelo Presidente da República,
sob proposta do Governo, e tem o mandato de quatro anos.
O Governo, por sua vez, dirige a política geral do país e é o órgão superior da Administração
Pública. É o órgão executivo por excelência, com uma função política ou de governo, mas
também exerce ativa e frequentemente a função legislativa, tanto por competência própria
quanto mediante autorização legislativa da Assembleia da República ou mesmo
apresentando propostas de lei a serem debatidas e aprovadas no Parlamento.
exigidos pela lei respeitantes aos funcionários e agentes do Estado e de outras pessoas
coletivas públicas; e, em geral, tomar as providências necessárias à promoção do
desenvolvimento económico-social e à satisfação das necessidades coletivas
.
«Os Tribunais são os órgãos de soberania com competência para administrar a
Justiça em nome do povo» - O que significa esta afirmação?
A administração da justiça feita em nome do povo indica que essa justiça não se faz
mediante sufrágio, mas mediante um mecanismo de representação constitucional do povo
nos tribunais, designadamente na pessoa dos juízes, que são os titulares desses órgãos
de soberania.
A principal conclusão de tal afirmação é que só aos tribunais compete administrar a justiça
e, dentro dos tribunais, ao juiz. O poder judicial só pode ser exercido por tribunais, e os
juízes atuam estritamente vinculados a certos princípios de independência, legalidade e
imparcialidade.
As leis têm início com um projeto de lei (apresentado pelos deputados ou pelos grupos
parlamentares) ou com uma proposta de lei apresentada pelo Governo, pelas assembleias
legislativas das regiões autónomas ou, em casos definidos por legislação especial, por um
mínimo de 35 000 cidadãos eleitores. Após parecer de uma comissão especializada, há o
debate e a votação na generalidade — relativa, como o nome indica, aos traços gerais da
lei proposta. Segue-se o debate e a votação na especialidade, artigo a artigo, em plenário
ou em comissão. Note-se que há matérias cujo debate e votação têm de ser feitos em
plenário.
O texto resultante é submetido a votação final global e, se aprovado, é remetido ao
Presidente da República para promulgação. O Presidente da República tem então oito dias
para requerer ao Tribunal Constitucional a apreciação preventiva da constitucionalidade e
20 para exercer o seu direito de veto ou promulgar. Qualquer que seja a razão do veto
(política ou não), a Assembleia pode sempre confirmar o texto do diploma anteriormente
aprovado por maioria absoluta dos deputados em funções; exige-se a maioria de dois terços
para certas matérias, ex. leis orgânicas e leis sobre relações externas. Em caso de
aprovação nestes termos, o Presidente da República tem obrigatoriamente de promulgar o
diploma no prazo de oito dias depois de o receber.
Os decretos-leis são emitidos pelo Governo no âmbito das suas competências legislativas
próprias ou em matérias de reserva relativa (não absoluta) da Assembleia da República,
com autorização desta. Os decretos-leis devem ser assinados pelo Primeiro-Ministro e
pelos ministros competentes em razão da matéria; ficam sujeitos a fiscalização preventiva
da constitucionalidade, requerida pelo Presidente da República no prazo de oito dias, ou a
promulgação e veto, igualmente do Presidente da República.
Por fim, o processo de elaboração dos decretos legislativos regionais obedece à
Constituição e aos estatutos político-administrativos de cada uma das regiões autónomas.
O direito de assinatura ou veto sobre esses diplomas é exercido pelos Representantes da
República nas regiões autónomas.
Em regra, qualquer ato legislativo entra em vigor um dia após a sua publicação no Diário
da República, expecto se ele próprio estabelecer outra data para o efeito.
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2. - OS ÓRGÃOS DE SOBERANIA
A - Presidente da República
B - Assembleia da República
C - Governo
D - Tribunais
COMO É ELEITO - Presidente da República é eleito pelos cidadãos, por sufrágio direto e
universal, para um mandato de 5 anos, não podendo ser reeleito para um terceiro mandato
consecutivo.
COMPETÊNCIAS
- o Comando Supremo das Forças Armadas
- a dissolução da Assembleia da República
- a nomeação do Primeiro-Ministro e a demissão do Governo
- a dissolução dos órgãos de governo próprio das regiões autónomas
- a declaração do estado de sítio ou do estado de emergência
- a declaração da guerra e feitura da paz
- promulgação das leis, decretos-leis e decretos regulamentares e a assinatura dos
restantes decretos do Governo - a ratificação dos tratados internacionais e a assinatura dos
decretos e resoluções que aprovem acordos internacionais
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- a convocação do referendo
- a fiscalização preventiva da constitucionalidade
- a nomeação e exoneração de titulares de órgãos do Estado
- a nomeação dos embaixadores e dos enviados extraordinários
- o indulto e comutação de penas
- os poderes transitórios relativos a Macau e Timor Leste
Designa cinco cidadãos para integrarem a composição deste órgão pelo período
correspondente à duração do mandato do Presidente da República
C – Governo
República ou que a esta não tenham sido submetidos; apresentar propostas de lei e de
resolução à Assembleia da República; propor ao Presidente da República a sujeição a
referendo de questões de relevante interesse nacional; pronunciar-se sobre a declaração
do estado de sítio ou do estado de emergência; propor ao Presidente da República a
declaração da guerra ou a feitura da paz.
No exercício da sua competência legislativa, compete ao Governo: fazer decretos-leis em
matérias não reservadas à Assembleia da República; fazer decretos-leis em matérias de
reserva relativa da Assembleia da República (por exemplo, direitos, liberdades e garantias,
crimes e penas, expropriação por utilidade pública, etc.), mediante autorização desta; fazer
decretos-leis de desenvolvimento dos princípios contidos em leis que contenham bases
gerais de regimes jurídicos.
Enquanto órgão superior da Administração Pública, cabe ao Governo elaborar os planos
(por exemplo, nas áreas da economia, das finanças e do orçamento, da cidadania, das
relações exteriores e da defesa nacional, da justiça, da segurança e de outras áreas
sectoriais) e ordenar a sua execução; fazer executar o Orçamento do Estado; fazer os
regulamentos necessários à boa execução das leis; dirigir os serviços e a atividade da
administração direta do Estado, civil e militar, superintender na administração indireta e
exercer a tutela sobre esta e sobre a administração autónoma; praticar todos os atos
exigidos pela lei respeitantes aos funcionários e agentes do Estado e de outras pessoas
coletivas públicas; e, em geral, tomar as providências necessárias à promoção do
desenvolvimento económico-social e à satisfação das necessidades coletivas.
Primeiro-Ministro
- É designado pelo partido vencedor das eleições para a Assembleia da República
- Forma um novo Governo e apresenta um novo Programa à Assembleia da
República.
- Não há limite para o número de mandatos do Primeiro-Ministro.
FUNÇÕES DO PRIMEIRO-MINISTRO
- Dirigir o Governo, coordenar a ação dos ministros
- Representar o Governo junto dos outros órgãos de soberania
- Prestar contas à Assembleia da República
- Manter o Presidente da República informado.
MANDATO DE UM GOVERNO
- Quatro anos após as eleições para a Assembleia da República
- Quando se apresenta um voto de confiança ao Parlamento e este o rejeita.
- Quando a maioria absoluta dos deputados aprova uma moção de censura ao Governo.
- Quando o seu programa não é aprovado pela Assembleia da República.
- Quando o Presidente da República entende dever demiti-lo para assegurar o regular
funcionamento das instituições democráticas portuguesas.
- Quando o Primeiro-Ministro apresenta a demissão, falece ou se encontra em
impossibilidade física duradoura.
D - OS TRIBUNAIS
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Os Tribunais, administram a justiça em nome do povo, estando apenas sujeitos à lei e sendo
as suas decisões obrigatórias para todas as entidades públicas e privadas.
Esta afirmação, que surge na Constituição da República Portuguesa, tem como sentido
mais corrente expressar que os tribunais, tal como os outros órgãos de soberania, são uma
expressão da soberania popular. Incumbe-lhes assegurar a defesa dos direitos e interesses
legalmente protegidos dos cidadãos, reprimir a violação da legalidade democrática e dirimir
os conflitos de interesses públicos e privados, tendo direito à ajuda de outras autoridades
no exercício das suas funções.
A administração da justiça feita em nome do povo indica que essa justiça não se faz
mediante sufrágio (de forma imediata por eleições), mas mediante um mecanismo de
representação constitucional do povo («em nome» dele) nos tribunais, designadamente na
pessoa dos juízes, que são os titulares desses órgãos de soberania. Isso não exclui a
existência de mecanismos de representação democrática na composição de alguns órgãos
incluídos no sistema judicial (Tribunal Constitucional, Conselho Superior da Magistratura,
Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, Conselho Superior do Ministério
Público, etc.).
O principal corolário da afirmação é que só aos tribunais compete administrar a justiça e,
dentro dos tribunais, ao juiz (reserva de juiz), pelo que não podem ser atribuídas funções
jurisdicionais a outros órgãos, designadamente à Administração Pública. O poder judicial
só pode ser exercido por tribunais, e os juízes atuam estritamente vinculados a certos
princípios de independência, legalidade e imparcialidade.
Tribunais Comuns:
• Tribunais de 1ª instância ou de comarca
• Tribunais de 2ª instância ou da Relação
• Tribunal de última instância, o Supremo Tribunal de Justiça
Tribunais Especiais:
• Tribunal Constitucional
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• Tribunais Militares
• Tribunais Administrativos e Fiscais
• Tribunal de Contas
Direito Constitucional
O direito constitucional é um ramo especial do direito público interno, quer isto dizer que
procura regular o próprio modo de exercício do poder pelos órgãos do Estado, assegurando
a validade dos atos praticados por estes nas suas relações entre si, com os cidadãos
nacionais e estrangeiros e mesmo no âmbito da aplicação de direito de fontes externas no
plano do direito interno, como o direito internacional e o direito europeu.
Todavia, verificamos que em certas circunstâncias, e por causa da sua especial vocação
normativa e função de validade global, o direito constitucional apresenta certas pretensões
de regulação de relações jurídicas com efeitos transestatais.
Por exemplo, “só admite a extradição por crimes a que corresponda, segundo
o direito do Estado requisitante, pena ou medida de segurança privativa ou restritiva da
liberdade com carácter perpétuo ou de duração indefinida, se, nesse domínio, o Estado
requisitante for parte de convenção internacional a que Portugal esteja vinculado e oferecer
garantias de que tal pena ou medida de segurança não será aplicada ou executada” e “não
admite a extradição, nem a entrega a qualquer título, por motivos políticos ou por crimes a
que corresponda, segundo o direito do Estado requisitante, pena de morte ou outra de que
resulte lesão irreversível da integridade física “ (artigo 33.º/4 e 6 da C.R.P.).
Já no plano subjetivo, é um direito que regula as relações de direito público entre órgãos
de soberania
e entre poder público e cidadãos estrangeiros e apátridas, bem como entre estes e os
cidadãos nacionais e entre estes entre si em matéria de direitos fundamentais (artigo 15.º
da C.R.P.).
casamento poligâmico entre dois cidadãos marroquinos em Portugal, apesar de a lei civil
marroquina admitir e regular este tipo de casamento, o que significa que no exercício do
direito ao reagrupamento familiar por parte dos imigrantes residentes em Portugal apenas
um dos cônjuges pode beneficiar desse direito.
Por último, no plano material, é um direito baseado num princípio de supremacia sobre as
restantes normas do ordenamento jurídico - a Constituição como “norma suprema”
Ea
ii) fundação da normação jurídica (da regulação normativa) na dignidade da pessoa humana
(por isso a Constituição contempla limites balizadores das opções dos órgãos
representativos da vontade popular na prossecução do interesse público e na formação das
políticas públicas, assim como impõe limites às liberdades individuais sempre que o seu
exercício contenda com aquele valor).
jurídicas, incluindo das que eram emanadas pelo poder legislativo legitimamente eleito
— este é o problema de saber quem é o “guardião da Constituição”.
Os direitos fundamentais podem e devem ser exercidos com a maior eficácia possível.
Claro que a sua concretização depende das condições que o Estado a cada momento
providencia ao cidadão lesado nos seus direitos e interesses legalmente protegidos.
Depende também do nível de respeito que os direitos fundamentais merecem dos demais
cidadãos e da sociedade em geral. A vida social, cultural e política pode incentivar, em
maior ou menor grau, o exercício dos direitos e dos deveres de cidadania.
No que concerne aos direitos económicos, sociais e culturais, o nível de proteção depende
em grande medida da concretização legislativa dos preceitos constitucionais, obviamente
relacionada com o nível de desenvolvimento do país e da sua governação, salvo no que
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direitos, pois terá por base a necessidade de prevenir ou suprimir atos muito graves que
implicam o uso de força ou insurreição e que põem em causa a soberania, a independência,
a integridade territorial ou a ordem constitucional democrática.
Os estados de sítio ou de emergência não podem ter duração superior a 15 dias, salvo em
consequência de declaração de guerra. Aquele prazo pode ser renovado, mas tem de
respeitar os mesmos requisitos de proporcionalidade, fundamentação e duração
demarcada no tempo da declaração original. Em caso algum podem ser afetados os direitos
à vida, à integridade pessoal, à identidade pessoal, à capacidade civil e à cidadania, à não
retroatividade da lei criminal, às garantias de defesa dos arguidos e à liberdade de
consciência e de religião. Não pode ainda ser alterada a normalidade constitucional,
nomeadamente a aplicação das regras constitucionais relativas à competência e ao
funcionamento dos órgãos de soberania (Presidente, Governo, Assembleia da República,
tribunais) e dos órgãos de governo próprio das regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
Também não podem ser afetados os direitos e as imunidades dos titulares desses órgãos.