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mão)
Aluna: Esta aula de História é uma seca. Vou ver se hoje aprendo alguma coisa de
interessante.
Professor: Era uma vez um menino de seu nome Portugal. (entra Portugal com uma sachola
na mão) Era uma menino baixinho, pouco mais do que magrinho que vivia à beira mar.
Professor: Mandavam nesse menino homens de ar sisudo; o maior de todos eles tinha um
nome: Salazar.
Salazar: Não há tempo de na escola andar. Estudar faz mal aos olhos.
Portugal: Gostava de ir à escola, de aprender que há mais mundo e outros meninos na Terra
com seu direito de brincar e viver vidas de gente feliz e não de bicho do mato. (continua a
trabalhar com a sachola)
Professor: Sim! O menino trabalhava de sol a sol sem descanso e até senhoras havia, e
senhores de fino trato que lhe diziam:
Senhoras: Trabalha, meu bom menino, que um dia quando morreres serás um santo ou um
anjinho (saem as senhoras).
Portugal: Por que são livres as aves, nuvens que cruzam o céu, peixes que cortam as águas,
e outros tantos que não eu? Música suave ou chilrear dos pássaros, barulho da
água….
E acolá outros meninos, que por estas terras passam, todos têm um ar ladino, e eu quase
sem poder brincar, e com a barriga a dar horas. Gargalhadas, som de miúdos a brincar
Homem da bicicleta: Vejo que lavras e colhes, mas quase não tens que vestir, quase não
tens que comer, e nem à escola tu vais aprender.
Deixo-te aqui uns papéis para ler e meditar. (entrega uns panfletos a Portugal e vai até à
saída e volta para trás)
Professor: Dias e dias passaram e o ciclista voltou, por muito tempo falaram, mais rapazes
se juntaram e a conversa se soltou. vozes
(O homem da bicicleta, Portugal e mais dois rapazes, sentam-se numa roda no chão com
livros ou papéis nas mãos)
Portugal: (Levanta-se e chega-se à frente) Ah! Estas palavras fazem-me sonhar com uma
Pátria sem senhores: Criados nem ditadores, campos, cidades, aldeias; onde o pão que a
terra dá seria igual para todos, assim como a saúde e a educação.
Professor: E o menino Portugal com outros quis conversar e o seu sonho partilhar.
Portugal: Está a ficar escuro! Vou-me recolher. (senta-se a um canto e entram dois polícias)
Professor: Sabes Mafalda: E sem ninguém dar conta, levaram para uma prisão escura o
menino Portugal.
Professor: Passou um ano, dois, três, vários anos (entram os polícias e Portugal e tiram-lhe
as algemas) e saiu de lá um rapaz mais experiente e sagaz, disposto a mudar o mundo.
Portugal: (dirige-se a elas e fala bem alto) Liberdade de reunir, liberdade de votar, de falar e
de escrever e também de exigir justiça, pão e trabalho.
Professor: Enfrentaram muitos perigos, fizeram greves e protestos. Vieram guardas, polícias
e bateram e levaram, torturaram e mataram, muitos dos que já diziam: música forte,
gritos
Todos: Vejam bem: Não estamos sós!
Professor: Passaram anos e anos e jovens rapazes eram mandados para longe – Angola,
Guiné. Moçambique – com o fito de matar numa guerra sem sentido. Tiros, som de guerra
Professor: Sim. E assim partiu Portugal para em África lutar. Mas com a sua raiva ele dizia:
Portugal: Não hei-de morrer sem saber qual a cor da liberdade. (sai do palco)
Professor: Não, Mafalda! Um dia à Pátria voltou (entra Portugal) de olhos postos no mar. E a
conspirar continuou, com o intuito de livrar o País de Salazar.
Professor. Até que o dia chegou, em que o menino que fora camponês e operário em
soldado se tornou.
(entra Portugal vestido de soldado e quase logo a seguir entram mais quatro soldados com
as espingardas e o cravo no cano a marchar).
Professor: E carros verdes armados a uma praça viu chegarem. E vinham bravos soldados
que traziam enfiados nos canos das espingardas cravos vermelhos e gritavam: som de
guerra, tanques…
Soldado 1: Viva!
Soldado 4: (chega-se para a frente do palco e fala bem alto) O ditador já partiu! E os
senhores que o seguravam foram todos para o Brasil, e nem sequer o julgaram por fazerem
danos mil.
Portugal: (levanta um braço com o cravo) Este era o dia esperado, em que as ruas
cresceram e as horas se esqueceram e em praças e avenidas se agitaram cravos mil. E ao
país restituiu a Liberdade roubada.
Professor: Vede agora Portugal. Vede-o mostrando aos seus filhos e netos, a raiz da
Democracia.
Aluna: Já compreendi bem esta parte da História do meu país. Será que podemos terminar a
aula com uma canção de Abril?
(Entram todos e cantam “ uma gaivota voava, voava” tocar a música e os miúdos
cantam 2x o refrão