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FACULDADE DE SUZANO – GRUPO UNIESP S.

Nome: RENATA ESPANGUER DE CARVALHO

RA: 1020001058Turma: BSemestre:10º

Curso: DIREITO Disciplina: CONTEMPORANE DO


DIREITO O
TRABALHO
Semestre: 10º semestre ( ) ( ) Noturno
Matutino X
Professor: CAROLINA MESQUITA VIEIRA Data:
Trabalho N1 Valor: 2,0

INSTRUÇÕES GERAIS
1. O trabalho deverá ser feito de modo individual e entregue no formato digital através do e-mail:
direitocontemporaneotrabalho@gmail.com

2. No “ASSUNTO” do e-mail o aluno deve colocar a palavra “TRABALHO N1” acrescido do nome
completo, conforme exemplo: TRABALHO N1 Renata Silva
3. Respostas idênticas serão desconsideradas e atribuída nota zero aos alunos que tiverem os trabalhos
entregues com a mesma redação.
6. Prazo de entrega: 30.09.2021 até as 23h59min.
8. Estarei à disposição para esclarecer as dúvidas dos alunos através do grupo de WhatsApp, por e-
mail ou na aula virtual.
Obs.: As respostas devem abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.

Ler com atenção os artigos 223-A a 223-G da CLT; art. 5º, incisos V e X e 10 da
Constituição da República, arts. 186 e 927 a 954 do Código Civil, Súmula n. 392 do TST.

Resolver as perguntas abaixo a partir das seguintes informações:

O rompimento da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, resultou em um dos maiores desastres


com rejeitos de mineração no Brasil. A barragem de rejeitos classificada como de "baixo risco" e "alto
potencial de danos", era controlada pela Vale S.A. e estava localizada no ribeirão Ferro-Carvão, na região de
Córrego do Feijão, no município brasileiro de Brumadinho, a 65 km de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
O rompimento resultou em um desastre de grandes proporções, considerado como um desastre industrial,
humanitário e ambiental, com mais de 200 mortos e cerca de 100 desaparecidos,

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gerando uma calamidade pública. O desastre pode ainda ser considerado o segundo maior desastre industrial
do século e o maior acidente de trabalho do Brasil.
O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, em entrevista coletiva salientou que, na tragédia de Brumadinho, "o
dano humano será maior", diferente do rompimento da barragem de Bento Rodrigues, em Mariana, que
também era controlada pela Vale S.A. e está a menos de 200 quilômetros de Brumadinho. A tragédia de
Mariana, de 2015, é, até então, o mais grave desastre ambiental da história provocado por vazamento de
minério.
Nesta perspectiva, um dos autores do relatório sobre barragem de minério intitulado Mine Tailing Storage:
Safety is no Accident, publicado pela Organização das Nações Unidas(ONU), o geólogo Alex Cardoso Bastos,
afirmou que "a tragédia em Brumadinho estará, certamente, no topo dos maiores desastres com rompimento de
barragem de minério do mundo. Infelizmente, é possível que ultrapasse Stava, que foi a maior tragédia do tipo
nos últimos 34 anos". O Brasil agora é destaque na lista de tragédias do gênero, por ser o país com o maior
número de mortes, somando até agora três desastres com perda humana ou grave dano ambiental desde
2014, com o rompimento da barragem da Herculano Mineração, em Itabirito (em 2014, com três mortes)

Suponha que em referido acidente 04 pessoas foram atingidas:

1ª) AA – auxiliar de serviços gerais empregado da empresa Vale S.A – salário R$ 1.200,00 – 40 anos – vivia
em regime de união estável, tinha 03 filhos menores de 18 anos;

2ª) BB – encarregado empregado da empresa Vale S.A – salário R$ 3.500,00 – 56 anos – era casado e tinha
duas filhas maiores de 18 anos e casadas;

3ª) CC – entregador de marmitas, filho de uma merendeira que fornecia refeições aos trabalhadores, mediante
pagamento direto pelos mesmos – trabalhava sem salário fixo. Desenvolvia seu trabalho para ajudar nos
ganhos e composição da renda familiar – 16 anos.

Com as vítimas atingidas tiveram gravíssimas lesões de natureza incurável, os dispositivos legais que foram
lidos e que o STJ concede danos morais às vítimas com lesões graves e permanentes em cerca de 400 salários
mínimos e 200 salários mínimos para danos estéticos – (STJ, 4ª T., REsp 519.258), valores estes que podem ser
até majorados.

Quais pessoas teriam direito a reparação apenas analisando o dano extrapatrimonial? Qual a
justiça competente para julgar cada uma das demandas? Qual seria o valor máximo
das indenizações? Justifique.

Conforme o exposto, é possível afirmar que todas as pessoas atingidas têm direito
à reparação do dano extrapatrimonial, tendo em vista que, existe nexo de causalidade
entre a conduta e o dano conforme elencado no artigo 927 do Código Civil. Ainda, de
acordo com o disposto no art. 186 do Código Civil, “Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

A justiça competente para julgar as demandas, para AA e BB é a Justiça do


Trabalho, tendo em vista a relação de trabalho (art. 223-A da CLT e Súmula 392 do TST), e
para CC a Justiça Comum, pois este não tinha relação de Trabalho com a Vale S.A.

O valor máximo das indenizações, de acordo com o STJ, seria de 400 salários
mínimos para as lesões gravíssimas de natureza incurável, e 200 salários mínimos para os
danos estéticos, podendo o magistrado majorar tal valor, a depender do caso concreto.

Nos casos AA e BB, tendo em vista a relação do emprego, devem ser levadas em
consideração as disposições do art. 223-G. §1º, IV da CLT, que dispõe que em caso de
ofensa de natureza gravíssima, é devido o valor de até cinquenta vezes o último salário
contratual do ofendido. Existe uma ADIN e a doutrina majoritária se manifestado
contrariamente ao referido dispositivo legal, por entender que afronta o princípio da
isonomia.

Podem também ser arbitrados os danos em ricochete, para CC, uma vez que,
seus familiares precisarão conviver com o filho permanentemente lesionado, e po terem sua
renda diretamente atingida por precisar se dedicar a cuidar da vítima.

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