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FACULDADE MULTIVIX DA SERRA

PEDAGOGIA

ESTUDO ORIENTADO – UNIDADE 5

Pesquisa e Prática Pedagógica III

ANA PAULA DE CARVALHO CARIAS FRAGA


VANESSA MANHONI

VENDA NOVA DO IMIGRANTE- ES

2020
As tendências pedagógicas são referências norteadoras da prática educativa,
sendo que, os movimentos sócio-políticos e filosóficos exercem forte influência sobre
elas. O professor deve estudar e se apropriar dessas tendências, que servirão de
apoio para a sua prática pedagógica. Não se deve usar somente uma delas de forma
isolada, mas, procurar analisar cada uma e ver a que melhor convém para o
desempenho acadêmico, a que terá maior eficiência e qualidade de atuação.
As concepções pedagógicas são classificadas em dois grupos: pedagogia
liberal e pedagogia progressista.
Liberal não tem a ver com algo aberto ou democrático, mas com uma instigação
da sociedade capitalista ou sociedade de classes, que sustenta a ideia de que o aluno
deve ser preparado para papéis sociais de acordo com as suas aptidões, aprendendo
a viver em harmonia com as normas daquele tipo de sociedade.
A tendência liberal tradicional, foi a primeira a ser instituída no Brasil por
motivos históricos. Nela o professor é a figura central e o aluno é um receptor passivo
dos conhecimentos considerados como verdades absolutas. Baseia-se em processos
de repetição e memorização.
Por razões de recomposição da hegemonia da burguesia, a liberal renovada
progressivista foi a próxima tendência a aparecer no cenário da educação brasileira.
Nesta o aluno é considerado como ser ativo e curioso. Dispõe da ideia que ele “só irá
aprender fazendo”, valorizam-se as tentativas experimentais, a pesquisa, a
descoberta e o estudo do meio natural e social. Aprender se torna uma atividade de
descoberta, reflexão e autoaprendizagem.
A tendência liberal renovada não diretiva, é um método centrado no aluno. A
escola tem o papel de formadora de atitudes, preocupando-se mais com a parte
psicológica do que com a social ou pedagógica. Nessa tendência, o ensino se
preocupa em estabelecer condições favoráveis, para que ocorra uma mudança interna
no indivíduo, facilitando e propiciando aos alunos, formas de obter conhecimento por
si mesmos.
Na tendência liberal tecnicista o aluno é visto como depositário passivo dos
conhecimentos, que devem ser acumulados na mente através de associações. O
papel do professor é ser um técnico e treinar o aluno para ser eficiente nas metas
econômicas, sociais e políticas, utilizando uma prática de ensino baseada em
objetivos institucionais, como aprender o conteúdo embasado em manuais de
autoinstrução. Articula-se diretamente com o sistema produtivo, com o objetivo de
aperfeiçoar a ordem social vigente, que é o capitalismo, formando mão de obra
especializada para o mercado de trabalho.
As tendências progressistas, partem de uma análise crítica das realidades
sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação e é uma
tendência que condiz com as ideias implantadas pelo capitalismo.
A tendência progressista libertadora, também conhecida como a pedagogia de
Paulo Freire, vincula a educação à luta e organização de classe do oprimido. Onde,
para esse, o saber mais importante é a de que ele é oprimido, ou seja, ter consciência
da realidade em que vive, para assim poder libertar-se dela. Tem como característica
uma educação alicerçada no desenvolvimento crítico e reflexivo. A relação do
professor e aluno ocorre de maneira igualitária.
A tendência progressista libertária, visa a transformação da personalidade num
sentido libertário e auto gestionário. Somente aquilo que é vivido pelo educando é
incorporado e utilizado em situações novas, por isso o saber sistematizado só terá
relevância, se for possível seu uso prático. Enfoca a livre expressão, o contexto
cultural, a educação estética. Os conteúdos, apesar de disponibilizados, não são
exigidos e o professor é tido como um conselheiro.
E por fim a tendência progressista crítico-social dos conteúdos, que surgiu para
propor um novo modelo que supera a pedagogia tradicional e a renovada. Valoriza o
ensino aprendizagem inserido na prática social, apresentando uma proposta de
educação frente aos problemas sociais, sem se dissociar ao conhecimento empírico.
A escola exerce a função de mediação entre o indivíduo e o meio social, o papel do
professor é de mediador do saber, que incentiva e estimula o estudante a desenvolver
o senso crítico, por meio de uma educação crítica, bem como experiências pessoais
e subjetivas, de maneira a contextualizar questões sociais e culturais dos alunos.
A tendência pedagógica que indicamos para a prática docente, em uma escola
pública em área de risco social, com alunos em fase de alfabetização, é a liberal
renovada progressivista, pois ela busca a adequação das necessidades individuais do
aluno ao meio social em que vive. Nela, a concepção de ensino avança, apresentando
uma nova escola, voltada para o conhecimento de mundo do aluno. Além de propiciar
a troca de experiências entre o educador e o educando, e possibilitar ao aluno
experimentar, buscar e refletir sobre o conhecimento.

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