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RELAÇÃO DO DIREITO

DO TRABALHO COM O
DIREITO
PREVIDENCIÁRIO
PROF. HENRIQUE LOURENÇO DE AQUINO
PROFESSORHENRIQUEAQUINO@HOTMAIL.COM

: @PROFHENRIQUEAQUINO : PROFESSOR HENRIQUE AQUINO


RELAÇÃO JURÍDICA PREVIDENCIÁRIA E O
CONTRATO DE TRABALHO

• O DIREITO DO TRABALHO E O DIREITO PREVIDENCIÁRIO SÃO AUTÔNOMOS???

Para um ramo do Direito ser considerado autônomo: deve ser de suma importância
jurídica e social; deve conter conceitos próprios e específicos; deve ter métodos e
princípios peculiares.
O DIRETO DO TRABALHO E O DIREITO
PREVIDENCÁRIO SÃO SEMELHANTES???
SEMELHANÇAS:

• Em relação as partes que são protegidas, ambas as áreas protegem o trabalhador;

• Quanto à proteção: garantia salarial. O empregador garante o salário do trabalhador em


atividade. A previdência social garante o salário dos trabalhadores em situação de risco
social;

• Quanto ao financiamento: a contribuição é vertida pelos empresários e trabalhadores, o


trabalho tem conexão com o INSS que é gerido pelo Estado.
DIFERENÇAS:

• Direito do Trabalho: proteção ao trabalhador em atividade.


• Direito Previdenciário: ampara situações em que o trabalhador precisa parar de
trabalhar.
• Na relação trabalhista: de um lado está o empregado e, de outro, o empregador.
• Na relação jurídica previdenciária: de um lado está o segurado e, de outro, o INSS.
• Na relação trabalhista: o salário é um dos objetos do contrato de trabalho.
• Na relação jurídica previdenciária: a contribuição previdenciária baseada no salário
dos empregados, é um dos objetos da relação.
OUTRAS DIFERENÇAS ENTRE DIREITO DO
TRABALHO E DIREITO PREVIDENCIÁRIO:
• Na relação trabalhista: a remuneração possui um piso (salário mínimo), mas não
possui um teto.

• Na relação jurídica previdenciária: o benefício possui um piso mínimo que é o


salário mínimo e possui um teto (R$ 6.101,06* valor modificado anualmente).

• *Obs.: o vínculo do segurado com a previdência social não está necessariamente ligado a
um contrato de emprego. Pode até ter início com um contrato de emprego. O término
do contrato de trabalho não implica no término da relação previdenciária. A previdência
social, ampara, inclusive o trabalhador desempregado, que está no período de graça!
AÇÕES TRABALHISTAS/PREVIDENCIÁRIAS E A
SENTENÇA TRABALHISTA
• Art. 71 da IN 77. A reclamatória trabalhista transitada em julgado restringe-se à garantia dos direitos trabalhistas e, por
si só, não produz efeitos para fins previdenciários. Para a contagem do tempo de contribuição e o reconhecimento de
direitos para os fins previstos no RGPS, a análise do processo pela Unidade de Atendimento deverá observar:

• I - a existência de início de prova material, observado o disposto no art. 578;


• II - o início de prova referido no inciso I deste artigo deve constituir-se de documentos contemporâneos juntados ao
processo judicial trabalhista ou no requerimento administrativo e que possibilitem a comprovação dos fatos alegados;
• III - observado o inciso I deste artigo, os valores de remunerações constantes da reclamatória trabalhista
transitada em julgado, salvo o disposto no § 3º deste artigo, serão computados, independentemente de início
de prova material, ainda que não tenha havido o recolhimento das contribuições devidas à Previdência
Social, respeitados os limites máximo e mínimo de contribuição; e
• IV - tratando-se de reclamatória trabalhista transitada em julgado envolvendo apenas a
complementação de remuneração de vínculo empregatício devidamente comprovado, não será exigido
início de prova material, independentemente de existência de recolhimentos correspondentes.
LEI 8.212/91

• Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas


à Seguridade Social obedecem às seguintes normas:

• I - a empresa é obrigada a:
• a) arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu
serviço, descontando-as da respectiva remuneração;
• (...)
• V - o empregador doméstico é obrigado a arrecadar e a recolher a contribuição do segurado
empregado a seu serviço, assim como a parcela a seu cargo, até o dia 7 do mês seguinte ao da
competência;
• (...)
TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO - TNU

• SÚMULA 75 da TNU

A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em relação à qual não se aponta defeito
formal que lhe comprometa a fidedignidade goza de presunção relativa de
veracidade, formando prova suficiente de tempo de serviço para fins
previdenciários, ainda que a anotação de vínculo de emprego não conste no Cadastro
Nacional de Informações Sociais (CNIS).
CONSELHO DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL - CRPS

• ENUNCIADO 2
Não se indefere benefício sob fundamento de falta de
recolhimento de contribuição previdenciária quando a
responsabilidade tributária não competir ao segurado.
IMPOSSIBILIDADE DE ACORDO APENAS
INDENIZATÓRIO – ART. 832 DA CLT
• § 3o As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a natureza jurídica
das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, inclusive o limite de
responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição previdenciária, se for o
caso.

• § 3º-A. Para os fins do § 3º deste artigo, salvo na hipótese de o pedido da ação limitar-se
expressamente ao reconhecimento de verbas de natureza exclusivamente indenizatória, a
parcela referente às verbas de natureza remuneratória não poderá ter como base de
cálculo valor inferior:
IMPOSSIBILIDADE DE ACORDO APENAS
INDENIZATÓRIO – ART. 832 DA CLT
• I - ao salário-mínimo, para as competências que integram o vínculo empregatício
reconhecido na decisão cognitiva ou homologatória; ou

• II - à diferença entre a remuneração reconhecida como devida na decisão cognitiva ou


homologatória e a efetivamente paga pelo empregador, cujo valor total referente a cada
competência não será inferior ao salário-mínimo.

• § 3º-B Caso haja piso salarial da categoria definido por acordo ou convenção coletiva de
trabalho, o seu valor deverá ser utilizado como base de cálculo para os fins do § 3º-A
deste artigo.
PORTARIA 123 DO INSS

• Art. 3º Os requerimentos dos serviços abaixo foram alterados para possibilitar a


solicitação via Central 135 e via APS.
• I - Solicitar Cálculo de Período Decadente;
• II - Solicitar Cálculo de Complementação;
• III - Solicitar Retroação da Data do Início da Contribuição - DIC;
• IV - Solicitar Alteração de Código de Pagamento;
• V - Atualizar Vínculos e Remunerações; e
• VI - Solicitar Alta a Pedido.
PRESCRIÇÃO

• Art. 11. da CLT A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de


trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.

§ 1º. O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto
anotações para fins de prova junto à Previdência Social.

Ex: O empregado ingressa com ação meramente declaratória na Justiça do


Trabalho, com o intuito de caracterizar a relação de emprego.
DECADÊNCIA A PARTIR DO TRANSITO EM
JULGADO TRABALHISTA
• STJ - resp 1759178/sp min Herman Benjamim

• Tema 200, TNU


• . Tese fixada: a pretensão ao recebimento de diferenças decorrentes de revisão de renda
mensal inicial em virtude de verbas salariais reconhecidas em reclamação trabalhista, a
prescrição quinquenal deve ser contada retroativamente da data do ajuizamento da ação
previdenciária, não fluindo no período de tramitação da ação trabalhista, enquanto não
definitivamente reconhecido o direito e não homologados os cálculos de liquidação.
REQUISITOS DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO – ART. 3º DA CLT

“S” ubordinação
H abitualidade
O nerosidade
P essoalidade
P essoa Física
JURISPRUDÊNCIA

• PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO. INÍCIO DE PROVA MATERIAL.


SENTENÇAHOMOLOGATÓRIA EXARADA PELA JUSTIÇA DO TRABALHO. NECESSIDADE
DE QUEESTEJA FUNDAMENTADA EM PROVAS DOCUMENTAIS E/OU
TESTEMUNHAIS.PRECEDENTES. ACÓRDÃO RECORRIDO QUE RECONHECE A EXISTÊNCIA
DEELEMENTOS PROBATÓRIOS A ALBERGAR A PRETENSÃO. INVERSÃO DO JULGADO.ÓBICE
CONTIDO NA SÚMULA 07 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AGRAVOREGIMENTAL DESPROVIDO.
1. A sentença trabalhista pode ser considerada como início de prova material, desde que fundada
em elementos que demonstrem o labor exercido na função e os períodos alegados pelo
trabalhador. 2. A Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência solveu a vexata quaestio de forma
consonante com o bom direito, tendo em vista que manteve o decisum de piso, o qual, para julgar procedente
o pedido, entendeu que os termos da sentença homologatória prolatada pela Justiça Obreira restaram
devidamente corroborados pela prova testemunhal robusta colhida durante instrução do feito. 3. Tendo o
acórdão recorrido esposado entendimento segundo o qual aprova mostrou-se suficiente para a comprovação
do tempo de serviço do de cujus, a inversão do julgado dependeria de reexame do acervo fático-probatório,
proceder esse inviável no presente incidente, ante o óbice da Súmula 07 desta Corte Superior de Justiça. 4.
Agravo regimental desprovido. (STJ - AgRg na Pet: 8827 PR 2011/0260517-2, Relator: Ministra LAURITA VAZ,
Data de Julgamento: 27/02/2013, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 06/03/2013) (grifo nosso)
AÇÃO DECLARATÓRIA NA JUSTIÇA DO
TRABALHO
• Súmula 368, item I, do TST - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o
recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à
execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias
em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o
salário de contribuição.
AÇÃO DECLARATÓRIA NA JUSTIÇA DO
TRABALHO
• INCIDÊNCIA DO INSS. SENTENÇA DECLARATÓRIA. SÚMULA 368, I DO TST.
À Justiça do Trabalho não cabe a cobrança das contribuições devidas ao INSS sobre
as ações declaratórias, nas quais é reconhecido o vínculo de emprego do obreiro. A
execução do tributo por esta Justiça Especializada ficará restrita às decisões em
que há condenação da empresa ao pagamento de parcelas trabalhistas e sobre os
valores resultantes de acordos entre as partes, consoante entendimento pacificado pelo
item I da Súmula 368 do TST, não modificado pelas alterações introduzidas pela Lei 11.457/2007
no artigo 876 da CLT, em face do entendimento do Supremo Tribunal Federal, consubstanciada
na futura Súmula Vinculante de nº 28.
(TRT-5 - AP: 385000320085050581 BA 0038500-03.2008.5.05.0581, 4ª. TURMA, Data de
Publicação: DJ 18/02/2011)
AVERBAÇÕES E REVISÕES

AVERBAÇÃO DE TEMPO RECONHECIDO EM RECLAMAÇÃO


TRABALHISTA C.C REVISIONAL DE APOSENTADORIA
AVERBAÇÕES E REVISÕES

• AVERBAÇÃO DE TEMPO RECONHECIDO EM RECLAMAÇÃO TRABALHISTA


C.C REVISIONAL DE APOSENTADORIA
- Fundamentos
Inicialmente, cumpre relatar que o(a) autor(a) trabalhou no período de __/__/__ à __/__/__ no
estabelecimento comercial denominado "__________". Àquela época, não recebia horas
extras trabalhadas e nem tampouco adicional noturno, além de equiparação salarial.
Desta forma, tomando conhecimento de que este fato lhe prejudicaria A nível previdenciário,
ingressou com demanda trabalhista, pleiteando o reconhecimento jurídico e verbas que
legitimamente competiam.
Após a instrução processual, restou prolatada sentença trabalhista, reconhecendo-se as verbas
citadas, com todos os pedidos procedentes (doc. 2).
A r. sentença de procedência foi lavrada pelo Juízo trabalhista nos seguintes termos:
MUITO OBRIGADO!

Professor Henrique Lourenço de Aquino


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