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AMPLIFICADOR -CONCEITOS BÁSICOS

Article · January 2015

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Homero Sette
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AMPLIFICADOR - CONCEITOS BÁSICOS
Original: 23 – 01 – 2015 Homero Sette Revisado: 24 – 02 – 2016

Introdução

Os amplificadores de potência são utilizados


em áudio para proporcionar ao sinal de baixa potên-
cia de entrada a energia suficiente para alimentar os
alto-falantes, ligados na saída. Para isso é necessário
amplificar não só a tensão do sinal de entrada como
sua corrente. Como potência é o resultado do pro-
duto tensão  corrente, ela acaba também amplificada.
É muito conveniente representar o amplifica-
dor como um quadripolo, ou seja, uma “caixa preta” Amplificador de ganho A, como Quadripolo.
(Black Box), dotada de dois terminais de entrada e
dois de saída. No par de entrada aplicamos o sinal a ser amplificado, Ein (input = entrada), que enxerga a
impedância de entrada Zin, simplificadamente representada pela resistência Rin, o que é válido para fre-
qüências médias (nem muito baixas nem muito altas), pois os capacitores de acoplamento (em série) provo-
cam defasamento nos graves enquanto indutores e transformadores em série, e capacitâncias para terra defa-
sam as altas freqüências. Esta tensão Ein transforma-se no gerador de saída A  Ein (uma fonte controlada
de tensão), onde A (quantidade adimensional), representa o ganho do amplificador, ou fator de amplifica-
ção, que indica quantas vezes o sinal de entrada foi “ampliado”. Por exemplo: se aplicando 0,5 V (valor efi-
caz senoidal) na entrada obtivermos 20 V na saída, o ganho será igual a 20 V /0,5 V = 40 vezes. É impor-
tante ressaltar que essa relação só é válida dentro da faixa linear do amplificador, ou seja, com distorção
harmônica muito baixa, situação em que uma senoide, aplicada na entrada, aparecerá na saída, sem deforma-
ção perceptível.
Se a impedância interna de saída, simplificadamente representada pela resistência Ro (out = saída), for
muito menor que RL (Load = carga), que representa a impedância resultante da(s) caixas acústicas ligadas
na saída, podemos desprezar Ro . Caso contrário a medida da força eletro motriz A  Ein deverá ser feita
sem carga (saída aberta). Alguns amplificadores, como valvulados e digitais, não podem operar, por dife-
rentes motivos, nessa condição, o que é contornado com a utilização de duas cargas diferentes, R L1 e R L2 , e
R L2  R L1
as respectivas tensões de saída, E O1 e E O2 , aplicadas na equação A  Ein  .
 R L2 / E O2    R L1 / E O1 
Nos amplificadores transistorizados Ro é muito pequena, podendo ser menor que 0,1 Ohm, inferior à
resistência dos fios de ligação, entre o amplificador e a carga. O parâmetro Ro será detalhadamente discutido
no item Fator de Amortecimento, bem como a maneira de medi-lo corretamente.

Entrada Diferencial

Os amplificadores profissionais possuem um


circuito balanceado de entrada (ballance = equilí-
brio), com estagio diferencial, para o cancelamento
dos ruídos, e N , de modo comum, ou seja, induzidos
nas entradas inversora (-) e não inversora (+), com a
mesma intensidade. Isso acontece em função do
sinal ser transmitido em um sistema de 3 fios, onde
um deles é o terra comum, e em cada um dos outros
dois existir duas versões do sinal de entrada: uma
em fase, na entrada (+), e outra defasada de 180 O ,
na entrada (-), ambas em relação ao terra. Isso per-
mite que a diferença entre esses sinais anule todo
ruído comum e tenha amplitude duplicada em rela- Amplificador com entrada diferencial.
ção a cada uma das componentes de entrada: E O  A   E in  e N    E in  e N    2  A  E in .
Sistema balanceado Cancelamento do ruído de modo comum.
1 – Terra

2 (+)
Não Inversora
3 (-)
Inversora

Cabo balanceado com conectores XLR Conectores XLR: fêmea (esquerda) e macho (direita).

Sensibilidade Es

A tensão de sensibilidade Es é o valor da ten-


são RMS que aplicada na entrada produz a potência
máxima na saída, especificada em relação a uma de-
terminada distorção (1 %, por exemplo). Os valores
mais comuns são 0,775 V, resultante de 0, 6 , e 1,55
V , o dobro do valor anterior. No entanto qualquer
valor pode ser utilizado e com o advento dos processa-
dores digitais muitos amplificadores apresentam sensi-
bilidades muito mais baixas, como 3 V, ou mais.
Limiter

Quando o sinal de entrada


cresce a distorção na saída começa
a subir, até um determinado ponto,
onde o circuito do limiter, existente
no amplificador, atua. Daí em di-
ante, mesmo com aumento no sinal
de entrada, a amplitude na saída
permanece constante, devido à di-
minuição do ganho. A curva do
ganho permanece constante até
atingir o valor do limiar (thre-
shold). A partir daí sua inclinação
aumenta, indicando redução no
ganho. A curva da linearidade é
uma reta ascendente até o limiar,
ficando na horizontal daí em diante.
Curvas que mostram a atuação do limiter: Ganho , na região descendente e Linearidade, na região constante .
A Rede de Energia

Segundo os padrões brasileiros os consumidores são alimentados pela rede secundária, em estrela (ou
Y), onde existem três fases (defasadas entre si de 120 O ) e um neutro, que é multi aterrado pela concessioná-
ria, ao longo da distribuição. As tensões aprovadas para uso residencial são 127 e 220 V eficazes (RMS), e
220 V / 380 V para uso industrial.

As redes primária e secundária de distribuição de energia elétrica. Aterramento do neutro.

Equipamento alimentado em 127 V. Equipamento alimentado em 220 V.


 1 Fase qualquer   2 Fases quaisquer
 Neutro  Terra  Terra

Quando temos 220 V entre fases obteremos, de qualquer uma delas, em relação ao neutro, 127 V.
Por esse motivo equipamentos construídos, especificados ou testados em tensões diferentes desses dois valo-
res, como 100 V, 110 V, 115 V, 120 V, 230 V, ou 240 V, etc … são considerados ilegais, em nosso país,
embora sejam usadas em outros países (com exceção de 110 V, somente ainda presente em redes antigas, no
Brasil, e consideradas fora do padrão).
Equipamentos com partes metálicas, que possam ser tocadas pelo usuário (terminais, bornes de liga-
ção, knobs metálicos, etc …), obrigatoriamente, por lei, devem ser alimentados com tomadas de três pinos,
aonde um deles, o central, vai ligado ao terra físico da instalação (terra de proteção) e deve estar conectado
ao chassis do equipamento.
Essa proteção é indispensável para a segurança dos usuários em geral e músicos em especial.

Terra Referência na Entrada Referência na Saída


Terra de proteção PE, conectado à terra Referência dos sinais de baixa potência, Referência dos sinais de alta potência,
física e ao Neutro, na entrada de energia. no lado dos conectores de entrada. no secundário do trafo de isolamento.
Tomadas fêmeas nos padrões americano (esquerda) e brasileiro (direita), com terminais para aterramento (ground).
Ligação em 127 V. Ligação em 220 V.

Trafo x Auto Trafo

As fontes de alimentação tradicionalmente utilizam transformadores entre a rede de energia e o cir-


cuito retificador. Isso é muito conveniente, pois o trafo eleva ou abaixa a tensão da rede para adequá-la ao
amplificador. Se o amplificador necessitar de 100 V DC, a rede de 220 VAC deverá ser rebaixada, o que o
transformador é capaz de fazer com simplicidade e eficiência.

Fonte de alimentação com auto-transformador de força:


Fonte de alimentação com transformador de força:
O terra da entrada é isolado da rede elétrica, por um pe-
Os terras da entrada e da saída são comuns e isolados da
queno transformador de isolamento, sendo diferente do
rede elétrica.
terra da saída, que não é isolado da rede.
Alem disso o transformador proporciona uma excelente isolação galvânica entre primário e secundário.
Desse modo, se você tocar em uma parte metálica do equipamento (chassis, por ex.), mesmo com os pés no
chão, estará livre de choque elétrico.

Amplificador alimentado com auto-transformador:


Circuito diferencial de entrada e transformador isolador de sinal, que separa o Conectores Speakon macho e fêmea.
terra da entrada (pré), do terra da saída de potência (rede).

Como o transformador de potência é bastante caro, e muito volumoso, de alguns anos para cá diver-
sas empresas brasileiras passaram a adotar os autotransformadores no lugar dos transformadores, por serem
significativamente menores, mais leves e mais baratos que os transformadores.
Além disso, como possuem menor impedância interna, são capazes de fornecer maiores picos de corrente
aos capacitores de filtro da fonte de alimentação, que dessa forma se recarregam mais rapidamente.
Com autotransformador, se ganha em custo, peso e tamanho, mas perde-se isolamento !
Esse problema foi contornado através do uso de um pequeno transformador, que confere o necessário
isolamento entre o estágio pré amplificador (com suas entradas de sinal), e o estágio de potência, que ali-
menta os alto-falantes. Como este transformador de isolamento trabalha com níveis baixíssimos de potência,
é pequeno, de custo compensador e, se adequadamente construído, não introduz nenhuma perda na quali-
dade. A esse respeito citamos os amplificadores valvulados, com seus transformadores de saída (para casa-
mento das altas impedâncias das válvulas, com as baixas impedâncias dos falantes), até hoje os preferidos
dos audiófilos.

Alimentação com auto trafo. Os terminais dos falantes não estão isolados da rede de energia. Não toque !

É preciso cuidado adicional na construção e no uso dos amps com auto trafo e o usuário não pode
entrar em contato com nenhum dos terminais dos alto-falantes, pois há risco de choque elétrico.
Por isso utilizamos conectores do tipo Speakon, que oferecem segurança, também a esse respeito.

Chave Ground – Lift

Na grande maioria dos equipamentos profissionais


encontramos uma chave denominada ground-lift cuja finalidade
é, na posição lift (levantar), desconectar o terra de proteção da
carcaça metálica do equipamento (gabinete, chassi) !
Isso é feito alegando-se a possibilidade da redução do ruído
induzido por malhas (loops) de terra. Esse expediente poucas
vezes funciona, e quando isso acontece, geralmente, deve-se ao
projeto deficiente da malha de aterramento de algum dos equi-
pamentos do sistema, exatamente o responsável pelo problema.
O levantamento do terra é condenado por inúmeros pro-
fissionais, pois coloca em risco a vida dos usuários dos equipa-
mentos, eliminando a efetiva proteção dada pelo aterramento.
Como as pessoas pisam na terra é preciso aterrar (ligar à
terra) todas as partes metálicas dos equipamentos em que elas
possam tocar. O aterramento elimina a diferença de potencial
perigosa que poderia existir entre um microfone, guitarra, car-
caça de amplificador, etc… e o chão. Tensões perigosas podem
aparecer (na falta do aterramento) por curtos circuitos internos
na aparelhagem, ou pelo uso de equipamentos fora do padrão de
segurança, como um cubo vintage, trazido pelo guitarrista, com Aterrar os equipamentos para evitar choques.
tomada AC de dois pinos, sem o conhecimento do técnico…
Posição Preferível Posição a Evitar
Colocar a chave ground-lift na posição lift equivale a cortar o pino central do terra de segurança.
O mesmo acontece com o uso do adaptador da direita. Muito cuidado com essas duas possibilidades.

Na presença de um aterramento bem feito (baixa impedância) qualquer tensão que surja nas carcaças
dos equipamentos será desviada para a terra, sem passar pelo corpo de ninguém.
Mas, para isso, o terra não pode estar levantado …

A Norma AES48-2005 (r2010), sobre in-


terconexões e aterramento não contempla a
prática do ground-lift em nenhuma de suas
sugestões, uma delas representada ao lado.
Sugere que os conectores, o circuito do
sinal e o ponto estrela (para onde convergem
as ligações à terra) estejam o mais próximo
possível entre si para que se tire o máximo
benefício da blindagem dos cabos.
Informa que para minimizar a impedância,
na maior faixa de freqüência possível, o con-
dutor deverá ser curto e bastante largo. Sugestão da Norma AES48-2005, para interconexão e aterramento.

Condutores tipo malha trançada, ideais para aterramento.

Main Power

Os amplificadores precisam ser alimentados com energia de qualidade, estável e confiável.


Por esse motivo recomenda-se o uso de Main Power para melhor organizar e garantir a captação e distribui-
ção da energia, geralmente sob a forma de sistemas trifásicos com 220 V entre fases e 127 V entre fases e
neutro. Para suportar as correntes envolvidas são usadas tomadas industriais e cabeamento adequado.
5 Pinos 4 Pinos 3 Pinos
Tomadas industriais usadas na alimentação de racks de amplificadores e main powers.

Main Power montado em case, frente e fundo.


http://www.master-ac.com.br/produtos/main-power/trifasicos

Simbologia utilizada nos terminais de terra.

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