As hemoculturas costumam ser positivas em 50 a 86% dos casos, e a cultura direta do tecido
aneurismático apresenta positividade em até 76% dos casos. Entretanto, em 25% das
ocasiões, o patógeno causador não é identificado. As bactérias com mais afinidade pela
parede bacteriana são o estafilococo e a salmonela. Patógenos menos comuns envolvem o T.
pallidum, Mycobacterium spp. e C. burnetii. Fungos também podem estar envolvidos em raros
casos.
Apresentação Clínica
Anamnese
Vasos mais profundos tendem a cursar com sintomas constitucionais e dor local e, por vezes,
ficam sem diagnóstico até sua ruptura.
Outras manifestações incluem sangramento intestinal, sintomas de AVC, fístula arteriovenosa
levando à insuficiência cardíaca, hematoma expansível, isquemia mesentérica, isquemia
periférica, hemoptise, osteomielite, abscesso do psoas, neuropatia. Se não tratado, o quadro
tende a evoluir com sepse, choque séptico e óbito.
Fatores de risco:
Lesão arterial (procedimentos invasivos);
Antecedentes infecciosos;
Imunodepressão;
Aterosclerose;
Aneurisma prévio.
Abordagem Diagnóstica
Angiografia: Caso persista dúvida após a angiotomografia, uma angiografia do local deve ser
realizada. Para pacientes com suspeita de aneurisma micótico cerebral e angiotomografia
normal, procede-se a angiografia para confirmação ou exclusão da doença.
Outros exames de imagem: A ressonância magnética ou PET com FDG podem ser opções à
angiotomografia, quando essa, por algum motivo, não puder ser utilizada. Por vezes, o
ecocardiograma transesofágico pode flagrar um aneurisma infectado próximo a área cardíaca.
Diagnóstico Diferencial
Vasculites; * INFO
AVC; * INFO
Abdome Agudo; * INFO
Endocardite Infecciosa; * INFO
Infecção de partes moles.
Abordagem Terapêutica
A pedra angular do tratamento é a terapia antibiótica em conjunto com a terapia cirúrgica. Não
existem diretrizes para guiar o tratamento que, na maioria dos casos, se baseia na
experiência clínica ou séries de casos. Quando o paciente recusa a cirurgia ou não apresenta
condições clínicas para tal, a terapia antibiótica isolada é a opção.
Antibioticoterapia
A terapia com antibióticos deve seguir o perfil bacteriológico local. Devido à alta incidência de
microorganismos gram-positivos e Salmonella sp., sugerimos o início empírico de
vancomicina com drogas que cubram o segundo patógeno, como ceftriaxona ou piperacilina +
tazobactam. O esquema deve ser descalonado assim que houver positivação nas culturas
com o perfil de sensibilidade.
Abordagem Cirúrgica
Guia de Prescrição
Autoria
Equipe adjunta:
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