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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO AMAPÁ-UEAP

CURSO DE GRADUAÇÃO-TECNOLOGIA EM DESIGN-21.3

WPC
Usabilidade e utilização na sociedade
contemporânea

MACAPÁ
2021
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO AMAPÁ-UEAP
CURSO DE GRADUAÇÃO-TECNOLOGIA EM
DESIGN-21.3 ALUNA:

Trabalho de Conclusão do curso de


Tecnologia em Design de produtos, da
Universidade Estadual do Amapá-UEAP como
requisito parcial para a Obtenção do grau de
Bacharel em tecnologia em design.
Orientador: Luiz Rogerio de Mendonça

MACAPÁ
2021
WPC, Usabilidade e utilização na sociedade
contemporânea

INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como propósito a busca de conhecimentos sobre sua
composição, seu processamento e as vantagens da sua utilização, visando à
diminuição dos desmatamentos e um melhor aproveitamento do material
reciclável. A madeira ecológica é um produto feito a partir de resíduos de
polietilenos reciclados (plásticos reciclados), compósitos vegetais (fibras
naturais e serragem de madeira) ou compósitos minerais (carbonato de cálcio,
talco e fibras de vidro sintéticas). já que este material tem inúmeras vantagens
em relação à madeira natural, mas mesmo assim, ainda é pouco conhecida e
consequentemente pouco utilizada. Nesse sentido objetiva-se o conhecimento
da madeira plástica, sua composição, analisando o processo de fabricação
mais viável para a produção da madeira plástica, avaliando desta forma, as
vantagens deste material em relação à madeira natural. Justifica-se a
elaboração deste artigo como uma fonte teórica de grande importância para a
divulgação da madeira ecológica (Wood Plastic Composite), visando uma maior
utilização deste material em virtude dos benefícios que ele possa adicionar
para um melhor aproveitamento do material reciclável e diminuição da
utilização da madeira natural.
MADEIRA ECOLÓGICA WPC (Wood Plastic
Composite)

Conhecida internacionalmente como WPC (Wood Plastic Composite) por ser


constituída a base de resíduos plásticos oriundos de pós-consumo e ou aparas
industriais agregadas a um tipo de carga que pode ser de origem vegetal e
mineral. Diferencia-se dos demais processos de transformação de plásticos,
pela utilização de todos os tipos de plásticos e diferentes cargas de forma
administrada, gerando um sustentável, ecologicamente correto e 100%
reciclavél.
A fibra de madeira também é uma das mais antigas cargas utilizadas com
matrizes poliméricas. Não é um tema novo. Em 1916 a empresa Rolls-Royce
fabricou a palanca de marchas com carga vegetal. Desde então, uma gama
variada de desenvolvimentos foi efetuada, mas na década de 70, os italianos
relançaram a madeira plástica como um moderno conceito [19]. Durante o final
da década de 80 muitas empresas realizaram pesquisas em fibras naturais
como cargas bem como agentes de acoplamento para melhorar a interface
entre o polímero, que apresenta caráter apolar, com a fibra da madeira que
apresenta caráter polar [31]. Com o aumento desta afinidade é possível utilizar
uma quantidade maior de carga na matriz bem como proporcionar uma
melhora nas propriedades mecânicas, físicas e reológicos dos compostos. A
Figura 16 representa a interação entrega a carga, matriz e o agente de
acoplamento.
Os resíduos são um dos principais desafios de qualquer cidade industrializada,
onde 60 toneladas destes materiais são recicladas todos os dias. Além de
reduzir o consumo de recursos naturais, a cadeia da reciclagem cria empregos
e estimula o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos, como a
Ecowood, um material composto por plásticos reciclados, moinho e cargas,
como a casca de arroz.
O processo de INTRUSÃO com percentuais menores de carga, atribuindo
características técnicas muito superiores aos materiais 100% plásticos, além de
não necessitar a pré-lavagem, significando um processo 100% sustentável.
Denominado de INTRUSÃO, pelo fato de produzir perfis plásticos de maneira
termodinâmica, através da injeção em moldes com alta pressão e alta
temperatura, com uma formulação de polímeros e cargas vegetais
homogeneizadas, resultando em um produto MAÇIÇO, com alta dureza e alta
resistência, resultante da alta compactação do composto.
Diferencia-se dos demais processos de transformação de plásticos, pela
utilização de todos os tipos de plásticos e diferentes cargas vegetais de forma
administrada.
COMPÓSITOS POLIMÉRICOS COM CARGAS
VEGETAIS
Compósito é a junção de materiais com propriedades diferentes formando um
produto multifásico com uma única propriedade. Conforme a combinação
obtém-se um novo artefato com propriedades superiores aos originais. o
compósito polimérico é formado por uma fase contínua ou matriz sendo
utilizado um polímero e a fase dispersa sendo utilizada uma carga que pode
ser ou não reforçada.
Muitas vezes sua utilização tem como intuito a redução dos custos. Porém, um
dos fatores indesejáveis é o aumento de viscosidade, que dificulta o seu
processamento Estudos de fibras naturais utilizadas como reforço em
compósitos abre uma gama de possibilidades para utilização. As fibras naturais
têm a vantagem da baixa densidade, baixo custo e de ser biodegradáveis.
Porém, a sua grande desvantagem é a baixa compatibilidade entre a fibra e a
matriz. Outro ponto é a sua absorção de água. Assim sendo, tratamentos
químicos são necessários para alterar estas propriedades [30]. A adição de
fibras de madeira ou vegetais nos compósitos demanda modificações físicas
químicas na superfície destas cargas ou até mesmo o uso de agentes de
acoplamento. Isso porque a característica polar da celulose presente na fibra
de madeira contrapõe com as características apolares de algumas matrizes
poliméricas [28]. A fibra por ser polar gera um sério problema de
compatibilidade com as matrizes de polímeros. O tratamento para causar
adesão e compatibilidade, muitas vezes demanda alto custo, e em 31 alguns
casos diminui a absorção da água [30]. A Figura 15 mostra a estrutura geral da
lignocelulose.
Quando comparada com a própria madeira, o WPC apresenta maior
durabilidade,reduzindo assim a manutenção, sendo uma opção para realizar a
reciclagem dos polímeros de maior consumo no Brasil. Apresenta vantagens
de não absorver umidade e de não ser atacado por cupins ou mofos
apresentando resistência química e resistência aos raios UV. A Nomenclatura
Comum do Mercosul (NCM) da madeira plástica comercializado no Brasil é
3925.90.9

O Piso "WOOD PLASTIC COMPOSITES" é um material de aparência


amadeirada, mas com a durabilidade do plástico. É fabricado em Pelotas no
estado do Rio Grande do Sul, pela empresa WPC Brasil.
APLICAÇÕES:
- Revestimentos em geral;
- Indústria moveleira;
- Divisórias internas de móveis;
- Acabamentos diversos;
- Náutica;
-Construção;
- Automotiva;
- Embalagens;
- Decorações;
- Chapas e painéis.
MATERIAIS EMPREGADOS

Este produto é formado através de um Biocomposto conhecido como WPC, das


siglas em inglês Wood Plastic Composite. É uma nova matéria-prima criada a
partir da combinação de termoplásticos, fibras naturais e a tecnologia de
processamento de plásticos. plásticos. Os Polímeros utilizados podem ser
Polipropileno ou Polietileno. As fibras naturais são de madeira refloresta e
certificada, sendo todo este processo ecologicamente correto. Os perfilados em
WPC são produzidos a partir de resinas termoplásticas e reforçados por fibras
vegetais, como cargas de reforço, em resinas termoplásticas. Também são
oriundos de fontes renováveis e biodegradáveis, além de não serem tóxicos.
Este produto possui em sua formulação, a casca de arroz reaproveitada do seu
processo de produção evitando que a mesma seja desperdiçada ou acumulada
no ambiente natural.
Os produtos em WPC não necessitam de parafusos ou fixadores diferentes
daqueles utilizados para madeira, entretanto, foram desenvolvidos, parafusos
especiais para montagem dos perfilados. São parafusos galvanizados e
pintados com pintura em epoxi, que possuem roscas especialmente
desenvolvidas para garantir a melhor fixação e acabamento. Além disso, os
mesmos são oferecidos em várias cores de modo a combinar com o deck ou
revestimento.

Exemplos de desenhos a serem feitos com o material

Os produtos em WPC são leves e resistentes. Podem ser aplicados em


revestimentos, internos como forros, rodapés, rodaforros e escadas, como
também para uso externo em decks de piscina, cercas, coberturas e
fechamentos laterais.

Aplicação do material como pallets

Exemplo de deck feito com o material


RESUMO
Constantes preocupações com as fontes energéticas e com as mudanças
climáticas tem gerado uma busca por novas descobertas e tecnologias nas
cadeias produtivas. A quantidade de resíduo produzido no mundo e seu
descarte se tornou assunto entre acordos comerciais e políticos entre os
países. Soluções que retirem esses resíduos do meio ambiente são desejáveis
pela sociedade, além de criar oportunidade de negócio para investidores.
Produtos que sejam provenientes de fontes renováveis, com certificação e com
possibilidade de voltar ao sistema produtivo após seu descarte tem ganhado
espaço no mercado. Economia circular é a forma como esse novo modelo
econômico pode ser definido, está desvinculado do uso de recursos finitos,
através do uso eficiente dos recursos e da minimização de resíduos. Na
economia circular o WoodPlastic Composites (WPC) é um dos exemplos na
produção de novos materiais, pois utiliza resíduos. O WPC utiliza em sua
produção fibras naturais, resíduos agroflorestais, e polímero que pode ser
virgem ou também reciclado. Algumas pesquisas já foram realizadas na área
técnica do WPC no Brasil, porém poucos estudos de mercado encontram-se
divulgados. No desenvolvimento de produtos mais tecnológicos e sustentáveis,
como o WPC, informações são necessárias para que haja investimentos no
setor, e então uma produção em escala dê maior acesso ao mercado. Dessa
forma, o objetivo geral desse trabalho foi analisar o mercado de WPC no Brasil.
Os objetivos específicos concentraram-se em entender o perfil de seus
consumidores, influenciadores, pesquisadores e população geral através de
questionários e uma análise econômica de um fabricante de WPC. A
metodologia utilizada foi de revisão bibliográfica; elaboração de questionário
para aplicação nos quatro segmentos; análise estatística dos resultados de
questionários semiestruturado através da Análise de Correspondência Múltipla
(MCA) pelo software R. A análise de viabilidade econômica foi realizada por
meio da TIR e VPL, a partir de dados fornecidos de um fabricante de WPC, que
demonstraram ser viável a produção de WPC. Como conclusão, o mercado
brasileiro de WPC apresenta inúmeros desafios como: tornar o material WPC
mais conhecido pela sociedade, e para isso investir mais em publicidade e
marketing; proporcionar uma maior confiabilidade do produto aos engenheiros
e arquitetos; aumentar o número de pesquisas e estudos de mercado no setor
que suporte os investimentos, entre outros. Porém, existe uma enorme
perspectiva de crescimento e muitas oportunidades nesse mercado,
principalmente porque a população brasileira tem buscado novos produtos que
possuam qualidade, bom preço e que sejam produzidos a partir de fontes
renováveis de energia. E por fim, as empresas estão sendo cobradas a serem
mais sustentáveis, executando uma economia circular e não linear.
REFERÊNCIAS
Guamá, f. f. m. c. et al. lixo plástico: de sua produção até a madeira plástica. in:
Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 28., 2008, Rio de Janeiro. anais... Rio
de Janeiro: ABEPRO, 2008.
Hillig, E. A viabilidade técnica de produção de compósitos de polietileno (HDPE)
reforçados com resíduos de madeira e derivados das industrias moveleiras. 2006. 193
f. Tese (Doutorado em Ciências Florestais) – Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, 2006
Oliveira, S.M.M. Meio Ambiente, Reciclagem e Tratamento de Resíduos. Tecpar, 2008.
Borowski, H.C.; Nascimento, N. A Madeira Plástica como Opção de Uso para os
Resíduos Plásticos. São Paulo, 2008.
Paula, R. M.; Costa, D. L. Madeira plástica: aliando tecnologia e sustentabilidade. In:
Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, 12.; Encontro Latino Americano De
Pós-Graduação, 8., São José dos Campos, 2008. Anais... São José dos Campos:
UNIVAP, 2008.
Trigueiro, A.; Bocardi, R. Madeira plástica evita derrubada de árvores para fabricar
móveis. Jornal da Globo, Rio de Janeiro, 21 set. 2012. Disponível em: . Acesso em: 23
de março de 2018.

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