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ÁUDRIA CAMILA DOS SANTOS CATININ

PORTFÓLIO ACADÊMICO: Gestão Educacional

Serrita – PE
Março/2017
ÁUDRIA CAMILA DOS SANTOS CATININ

PORTFÓLIO ACADÊMICO: Gestão Educacional

Portfólio Acadêmico, apresentado à


FUNESO/UNESF como requisito parcial
para obtenção de nota na disciplina de
Gestão Educacional, ministrada pela
Professora Cícera Alves Nunes.

Serrita – PE
Março/2017
1. Introdução

O presente portfólio apresenta idéias contidas no módulo de Pedagogia que


serviram muito de aprendizado sobre o tema Gestão. Este tema é de suma
importância para futuros (as) Pedagogos (as), pois abarca características
fundamentais para a execução do trabalho educacional. Aponta várias idéias
inovadoras que muito auxiliam no trabalho do educador e, nos faz refletir sobre
nossa posição quanto futuros gestores.

As discussões aqui apresentadas fomentam uma nova prática docente,


mostrando o modo de como a educação deve ser gerida de maneira que contribua
para o sucesso escolar, pois trabalhar na gestão atualmente tem sido um grande
desafio, porque é uma área que envolve muitos aspectos administrativos.

Neste portfólio será abordada a compreensão do que é e como se dá a gestão


escolar, trazendo um pouco da contribuição de atores educacionais para uma gestão
eficaz, a definição e diferenciação entre centralização, descentralização e
desconcentração de poder e, por último as propostas da gestão democrática e
proativa.
2. Desenvolvimento

2.1 O QUE É GESTÃO ESCOLAR


Embora seja um tema mais voltado para o campo da Administração, entender
o que é gestão e como ela se processa dentro do contexto educacional é
fundamental para a prática pedagógica. Por esta razão, veremos algumas
considerações importantes sobre o que é gestão e como ela se configura na escola.

2.2 O que é gestão?


Conceituar gestão parece tarefa fácil. Compreende a tarefa de gerenciar,
administrar, gerir determinado contexto a que se esteja inserido. Porém o trabalho
de um gestor não foi delineado de modo simples. Aliás, ainda nos dias atuais, não é
tarefa fácil estar na função de administrador.
Para se obter o papel gestacional que temos na atualidade, muitas teorias
foram tecidas e experimentadas. Essas teorias são conhecidas como as escolas da
administração e, embora seja objeto de estudo dos administradores, também
constitui informação valiosa para os gestores educacionais. São 4, as principais
escolas administrativas alcunhadas pelo nome de seus idealizadores) propostas por
OLIVEIRA (2010), conforme veremos a seguir.

2.2.1 Frederick Taylor


Considerado pai da administração, Taylor desenvolveu sua percepção de
administração voltada para a otimização do trabalho industrial. É interessante
destacar que ele começou sua vivência em administração como operário, até que
alcançou altos cargos em grandes empresas.
Este simples detalhe aponta para a necessidade de conhecimento de todo
funcionamento de onde se pretende gerenciar. Um bom gestor é aquele que
conhece as especificidades de cada setor e de cada funcionário para então, cobrar
fatores determinantes ao sucesso do trabalho. E pensando dessa forma,
desenvolveu alguns parâmetros que deveriam ser observados em uma boa
administração, são eles:

 Cientificidade: trabalho científico, onde estudos são levados em consideração


e postos em prática como alternativa a dar certo e não como ‘mais uma
alternativa’.
 Divisão do trabalho: cada etapa da produção, tendo uma função distinta, deve
ter especificidades adequadas.
 Autoridade e responsabilidade: há uma hierarquia em prol da produtividade.
Uns são destinados a planejar e gerenciar enquanto outros são importantes
na execução do trabalho.
 Treinamento e seleção: a qualificação do trabalhador é um investimento para
si e para a empresa.
 Coordenação: com o objetivo de facilitar o trabalho, este setor deve ser visto
como elo entre os cargos administrativos e os que desempenham funções
operárias.
2.2.2 Henry Fayol
As contribuições de Fayol não vieram como contraposição às de Taylor, mas
como complementação, pois visava uma percepção mais administrativa.
Fayol se destacou por considerar 6 funções básicas de grande importância
para o funcionamento empresarial, sendo:

 Técnica: correspondente à atividade produtiva/operária da empresa.


 Comercial: responsável pela compra do material necessário para a produção,
bem como pela venda de seus produtos externamente.
 Financeira: responsável pela obtenção dos recursos financeiros empresariais.
 Contábil: registros financeiros empresariais em termos de apurar seus bens,
lucros, prejuízos, responsabilidades trabalhistas, etc.
 Segurança: oferecimento de boas condições de trabalho para todos.
Salubridade trabalhista e responsabilidade uns com os outros.
 Administrativas: acompanhamento dos demais setores, visando o
cumprimento das normas estabelecidas para que se alcancem os objetivos
empresariais.
É possível notar que as proposições feitas por Fayol não ferem as
propostas de Taylor. Na verdade vem complementar à percepção de um trabalho
gestor.

2.2.3 Henry Ford


Enquanto Taylor abrangeu mais uma perspectiva de produção e Fayol traz à
tona a união desses dois cenários empresariais, Ford apresenta a idéia de que todo
trabalho tem que ser integrado de modo a surtir bons resultados para a empresa,
trabalhadores e consumidores.
Seus estudos culminaram em 3 princípios básicos que devem ser observados
pelo bom gestor, quais sejam:

 Intensificação: envolve bom uso do tempo destinado ao trabalho evitando a


ociosidade.
 Economicidade: empregabilidade extremamente necessária à produtividade.
 Produtividade: aumento da capacidade produtiva.

2.2.4 Elton Mayo – Teoria das relações humanas


As contribuições de Mayo para a gestão administrativa envolvem conceitos
não discutidos pelos pensadores das escolas anteriores. A era industrial e
tecnológica avançou no cenário econômico em velocidade muito maior aos avanços
humanos, o que causou disparidade na produtividade, gerando conflitos sociais
elevados e, muitas vezes, difíceis de serem solucionados por medidas em curto
prazo.
Pensando em um viés mais humanizado, Mayo propôs algumas
considerações importantes:
 Trabalho em equipe: tem sido mais satisfatório trabalhar contribuindo uns com
os outros, sem o espírito competitivo.
 Flexibilidade educacional: os gestores saem da zona de conforto para
conhecer as especificidades de seus subordinados, ouvindo-os e procurando
otimizar o trabalho. A satisfação e boas condições de trabalho elevam a
produção e boa imagem da empresa.
 Motivação: contrapõe-se à idéia de Taylor de que o homem trabalha
meramente pelo seu salário. A visão humanizada compreende que o homem
também trabalha pela satisfação de estar em equipe, de ser reconhecido no
que realiza, de poder contribuir socialmente com suas habilidades.
As escolas administrativas elencadas aqui trouxeram contribuição de suma
importância para a gestão escolar. Cada gestor desenvolve o seu trabalho na
escola sob uma ou várias dessas perspectivas.

2.3 O que é gestão escolar?


Tendo conhecido como se dá a gestão em uma visão administrativa, não é
difícil concluir o que seja gestão escolar. Embora pareça burocrático, a gestão
escolar é essencial para o aprendizado dos alunos.
Isso porque é a gestão quem trabalha nas exigências por uma educação de
qualidade. É nesse setor que vemos o incentivo por atividades que impulsionem o
desenvolvimento cognitivo, social e afetivo a ser trabalhado pelos professores.

2.3.1 Gestão Pedagógica


Desenvolve habilidades e estratégias relativas ao aprendizado dos alunos e à
praticidade dos professores no ensino. É por meio desta que são elaboradas
situações que contribuam para o sucesso escolar.
É na gestão pedagógica que discute-se as dificuldades encontradas na escola
que são de âmbito cognitivo.

2.3.2 Gestão Administrativa/Financeira


Quando falamos em gestão administrativa, estamos considerando os
cuidados do cotidiano.Saber gerir o funcionamento predial e pessoal. Já no que
tange a gestão financeira, compreende-se o lidar com recebimentos e pagamentos.
É interessante observar que o envio dos recursos financeiros enviados às
escolas da rede é feito com base no sucesso da gestão pedagógica, administrativa e
financeira. Isto posto vemos a necessidade de um olhar mais aguçado para a
gestão, não por significar verbas mas por envolver qualidade educacional.

2.3.3 Gestão de Recursos Humanos


É nessa gestão que se processa a manutenção da boa convivência entre
todos. A comunicação com alunos e pais também se processa dentro dessa esfera o
que requer sabedoria para dar as melhores instruções, sempre visando ao bem
estar do aluno. Os conflitos que acontecem na escola, que variam desde pequenas
confusões entre alunos até divergências entre colegas de trabalho são objeto de
trabalho dessa gestão.
Os três tipos de gestão que foram citadas são essenciais para o bom
andamento da escola e é importante que essas três esferas trabalhem juntas, com
os mesmos objetivos a serem alcançados.

Analisando as informações contidas no capitulo 1, eu entendi que a gestão é


fundamental para a prática pedagógica, ambas estão relacionadas com a questão
administrativa/financeira e de recursos humanos. Para que a escola tenha um bom
andamento é preciso que essas esferas trabalhem juntas.
Compreendi que as escolas administrativas elencadas por Frederick Taylor,
Henry Fayol, Henry Ford e Elton Mayo mostra a evolução do setor administrativo,
educacional e escolar ao longo dos anos, mostrando significativos avanços que
beneficiaram a sociedade de modo geral.
Dou maior relevância as considerações de Mayo, que destacou o trabalho em
equipe, flexibilidade educacional e motivação como formas de relações
humanizadoras, valorizando todos os setores administrativos, sempre buscando
melhorias para que o trabalho tenha sucesso.

2.4 OS ATORES PEDAGÓGICOS NA GESTÃO ESCOLAR


Para pensar o trabalho de gestão educacional, não podemos fazê-lo sem que
entendamos o papel de cada um dos sujeitos educacionais na esfera gestacional,
suas atribuições e como elas podem contribuir para a excelência da escola.
Segue um organograma proposto por esta área, mas que pode ser
reinventado de acordo com o contexto escolar que for aplicado.

2.4.1 Diretor
Em instituições privadas, o diretor é representado na figura de ‘dono da
empresa’. Por essa razão a figura do diretor nessa realidade adota uma postura
mais centralizadora. Vale ressaltar que o diretor da escola privada pode apropriar-se
de um trabalho administrativo mais aberto, procurando dialogar com todos os
setores da escola a fim de aplicar os melhores recursos para a qualidade
educacional.
Já em escola pública, o trabalho do diretor é mais restrito no que tange à
centralidade do poder. Isso porque nos últimos anos, a gestão pública vem
desenvolvendo um modelo de administração envolvente, a chamada ‘gestão
democrática’.
Em escola privada ou pública o diretor exerce a função essencial de gerir a
administração da escola. Ser presente e atento às especificidades que acontecem,
tornando-o primordial no bom andamento do trabalho escolar.
2.4.2 Secretário
Quando falamos em secretário escolar, todo trabalho muda. Esta é a segunda
função mais importante da escola. Na ausência da direção, o secretário pode
responder pelas atribuições cabíveis. Ainda para fins de gerências regionais de
educação é concedido número de inscrição ao diretor e também ao secretário, onde
este poderá redigir e assinar os documentos escolares dentro de sua legalidade.
Então por essas responsabilidades, é fácil entender que o secretário escolar é
responsável, primordialmente, pela burocracia escolar que envolve matrícula,
transferência, emissão de boletins, aquisição e arquivamento de todos os
documentos necessários ao portfólio escolar dos alunos.
O secretário pode, na ausência da direção cuidar de alguns aspectos de
funcionamento dos auxiliares administrativos e demais funcionários da escola. Essa
função não possui grandes divergências entre o setor público e privado.

2.4.3 Supervisor
É a supervisão quem visualiza se o trabalho docente está sendo de acordo
com o trabalho desenvolvido pela coordenação. Também informa à direção o
desempenho da coordenação junto aos professores. É valido porém ressaltar que:
O trabalho do supervisor não é fiscal de
professor, não é dedo-duro (...) não é pombo
correio (...) não é coringa/tarefeiro/quebra-
galho/salva vidas (...) não é tapa buraco, não é
burocrata (...) não é de gabinete, não é diário (...)
não é generalista que entende quase nada de
quase tudo. (VASCONCELLOS, 2006, P. 86)

2.4.4 Coordenador

Como contribuinte no trabalho docente direto ao aluno, o coordenador


pedagógico deve buscar conhecer os discentes que estão sob sua atenção,
procurando auxiliar o professor em estratégias de trabalho que sejam eficazes na
sala de aula. Quando o professor se une à equipe pedagógica, por meio do
coordenador, novas idéias surgem para reforçar o trabalho docente.
Cabe ao coordenador pontuar por meio de pesquisas, como está sendo o
desempenho dos alunos, sabendo informar sobre cada resultado obtido à direção,
aos professores e aos pais. Não podemos esquecer da formação continuada dos
docentes. É nesse setor que se busca meios de colaborar com os docentes por meio
de cursos, estudos, palestras, em que todos colaborem com seus saberes.

2.4.5 Orientador
O papel do orientador educacional é mais voltado para os alunos. Diríamos
que enquanto o coordenador trabalha na relação escola – professor – pais, o
orientador desenvolve seu trabalho na relação escola – professor – aluno.
Ser orientador significa estabelecer compromisso do ensino com a sociedade.
É poder orientar os alunos para que se apropriem do conhecimento em termos de
vida prática. Fornecer subsídios para que desenvolva a capacidade crítica e de atuar
enquanto cidadãos no contexto que estiverem inseridos.

Refletindo as idéias apresentadas no capítulo 2, eu entendi que a educação


acontece por meio de vários sujeitos, onde cada um realiza uma determinada
função. Se as escolas seguissem esse modelo de gestão, com certeza os resultados
seriam bem mais elevados.
Por meio da gestão democrática, o diretor perdeu mais o reflexo de ‘mandão’,
pois ele é apenas um dos atores ‘que apresentam a peça’. Na ausência do diretor, o
secretário tem autonomia de responder por ele, função que é desconhecida ou
descredenciada em muitas escolas.
A função do supervisor foi excluída das escolas por ser vista como o ‘dedo-
duro’ da escola, sendo que, sua função está para ajudar o trabalho do coordenador
e o resultado dos alunos.
O coordenador por sua vez, tem a obrigação de conhecer as dificuldades dos
alunos para buscar melhorias para o desenvolvimento dos mesmos e, buscar
estratégias que auxiliem melhor o trabalho do professor. Já o orientador tem seu
trabalho mais voltado para o aluno, buscando auxiliá-lo na formação como cidadão.

2.5 DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO DO PODER


2.5.1 Descentralização do poder
A descentralização do poder se torna visível quando cada função recebe
autonomia na tomada de decisões sem ferir a visão, missão e valores institucionais.
Para que ocorra de modo eficaz faz-se necessário pessoal qualificado.

2.5.2 Desconcentração do poder


Neste caso, não há muita autonomia na tomada de decisões, mas há aumento
de eficiência na execução dos processos. Como disse Casassus, este modelo de
trabalho... “reflete processos, cujo objetivo é assegurar a eficácia do poder
central...”. Desta maneira a desconcentração reflete um movimento cujo sentido é de
‘cima para baixo’.

Diferenciando as questões de poder em relação à gestão escolar do capítulo


3, eu entendi que descentralização e desconcentração são sentidos totalmente
opostos. Uma requer autonomia já a outra é o inverso, ambas estão presentes na
gestão de algumas instituições de ensino. Mas as duas estão relacionadas a uma só
questão: o poder, que está evidenciado no processo de centralização, onde
acontece intensa concentração de poder.
2.6 GESTÃO DEMOCRÁTICA E GESTÃO PROATIVA
2.6.1 Gestão Democrática
O grande desafio da gestão democrática consiste em fomentar um trabalho
administrativo, baseado na integração de vários sujeitos escolares na tomada de
decisões. A idéia é desenvolver a participação dos professores, funcionários e pais
no trabalho da gestão, sempre com intuito de contribuir e otimizar o trabalho escolar.
Para a efetivação de uma gestão democrática de sucesso deve-se
estabelecer algumas características fundamentais como: eleição de diretores,
órgãos colegiados, Projeto Político Pedagógico e planejamento participativo.

2.6.2 Gestão Proativa


Proatividade envolve antecipação de atitudes sem que alguém precise
ordenar que seja executado. É a idéia de ‘fazer antes que alguém mande’. Só que
além de antecipar tarefas, ser proativo envolve responsabilidades dos resultados
que serão obtidos. Isso deve deixar o gestor ciente da importância de, a partir dos
erros encontrados, ser capaz de administrá-los e corrigi-los, implicando ao gestor
humildade e discernimento.

Após o estudo realizado do capítulo 4, eu entendo que gestão democrática e


proativa, envolvem capacidades que o gestor deve adquirir para que tenha uma
gestão de sucesso. Um bom gestor é aberto à comunidade para melhor servir ao
trabalho educacional e ao mesmo tempo deve ser ágil nos trabalhos educacionais
para que o público-alvo, que é o aluno, não se prejudique por falhas da
administração.
3. Conclusão

De acordo com o estudo realizado na área de Gestão Educacional, fica claro


que houve muitos avanços significativos neste campo. Pois o trabalho de gestão na
educação é um desafio que precisa de muito engajamento de toda a equipe escolar
e a escola tem conseguido enfrentar esse desafio com o passar dos tempos, mas
ainda há alguns aspectos que precisam ser melhorados.

Todo educador deve estar a favor de uma qualidade de ensino e correr atrás
de melhorias para os alunos, para que isso aconteça a rede de ensino tem que estar
trabalhando visando este mesmo objetivo, uma gestão de qualidade.

O gestor, para que realize um trabalho de sucesso, é preciso que esteja se


aperfeiçoando constantemente por meio de estudos que desenvolva seu bom
desempenho administrativo para que sua gestão seja bem realizada gerando
consequentemente bons resultados.

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