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CONTEÚDOS:
C13 – ELETROSTÁTICA
NessaUnidadedeEnsinoiniciaremos o estudo da eletricidade, analisando o
comportamento das cargas elétricas em repouso. Apresentamos a Lei de Coulomb, que
permite obter a intensidade da força entre cargas elétricas consideradas puntiformes. Por fim,
conceituamos campo e potencial elétrico.A partir da compreensão desses estudos é possível
entender diversos fenômenosque acontecem no cotidiano.
1 - ÁTOMO
Sabendo que a matéria e constituída por átomos, os quais são formados por um núcleo,
onde existem os prótons e os nêutrons; e uma coroa, na qual se deslocam os elétrons.
A carga elétrica é uma grandeza física escalar, associada aos elétrons e prótons, para
possibilitar o estudo das interações elétricas.
A unidade para medir carga elétrica, no SI, e o Coulomb, cujo símbolo e C.
e = 1,6 x 10-19 C
3 - PRINCÍPIO DA QUANTIZAÇÃO
“Qualquer carga elétrica adquirida por um corpo é sempre um múltiplo da carga elétrica
elementar e”. Simbolicamente, vale a relação:
Q = ne
Onde:
Q→é a carga adquirida pelo corpo
n→é o número de elétrons ganhos ou perdidos pelo corpo.
e →carga elétrica elementar
4 – PRINCÍPIOS DA ELETROSTÁTICA
“Num sistema eletricamente isolado, a soma algébrica das cargas elétricas é constante”.
Durante o contato, os corpos condutores trocam cargas elétricas entre si. Ainda que a
distribuição final das cargas seja diferente, a soma se conserva.
5 - CONDUTORES E ISOLANTES
6 - PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO
Podemos eletrizar um corpo, isto e, fornecer ou retirar elétrons, por vários processos, dentre
os quais se destacam:
- eletrização por atrito;
- eletrização por contato;
- eletrização por indução.
Quando dois corpos são atritados, pode ocorrer a passagem de elétrons de um corpo para o
outro. Nesse caso diz-se que houve uma eletrização por atrito. Considere um bastão de vidro sendo
atritado com um pedaço de lã, ambos inicialmente neutros.
A experiência mostra que, após o atrito, os corpos passam a manifestar propriedades
elétricas.
Ao atritarmos o bastão de vidro com o pano de lã, ocorre uma transferência de elétrons
entre eles, de modo que um fica com falta e o outro, com excesso de elétrons.
Os corpos que apresentam excesso ou falta de elétrons são chamados corpos eletrizados.
Se num corpo o número de prótons é igual ao número de elétrons dizemos que ele está
eletricamente neutro. Na experiência da figura 4, elétrons passam do vidro para a lã. A lã, com
excesso de elétrons, apresenta carga elétrica negativa. O vidro cedeu elétrons e, portanto, apresenta
carga elétrica positiva. O vidro e a lã eletrizaram-se por atrito, adquirindo cargas elétricas de sinais
opostos.
Finalmente, ressaltamos que, na eletrização por atrito, além de adquirirem cargas elétricas
de sinais opostos, os corpos apresentam quantidades de cargas elétricas de mesmo valor absoluto.
Observações:
(1) A eletrização por atrito também pode ser chamada de eletrização por fricção ou
triboeletrização.
(2) Não ocorrera eletrização se os dois corpos forem feitos do mesmo material.
Colocando-se, em contato, dois condutores, um eletrizado (A) e outro neutro (B), este se
eletriza com carga de mesmo sinal de A.
De fato, se A está positivamente eletrizado, ao entrar em contato com B atrai parte dos
elétrons livres de B. Assim, A continua positivamente eletrizado, mas com uma carga menor, e B,
que estava neutro, fica positivamente eletrizado (figura 5).
Estando A negativamente eletrizado, seus elétrons em excesso estão distribuídos em sua
superfície externa. Ao entrar em contato com B, esses elétrons em excesso espalham-se pela
superfície externa do conjunto. Assim, A continua negativo, mas com um menor número de
elétrons em excesso, e B, que estava neutro, eletriza-se negativamente (figura 6).
Observação:Se os corpos A e B tiverem as mesmas dimensões, mesma forma, como por exemplo
duas esferas condutoras de mesmo raio, após o contato, eles adquirirão cargas iguais.
Afastando-se o indutor, o induzido volta a situação inicial. Para que B fique eletrizado,
deve-se após aproximar A de B, realizar a seguinte sequência de operações:
1) Na presença do indutor, liga-se o induzido a terra (basta encostar o dedo no induzido). Ligando-
se o induzido a Terra, elétrons sobem da Terra e neutralizam a carga positiva induzida de B.
2) Na presença de indutor, desfaz-se ligação do induzido com a terra.
3) Afastando-se o indutor, as cargas do induzido se redistribuem.
Em resumo:
Na eletrização por indução, não há contato entre o indutor e o induzido.
O induzido deve ser um corpo condutor.
A carga final do induzido é de sinal contrário ao da carga elétrica do indutor. A carga do indutor
não se altera.
Quando entre um corpo eletrizado A e um condutor B ocorre atração, B pode estar eletrizado
com carga de sinal oposto ao de A ou pode estar neutro.
Resolução: Alternativa D
1º contato: C com B:
2º contato: C com A:
3º contato: A com B:
Exercício resolvido 2:Atrita-se uma placa de vidro com um pano de lã, inicialmente neutros, e faz-se a
lã entrar em contato com uma bolinha de cortiça, também inicialmente neutra, suspensa por um fio isolante.
Se aproximarmos a placa da bolinha, constataremos atração ou repulsão? Justifique.
Resolução: Primeiramente,ao atritar a lã com a placa de vidro,obteríamos cargas opostas.Logo,se
a lã ficar positiva,a placa fica negativa e vice e versa.Ao colocar em contato a lã e a bolinha de
cortiça,as duas ficariam com cargas de mesmo sinal,por entrarem em contato.Sendo assim,é
possível afirmar que a bolinha também tem sinal contrario que o vidro. Com isso,eles sofreriam
uma força de atração.
7 - ELETROSCÓPIOS
Eletroscópios são aparelhos que servem que servem para determinar se um corpo esta ou
não eletrizado.
Existem dois tipos básicos:
1. Pêndulo elétrico;
2. Eletroscópio de folhas.
O pêndulo elétrico é constituído por uma esfera de material leve (isopor ou cortiça),
recoberta por delgada camada metálica, e suspensa por um fio isolante (seda ou náilon) em uma
haste suporte.
FONTE – Disponível em
http://www.virtual.ufc.br/solar/aula_link/SOLAR_2/Curso_de_Graduacao_a_Distancia/LFIS/A_a_H/Fisica_III/aula
_01/pdf/FisicaIII_aula_01.pdf acesso em 04 de maio de 2020.
Para determinar se um corpo A está ou não eletrizado, com o auxílio do pêndulo elétrico,
devemos aproximá-lo de sua esfera. Se esta não se mover, o corpo A está neutro. Se for atraída, o
corpo A está eletrizado.
Para saber qual o sinal do corpo aproximado basta eletrizar o pêndulo com carga de sinal
conhecido. Se, por exemplo, quando carregamos positivamente o pêndulo e aproximarmos um
corpo qualquer e o pêndulo se afasta, significa que o corpo estava positivo. Se o pêndulo se
aproxima então o corpo estava negativo. (Figura 9).
FIGURA 9 –Representação de como determinar o sinal da carga elétrica de um corpo, utilizando um pêndulo simples.
Define-se carga elétrica puntiforme como sendo o corpo eletrizado cujas dimensões
podem ser desprezadas em relação às distâncias que o separam de outros corpos eletrizados.
Considere duas cargas elétricas puntiformes Q e q, separadas pela distância d e situada no
vácuo (figura 12). Entre elas ocorrem atração, se tiverem sinais opostos, ou repulsão, se tiverem
mesmo sinal, com forças de mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos, de acordo com
o Princípio da Ação e reação.
A intensidade da força de ação mútua entre as cargas supostas no vácuo depende da
distância d entre as cargas e dos valores das cargas Q e q. A influência desses fatores foi
determinada experimentalmente por Charles Coulomb, que estabeleceu o seguinte enunciado,
conhecido como Lei de Coulomb:
“A intensidade da força de ação mútua entre duas cargas elétricas puntiformes é
diretamente proporcional ao produto dos valores absolutos das cargas e inversamente proporcional
ao quadrado da distanciaque as separa.”
𝑁. 𝑚2
𝑘0 = 9. 109
𝐶2
Exercício resolvido 3:A distância entre o próton e o elétron num átomo de hidrogênio é de 5,3.10-
11
m. Determine a intensidade da força elétrica entre o próton e o elétron.
Dados:
Resolução:
Uma carga elétrica puntiforme Q origina, na região que a envolve, um campo de forças
chamado campo elétrico. Uma carga elétrica puntiforme de prova q colocada num ponto P dessa
⃗⃗⃗ A carga elétrica q sente a presença da carga Q por
região fica sob ação de uma força elétrica 𝐹.
meio do campo elétrico que Q origina. Portanto, a força elétrica, é devida à interação entre o campo
elétrico da carga Q e a carga elétrica q.
FIGURA 13 –Representação da carga q e Q.
Analogamente, a carga elétrica de prova q também produz um campo elétrico que age sobre
Q. Assim: “O campo elétrico desempenha o papel de transmissor de interações entre cargas
elétricas.”
O campo elétrico também pode ser originado por uma distribuição discreta ou continua de
cargas elétricas.
Para caracterizar o campo elétrico que atua sobre a carga de prova acima mencionada,
definiremos o “vetor campo elétrico” ( E ).
Direção: a mesma da força elétrica F
𝐹
Intensidade: 𝐸 = |𝑞|𝑒
Sentido:
→ mesmo sentido da força elétrica F , se q > 0
→ sentido oposto ao da força elétrica F , se q < 0
Exercício resolvido 4: Num ponto de um campo elétrico, o vetor campo elétrico tem direção
horizontal, sentido da direita para a esquerda e intensidade 105 N/C. Coloca-se nesse ponto uma
carga puntiforme de -2 µC (2.10-6 C). Determine a intensidade, a direção e o sentido da força que
atua na carga.
Resolução:
A força 𝐹 , que atua na carga tem:
Intensidade:𝐹𝑒 = |𝑞|. 𝐸 → 𝐹𝑒 = 2. 10−6 . 105 → 𝐹𝑒 = 0,2 𝑁
Direção: horizontal (mesma de 𝐸⃗ );
Sentido: da esquerda para a direita (oposto ao de 𝐸⃗ , pois q ˂ 0).
Considere uma carga puntiforme Q, fixa, originando um campo elétrico de tal forma que
uma carga de prova q, nele colocada, num ponto P, a uma distância d da carga criadora do campo,
fica sujeita a uma força𝐹 , cuja intensidade pode ser calculada pela lei de Coulomb.
2° caso: Quando a carga criadora do campo for negativa, o campo elétrico será sempre de
aproximação, como mostra o esquema.
O vetor campo elétrico resultante𝐸⃗⃗⃗⃗𝑅 , num ponto P de uma região onde existem várias
cargas puntiformes, é dado pela soma vetorial dos vetores originados por cada carga no ponto P.
Resolução:
A carga +Q origina, em P, um vetor campo de intensidade ⃗⃗⃗⃗
𝐸1 .
A carga -Q origina, em P, um vetor campo de intensidade ⃗⃗⃗⃗ 𝐸2 .
⃗⃗⃗⃗𝑅 tem as seguintes características:
O vetor campo resultante 𝐸
Intensidade: os vetores campo ⃗⃗⃗⃗
𝐸1 e ⃗⃗⃗⃗
𝐸2 , têm a mesma intensidade
|𝑄|
𝐸1 = 𝐸2 = 𝑘0 . = 105 𝑁/𝐶
𝑞
𝐸𝑅 = 𝐸1 + 𝐸2 = 105 + 105 = 2. 105 𝑁/𝐶
Direção: horizontal
Sentido: da esquerda para direita
12 - LINHAS DE FORÇA
FIGURA 19 – Vetores campo produzidos por duas cargas puntiformes de sinais opostos.
Figura 20 – A cada ponto do campo associa-se um vetor E e a linha de força é tangente ao vetor campo elétrico em
cada um de seus pontos.
FIGURA 22 – Representação das linhas de força de duas cargas puntiformes, primeiramente, de mesmo módulo e
positiva e, ao lado, de sinais opostos.
Campo elétrico uniforme é aquele em que o vetor 𝐸⃗ é o mesmo em todos os pontos. Assim,
em cada ponto do campo, o vetor 𝐸⃗ tem a mesma intensidade, a mesma direção e o mesmo sentido.
As linhas de força de um campo elétrico uniforme são retas paralelas igualmente espaçadas
e todas com o mesmo sentido, figura 23, abaixo.
FIGURA 23 – Linhas De força de um campo uniforme.
Tem-se um campo elétrico praticamente uniforme entre duas placas eletrizadas com cargas
elétricas de sinais opostos.Para que isso ocorra, a distância entre as placas deve ser muito pequena,
quando comparada com suas dimensões. (figura 24).
Quando a distância entre as placas não for desprezível, quando comparada com suas
dimensões, o campo elétrico é praticamente uniforme na região central entre as placas e não é
uniforme próximo às bordas. Este efeito é conhecido como efeito de borda. (figura 25).
Sabemos que umacarga elétrica em um campo elétrico sofre ação de uma força elétrica
definida por:
Fe= q . E
Observe a figura 26 abaixo que representa nossa partícula carregada num campo elétrico
uniforme:
Perceba que, neste caso, o deslocamento da partícula tem a mesma direção da força elétrica.
E, sendo o campo elétrico uniforme a força elétrica é constante.
O trabalho da força elétrica pode ser definido utilizando as duas equações anteriores:
σAB = Fe . d, sendo que Fe= q . E
Como o trabalho de uma força depende do deslocamento e não da trajetória que o corpo
perfaz, o trabalho da força elétrica também não depende da trajetória.
Quando uma carga elétrica q se desloca num campo elétrico qualquer de um ponto A para
um ponto B, o trabalho da força elétrica resultante, que age em q, não depende da forma da
trajetória, que liga A com B, de depende dos pontos de partida A e de chegada B.
Com isso, no campo elétrico da figura, o trabalho da força elétrica é o mesmo, quer seja a
trajetória I, II ou III.
FIGURA 27 – Trabalho independe da trajetória.
𝜎𝐴𝐵
A grandeza escalar , que depende dos pontos A e B do campo, é indicada por 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵
𝑞
ou por U, e recebe o nome de diferença de potencial elétrico entre os pontos A e B (abreviadamente
ddp) ou tensão elétrica entre os pontos A e B.
𝜎𝐴𝐵 𝜎𝐴𝐵
𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = ou 𝑈=
𝑞 𝑞
1 V = 1 J/C
Exercício resolvido 6: Uma carga elétrica puntiforme q=1 µC é transportada de um ponto A até um ponto
B de um campo elétrico. A força elétrica que age em "q" realiza um σAB=10-4J. Determine:
a) A diferença de potencial elétrico entre os pontos A e B.
b) O potencial elétrico de A, adotando-se B Como ponto de referência.
Resolução:
𝜎𝐴𝐵 10−4
a) Da expressão 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = , temos: 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = → 𝑽𝑨 − 𝑽𝑩 = 𝟏𝟎𝟎 𝑽
𝑞 10−6
REFERÊNCIAS