UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO

ANA CAROLINA STEIN

GIULIA KRIEGER

LARISSA PERES

ÉTICA A NICÔMACO DE ARISTÓTELES

Discussão em torno do conceito de virtude e de virtudes morais na obra de

Aristóteles

Porto Alegre

16 de julho de 2020
 ANA CAROLINA STEIN
GIULIA KRIEGER
LARISSA PERES

ÉTICA A NICÔMACO DE ARISTÓTELES

Discussão em torno do conceito de virtude e de virtudes morais na obra de

Aristóteles

Trabalho apresentado para a disciplina

de Ética e tecnologia, da Universidade do
Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS,
ministrada pelo professor Dr. Celso
Candido de Azambuja.

Porto Alegre

16 de julho de 2020
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010339 – Ética e tecnologia

Estudo do Livro II - Ética a Nicômaco de Aristóteles

1. Quais são as duas espécies de virtudes?

A virtude intelectual, que é desenvolvida através do ensino. E, portanto,
segundo Aristóteles, requer tempo e experiência. E a virtude moral, que é adquirida
pelo hábito.

2. Se as virtudes não são naturais, como podemos desenvolvê-las?

Segundo Aristóteles nós, humanos, somos adaptados por natureza a receber
as virtudes e nos tornamos perfeitos exercendo o hábito. Podemos adquirir as
virtudes através do exercício e da experimentação, como o filósofo apresenta em
um exemplo acerca da profissão da arquitetura, o homem só é capaz de tornar-se
arquiteto construindo. Isso portanto se estende para o campo das virtudes e só
poderá o homem desenvolvê-las se buscarem assim fazer, sendo justos, praticando
atos justos, etc.

3. Quais são os vícios que destroem o caráter?

Através dos hábitos que praticamos em nossas relações com os homens
podemos nos tornar justos ou injustos, por exemplo, assim como bons ou maus,
valentes e/ou covardes. Para Aristóteles as diferenças de caráter nascem de
atividades que são semelhantes e, portanto, devemos sempre estar atentos para a
qualidade dos atos que praticamos, buscando não nos abstemos de nossas
responsabilidades. A temperança e a coragem, por exemplo, tendem a ser
destruídas pelo excesso e pela falta que estão diretamente ligadas a essas
questões. Os vícios tendem a fazer o que é pior em relação aos prazeres e às dores
e é em relação a eles que os homens se tornam maus, buscando-os ou evitando-os.

4. Quais são os sinais indicativos da excelência moral?

Os sinais indicativos da excelência moral estão diretamente relacionados
com os prazeres e as dores da vida humana, pois é devido a essas sensações que
praticamos ou nos abstemos de determinadas ações. Para Aristóteles, citando o
grande filósofo Platão, é necessário que sejamos educados desde as nossas

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juventudes por uma educação que permita esses encontros com os sofrimentos e
os deleites da vida.

5. Quais são as três condições para a prática dos atos virtuosos?

Para praticar atos virtuosos é necessário que se tenha conhecimento do que
se faz, em seguida deve-se meramente escolher os seus atos por eles mesmo, e
por fim a ação proveniente dessa escolha deve proceder de um caráter bastante
firme e imutável. Devem, além disto, estar sempre ligados à prática de atos justos e
temperantes.

6. A virtude é uma paixão, uma faculdade ou uma disposição de

caráter? Por quê?
A virtude se distingue da paixão porque elas não podem simplesmente nos
tornar bons ou maus, assim como não podem nos louvar ou censurar apenas por as
sentirmos. Por essa mesma razão Aristóteles afirma que as virtude não podem ser
enquadradas como faculdade, pois essas são nos dadas a partir da natureza e a
virtude, bem como as maneiras como nos tornamos bons ou maus, são adquiridas.
Portanto, as virtudes são uma disposição de caráter.

7. Que espécie de disposição de caráter é a virtude?

A virtude, é uma disposição de caráter relacionada a escolha e é consistente
a mediania relativa a nós, envolvida em um princípio racional próprio do homem. Ela
possui um equilíbrio entre dois vícios, o de excesso e da falta.
Aristóteles ainda cita que as diferenças de caráter nascem de atividades
semelhantes, observando os atos que realizamos observando que pela sua
diferença estima-se a diferença de caracteres.

8. Por que o meio-termo não é igual para todos?

Porque cada pessoa tem suas individualidades, o que é muito para uns pode
ser pouco para outros, e então não se pode haver um meio-termo igual para todos,
pois as pessoas pensam diferente umas das outras. O meio-termo pode não ser
igual para todos mas será proporcional a cada pessoa e em cada circunstância

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9. Quais são e como são as virtudes morais relativas às nossas

condutas concretas?
Deve-se estabelecer a prática das virtudes dentro do princípio de uma regra
justa. A conduta, realiza-se a partir da prática do bem. Deve haver prudência e
moderação para não ocorrer os excessos. Pois, tanto a deficiência como o excesso
de zelo, destroem a força da sua eficácia.
As virtudes são individuais e concretas quando referidas a conduta de cada
um, podendo destacar segundo Mendes (2012):
● entre o medo e a confiança, a coragem é o meio-termo;
● entre a audácia e a covardia, a cautela;
● entre o prazer e a dor, a temperança;
● entre a prodigalidade e a avareza, a liberalidade;
● entre a honra e a vergonha, o justo orgulho;
● entre a cólera e a apatia, a calma;
● entre o verdadeiro e o falso, a verossimilhança;
● entre o aprazível e o detestável, a espirituosidade;
● entre a inveja e o despeito, a justa indignação.

10. Quais são as três espécies de disposição de caráter?

As três espécies de disposição são o excesso, a carência e o meio-termo.
Sendo desta forma, as duas primeiras, vícios, e a última, virtude. De certa forma
cada uma delas se opõe às outras duas.

11. Por que não é fácil atingir o meio-termo? E qual a melhor forma
de tentar atingi-lo?
Porque por nossa natureza tendemos mais aos prazeres, e este é um
extremo. A melhor forma de tentar atingir o meio-termo é às vezes inclinar para o
excesso e às vezes para a deficiência, dependendo do que a situação exige.

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REFERÊNCIAS

A BUSCA PELA FELICIDADE. Direção de Eduardo Wolf. Brasil: Casa do Saber,

2017. (4 min.), son., color. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=H_OTbtOBQ2Y. Acesso em: 16 jul. 2020.

A ESSÊNCIA da felicidade. Direção de Luís Mauro. 2015. (2 min.), son., color.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sTyYYqTOEg4. Acesso em: 16
jul. 2020.

Azambuja, Celso Candido de. Aristóteles e a virtude moral do meio-termo. Acesso

em: 16 jul. 2020.

Azambuja, Celso Candido de. DAS VIRTUDES MORAIS E INTELECTUAIS EM

ARISTÓTELES. DAS VIRTUDES MORAIS Livros III, IV e V. Acesso em: 16 jul.
2020.

MENDES, Antônio Celso. ARISTÓTELES – Ética a Nicômaco, Livro II. 2012.

Filosofia para Todos. Disponível em:
https://www.filosofiaparatodos.com.br/resumos/aristoteles-etica-a-nicomaco-livro-ii/.
Acesso em: 16 jul. 2020.

WEBCONFERÊNCIA Ética e Tecnocultura: Aristóteles e as virtudes morais. Direção

de Celso Candido de Azambuja. Brasil: Jesuitasbrasil.com, 2020. (77 min.), son.,
color. Disponível em: https://web.microsoftstream.com/video/4e5b648a-d4bf-4527-
85a2-23f6e103e5b6. Acesso em: 16 jul. 2020.