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TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS

Professor
Saimon Miranda Fagundes, Me.

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

Tema abordado:
Transformadores de potencial – TP e transformadores de corrente –

TC.

Itajaí, SC
2018

Materiais Elétricos
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Professor Saimon Miranda Fagundes
TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS

Introdução

Os TPs e TCs são equipamentos amplamente utilizados


em todos os tipos de subestações, independentemente
da tensão e potência envolvida.
Estes equipamentos são utilizados para fazer a medição
tanto da tensão quando da corrente quando estes
possuem valores muito elevados para serem medidos
diretamente, desta forma os TCs e TPs reduzem os
valores em seus terminais primários para valores
menores e padronizados em seus secundários.
Além disso, estes equipamentos também são classificados
conforme a função de medição ou proteção.

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Introdução

Os TI´s proporcionam:
Economia
 Possibilitam estender o alcance dos instrumentos ou
aparelhos;
 Padronizam os valores das grandezas a serem medidas;

 É possível ligar vários equipamentos de medição em


um TI.
Segurança
 Protegem os operadores e instrumentos do contato
com alta tensão.

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Transformador de potencial

Na sua forma mais simples, os transformadores de


potencial possuem um enrolamento primário de muitas
espiras e um enrolamento secundário através do qual
se obtém a tensão desejada, normalmente nos valores
padrões de 115V ou 115/√3V.

Os TPs também são classificados conforme outras


características, como mostrado a seguir.

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Transformador de potencial

a) Características Construtivas
Os Transformadores de Potencial Indutivos – TPIs são utilizados
tanto na média quanto na alta tensão. Seu princípio de
funcionamento é a mesma de um transformador indutivo comum.

~U1 Z ~U1 Z

N1
N1

N2
N2

U2
V 115\/3V
115V

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Transformador de potencial

a) Características Construtivas
Os Transformadores de Potencial Capacitivos – TPCs são mais
utilizados em tensões superiores a 138kV.

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Transformador de potencial

b) Classe de Exatidão
Definida a partir de ensaios, cujas condições sob as quais
os TPs devem ser ensaiados estão estabelecidas em
normas. Deve detectar a qualidade e o comportamento
provável nas instalações.
Classes (ABNT, ANSI):

 Classe de exatidão 0,3

 Classe de exatidão 0,6

 Classe de exatidão 1,2

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Transformador de potencial

 Estes valores indicam o erro máximo de medição que o


TP pode apresentar, se este operar em condições
normais e tensão nominal com variação de 10%.
 De acordo com a ABNT os TPs utilizados em medição
de energia elétrica para fins de faturamento devem
possuir uma classe de exatidão de 0,3. Para fins de
proteção é indicada a classe 0,6 e para medição
indicativa de tensão a classe 1,2.
 Em casos de laboratórios, usa-se a classe de exatidão
0,1.

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Transformador de potencial
c) Relação de Transformação Nominal
É a relação entre os valores nominais de tensão primária e secundária
para as quais o TP foi projetado a relação nominal é indicada na
placa do TP.
U1n N1
 kp 
U 2n N2
Sendo que o secundário terá 115V se a tensão no primário for a
nominal, se houver diferença na tensão do primário, a tensão no
secundário mudará na mesma proporção.

Exemplo: TP de 230kV/115V, se energizado por uma tensão primária


de 207kV (90% da tensão nominal de 230kV) reproduzirá no
secundário a tensão de 103,5V (90% do valor nominal de 115V).

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Transformador de potencial

d) Grupo de Ligação
O e Grupo de Ligação, define como serão ligados os
primários dos TPs, Grupo 1 p/ ligação Fase-Fase, Grupo
2 Fase-Terra e Grupo 3 Fase-Terra com aterramento
deficiente.

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Especificação Sumária de TPs

Para a especificação da compra de TPs, são necessários


os seguintes itens:
• Classe de exatidão;
• Uso interno ou externo;
• Grupo de ligação (1, 2 ou 3);
• Relação de transformação;
• Nível de isolação;
• Potência térmica;
• Carga nominal;

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Transformador de Corrente
Na sua forma mais simples, TCs possuem um
enrolamento primário de poucas espiras e um
enrolamento secundário através do qual se obtém
corrente desejada, normatizada em 5A. A figura abaixo
mostra o esquema de funcionamento do TC.



N1
TC

N2



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Transformador de Corrente
O secundário do TC nunca deve ficar aberto
Quando o primário do TC está alimentado, o seu secundário nunca
deve ficar aberto. Ao retirar o instrumento do secundário, o
enrolamento deve ser curto-circuitado (fio condutor de baixa
resistência), devido as seguintes razões:
 I1 é fixada pela carga ligada ao circuito externo
 Se I2=0, o secundário está aberto, e não haverá efeito
desmagnetizante desta corrente e a corrente de excitação (I0)
passa a ser a corrente I1. I1 origina um fluxo muito elevado no
núcleo e como consequências, surge o aquecimento excessivo e
destruição do isolamento do contato dos circuito primário e
secundário e uma fem induzida E2 de alto valor que pode gerar
perigo ao operador. Ainda o fluxo muito elevado danifica o TC ou a
magnetização forte do núcleo altera suas características de
funcionamento e precisão.

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a)Formas Construtivas dos TCs

P1 P2

P1 P2

P2

S1 S2
S1 S2 TC tipo barra
TC Enrolado.
P1 P2

S1 S2

Núcleo dividido
S1 S2

TC tipo janela
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a)Formas Construtivas dos TCs

P1 P2 P3 P4 P 5 P 6 P 7 P 8
P1 P2

S1
S2
1S1 1S2 2S1 2S2 3S1 3S2

TC vários núcleos TC múltipla relação de transformação

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a)Formas Construtivas dos TCs

TC Externo TC Interno

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c) Polaridade e Simbologia

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d)Formas de ligação

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e)Relação de transformação

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Designação Normativa de TC

Para TCs, o valor do secundário é 5A, e sua nomenclatura


possuí 3 elementos, como por exemplo “0,3C12,5”,
onde “0,3” é a classe de exatidão, “C” é a indicação
que o TC é para Medição e “12,5” é a designação ABNT
de 12,5VA de potência aparente para TC de medição.

Para TCS de proteção, a representação seria “10B50”,


onde “10” é a classe de exatidão e “B50” é a
designação da ABNT referente a uma potência de
12,5VA.

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TCs de Medição e Proteção

Devido a essa diferença em relação aos materiais com os quais são


feitos os núcleos dos TCs, os para medição entram em saturação
mais rapidamente que os TCs para proteção, como ilustra o gráfico
abaixo:

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TCs de Medição e Proteção

De acordo com o gráfico, observa-se que os TC´s de


medição entram em saturação rapidamente para
valores de correntes no enrolamento primário próximos
a 4 vezes o valor de sua corrente nominal.
No entanto, os TC´s para proteção só irão saturar para
valores muito superiores ao valor da sua corrente
nominal, da ordem de 20 vezes. Desta forma, deve-se
especificar um TC de medição, de acordo com o nível
de curto-circuito no ponto de entrega do cliente e as
características nominais do TC, não entre em
saturação, e possa comprometer o funcionamento do
sistema de proteção.

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Dimensionamento do TC de medição

De maneira geral, as concessionárias dimensionam o TC de proteção


da seguinte maneira:

onde:
 IPTC = Corrente Primária do TC, em ampéres.
 ICCMAX = Corrente de curto-circuito máxima

No entanto, este é um cálculo bastante conservativo. Portanto, em


algumas ocasiões, faz-se necessário um cálculo mais preciso do TC
de proteção, levando em conta a sua tensão de saturação, e não
apenas a corrente. Para isto, é preciso identificar as informações
sobre o TC fornecidas pelo fabricante.

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Referências Bibliográficas
– S., Haffner. Transformadores para Instrumentos, notas de aula, UDESC,
2008.

– F., Belchior. Transformadores de Corrente, notas de aula, Universidade


Federal de Itajubá - UNIFEI, 2011.

– Companhia Energética do Ceará COELCE. Estudo de Proteção - Metodologia


de Cálculo Subestações de 15kV. Ceará: COELCE, 2006.

– ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT/TB 19-21.


Transformadores para instrumentos. Rio de Janeiro: ABNT, 1991.

– MAMED, João F. Manual de Equipamentos Elétricos. 4ª edição. Rio de


Janeiro. Editora LTC, 1994.

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