Você está na página 1de 73

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

TREINAMENTO POLICIAL BÁSICO 2020-2021 – 10º BIÊNIO


OBJETIVO GERAL
Oportunizar ao policial militar reflexão e conscientização sobre a
importância de sua corresponsabilidade na Qualidade de Vida no
Trabalho (QVT), bem como na Prevenção do Suicídio.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ao final da disciplina espera-se que você:

a) Reconheça os elementos individuais e organizacionais, constituintes da


Qualidade de Vida no Trabalho;
b) Perceba a relação entre vulnerabilidades e reações inadequadas mediante
situações de estresse;
c) Reflita sobre possíveis estratégias preventivas para o enfrentamento da
vulnerabilidade e manejo do estresse;
d) Identifique riscos para suicídio e possíveis estratégias de prevenção;
e) Conheça a rede assistencial em saúde mental da PMMG.
SUMÁRIO Prevenção ao suicídio
Conceito de QVT na PMMG
Introdução

Elementos Suicídio de policiais


constituintes da QVT

Vulnerabilidade Rede de proteção à


e estratégias de saúde e apoio ao policial
enfrentamento e à sua família
INTRODUÇÃO
O aumento dos
profissionais Substituição do
QOS e QPE RDPM pelo Código
de Ética e Disciplina
Investimento em Militar
modernos
equipamentos de
proteção individual
Nos últimos 20 anos, Investimentos em
vivenciamos mudanças educação continuada
rápidas e radicais na
Ampliação da rede
estrutura organizacional credenciada de
da Polícia Militar de Minas saúde Concursos e
Gerais. possibilidades de
progressão na
carreira militar
Modificações nos
portfólios de
serviços Admissão regular de
mulheres na carreira
militar
É um desafio para Polícia Militar de Minas Gerais, diante da complexidade da sociedade
atual, aumentar a sua produtividade e a qualidade do trabalho, e concomitantemente,
possibilitar ao policial militar um saber e um fazer com a sua própria saúde mental.
CONCEITO DE QVT
Conforme Moraes et al. (2000, p. 3), a QVT:

Pode ser entendida como uma aplicação de uma busca


de humanização no trabalho, com o objetivo de alterar
características deste, permitindo uma maior satisfação
do trabalhador, bem como uma maior produtividade
organizacional. Os principais elementos da Qualidade
de Vida no Trabalho são a resolução de problemas, a
reestruturação da natureza básica do trabalho, a
inovação no sistema de recompensas e a melhoria no
ambiente de trabalho.

IMPORTANTE
Policial, o tema Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) não se esgota em poucas linhas, nem em uma só
teoria. Há uma infinidade de pensamentos sobre essa questão que vale a pena você percorrer e fazer a
escolha daquela teoria que melhor lhe convém.
Investir na saúde e em melhores condições de trabalho
amenizam as variáveis patológicas (doenças físicas ou
mentais relacionadas ao trabalho) do policial militar.

A QVT é um compromisso a ser


pactuado por todos integrantes
da PMMG.
Na PMMG, a diversidade de atuação em decorrência das singularidades geográficas, a
especificidade do trabalho desempenhado, o risco intrínseco do trabalho, a necessidade de
produzir resultados, poderá gerar diferentes efeitos nos sujeitos. Em algumas pessoas, a dinâmica
militar poderá atuar como fator patogênico (efeito negativo), em outras, esta mesma organização do
trabalho, terá certo efeito terapêutico (efeito positivo).

No âmbito do trabalho, o contexto patogênico “[...] surge quando todas as possibilidades


de transformação, aperfeiçoamento e gestão da forma de organizar o trabalho já foram tentadas, ou
melhor, quando somente pressões fixas, rígidas, repetitivas e frustrantes, configuram uma
sensação generalizada de incapacidade. O efeito terapêutico ocorre quando as ações no trabalho
são criativas, possibilitam a modificação do sofrimento, contribuindo para uma estruturação
positiva da identidade, aumentando a resistência da pessoa às várias formas de desequilíbrios
psíquicos e corporais.” (DEJOURS, 1994 apud HELOANI; CAPITÃO, 2003, p. 107).
REFLITA:

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO POLICIAL


GERA MAIS EFEITOS POSITIVOS OU
NEGATIVOS PARA SUA SAÚDE MENTAL?
De acordo com MORAES (2000), o efeito positivo do trabalho poderá ser
intensificado pela construção de um sentido que o indivíduo consiga atribuir a
este, pela identificação com a atividade que executa, pelo reconhecimento
percebido, bem como pelos benefícios decorrentes do trabalho.
Contribuições para QVT
• Investimento em melhores condições de trabalho
• Capacitação de gestores
• Educação continuada

PMMG •

Programa de recompensas
Garantias salariais e previdenciárias
• Ações institucionais de promoção da saúde e prevenção de
doenças

• Busca por tratamento nos casos de adoecimento


POLICIAL • Colaboração nas melhorias da organização
• Participação ativa das ações de promoção da saúde e
prevenção de doenças
MILITAR • Alinhamento com os objetivos institucionais com seu estilo de
vida
VOCÊ SABIA?

A Resolução no 4.699, de 31 de agosto de 2018, criou no âmbito da Polícia Militar de


Minas Gerais, o Programa de Apoio e Acompanhamento (Pró-Apoio) aos Policiais
Militares envolvidos em ocorrências e em situações de grave vulnerabilidade.

Este serviço disponibiliza um Oficial da Saúde, de sobreaviso por 24 horas, para


atender, apoiar, acompanhar e encaminhar aos devidos profissionais o militar que, por
ventura, venha necessitar.
ELEMENTOS
CONSTITUINTES
DA QVT
O Modelo Conceitual de Richard Walton (in: KNIERIM,1999) está estreitamente
relacionado à satisfação dos trabalhadores quanto a sua capacidade produtiva em um
ambiente de trabalho seguro, de respeito mútuo, com oportunidades de aprendizagem
e com condições adequadas para o desempenho de suas funções.

Segundo KNIERIM (1999), Richard Walton identificou os fatores e as dimensões que


afetariam de maneira mais significativa o trabalhador. A aplicação do modelo conceitual
de Walton apresenta oito categorias como variáveis para a QVT, que visam um
ambiente de trabalho mais humanizado, de maior satisfação, motivação e
produtividade.
Categorias do Modelo Conceitual de Walton

1. A compensação adequada e justa (equidade)

2. As condições de trabalho

3. O uso e o desenvolvimento de capacidades

4. A oportunidade de crescimento e segurança

5. A integração social na organização

6. O constitucionalismo

7. O trabalho e o espaço total de vida

8. A relevância social da vida no trabalho


1. A compensação adequada e justa (equidade)

Equidade interna (equilíbrio entre as remunerações organização) e externa (comparação


da remuneração com o mercado de trabalho), remuneração adequada e
proporcionalidade entre salários.

2. As condições de trabalho

Preservação da saúde e do bem-estar do trabalhador.


3. O uso e o desenvolvimento de capacidades

Autonomia, autocontrole relativo às habilidades múltiplas, informação sobre o processo


total do trabalho, tarefas completas e participação no planejamento.

4. A oportunidade de crescimento e segurança

Possibilidade de carreira, crescimento pessoal, perspectiva de avanço salarial e


segurança de emprego.
5. A integração social na organização

Ausência de preconceitos, igualdade, mobilidade, relacionamento e senso comunitário.

6. O constitucionalismo

Respeito e cuidado que a organização tem pelos direitos do trabalhador.


7. O trabalho e o espaço total de vida

Equilíbrio entre a vida pessoal do profissional e a vida no trabalho.

8. A relevância social da vida no trabalho

Imagem da organização, responsabilidade social e valorização do trabalho.


Vulnerabilidade
e estratégias de
enfrentamento
Despreparo
técnico

Instabilidade
afetiva

Descontrole
emocional

Imprevisibilidade

Vulnerabilidade

Mal estar, reações emocionais descontroladas,


angústia, reações de estresse
Condição de fragilidade humana
Vulnerabilidade
em um determinado ambiente

Policial, você que lida com situações de diferentes níveis de risco e


complexidade, precisa fazer leitura de ambiente constante e
mobilizar habilidades técnicas para reagir a circunstâncias variadas.
Para manutenção da sua saúde física e emocional é fundamental
que você consiga transitar pelos diferentes níveis de prontidão.
VOCÊ SABIA?

Estar consciente das possíveis falhas do sistema, dos erros cometidos no passado,
se sentir respeitado e integrado na equipe de trabalho são estratégias essenciais
para exercer atividades de risco.
LEMBRE-SE:

O estado de atenção (amarelo) pode ser mantido por um período mais prolongado sem sobrecarregar
as funções físicas e mentais. Contudo, o estado de alerta (laranja) e o estado de alarme (vermelho)
podem ser mantidos pelo organismo e pela mente apenas por períodos de tempo relativamente
curtos, pois exigem um dispêndio maior de energia.
Riscos Associados ao Estresse

Irritabilidade

ESTRESSE
Impulsividade

Desatenção
Características dos Diferentes Estados Mentais

CALMA ESTRESSE
- Acesso a todos os sentidos - Atenção fica estreita
- Foco mais aberto - Acesso a focos desnecessários
- Aumento do número de - Restrição na concentração
informações - Perda de detalhes importantes
- Percepção de maiores detalhes - Ambiente ameaçador
- Ambiente monitorado
Fonte: elaborado pelos autores a partir da prática clínica e estudos teóricos do Quadro de Oficias Psicólogos
dos Núcleos de Assistência Integrada à Saúde (NAIS).
A hiperestimulação do mundo atual sobrecarrega o cérebro com mais informações do
que ele é capaz de suportar. O desequilíbrio na atenção prejudica a capacidade de reter
as informações, de atualizar os conhecimentos e de buscar estímulos de forma
saudável. Manter a capacidade de dividir a atenção, ter boa concentração, assimilação,
acomodação da informação, flexibilidade mental, facilidade na adaptação e entusiasmo
com as tarefas são consequências de uma atenção moderada. Isto só é possível
quando a atenção não está nem baixa, nem alta demais.
Fonte: HANSON, 2011, p.197.
Policial militar, você que trabalha em turnos, pode ter alterações nos períodos de sono e
de vigília. Você sabia que isso pode trazer consequências para a atenção, a saúde, o
ritmo biológico e a qualidade de vida?

Portanto, fique atento aos seguintes riscos:

a) Alterações cardiovasculares, endócrinas, respiratórias, neurológicas e sexuais;


b) Insônia, distúrbios gastrointestinais, sonolência durante o trabalho, alterações do humor,
doenças físicas e mentais;
c) Prejuízo da função cognitiva (memória, atenção, raciocínio), social (restrição do lazer,
convívio familiar e aumento de divórcio) e aumento do risco de acidentes.
A dificuldade de se concentrar durante uma tarefa
Principais causas da fadiga:
monótona, a dificuldade de valorar sinais
potencialmente importantes durante longas horas
de trabalho e a dificuldade de se manter acordado Desconforto
Demandas
físico após
são sinais de fadiga. excessivas
excesso de
do trabalho
exercícios
A fadiga é o resultado de tarefas que vão além da
capacidade do trabalhador em determinado Flutuações
do relógio Restrições
momento, devido à falta de recuperação suficiente
biológico do sono
e não priorização pessoal de práticas producentes circadiano
ao descanso.
REFLITA

Quando possível você tem priorizado o seu


descanso?
O seu período de descanso tem sido de qualidade?
O sono reparador tem uma relação direta com a saúde mental. É preciso descansar, esvaziar-
se do excesso de estímulos, das múltiplas demandas e das diversas exigências, para
conseguir dormir e entrar em um sono profundo.

Os distúrbios do sono têm custo social alto, devido ao aumento de risco de acidentes de
trânsito, uso abusivo de medicamentos para dormir no caso de insônia, e de medicamentos
para não dormir, principalmente em trabalhadores noturnos, o que contribui sobremaneira
para uma má qualidade de vida no trabalho.
Minimizar os impactos nocivos do
exercício da profissão estimula a
construção das chamadas
ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO.
A violência impacta em todas as esferas de sua vida,
desde seu desempenho profissional, seu comportamento
social e sua saúde. Existe um grande desafio para toda a
sociedade, para si próprio e para a instituição no que se
refere ao desenvolvimento de políticas e ações
institucionais no combate à violência, à criminalidade e de
proteção ao policial militar.
Algumas Estratégias de Enfrentamento

1. Envolvimento das chefias com as atividades de gestão das pessoas

2. Discussão e resolução de problemas de forma compartilhada

3. Melhoria das condições de trabalho

4. Desenvolvimento da autonomia

5. Fortalecimento dos laços de confiança e de cooperação

6. Atividades de relaxamento e lazer

7. Interiorização de valores democráticos, dos direitos do cidadão e respeito aos limites legais
1. Envolvimento das chefias com as atividades de gestão das pessoas

Exercer a liderança mantendo abertura para o diálogo, compartilhando as informações e


coordenando as atividades de forma assertiva e focada nos objetivos da atividade.

2. Discussão e resolução de problemas de forma compartilhada

O processo de retorno às condições de normalidade do organismo pode ocorrer depois de


encerrada a ocorrência, por meio de conversa com a equipe, seja com o chefe da Guarnição
ou com o Oficial Psicólogo da Unidade, para que todos possam manifestar sobre a experiência
vivenciada, favorecendo a elaboração e resolução do evento potencialmente traumático.
3. Melhoria das condições de trabalho

Sempre que a instituição promove melhorias nas condições de trabalho – equipamentos,


treinamentos, tecnologias, materiais – reforça a percepção do comprometimento
organizacional com o policial militar.

4. Desenvolvimento da autonomia

A participação do policial militar na resolução de problemas a partir das experiências


individuais e do conhecimento técnico acumulado, resulta em valorização e motivação para o
trabalho.
5. Fortalecimento dos laços de confiança e de cooperação

A integração entre os policiais militares promove um ambiente cooperativo capaz de superar


adversidades da natureza do trabalho, além de gerar sensação de pertencimento e de
identidade profissional.

6. Atividades de relaxamento e lazer

A prática de atividade física e a participação em atividades sócio-culturais-familiares são


exemplos de medidas que incentivam o retorno ao estado relaxado e ao estado de atenção.
Cabe a você, policial militar, se responsabilizar pela busca pessoal do que definir como o
descanso ideal.
7. Interiorização de valores democráticos, dos direitos do cidadão e respeito aos limites legais

A profissão policial militar fundamenta-se no próprio princípio da possibilidade legal do uso da


força, inclusive, a letal. A experiência com a violência de forma indireta ou direta gera agravos
físicos e psicológicos, demandando comprometimento pela busca de medidas pessoais e
institucionais, de promoção à saúde e de mitigação dos danos.
Suicídio de Policiais
II – Prevenção ao Suicídio na Polícia Militar de Minas Gerais

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não
damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que,
esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento
é opcional...

Martha Medeiros
Introdução

O fenômeno do suicídio está presente durante toda a história da humanidade em


qualquer cultura. Ainda na atualidade, o assunto é tratado como tabu o que, certamente,
interfere na identificação precoce dos fatores de risco e, consequentemente, em sua
prevenção. O estigma relacionado ao tema só reforça o medo e a vergonha de falar
abertamente sobre esse importante problema de saúde pública.

Durante séculos o suicídio foi considerado um grande “pecado”, talvez por razões
morais, culturais e religiosas. Outros obstáculos para a prevenção incluem a falta de
conhecimento sobre o assunto por parte da população geral e até por parte dos próprios
profissionais de saúde, que muitas vezes não dispensam a devida atenção ao indivíduo com
uma queixa relacionada ao tema. A ideia inconsistente de que o comportamento suicida é raro
e de que ‘quem fala não faz’, além da dificuldade comum em pedir ajuda, contribuem para a
marginalização dessa causa.
A repetição histórica de mitos e preconceitos (inclusive no ambiente militar) contribui para
formação de um estigma em torno da doença mental e do comportamento suicida. As
pessoas sentem-se excluídas e discriminadas, fortalecendo o estigma. Suicídio é um
problema complexo para o qual não existe uma única causa ou uma única razão. Ele
resulta de uma complexa interação de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais,
culturais e ambientais.

O suicídio é hoje um problema de saúde pública. Pelos números oficiais, no Brasil a taxa
de óbitos por suicídio é superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Tem
sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou
desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias
suicidas.
A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, nove em cada dez casos
poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.
Alguns mitos sobre o comportamento suicida.
MITOS VERDADES

O suicídio é uma decisão individual, já́ que cada FALSO. Os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua
percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante
um tem pleno direito a exercitar o seu livre da prevenção do suicídio. Após o tratamento da doença mental o desejo de se matar desaparece.
arbítrio.
Quando uma pessoa pensa em se suicidar terá́ FALSO. O risco de suicídio pode ser eficazmente tratado e, após isso, a pessoa não estará́ mais em risco.

risco de suicídio para o resto da vida.


As pessoas que ameaçam se matar não farão FALSO. A maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa parte dos suicidas expressou, em dias
ou semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de saúde, seu desejo de se matar.
isso, querem apenas chamar a atenção.
Se uma pessoa que se sentia deprimida e FALSO. Se alguém que pensava em suicidar-se e, de repente, parece tranquilo, aliviado, não significa que o problema já́
passou. Uma pessoa que decidiu suicidar- se pode sentir-se “melhor” ou sentir-se aliviado simplesmente por ter tomado a
pensava em suicidar-se, em um momento decisão de se matar.
seguinte passa a se sentir melhor, normalmente
significa que o problema já́ passou.
Quando um indivíduo mostra sinais de melhora FALSO. Um dos períodos mais perigosos é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou quando a
pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um período
ou sobrevive à uma tentativa de suicídio, está durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada. Como um preditor do comportamento futuro é o comportamento
fora de perigo. passado, a pessoa suicida muitas vezes continua em alto risco.

Não devemos falar sobre suicídio, pois isso pode FALSO. Falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a
angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.
aumentar o risco.
É proibido que a mídia aborde o tema suicídio. FALSO. A mídia tem obrigação social de tratar desse importante assunto de saúde pública e abordar esse tema de forma
adequada. Isto não aumenta o risco de uma pessoa se matar; ao contrário, é fundamental dar informações à população
sobre o problema, onde buscar ajuda etc.
O autoextermínio é o resultado de uma complexa interação de fatores biológicos (inclusive
genéticos), psicodinâmicos, culturais e socioambientais, configurando, por vezes, o desfecho
trágico de uma série de fatores que se acumulam na vida do indivíduo, não podendo ser
avaliado de forma causal e simplista.

Não é um evento raro: no Brasil houve um aumento maior que 10% no número de
mortes por suicídio entre 2000 e 2012, com aumento de mais de 30% entre os jovens.
Esses dados ficam ainda mais alarmantes com a possibilidade de uma subnotificação
do número de suicídios e da grande variabilidade regional nas taxas. Uma pequena
proporção do comportamento suicida chega ao conhecimento da população.

O comportamento suicida também caminha ao lado de vários outros agravos à


saúde, como acidentes automobilísticos, envolvimento em briga com agressão
física, porte de arma branca ou arma de fogo, uso abusivo de álcool e outras
substâncias psicoativas e mesmo relações sexuais sem uso de preservativos.
Comportamento do suicida ao longo da vida

A figura 1 ilustra a prevalência de comportamento suicida na população brasileira ao longo da vida


( inspirado em BOTEGA, 2005).
o suicídio é um ato deliberado executado pelo
próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte
intencional, usando um meio considerado letal.

O comportamento suicida inclui pensamentos, planos e


tentativas de suicídio e engloba uma gama de
possibilidades, tais como automutilação, ideias de morte,
planejamento suicida, tentativa e suicídio consumado.
Isso impacta não apenas os sobreviventes (familiares e
pessoas próximas à vítima), como a comunidade em
geral.
Um comportamento suicida pode levar o indivíduo a um primeiro contato com um profissional
que o ajude – e nem sempre esse profissional é um especialista no assunto. Na maioria das
vezes, este primeiro contato não se dará com um psiquiatra, mas com um psicólogo, um
médico da atenção básica, um militar, um colega de trabalho, um profissional dos serviços de
pronto atendimento, etc. O risco de suicídio é uma urgência médica e sua avaliação
sistemática deve fazer parte da prática clínica rotineira de qualquer médico, não só dos
psiquiatras.
Desde 06 de junho de 2014, a Portaria nº 1271 (que
define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de
doenças, agravos e eventos de saúde pública nos
serviços de saúde públicos e privados em todo o território
nacional) tornou as tentativas de suicídio e o suicídio
consumado agravos de notificação compulsória imediata
em todo o território nacional. O que indica a necessidade
de acionamento imediato da rede de atenção e proteção
para a adoção de medidas adequadas a cada caso.

Embora o suicídio seja geralmente considerado o


resultado de uma complexa interação de vulnerabilidades
pessoais, fatores estressores psicossociais e fatores do
meio, as poucas pesquisas sobre suicídio entre militares
trazem resultados conflitantes e enfatizam o trauma
relacionado ao estresse do trabalho policial como um
determinante do comportamento suicida, com menos
ênfase na vulnerabilidade individual e nas interações
complexas entre esses fatores (STUART, 2008).
Entre os militares a preocupação com o suicídio é maior que na população geral, uma
vez que esse grupo de profissionais, além de apresentar características predisponentes,
tem em sua maior parte, o porte de arma de fogo.
Diferente do que se imagina, o profissional de saúde não pode prever o suicídio, mas pode tentar
minimizar os riscos. O reconhecimento dos fatores de risco e dos fatores protetores é fundamental
para ajudar o profissional a determinar o risco e estabelecer estratégias para reduzi-lo.

Os dois principais fatores de risco são: tentativa prévia de


suicídio e existência de algum transtorno psiquiátrico. A
tentativa prévia de suicídio é o fator preditivo isolado mais
importante. Pacientes que já tentaram suicídio têm cinco
a seis vezes mais chances de tentar suicídio outra vez.
Além disso, estima-se que metade daqueles que se
suicidaram o haviam tentado em algum momento. Sabe-
se também que quase todos os suicidas eram portadores
de algum transtorno psiquiátrico, muitas vezes não
diagnosticado nem tratado.
Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria – Comissão de Estudos e Prevenção de
suicídio. Suicídio informando para prevenir CBM/AB
Algumas das possíveis explicações, levantadas para dar conta
desse diferencial entre homens e mulheres seriam a proporção mais
alta de homens que se aposentam e são incapazes de lidar com
ócio pós-aposentadoria e a mais alta incidência de doenças.
Fatores sociais (como morar só, recessão econômica, desemprego,
imigração ou migração), eventos adversos na infância e na
adolescência e história familiar de suicídio ou de tentativa de
suicídio também podem aumentar o risco de autoextermínio.
Prevenção ao
Suicídio na PMMG
Tão importante quanto a identificação dos fatos de risco é a preservação dos fatores protetores, que são
menos estudados, mas abrangem um bom suporte familiar, laços sociais bem estabelecidos, boa autoestima,
religiosidade independente, ausência de doença mental, estar empregado, ter crianças em casa, senso de
responsabilidade com a família, gravidez desejada e planejada, boa capacidade de resolução de problemas
e de adaptação e boa relação terapêutica. É importante lembrar que a possibilidade de acesso (sem
estigma) a serviços e cuidados de saúde mental intensifica a eficácia da prevenção.
INTEGRANDO A PREVENÇÃO

O diagnóstico do sofrimento psíquico social em estudo realizado entre policiais da PMERJ


mostrou que fatores institucionais, organizacionais e individuais estão associados ao
comportamento suicida. Esse achado confirma a complexidade do fenômeno. Daí a razão para a
política de prevenção do suicídio entre militares deve envolver diferentes campos de atuação.

Policiais estão expostos com frequência às situações de risco (confrontos físicos e armados) e
de perdas de colegas . Em uma política de prevenção do comportamento suicida devem ser
consideradas as situações de risco e traumáticas às quais o militar está exposto, oferecendo
acompanhamento psicológico voltado para policiais que tenham se envolvido em ocorrências de
risco (eventos traumáticos) ou que apresentem qualquer alteração comportamental.
Neste aspecto é de fundamental importância a atuação do psicólogo ou
médico do NAIS, ao conseguir identificar militares , que muitas vezes não
solicitam auxilio por conta própria ,mas que estão em grande sofrimento, e
necessitam de atendimento psicológico e/ ou psiquiátrico.

Metade das vítimas de suicídio passou por consulta médica seis meses antes
de sua morte, no entanto, 50 a 60% dessas pessoas nunca tinham se
consultado com um profissional de saúde mental ao longo de suas vidas.
Esses dados mostram a importância que os profissionais de saúde
generalistas (clínicos gerais) têm na identificação de pessoas que estão em
situação de vulnerabilidade.
No ambiente policial, é comum que os pares sejam os
primeiros a perceber e apontar e perceber os
comportamentos inabituais. Uma vez relatado um
problema, mesmo que isso aconteça durante uma
conversa descontraída, o colega policial e o profissional de
saúde não devem desconsiderar a informação que está
sendo dada.
Citamos abaixo os principais sinais de alerta para o risco de suicídio.

 alterações significativas nos hábitos de higiene, alimentação ou sono;


 conversa ou ideias sobre suicídio;
 diminuição no desempenho no trabalho;
 irritabilidade e comportamento de autodefesa;
 obsessão com a morte (música, poesia, arte);
 mudança de humor, depressão, irritabilidade e tristeza;
 uso ou abuso de álcool ou drogas;
 isolamento e afastamento do convívio social;
 distribuição de bens ou confecção repentina de um testamento;
 publicação em redes sociais de temas ligados a morte e desesperança;
 problemas financeiros.
3.1 Três passos para ajudar uma pessoa em risco de suicídio

Risco – Primeiro Passo: é a própria suspeita de risco da pessoa vir a se matar. Parece óbvio o risco!
Neste momento é preciso ficar atento, pois mas muitas vezes não é tão óbvio assim. Com
sensibilidade deve-se perguntar à pessoa sobre suas ideias de morrer ou de se matar.

Ouvir– Segundo Passo: é ouvir com atenção e respeito a dor do sujeito , sem julgá-lo ou recriminá-lo.

Conduzir– Terceiro Passo: é conduzir a pessoa a um profissional de saúde . Não fique paralisado
diante da dor do outro, pois para quem se encontra fragilizado e perdeu a esperança , a iniciativa de
buscar ajuda não se dá espontaneamente. Ajude-o!
Considerando que o suicídio representa uma ruptura radical para eliminar uma
situação de dor psíquica insuportável, atitudes preventivas devem ser tomadas não
apenas para evitar a morte, mas para mostrar à pessoa outras formas de enfrentar o
sofrimento. A prevenção do suicídio não é um problema exclusivamente dos
profissionais de saúde, mas de toda a comunidade. À medida que uma maior
quantidade de pessoas saiba como acolher alguém com risco suicida, maior será a
possibilidade de evitar que ele ocorra. Leve a sério comentários ou ameaças
referentes ao suicídio e procure entender os sentimentos da pessoa (empatia).
Estimule a pessoa a buscar ajuda profissional e suporte na família ou comunidade
(como por exemplo na igreja ou com colegas de trabalho).
Para cada suicídio, cinco a dez
pessoas (familiares, amigos,
colegas de trabalho) são É importante destacar
afetadas social, emocional e que também eles são um
economicamente. grupo de risco para o
São os chamados comportamento suicida.
sobreviventes, pessoas Muitas vezes, o
significativamente impactadas sobrevivente pode
pelo suicídio. "Por que isso apresentar o desejo de
aconteceu? Como eu não tirar também a sua vida
percebi nada? Será que pode por causa da intensa dor
acontecer de novo?" são da perda, além de fatores
questionamentos comuns entre como sentimentos de
os sobreviventes. culpa, raiva, vergonha e
desamparo, que podem
ser intensos.
COMO AGIR
− Não publicar fotografias da pessoa ou cartas que tenha deixado;
− Não informar detalhes específicos sobre o método utilizado;
− Não fazer especulações de possíveis causas;
−Não glorificar o suicídio ou fazer sensacionalismo sobre o caso;
− Não atribuir culpas ou fazer julgamentos;
E lembre-se: divulgar fotos do corpo do suicida é crime contemplado
no artigo 212 do Código Penal, de vilipêndio a cadáver.
Rede de proteção à saúde
e apoio ao policial e à sua
família
Ao considerarmos as singularidades das diversas localidades no Estado de
Minas Gerais, o policial militar poderá recorrer a variadas formas de apoio
e assistência, a saber:
REDE ORGÂNICA

NAIS: a porta de entrada para o militar será sempre o NAIS de referência e na


ausência deste deverá recorrer ao NAIS apoiador. As consultas serão
agendadas, permitindo as condições adequadas para avaliação do militar.

HPM: o agendamento de consultas é realizado através do telefone 30715650, ou


pela intranet no ícone “consultas e exames” localizado na página principal.

CLIPS: o agendamento de consultas de RETORNO são realizadas, pessoalmente,


através do PEDIDO DO MÉDICO ASSISTENTE OU PELO PA.
REDE CREDENCIADA
O militar poderá consultar a lista de credenciados através do site ipsm.mg.gov
CLIPS: o agendamento de consultas é realizado através do telefone 30715650,
solicitando primeira consulta para psiquiatria.
Não é necessário o encaminhamento ou autorização inicial para agendar
consultas. Caso seja necessário realização de algum procedimento que necessite
de autorização, esta informação será fornecida pelo credenciado, que deverá
orientar o militar.
Caso o militar necessite de informações sobre rede credenciada e procedimentos,
o IPSM disponibiliza uma Central de tele atendimento 24 horas, através dos
números: (31) 40051500 ou 08009402006; Central do beneficiário atendimento 24
horas: 3269-2515- 3269-2517, ou telefone Geral atendimento 08:00 às 18:00
horas: 3269-2000.
- Rede Pública: embora tenhamos nossa própria rede de assistência à saúde, o militar que desejar,
poderá acessar a rede pública através do posto de saúde mais próximo à sua residência. É realizado
um cadastro e a comprovação do local de residência é imprescindível.

- Igrejas: a maior parte das igrejas, centros e templos contam com serviços de orientação e em alguns
casos, até mesmo de acompanhamento, geralmente há horários específicos destinados a este tipo
de acolhimento.

- Universidades: a maior parte das Faculdades de medicina e psicologia, contam com serviços de
atendimento gratuito realizado pelos alunos e supervisionados pelos professores.

- Centro de Valorização da Vida (CVV): funciona 24 horas, todos os dias da semana. O militar que
desejar poderá ligar através do número 188. Através site www.cvv.org.br, se preferir poderá
conversar através do chat e em algumas localidades poderá localizar locais de atendimentos.
Referências Bibliográficas

ABREU, Geraldo Magno Alves de; Inocente, Nancy Julieta. Sono tranquilo ou terror noturno: um entendimento para uma melhor qualidade de vida. IX Encontro Latino Americano de
Iniciação Científica e V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação. Universidade do Vale do Paraíba. São Paulo: 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. Comissão de Estudos e Prevenção do Suicídio (2014). Suicídio: informando para prevenir. Brasília: CBM/ABP.

ASTRAND, Per-Orlof et al. Tratado de Fisiologia do Trabalho. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

ATKINSON, R. L. Introdução à psicologia de Hilgard. Porto Alegre, Artmed, 2002.

BALLONE G.J. Estresse e Trabalho. In. PsiqWeb, Internet. Disponível em: <www.psiqweb.med.br>. Acesso em: 22 jul. de 2019.

BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria no. 1.271, de 24 de junho de 2014. Define a lista nacional de notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de
saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Diário Oficial da União;jun. 2014. 9(108): seção I, p. 67.

BOTEGA, NJ.- Prática psiquiátrica no Hospital Geral : interconsulta e emergência.-4 ed- Porto Alegre: Artmed, 2017 .

MINAS GERAIS, Polícia Militar de. Intervenção Policial, Processo de Comunicação e Uso da Força. Manual Técnico-profissional n. 3.04.01-CG. Belo Horizonte: Minas Gerais: 2. Edição
Revisada, 2013.

DEJOURS, C. Psicodinâmica do trabalho. São Paulo: Atlas, 1994 apud HELOANI; CAPITÃO, Saúde mental e psicologia do trabalho. São Paulo Em Perspectiva, 17(2): 102-108, 2003.

CARMO, O. F. do. Fadiga e Pilotagem de Helicópteros de Segurança Pública e Defesa Civil. Anais do 6º Simpósio de Segurança de Voo. São Paulo, 2013.

CORREIA, H, BARRERO, SP. Suicídio: uma morte evitável. São Paulo: Atheneu, 2006.

FERNANDES, Eda Conte. Qualidade de Vida no Trabalho. Salvado, BA: Casa da Qualidade, 1996.

GANDER, P. et al. A gender-based analysis of work patterns, fatigue, and work/life balance among physicians in postgraduate training. Acad Med, Filadélfia, v. 85, n. 9, p. 1525-
1536, 2010.
GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA COMANDANTES DO EXÉRCITO BRASILEIRO – 2 ª edição.

INOCENTE, N.J.; REIMÃO, R. Distúrbios do sono em trabalhadores em turno e noturnos. In: REIMÃO, R. São Paulo: Associação Paulista de Medicina, 2002.

HANSON, R.. O cérebro de Buda: neurociência prática para a felicidade. São Paulo: Alaúde Editorial, 2012.

HELOANI; CAPITÃO, Saúde mental e psicologia do trabalho. São Paulo Em Perspectiva, 17(2): 102-108, 2003.

KNIERIM, K. Fatores determinantes da Qualidade de Vida no Trabalho: um estudo de caso. DissertaçãO. Pós-graduação em Engenharia de Produção e Sistemas. Universidade
Federal de Santa Catarina, 1999.

KUBE, L. C.. Fisiologia da fadiga, suas implicações na saúde do aviador e na segurança na aviação. Revista Conexão SIPAER, v. 2, n. 1, nov. 2010.

MORAES L. F.; PEREIRA, L. Z.; LOPES, H. E. G.; ROCHA, D. B., & FERREIRA, S. A. Estresse e qualidade de vida no trabalho na polícia militar do estado de Minas Gerais. (2001) ANAIS
do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, 24, 4-28. In: _________. Diagnóstico de qualidade vida e estresse no trabalho da Polícia Militar
do Estado de Minas Gerais [relatório de pesquisa]. Belo Horizonte: Núcleo de Estudos Avançados em Comportamento Organizacional/Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em
Administração/ Universidade Federal de Minas Gerais: 2000.

MINAYO, M.; SOUZA, E.; CONSTANTINO, P.; Missão prevenir e proteger codições de vida, trabalho e saúde dos policiais militares do Rio de janeiro. Rio de Janeiro, Editora
FIOCRUZ, 2008.

MIRANDA , D. Por que policiais se matam? – 1 ed- Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2016 .

PARAGINSKI, Ana Laura. Compasso que varia de pessoa para pessoa. In: Revistas UCS. Universidade de Caxias do Sul. nov. 2014. Ano 2 – n. 15. Disponível em:<
https://www.ucs.br/site/revista-ucs/revista-ucs-15a-edicao/no-ritmo-do-relogio-biologico/>. Acesso em: 23 jul 2019.

SANTOS, T. C. M. M. dos; INOCENTE, N. J. Trabalho em turnos e noturno: ciclo vigília sono e alterações na saúde do trabalhador. Mestrado em Gestão e Desenvolvimento da
Universidade de Taubaté. São José dos Campos, 2006.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Preventing suicide: a global imperative. Geneva: WHO, 2014

Você também pode gostar