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D O

I S A
Diagramação Ana Elisa Lappann Botti Miranda

E V
R
VALORIZAÇÃO
DA

VIDA

NA
ADOLESCÊNCIA

FERRAMENTAS
VIVENCIAIS

Nadja Cristiane Lappann Botti, Natalia Milagre Brezolini, Aline Conceição Silva, Érica Domingues de

Souza, Daniela Aparecida de Faria, Daniella Almeida Silva Brum, Lidiani Vanessa da Silva, Michele

Mariano Rodrigues, Talita Rosália Santos Teles, Suzane Pereira Lopes , Camila Corrêa Matias Pereira
Nadja Cristiane Lappann Botti
Natalia Milagre Brezolini
Aline Conceição Silva
Érica Domingues de Souza
Daniela Aparecida de Faria
Daniella Almeida Silva Brum
Lidiani Vanessa da Silva
Michele Mariano Rodrigues
Talita Rosália Santos Teles
Suzane Pereira Lopes
Camila Corrêa Matias Pereira

Valorização da vida na
adolescência
Ferramentas vivenciais

1a edição

Divinópolis
UFSJ
2018
B751v      

       

        Botti, Nadja Cristiane Lappann.  

            Valorização da vida na adolescência: ferramentas vivenciais.             

        [recurso eletrônico] / Nadja Cristiane Lappann Botti, Natália Milagre

        Brezolini e Aline Conceição Silva. – Divinópolis: UFSJ, 2018.

             106p.: Il.

             ISBN: 978-85-8141-099-9

              1. Suicídio - prevenção. 2. Saúde mental. 3. Valorização da vida. 4.   

         Adolescência. I. Botti, Nadja Cristiane Lappann. II.  Brezolini, Natalia   

         Milagre. III. Silva, Aline Conceição. IV. Souza, Érica Domingues de. V. 

         Faria, Daniela Aparecida de. VI. Brum, Daniella Almeida Silva. VII.     

         Silva, Lidiani Vanessa da. VIII. Rodrigues, Michele Mariano. IX. Teles, 

         Talita Rosália Santos. X. Lopes, Suzane Pereira. XI. Pereira, Camila     

          Corrêa Matias

                                                                         CDU: 94.86:614(81)
“Sou feito de retalhos. Pedacinhos coloridos de cada vida que passa
pela minha e que vou costurando na alma.
Nem sempre bonitos, nem sempre felizes, mas me acrescentam e me
fazem ser quem eu sou.
Em cada encontro, em cada contato, vou ficando maior...
Em cada retalho, uma vida, uma lição, um carinho, uma saudade...
que me tornam mais pessoa, mais humano, mais completo.
E penso que é assim mesmo que a vida se faz: de pedaços de outras
gentes que vão se tornando parte da gente também.
E a melhor parte é que nunca estaremos prontos, finalizados...
haverá sempre um retalho novo para adicionar à alma.
Portanto, obrigado a cada um de vocês, que fazem parte da minha
vida e que me permitem engrandecer minha história com os
retalhos deixados em mim.
Que eu também possa deixar pedacinhos de mim pelos caminhos e
que eles possam ser parte das suas histórias.
E que assim, de retalho em retalho, possamos nos tornar, um dia,
um imenso bordado de ‘nós’.”

Cora Coralina
SUMÁRIO

Prefácio .................................................................................... 6
Capítulo 1
Particularidades do Comportamento Suicida na Adolescência ... 10

Capítulo 2
Conceitos Fundamentais da Suicidologia .................................. 21

Capítulo 3
Enquadre Teórico .................................................................... 32

Capítulo 4
Enquadre Metodológico .......................................................... 42

Capítulo 5
Dinâmicas de grupo para Valorização da Vida e Prevenção do
Comportamento Suicida ......................................................... 50
Dinâmica de grupo: Tomografia da vida ................................... 51
Dinâmica de grupo: Flor-E-Ser................................................. 53
Dinâmica de grupo: Eletrocardiograma da esperança .............. 56
Dinâmica de grupo: Ponte da Vida .......................................... 58

Capítulo 6
Rodas de Conversa para Valorização da Vida e Prevenção do
Comportamento Suicida .......................................................... 61
Roda de conversa: 13 Alertas .................................................. 62
Roda de conversa: Cordel para Vida ....................................... 65
Roda de conversa: I life ........................................................... 67
Roda de conversa: Marcadores de valorização da vida ............ 69
Roda de conversa: CD da sofrência .......................................... 71

Capítulo 7
Jogos para Valorização da Vida e Prevenção do Comportamento
Suicida ................................................................................... 74
Jogo: Quebra cabeça .............................................................. 75
Jogo: Acróstico de valorização da vida .................................... 77
Jogo: Pilares da Vida .............................................................. 79
Jogo: Tabuleiro do Mito X Verdade ........................................... 81
SUMÁRIO

Capítulo 8
Ferramentas Virtuais para Valorização da Vida e Prevenção do
Comportamento Suicida .......................................................... 84
Ferramenta virtual: CVV chat................................................... 85
Ferramenta virtual: Facebook ................................................. 86
Ferramenta virtual: Twitter ..................................................... 88
Ferramenta Virtual: Instagram ............................................... 89
Ferramenta virtual: Tumblr..................................................... 90
Ferramenta virtual: Google ..................................................... 91

Referências ............................................................................. 93

Sobre os autores ................................................................... 103


VALORIZAÇÃO
DA

VIDA
Prefácio
NA
ADOLESCÊNCIA

FERRAMENTAS
VIVENCIAIS
6

Este livro é uma iniciativa do Grupo de Trabalho de Valorização da


Vida e Suicidologia da Universidade Federal de São João Del Rei
(UFSJ), Campus Centro Oeste Dona Lindu, como produto da linha de
pesquisa: Valorização da Vida.
Essa linha visa o desenvolvimento de metodologias inovadoras de
valorização da vida e prevenção do suicídio; efetivação de parcerias
acadêmico-institucionais para capacitação comunitária e profissional
sobre prevenção e posvenção do suicídio e divulgação dos processos,
produtos e resultados do grupo.

Valorização da vida na adolescência – ferramentas vivenciais foi


incubado durante a disciplina Tópicos Avançados em Suicidologia
ministrada no 1º semestre de 2017 na UFSJ. Nesta disciplina tivemos a
apresentação de produtos de valorização da vida e prevenção do
suicídio entre adolescentes.

As ferramentas vivenciais apresentadas neste livro são adaptações


e/ou construções próprias dos autores. Como especial contribuição
tivemos a colaboração de: Bruna Pena, Arielle Martins, Michele
Mileib, Érika Lagares e Adriana Resende Milagre. No 2º semestre de
2017 as ferramentas vivenciais foram utilizadas em oficinas de
capacitação para intervenção de valorização da vida e prevenção do
suicídio pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do
Adolescente (REMSA) da UFSJ.

Portanto, esse livro reúne ferramentas vivenciais de valorização da


vida e prevenção do suicídio na adolescência e tem como objetivo:
favorecer a criação de rede de apoio e detecção precoce de
comportamentos de risco; fortalecer redes de proteção e apoio ao
adolescente (saúde, assistência social, educação e familiar); promover
saúde mental na adolescência e facilitar a identificação precoce de
adolescentes em risco.

O 1º capítulo desse livro - Particularidades do Comportamento Suicida


na Adolescência – apresenta o problema do comportamento suicida
na adolescência; mitos e epidemiologia do suicídio no mundo, nas
Américas e no Brasil; política pública de prevenção do suicídio e
intervenções de valorização da vida e prevenção entre adolescentes.
7

No 2º capítulo - Conceitos Fundamentais da Suicidologia,


apresentamos conceitos importantes para o entendimento do
campo da suicidologia como: ameaça, comunicação e conduta
suicida, fatores de proteção e de risco, ideação, intencionalidade e
plano suicida, posvenção, prevenção (indicada, seletiva e
universal), psychache, resiliência, risco suicida, suicídio, tentativa
de suicídio e vulnerabilidade.

No 3º capítulo - Enquadre Teórico – encontramos as temáticas


geradoras que orientaram a construção das dinâmicas de grupo,
rodas de conversa e jogos de valorização da vida e prevenção do
comportamento suicida. As temáticas utilizadas foram: fatores de
proteção e de risco, razões para viver, resiliência, habilidades
sociais e desesperança.

Em seguida, vem o 4º capítulo - Enquadre Metodológico – com as


ferramentas vivenciais que orientaram o desenvolvimento das
diversas ações. Acreditamos que as ferramentas vivenciais podem
operar como instrumento facilitador do processo de valorização
da vida e prevenção do suicídio.

No 5º capítulo - Dinâmicas de grupo para Valorização da Vida e


Prevenção do Comportamento Suicida – descrevemos dinâmicas
de grupo que visam fortalecer fatores de proteção do
comportamento suicida; identificar fatores de risco; ampliar o
repertório de habilidades sociais e refletir sobre a importância de
razões para viver e da resiliência em nossas vidas.

Já no 6º capítulo - Rodas de Conversa para Valorização da Vida e


Prevenção do Comportamento Suicida - descrevemos rodas de
conversa que tem como objetivo: favorecer a expressão de fatores
de proteção e de risco do comportamento suicida; esclarecer
dúvidas sobre mitos e verdades; favorecer a integração dos
participantes de forma que possam compartilhar suas experiências
de vida valorizando a diversidade de saberes e proporcionar
espaço efetivo de expressão e reflexão.
8

Em seguida, vem o 7º capítulo - Jogos para Valorização da Vida e


Prevenção do Comportamento Suicida – com a descrição dos jogos
que visam de forma lúdica desenvolver habilidades e
conhecimentos acerca dos fatores de risco e proteção do
comportamento suicida, além de favorecer a construção de
habilidades sociais, prática de convivência e integração dos
participantes.

No 8º capítulo - Ferramentas Virtuais para Valorização da Vida e


Prevenção do Comportamento Suicida – descrevemos as
ferramentas virtuais para valorização da vida e prevenção do
suicídio como CVV Web, Facebook, Twitter, Instagram, Tumblr e
Google.

Por último, Sobre os Autores – apresentamos o mini currículo dos


autores.

Enfim, desejamos que façam boa leitura desse livro, pois


acreditamos que os capítulos aqui expostos reúnem ferramentais
vivenciais valiosas do potencial de práxis e reflexões para os
interessados em enveredar no campo da valorização da vida e
prevenção do suicídio.

Que façamos desta leitura instrumento de


inquietação e de militância por saberes e
fazeres engajados na valorização da vida
e prevenção do suicídio
Capítulo
VALORIZAÇÃO 1
DA

VIDA
Particularidades do

Comportamento Suicida
NA
ADOLESCÊNCIA
na Adolescência

FERRAMENTAS
VIVENCIAIS
10

A adolescência é uma etapa do desenvolvimento do ciclo da vida


humana marcada por inúmeras transformações físicas, emocionais
e sociais; por isso um sofrimento vivenciado nessa etapa pode
deixar profundas marcas. O comportamento suicida pode ocorrer
como reflexo de conflitos internos, sentimentos de depressão e
ansiedade que acompanham a reorganização física, psíquica e
social, comum nessa fase da vida (MOREIRA et al., 2010).

É comum, comportamentos ligados a doença, lesões, mortalidade


ou outras condições negativas terem sua origem na adolescência.
Consumo de álcool e cigarro, uso de drogas ilícitas,
comportamentos sexuais de risco, agressão e delinquência
apresentam maior índice de surgimento nessa etapa da vida
(HALE; VINER, 2016). Os comportamentos auto prejudiciais na
adolescência, comumente tido como resposta de rebeldia, podem,
de fato, ter associação com sentimentos de tristeza ou
desesperança (JAMES et al., 2017).

O quadro de emergência psiquiátrica mais comum entre


adolescentes é o comportamento suicida. Dentre os adolescentes
que recorrem aos serviços de pronto-atendimento por motivos
psiquiátricos, mais de 75% têm acima de 13 anos (maioria do sexo
feminino) e 50% dos atendimentos envolvem tentativas de suicídio
(QUEVEDO; CARVALHO, 2014).

O comportamento suicida é um fenômeno multifacetado, que


ultrapassa os limites de um único campo do conhecimento;
multifatorial, com fatores sociais (credo religioso, família, política,
grupo social), disposições psíquicas e características do ambiente
físico e social. Ressaltamos que os processos cognitivos de imitação
são preocupantes por sua importante prevalência como fator
associado do suicídio na adolescência (KUCZYNSKI, 2014).

Ressaltamos que o comportamento suicida é:


- um fenômeno complexo
- não possui uma única causa
- influenciado por diversos fatores que atuam em
múltiplos níveis (individual, familiar e social)
11

Os adolescentes podem apresentar ideação suicida como forma de


expressão de sofrimento, geralmente em função de um conflito
interno, e por isso a morte pode ser encarada como solução. Nesse
caso, esses pensamentos podem assinalar algo que, de fato,
ultrapassa as características próprias da adolescência (MOREIRA;
BASTOS, 2015).

A prevalência de ideação suicida entre adolescentes é alta e,


geralmente, relacionada com depressão, consumo de álcool e de
outras drogas, violência física, problemas de relacionamento com
pais, tristeza e solidão. Portanto, a ideação pode ser prevenida,
desde que o adolescente receba acompanhamento nessas situações
(MOREIRA; BASTOS, 2015).

Como fatores associados à ideação suicida encontramos: baixa


escolaridade da mãe, dificuldade escolar do adolescente,
sedentarismo, consumo de álcool e outras drogas e
comportamento agressivo (SOUZA et al., 2010).

As ideias suicidas (na infância e adolescência) fazem parte do


processo de desenvolvimento de estratégias para que possam lidar
com problemas existenciais. Ressaltamos que a preocupação surge
quando o suicídio se coloca como única alternativa de resposta aos
problemas e dificuldades (ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2012).
Assim, a ideação suicida precisa ser diferenciada dos pensamentos
+/-mórbidos que buscam responder interrogações existenciais
características da adolescência. Os aspectos que distinguem um
jovem saudável de um que se encontra em crise suicida referem-se:
- A intensidade, profundidade e duração dos pensamentos
- O contexto em que os pensamentos surgem
- A impossibilidade de se distanciar dos pensamentos
(SOUZA, 2010; SOUZA et al., 2010).

Os adolescentes que apresentam ideação suicida se auto


representam como pessoas sozinhas, com sentimentos de
desesperança e solidão e que expressam pedido de ajuda diante do
sofrimento (ARAÚJO; VIEIRA; COUTINHO, 2010).
12

Os fatores de risco são elementos que podem desencadear ou


associar-se ao desenvolvimento do comportamento suicida, não
sendo, necessariamente, o fator causal. Os adolescentes são mais
propensos ao imediatismo e impulsividade e em detrimento da
imaturidade emocional podem encontrar maior dificuldade para
lidar com estressores agudos tornando-se desencadeantes de atos
suicidas (BOTEGA, 2015).

A seguir apresentamos o esquema dos principais fatores de risco


do comportamento suicida infantojuvenil:

(HAWTON; SAUNDERS; O’CONNOR, 2012;


NOCK, 2014; BOTEGA, 2015)
13

Adolescentes que tentam suicídio sentem desespero e desesperança.


O desespero decorre do desejo de mudanças urgentes na vida e a
desesperança em função de dúvidas se tais mudanças ocorrerão e da
crença que a vida é impossível se as mudanças não acontecerem.
Os principais acontecimentos vitais que costumam desencadear uma
tentativa de suicídio são: perdas e/ou rompimentos afetivos,
desentendimentos familiares e experiências de humilhação que
diminuem a autoestima (como o fracasso escolar) (HAWTON;
SAUNDERS; O’CONNOR, 2012; NOCK, 2014; BOTEGA, 2015).

Ressaltamos a importância da reflexão sobre mitos comuns do


comportamento suicida juvenil:

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA, 2014)


14

O Relatório Global para Prevenção do Suicídio, publicado pela


Organização Mundial da Saúde (OMS), apresenta dados relevantes
sobre a epidemiologia do comportamento suicida:

(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2014)


15

O Relatório Sobre Mortalidade por Suicídio nas Américas,


publicado pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS),
mostra dados epidemiológicos importantes das Américas e Brasil:

(ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD, 2014)

* Estima-se em 6,4% o percentual de subnotificação em relação aos registros de


mortalidade por suicídio.
16

O sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz é responsável pela elaboração


do Mapa da Violência no Brasil que contem estudos detalhados
sobre os índices de violência. Ele afirma que a violência não é um
fenômeno natural, mas determinado por fatores específicos que
podem ser removidos. A seguir apresentamos o retrato da
mortalidade brasileira por suicídio entre adolescentes:

(WAISELFISZ, 2014)

Em 2012, de acordo com o Mapa da Violência, encontramos 117


mortes por suicídio entre adolescentes de 10 e 14 anos e 675 mortes
entre 15 e 19 anos. Assim, entre 1980 e 2012, houve aumento de
61,8% e 25,6%, respectivamente, dos registros de suicídios entre
adolescentes (WAISELFISZ, 2014). No país, entre 2000 e 2008,
foram registrados 6.574 suicídios de adolescentes (10 a 19 anos),
portanto uma média de 730 mortes/ano (SOUZA, 2010).

O Boletim Epidemiológico, publicado pelo Ministério da Saúde,


apresenta dados relevantes sobre a situação epidemiológica das
lesões autoprovocadas e das tentativas de suicídio no país:
17

(BRASIL, 2017)

Nesse contexto de aumento da incidência de suicídio entre jovens e


maior frequência entre 15 e 19 anos, torna-se necessário a criação de
estratégias de saúde do adolescente que permitam valorização da
vida e prevenção do comportamento suicida a fim de evitar perdas
de potenciais anos de vida (CANTÃO; BOTTI, 2014).

Ressaltamos que é no ambiente escolar, no qual o adolescente


estabelece importantes vínculos que tem efeitos a longo prazo sobre
seu comportamento que intervenções direcionadas para promoção
de estilos de vida saudáveis são investimentos seguros a favor da
saúde mental (MARTINS; HORTA; CASTRO, 2013; MINAS GERAIS,
2006; SANTOS, 2014).

A escola pode desempenhar importante papel no desenvolvimento


saudável do adolescente por ser ambiente privilegiado para
práticas promotoras de saúde (BRASIL, 2009). Encontramos como
importantes ações: desenvolvimento de competências pessoais e
sociais, aumento da resiliência, promoção da autoestima,
criatividade, esperança e autonomia, criação de clima de
convivência amigável, sensibilização para o autocuidado e
promoção da equidade entre os alunos. Essas ações que devem
incluir todos membros da comunidade escolar além de pais e
profissionais da saúde (MINAS GERAIS, 2006; SANTOS, 2014).
18

A OMS reconhece jovens como grupo vulnerável ao comportamento


suicida, por isso são necessários esforços de prevenção para esse
grupo (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2014). A partir da década
de 1990, a OMS passou a considerar o suicídio como problema de
saúde pública incentivando a criação de planos nacionais para sua
prevenção. No Brasil, em 14 de agosto de 2006, foi publicada a
Portaria nº 1.876 instituindo as Diretrizes Nacionais para Prevenção
do Suicídio e recomendando várias estratégias preventivas (BRASIL,
2010). Em 2017, tivemos a publicação da Agenda de Ações
Estratégicas, visando a ampliação e o fortalecimento das ações de
vigilância e prevenção do suicídio (BRASIL, 2017).

O conjunto de ações estratégicas para a promoção de saúde,


vigilância, prevenção do suicídio e atenção à saúde foi estruturado
em Eixos de Atuação relacionados com as Diretrizes Nacionais.
Encontramos como Eixos de Atuação:
- Eixo I: Vigilância e Qualificação da Informação
- Eixo II: Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde
- Eixo III: Gestão e Cuidado
(BRASIL, 2017).

Ações estratégicas do Eixo II:

“Fortalecer e disseminar, em articulação com o Ministério da


Educação, as ações, conteúdos, materiais do componente de
promoção da saúde do Programa Saúde na Escola ou iniciativas
já existentes de prevenção de violências e promoção da cultura
da paz, prevenção do uso prejudicial de álcool e outras drogas,
prevenção do suicídio e desenvolvimento de habilidades
emocionais e sociais para estudantes, professores, demais
profissionais da escola, familiares e comunidade”
(BRASIL, 2017, p. 17).
19

Como importantes intervenções de valorização da vida e prevenção


do suicídio temos:
• Projeto + Contigo - intervenção em rede que inclui profissionais de
saúde, educação, alunos, pais ou responsáveis e tem como objetivos:
- promover a saúde mental e bem-estar em jovens
- prevenir comportam] entos da esfera suicida
- combater o estigma em saúde mental
- criar uma rede de atendimento de saúde mental
- promover habilidades sociais, autoconceito, capacidade de
resolução de problemas e assertividade na comunicação
- melhorar a expressão e gestão de emoções
- detectar precocemente situações de distúrbio mental
- fortalecer redes de apoio nos serviços de saúde

• Programa de conscientização da depressão entre adolescentes –


programa curricular que busca informar alunos, professores e
dirigentes sobre a depressão em função de considerá-la como
principal causa do risco suicida, especialmente em adolescentes

• Sinais do Suicídio - programa que contém dois componentes


principais. O 1º é um conjunto de materiais didáticos que inclui vídeo e
guia de discussão contendo: dramatização de sinais de depressão e
risco de suicídio, recomendações frente alguém deprimido e com
comportamento suicida e entrevistas com pessoas cujas vidas foram
marcadas pelo suicídio. O 2º componente é um instrumento de
triagem usado para avaliar o risco de depressão e suicídio

• Cuidar, Avaliar, Responder, Empoderar - desenvolvimento de uma


rede entre alunos, professores e familiares a fim de acolher
adolescentes com ideação suicida identificados por screening
computacional realizado na escola. Os alunos com maior risco
também participam de sessões de aconselhamento

• Fonte de Força - capacitação de diretores e representantes dos


alunos que possuem a missão de identificar o risco suicida e pedir
ajuda em tais casos

(SANTOS et al., 2013; BUSTAMANTE; FLORENZANO, 2013).


Capítulo
VALORIZAÇÃO 2
DA

V I D A
Conceitos Fundamentais

NA
da Suicidologia
ADOLESCÊNCIA

FERRAMENTAS
VIVENCIAIS
21

Nesse capítulo apresentamos conceitos importantes para


entendimento da suicidologia. Como suicidologia encontramos o
estudo científico (ciência) do comportamento suicida em seus
aspectos de: prevenção, intervenção e reabilitação (FECHIO, 2008).

O termo é derivado da palavra suicídio, surgindo no final do século


XVII, como campo de pesquisa que tem como objeto de estudo o
fenômeno do suicídio (MELEIRO; TENG; WANG, 2004).

Ainda encontramos suicidologia como estudo de diversas áreas de


conhecimento sobre assuntos relacionados ao suicídio (VABO et al.,
2016). Reconhecemos a suicidologia como uma área de estudo
multiprofissional dedicada ao estudo de fenômenos suicidas e sua
prevenção (AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION, 2010).

Ameaça suicida
Ameaça suicida refere-se ao ato interpessoal de comunicação ou
sugestão de que um comportamento suicida poderá ocorrer num
futuro próximo (SANTOS, 2009). Portanto, a ameaça é uma
informação que transmite a ideia de um possível ato de uma pessoa
acabar com a própria vida (AMERICAN PSYCHOLOGICAL
ASSOCIATION, 2010).

Como ameaça suicida encontramos as comunicações verbais ou


escritas a pessoas próximas revelando o desejo ou intenção de se
matar (FECHIO, 2008).

Comunicação suicida
Comunicação é a transmissão de informações, de maneira verbal
(oral ou escrita) ou não verbal (atitudes e comportamentos). Em
função da comunicação torna-se possível comunicar sentimentos,
experiências e propósitos sociais, pessoais ou interpessoais. Na
comunicação suicida as informações se referem aos pensamentos,
sentimentos e comportamentos que transmitem o desejo suicida ou as
causas apontadas para o ato (AMERICAN PSYCHOLOGICAL
ASSOCIATION, 2010).

A comunicação suicida, verbal ou não-verbal, inclui direta e


indiretamente expressões de desesperança, intolerância à dor física
e emocional e aquisição de objetos que possam ser utilizados como
meios de suicídio (BARBOSA; ASNTOS; PERES, 2011).
22

Classificação da comunicação suicida:


• Direta verbal – expressam explicitamente os desejos de uma pessoa
colocar fim a sua vida (“Vou me matar”, “Vou suicidar”, “O que tenho
que fazer é acabar com a vida de uma vez por todas”)
• Direta não verbal – expressam determinados atos que indicam a
possibilidade de que ocorra, em breve, um ato suicida (procurar
acesso aos métodos, deixar notas de despedida, distribuir bens, etc.)
• Indireta verbal - expressam intenções suicidas que estão implícitas
em sua mensagem (“Quem sabe não nos veremos mais”, “Quero ser
lembrado como uma pessoa que, apesar de tudo, não foi má”)
• Indireta não verbal - realização de atos que não indicam uma
possibilidade suicida iminente mas estão relacionados com uma morte
prematura (fazer testamento, planificar os funerais, ter predileção
por temas relacionados ao suicídio etc.)
(FECHIO, 2008).

Conduta suicida
Conduta suicida também referida como comportamento suicida
caracteriza-se como comportamento de uma pessoa em ocasião
específica que demonstra a intenção de suicidar ou de condutas
autodestrutivas (FECHIO, 2008; AMERICAN PSYCHOLOGICAL
ASSOCIATION, 2010; OLIVEIRA, AMÂNCIO E SAMPAIO, 2012).

Como conduta suicida encontramos o continnum envolvendo


pensamentos, intenção suicida, tentativas de suicídio e o próprio
suicídio (FECHIO, 2008). Nesse sentido refere-se a qualquer ato de:
tentativa em si, ideação suicida sem tentativas, risco de suicídio,
planificação e execução do suicídio independente do grau ou intenção
de letalidade (KOHLRAUSCH et al., 2008; BTESHE, 2013).

Fatores de proteção
Como fatores de proteção temos as ações que modificam, melhoram
ou alteram a resposta de uma pessoa a algum perigo que predispõe
a riscos de desadaptação ou que influenciam a ter uma vida mais
saudável e produtiva (BRINO, GIUSTO BANNWART, 2011)
23

Esses fatores estão relacionados, de modo geral, com habilidades


cognitivas, flexibilidade emocional e integração social (BOTEGA,
2015).
Em relação ao suicídio caracterizam-se como fatores de proteção: as
características, situações ou circunstâncias que minimizam os
impactos dos fatores de risco e a possibilidade de suicídio
(BERTOLOTE, 2012; BRAGA; DELL’AGLIO, 2013). Esses fatores podem
estar ligados a fonte de prazer, contato gratificante com familiares
ou amigos, estilo cognitivo, característica de personalidade,
habilidade de resolução de problemas e conflitos, apoio da família e
da comunidade e cuidados de saúde (GONÇALVES; FREITAS;
SEQUEIRA, 2011).

Fatores de risco
Como fatores de risco temos os atributos que conferem a uma pessoa
grau variável de suscetibilidade para contrair determinada
enfermidade ou alteração de saúde ou circunstâncias específicas que
aumentam a probabilidade de desenvolver uma doença ou condição
clínica (FECHIO 2008). Assim, os fatores de risco são variáveis que
tendem a aumentar a probabilidade de uma pessoa apresentar
problemas físicos, sociais e emocionais (POLETTO; KOLLER, 2008).

Os fatores de risco podem ser divididos em:


- Predisponentes relacionado a predisposição e acontecimentos
passados distantes
- Precipitantes relacionados a acontecimentos mais recentes, que
antecederam o desenvolvimento da condição de uma pessoa
(BOTEGA, 2015).

Em relação ao suicídio caracterizam-se como fatores de risco: as


características, situações ou circunstâncias que aumentam a
probabilidade de uma pessoa cometer o suicídio, sem perspectiva de
causalidade para sua ocorrência.
Os fatores de risco podem ser:
- Proximais ou precipitantes – situações que têm proximidade com o
ato suicida
- Distais ou predisponentes – condições mais permanentes de vida ou
personalidade
(BERTOLOTE, 2012).
24

No caso do suicídio são fatores que aumentam a probabilidade de sua


ocorrência como: características de personalidade (impulsividade e
agressão), isolamento social, condições econômicas, transtornos
psiquiátricos, depressão, meios disponíveis, abuso de drogas,
histórico de abuso, etc. (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2014).

Ideação suicida
A ideação suicida configura-se como importante preditor de risco de
suicídio por isso é considerada o primeiro “passo” para sua efetivação
(BRAGA; DELL’AGLIO, 2013; FONSECA; LOBO, 2015). Como ideação
suicida entendemos quaisquer pensamentos, imagens, crenças, vozes
ou outras cognições relacionadas a terminar intencionalmente com a
própria vida (WENZEL; BROWN; BECK, 2010).

Se refere a pensamento que engloba desejos, atitudes ou planos que a


pessoa tenha para se matar ou uma preocupação com o suicídio
(AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION, 2010). Ressaltamos que
a ideação suicida por si só pode não progredir para a tentativa de
suicídio (AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION, 2010).

Intencionalidade suicida
A intencionalidade suicida se refere à determinação de colocar um fim
em sua própria vida, portanto a intenção e intensidade do desejo de
colocar esse fim (BOTEGA, 2015).

Essa intencionalidade apresenta-se como atos com metas e desejos


suicidas, escolha de comportamentos que condizem com a realização
do suicídio (meio para o fim) e atenção consciente para o estado
desejado (AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION, 2010).

Ressaltamos que a pretensão ou desejo de morrer, qualquer que seja o


nível, está associado a um risco real de morte (WENZEL; BROWN;
BECK, 2010). A intencionalidade suicida pode assumir a forma de uma
curva de crescimento, por isso encontramos:
- Início com ideias de morte (imagina como seria seu velório, quem iria,
quais pessoas sofreriam mais), passando para ideias de suicídio,
planos de como se matar, pesquisa sobre o poder letal, chegando a
providências pós morte (elaboração de testamento, comunicado à
família sobre seguro de vida, etc.)
(BOTEGA, 2015).
25

A gravidade da intencionalidade é determinada por 2 fatores


concorrentes:
- A intensidade da motivação suicida
- O grau com que essa motivação é contrabalanceada pelo desejo
conflitante de continuar vivendo
(BOTEGA, 2015).

Graus de intencionalidade suicida:


• 1º grau - a veleidade suicida (o ato existe no plano verbal)
• 2º grau - a ideia ou pensamento suicida (o ato existe
virtualmente)
• 3º grau - a ameaça suicida (a pessoa anuncia seu ato)
• 4º grau - o gesto suicida
• 5º grau - a tentativa de suicídio ambivalente
• 6º grau - a tentativa de suicídio deliberada
• 7º grau - o suicídio propriamente dito
(MELEIRO; TENG; WANG, 2004).

Plano suicida
Plano suicida configura-se como a organização para execução de um
ato suicida (como reunir meios letais, escrever um bilhete, doar
pertences importantes). A atividade mental de planejamento
associada ao desejo e intenção suicida é uma forma de identificá-la
(WENZEL; BROWN; BECK, 2010).

Como trata-se do plano de uma pessoa para efetivar o ato de


acabar com a própria vida inclui: como, onde e quando planeja se
matar (BOTEGA, 2015). Nessa situação os pensamentos ou ideias
suicidas encontram-se estruturadas e definidas pela pessoa que
deseja suicidar (método, momento e providências para não ser
descoberta) (FECHIO, 2008).

Em termos de continuum, se inicia com a ideação suicida (ideias


sobre morrer e/ou morte), e depois, dependendo da intensidade,
vemos o plano suicida.
26

Ressaltamos, que ainda é possível o suicídio impulsivo (que não


houve planejamento) finalizando como o próprio suicídio ou
tentativa frustrada (MACHADO; LEITE; BANDO, 2014).

Posvenção
De forma geral, se refere à toda intervenção realizada após um
suicídio, a fim de prevenir outro ato suicida, portanto considerada
medida preventiva. Configuram-se como atividades que auxiliam os
sobreviventes de suicídio a elaborar melhor o luto complicado, e
assim, atenuar o impacto do suicídio (FUKUMITSU et al., 2015).
Portanto, são atividades que favorecem a expressão de ideias e
sentimentos relacionados ao trauma e elaboração do luto visando
evitar a morbidade psicológica nos enlutados (BOTEGA, 2015).

O termo posvenção foi criado, em 1971, pelo suicidologista Edwin


Shneidman, referindo-se ao apoio que necessita tanto quem tenta o
suicídio quanto os familiares de quem suicidou (FECHIO, 2008).
Um fator que influencia fortemente a elaboração do luto é a
capacidade do enlutado para procurar ajuda e encontrá-la, por isso
o relacionamento interpessoal, a ajuda na superação de conflitos e
a rede de apoio podem operar como fator fundamental de
prevenção do suicídio (FUKUMITSU et al., 2015).

Prevenção
Ato ou efeito de antecipar às consequências de uma ação no intuito
de prevenir seu resultado, corrigindo-o e redirecionando-o por
segurança (RIOS, 1999). Refere-se como qualquer medida que
intervém na causa de uma doença ou agravo antes que ela atinja
uma pessoa ou minimizando seu impacto (BERTOLOTE, 2012).

Configuram-se como prevenção as intervenções comportamentais,


biológicas ou sociais destinadas a reduzir o risco de transtornos,
doenças ou problemas sociais, tanto de forma individual quanto
coletiva (AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION, 2010).

A primeira definição de prevenção foi determinada em 1964, sendo


conceituada como modelo primário, secundário e terciário
(LEANDRO-FRANÇA; MURTA, 2014).
27

Na perspectiva tradicional da saúde mental temos:


- Prevenção primária com objetivo de redução da ocorrência de novos
caso é destinada à população exposta a fatores de risco, mas ainda
sem transtorno
- Prevenção secundária focada nas pessoas que já apresentam sinais
iniciais de algum transtorno
- Prevenção terciária direcionada aos que possuem um diagnóstico e
tem como objetivo reduzir seus prejuízos e consequências
(LEANDRO-FRANÇA; MURTA, 2014).
Em 1987 foi proposto um modelo de prevenção baseado em níveis de
risco (prevenção universal, seletiva e indicada) (BERTOLOTE, 2012).

Prevenção indicada
Refere-se as estratégias destinadas a grupos específicos, pessoas que
apresentam risco considerável ou já começaram a manifestar o
comportamento-alvo ou grupo com altíssimo risco de suicídio
(pessoas que já tentaram suicídio, sobretudo quanto mais recente a
tentativa) (BERTOLOTE, 2012; BOTEGA, 2015; SANTOS et al, 2015).

Prevenção seletiva
Destinada a pessoas que apresentam grau baixo de risco e ainda não
começaram a apresentar o comportamento-alvo visando impedir a
instalação do mesmo ou o surgimento de suas consequências. Refere-
se a estratégias de minimização de fatores de risco voltadas para
grupos mais vulneráveis, isto é com maior risco de suicídio (pessoas
que sofrem de transtornos mentais) (BERTOLOTE, 2012; BOTEGA,
2015; SANTOS et al, 2015).

Prevenção universal
Destinada a toda população, sem necessariamente apresentar algum
grau de risco. Seu principal objetivo é impedir o início do
comportamento que desencadeie em suicídio . Referem-se como
estratégias que diminuem o risco de suicídio: melhoria do acesso a
ajuda, fortalecimento de fatores protetivos, apoio social, Setembro
Amarelo, Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, restrição de acesso a
meios letais e divulgação adequada da mídia (BERTOLOTE, 2012;
BOTEGA, 2015; SANTOS et al, 2015).
28

Psychache
Psychache caracteriza-se como dor psicológica:
- Insuportável e aguda comumente associada ao comportamento
suicida pela urgência de cessação da dor
- Intolerável, como um conflito emocional interminável, em que
parece não haver saída
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA, 2014; BOTEGA, 2015).

Essa dor associa-se a angústia, sentimento de culpa, vergonha,


solidão e medo. Na qual a morte pode ser entendida, pela pessoa,
como saída para detê-la, mesmo não sendo uma solução adequada
para resolver os problemas (FENSTERSEIFER; WERLANG, 2005).

Para Shneidman, a vivência de uma dor emocional intolerável


(psychache) é o que melhor caracteriza o estado de uma pessoa
próximo a cometer o suicídio. Em função da sensação de turbulência
interna e de estar preso em si mesmo, assim a ideia de suicídio
surgiria numa situação de constrição do estado perceptivo
(estreitamento afetivo e intelectual) (CHACHAMOVICH et. al, 2009).

Resiliência
A resiliência refere-se como processo e resultado de se adaptar a
experiências de vida difíceis ou desafiadoras a partir da
flexibilidade mental, emocional e comportamental e do ajustamento
as demandas externas e internas. Inúmeros fatores contribuem
para as pessoas se adaptam bem ou mal as adversidades como sua
percepção do mundo, disponibilidade e qualidade de recursos
sociais, estratégicos e enfrentamento específico (AMERICAN
PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION, 2010).

O termo resiliência tem sua origem na Física como a capacidade de


um material para receber energia de deformação sem sofrê-la de
modo permanente. Nas ciências humanas, poderíamos definir
inicialmente como a capacidade de superar as adversidades; a
partir daí descortina-se uma gama de conceitos de suporte, fatores
e características que definem o processo resiliente (TABOADA,
LEGAL, MACHADO, 2006).
29
Ainda encontramos como conceitos:
- Resistência ao estresse ou associada a processos de recuperação e
superação de abalos emocionais causados pelo estresse (FONTES,
2012) - Capacidade inata das pessoas de aproveitar recursos ou
apoio familiar e social para desenvolver seu potencial de viver,
crescer, dar e cuidar de outras pessoas e, quando necessário,
sobreviver a situações dramáticas e, a partir delas, aprender e
fortalecer-se (MOLINA-LOZA, 2003).

Risco suicida
Encontramos como risco suicida o conjunto de informações relevantes
que articuladas permite um parecer, embasado teoricamente, do
risco que uma pessoa tem de suicidar, permitindo assim a priorização
de ações dirigidas (BOTEGA, 2015). O risco suicida é dado, em geral,
por indicadores de natureza sociodemográfica, clínica, genética,
familiar etc. (BERTOLOTE; MELLO-SANTOS; BOTEGA, 2010).

Devemos distinguir os fatores: predisponentes (remotos e distais que


criam terreno no qual eclodem o comportamento suicida) e os
precipitantes (proximais ou estressores associados ao risco de
comportamento suicida). Os fatores precipitantes encontram-se
associados a variedade de situações que implicam perdas (reais ou
simbólicas) ou mudanças de status, no geral, para pior (BERTOLOTE;
MELLO-SANTOS; BOTEGA, 2010).

Realizamos a avaliação do nível de risco a partir da presença e


intensidade dos fatores de risco, porém frente a complexidade do
comportamento humano, não é precisa em termos de “previsão de
suicidabilidade”.
Caracterização do grau de risco de suicídio:
• Baixo - a pessoa tem pensamento suicida, mas não desenvolveu
plano, ou ainda a pessoa nunca tentou o suicídio e não planeja como
se matar
• Moderado - a pessoa tem pensamentos sobre morrer e um plano,
mas não pretende se matar imediatamente ou ainda a pessoa tem
tentativa prévia de suicídio e suicídio visto como solução
• Alto - a pessoa tem planos, meios e pretende realizar prontamente,
apresenta tentativa de suicídio recente ou múltiplas tentativas num
curto espaço de tempo, rigidez de pensamento atual e
abuso/dependência de álcool
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA, 2014;
NEVES et al., 2014; BOTEGA, 2015).
30

Ressaltamos que o risco suicida se refere a possibilidade de uma


pessoa suicidar.
Objetivos do profissional para avaliação do risco de suicídio:
• Identificar a existência de ideação/planejamento suicida atual
• Caracterizar a gravidade de tentativas anteriores e da ideação
suicida atual
• Identificar fatores de risco e protetivos
• Caracterizar o suporte social
• Identificar existência de diagnóstico psiquiátrico de base
• Instituir terapêutica inicial (em caso de condições de base)
• Garantir a inserção do paciente em serviços de saúde mental
(DEL-BEN et al, 2017).

Suicídio
O termo suicídio está relacionado ao ato voluntário de terminar com a
própria vida (BOTEGA, 2015), morte intencional e deliberadamente
autoprovocada (NEVES et al., 2014; WENZEL; BROWN; BECK, 2010)
ou morte produzida por um ato positivo ou negativo da própria
vítima, direta ou indiretamente, do qual a mesma sabia decorrer esse
resultado (DURKHEIM, 1978).

O suicídio é marcado por:


- Ambivalência (entre o desejo de viver e o de acabar com a dor)
Impulsividade
- Rigidez do pensamento (a pessoa não encontra outra saída para
seus problemas) (FUKUMITSU, 2015).

Tentativa de suicídio
A morte, no espectro do comportamento suicida, aparece como
ponta do iceberg, abaixo dele, em geral, estão as tentativas
(BOTEGA, 2015).

Caracterização de tentativas de suicídio:


• Ato intencional de autoagressão não resultando em morte mas,
dependendo da gravidade pode ou não necessitar hospitalização ou
atendimento médico (SOUZA et al., 2011)
• Qualquer ação autodirigida realizada pela própria pessoa que
conduzirá à morte, caso não interrompida (FONSECA; LOBO, 2015)
• Ato suicida interrompido ou não consumado (DURKHEIM, 1978)
• Comportamento não-fatal, autoinfligido, potencialmente danoso,
com intenção de morrer, podendo ou não resultar em ferimento)
(WENZEL; BROWN; BECK, 2010)
31

• Ato autoagressivo não-fatal sem desejo explícito de morrer (por ex.


desejo de vingar-se de alguém ou provocar culpa (MELEIRO; TENG;
WANG, 2004)
• Ato de tentativa sem a consumação desse comportamento (BOTEGA,
2015)
• Tentativa deliberada, mas fracassada de cometer o suicídio
(nomeada de suicídio tentado) (AMERICAN PSYCHOLOGICAL
ASSOCIATION, 2010).

Vulnerabilidade
Entende-se como vulnerabilidade a disposição de uma pessoa em
desenvolver condição, transtorno ou doença se exposta a agentes ou
condições específicas (AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION,
2010).

No campo da saúde, os termos vulnerabilidade e vulnerável são


empregados para designar suscetibilidade das pessoas a problemas e
danos de saúde. Portanto, vulnerabilidade não é um estado ou uma
característica essencial de determinada pessoa, mas uma situação que
apresenta natureza potencialmente instável e por isso pode se alterar
em função do tempo, relações ou características do contexto social
(NICHIATA et al., 2008).

Ainda encontramos como vulnerabilidade:


• Grau de suscetibilidade ou de risco de sofrer danos a que está
exposta uma pessoa ou uma população
• Relação existente entre a intensidade do dano resultante e a
magnitude de uma ameaça, evento adverso ou acidente
• Probabilidade definida por estudos técnicos de uma determinada
pessoa, comunidade ou área geográfica ser afetada por uma ameaça
ou risco potencial de desastre
(NICHIATA et al., 2008)

A vulnerabilidade, em relação ao suicídio, se refere a situações ou


condições de maior chance de suicídio, ao invés de determinismo (já
que não necessariamente a exposição aos fatores de risco leva ao
comportamento). Temos a presença de transtorno mental ou histórico
pessoal ou familiar de tentativa de suicídio como condições de
vulnerabilidade (AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION, 2010).
Capítulo
VALORIZAÇÃO 3
DA

VIDA
Enquadre Teórico
NA
ADOLESCÊNCIA

FERRAMENTAS
VIVENCIAIS
32

Como enquadre teórico entendemos as temáticas


geradoras que orientaram a construção das
ferramentas vivenciais de valorização da vida e
prevenção do comportamento suicida.

As temáticas geradoras utilizadas foram fatores


de proteção e de risco, desesperança, razões para
viver, resiliência e habilidades sociais

Fatores de proteção
Fatores de proteção para o suicídio referem-se como recursos
pessoais ou sociais que diminuem ou neutralizam as possibilidades do
risco de um ato suicida (ARAÚJO; VIEIRA; COUTINHO, 2010). Na
adolescência encontramos diversos aspectos que podem atuar como
protetivos, entre eles: sentimento de bem-estar, autoestima elevada,
capacidade para buscar ajuda, abertura a novas experiências,
flexibilidade emocional, confiança em si mesmo, capacidade de
resolução de problemas, viver em uma comunidade que valoriza o
apoio social, ter família e amigos compreensivos e competência
escolar (SCHLOSSER; ROSA; MORE, 2014; BURKE et al., 2016;
AGGARWAL et al., 2017; SEDIVY et al., 2017).

Assim existem fatores protetivos específicos da adolescência, sendo


importante identificá-los, traçar estratégias para reforçar os que já
existem e também para desenvolver novos quando se objetiva a
prevenção do suicídio e a valorização da vida. Sendo de extrema
importância para a prevenção, o aumento dos fatores protetivos e
diminuição dos fatores de risco, em nível individual e coletivo
(BOTEGA et al., 2006).

Ressalta-se que os fatores protetivos do comportamento suicida são


aqueles que diminuem ou evitam a ocorrência de um ato suicida
(FERNÁNDEZ; BARRERO; MONTOYA, 2017).
33

Caracterização dos fatores protetivos do comportamento suicida:


- São individuais - um fator de proteção para determinada pessoa
pode não ser para outra ou ainda, de modo contrário pode se
comportar como fator de risco
- São relativos ao gênero - um fator de proteção para uma mulher
pode não ser para um homem
- São geracionais - um fator de proteção para uma criança pode não
ser para um adolescente, adulto ou idoso
- Estão associados a cultura - os fatores de proteção em determinado
contexto cultural podem não ser para outros
- Estão determinados por um momento histórico - os fatores que
protegiam do suicídio no século V não são protetivos na atualidade
(FERNÁNDEZ; BARRERO; MONTOYA, 2017).

Viktor Frankl, em 1946, no livro Em Busca de Sentido, retrata sua


experiência como prisioneiro de um campo de concentração e assim,
propõe um método psicoterapêutico para encontrar razão para
viver. Ele afirma: “[...] nada no mundo contribui tão efetivamente
para a sobrevivência, mesmo nas piores condições, como saber que
a vida da gente tem um sentido (FRANKL, 1991).
Ou, em outras palavras, como atribuído a Nietzsche:
“Quem tem um por que viver pode suportar quase qualquer como”.

Nessa direção entendemos que atividades que estimulem a


verbalização de sentimentos, busquem o autoconhecimento e
reflitam sobre o sentido da existência operam como fatores
protetivos, pois o sentido de vida “não se trata [...] de um sentido
para vida em termos gerais, mais um sentido pessoal para vida de
cada pessoa, que este escolhe, quando encontrado” (SOUSA;
GOMES, 2012, p.55).

Razões para viver


Como razões para viver compreendemos as causas, motivos ou
motivações que levam uma pessoa a querer viver. Esses motivos
são considerados como um amortecedor frente a situações
estressantes. Portanto, relações significativas, satisfação com a vida
e existência de motivos para viver configuram-se como indicadores
de proteção em relação ao comportamento suicida (HEISEL, FLETT,
2004). Ao contrário, poucos motivos para viver encontram-se
associados a comportamentos de risco (LINEHAN et al., 1983).
34

Determinadas crenças orientadas para a vida podem mitigar o


desenvolvimento do comportamento suicida e evitar que uma pessoa
tome a decisão de suicidar. Temos como crenças ou razões que uma
pessoa considera importantes para não cometer suicídio:

- Sobrevivência e coping (“Tenho coragem para enfrentar a vida”)


- Medo do suicídio (“Receio que o método não funcione”)
- Medo de desaprovação social (“Outras pessoas pensariam que sou
fraco e egoísta”)
- Responsabilidade com a família ( “Não queria que a minha família
pensasse que fui egoísta ou covarde”)
- Preocupações com os filhos (“Não seria justo deixar meus filhos para
os outros cuidarem”)
- Objeções morais ("Minha crença religiosa me proíbe de fazê-lo”)
(LINEHAN et al., 1983).

Pessoas com história de tentativas de suicídio, em geral, apresentam


menos razões para viver quando comparadas com aquelas sem
história (LINEHAN et al., 1983).

Como as razões para viver operam como fatores protetivos aos


comportamentos de riscos, assim quanto maiores razões para viver,
menor possibilidade de comportamentos de riscos.

Encontramos como motivos para viver :


• Relacionamentos significativos – suporte social como os afetos e
sentimentos voltados para familiares e amigos (“Poder desfrutar da
proteção da família", “Ser importante para os familiares”,
“Compartilhar amizades”, “Convivência com pessoas queridas”)
• Atração pela vida - amor pela vida expresso pelo amor à própria
vida e viver e pelo desejo de vivenciar momentos positivos e de viver
com entusiasmo e otimismo (“O amor pela vida”, “A vontade de
viver”, “Poder usufruir dos momentos que a vida oferece”, “O
entendimento de que a vida é bela e vale a pena viver”)
• Planos para o futuro – planos e objetivos futuros (“Realizar
conquistas”, “Realizar os sonhos que fazem parte da vida”, “Desejo
de colocar em prática todos os projetos de vida”)
35

• Aspectos relacionados ao Eu – autoconhecimento, auto


aperfeiçoamento e valorização pessoal (“A busca do meu equilíbrio
interior”, “A busca da realização profissional”, “A vontade de
aprender a cada dia”, “A busca da felicidade”)
• Virtudes – espiritualidade, humanidade, justiça e transcendência (“A
certeza que a vida é um presente divino”, “Fazer o bem”, “Acreditar
em dias melhores”)
(GOMES, 2015).

Os motivos para viver, satisfação com a vida e relações significativas


atuam como fator protetivo de comportamentos de risco , como o
comportamento suicida (HEISEL, FLETT, 2004).

Resiliência
Na prevenção do comportamento suicida é importante enfatizarmos
fatores protetivos como a resiliência.
A resiliência pode ser entendida como capacidade de se recuperar
frente às adversidades da vida (MELEIRO, MELLO-SANTOS, WANG,
2007) ou “capacidade de enfrentar positivamente uma adversidade e
de encarará-la como oportunidade de aprendizagem e crescimento”
(SOUZA, 2015).

Uma pessoa resiliente consegue captar recursos internos e externos


para gerar competências que lhe permitam responder de forma
ajustada à determinada situação. Ela varia de acordo com a
percepção de cada pessoa, sendo portanto particular e por isso,
contribui para realização pessoal, bem-estar físico e psicológico e
fortes relações interpessoais (SOUZA, 2015). Apesar da inexistência
de um consenso quanto à definição de resiliência, a Associação
Americana de Psicologia a define como “processo de adaptação bem-
sucedido frente às adversidades, traumas, tragédias, ameaças ou
fontes significativas de estresse” (AMERICAN PSYCHOLOGICAL
ASSOCIATION, 2018).

Podemos observar a resiliência em fatores sociais, culturais,


familiares e ambientais. Entre as características da resiliência
relacionadas ao estilo cognitivo e a personalidade que favorecem a
proteção ao comportamento suicida temos: senso de valor pessoal,
confiança em si mesmo e em sua própria situação, busca de ajuda
frente a dificuldades, aceitar conselhos diante de escolhas
importantes, abertura para experiência, flexibilidade para
aprendizagem e habilidade de comunicação (MELEIRO; MELLO-
SANTOS; WANG, 2007).
36

A adoção de valores e tradições culturais específicos, espiritualidade,


bom relacionamento interpessoal, apoio de pessoas significativas,
integração social, participação em atividades esportivas e culturais e
senso de propósito na vida representam características da resiliência
dos fatores sociais e culturais protetivos do comportamento suicida.
Entre as características da resiliência relacionadas ao padrão
familiar verificam-se boas relações familiares, apoio familiar e laço
materno e/ou paterno consistentes que favorecem a proteção ao
comportamento suicida. Boa alimentação e sono, luz solar e exercício
físico representam características da resiliência dos fatores
ambientais protetivos (MELEIRO; MELLO-SANTOS; WANG, 2007).

Pessoas resilientes, em geral, apresentam como características: apoio


social, habilidades e força interna e externa, assim:
- O apoio social - "Eu tenho" - relaciona-se a fatores protetivos
familiares e dos pares
- As habilidades - "Eu posso" - relaciona-se a autoconfiança e ao
autocontrole
- A força interna - "Eu sou" - associa-se a autoestima e empatia
- A força interna - "Eu sou" - associa-se a autonomia e autoconfiança.
Estas características permitem a pessoa enfrentar situações adversas
e ainda, emergir mais forte delas (MUNITS et al., 1998).

Sabemos que a adolescência se caracteriza por um período de


intensas mudanças físicas, psicológicas e culturais que permeia várias
vulnerabilidades para comportamentos disfuncionais. Assim,
compreendemos que favorecer a resiliência entre adolescentes implica
superar potenciais efeitos negativos produzidos pela exposição a
riscos através de estratégias positivas e de fortalecimento.
Reconhecemos que jovens resilientes tem maior probabilidade de
seguirem trajetórias positivas na vida adulta, independente das
dificuldades enfrentadas (SOUZA, 2015; RAMOS-DÍAZ et al., 2015).

Adolescentes resilientes avaliam com sucesso sua trajetória de vida,


experimentam mais emoções positivas e menos emoções negativas
(RAMOS-DÍAZ et al., 2015). Portanto, identifica-se relação entre
resiliência e comportamento suicida, ou seja, quanto maior o nível de
resiliência, menor o nível de ideação suicida (SOUZA, 2015).

Ressalta-se que a limitação identificada pelo paradoxo fragilização


versus resiliência, isto é, da fragilização como um processo de
perdas de seguranças existenciais e/ou sociais
37

e a resiliência como resistência, pode ser superada pelo


entendimento de que a resiliência é a capacidade de realizar um
percurso inovador dentro do limite que as circunstâncias vivenciadas
permitem, reconhecendo a fragilidade como própria do ser humano,
assim ter capacidade resiliente em qualquer nível é ser saudável
(OVIEDO, CZERESNIA, 2015).

Habilidades sociais
Diante de acontecimentos dolorosos torna-se importante avaliar se
uma pessoa consegue encontrar soluções para um problema e dispõe
de alternativas válidas e aceitáveis de enfrentamento. A resiliência
emocional, a capacidade para resolver problemas e habilidades
sociais podem reduzir o impacto das adversidades e, assim,
contrabalançar o peso dos fatores de risco para o comportamento
suicida (BOTEGA, 2015).

Habilidades sociais são constructos descritivos de desempenhos


individuais demandados por um contexto interpessoal específico
garantindo uma maneira adequada de lidar com a situação (ROSIN-
PINOLA, DEL PRETTE, 2014).

A aprendizagem de habilidades sociais e o aperfeiçoamento da


competência social constituem processos que ocorrem
“naturalmente”, por meio das interações sociais cotidianas ao longo
da vida. Na infância e na adolescência, as práticas educativas na
família e escola, juntamente com a experiência de convivência com os
colegas, são as principais condições para a aquisição e o
aperfeiçoamento das habilidades e competência social. Porém,
quando essas práticas são desfavoráveis, surgem déficits de
habilidades sociais e problemas de competência social que impactam
negativamente as relações interpessoais e a qualidade de vida (DEL
PRETTE, DEL PRETTE, 2011).

Categorização das habilidades sociais:


• De comunicação: fazer e responder perguntas, gratificar e elogiar,
pedir e dar feedbacks nas relações pessoais, iniciar, manter e
encerrar uma conversa, adequabilidade de componentes verbais na
forma de comunicação, duração, latência e regulação de fala
38

• De civilidade: dizer “por favor”, agradecer, apresentar-se,


cumprimentar, despedir-se
• Assertivas de enfrentamento: manifestar opinião, concordar,
discordar, fazer, aceitar e recusar pedidos, desculpar-se e admitir
falhas, estabelecer relacionamento afetivo/sexual, encerrar
relacionamentos, expressar raiva e pedir mudanças de
comportamento, interagir com autoridades, lidar com críticas
• Empáticas: parafrasear, refletir sentimentos e expressar apoio
• De trabalho: coordenar grupo, falar em público, resolver
problemas, tomar decisões e mediar conflitos
• De expressão de sentimentos positivos: fazer amizades, expressar
solidariedade e cultivar o amor
(DEL PRETTE, DEL PRETTE, 2001).

Os comportamentos que compõem as habilidades assertivas e


empáticas se complementam para maior aquisição de ganhos
pessoais e da qualidade das relações com os outros. Nessas
habilidades, os déficits estão associados a dificuldades nas relações
interpessoais, o que pode levar ao isolamento social e transtornos
psicológicos (FERNANDES; FALCONE; SARDINHA, 2012).

Aspectos sócio emocionais do vínculo parental, de amizade e escolar


são essenciais para o desenvolvimento das práticas sociais assertivas
da criança e do jovem adulto. Nessa direção identificamos a parceria
entre escola e família como importante influência no desenvolvimento
das habilidades sociais (GAVASSO, FERNANDES, ANDRADE, 2016).

Em geral, estudantes jovens com depressão tem risco aumentado de


suicídio assim, se os sintomas são identificados precocemente e os
jovens participarem de programas de intervenções para desenvolver
suas habilidades sociais, os riscos poderão ser minimizados
produzindo mais saúde e desempenhos social e escolar (ARADILLA-
HERRERO; TOMÁS-SÁBADO; GÓMEZ-BENITO, 2014).

Fatores de risco
A palavra risco, etimologicamente do francês risque, se traduz por
perigo ou possibilidade de estar em perigo. O risco é compreendido
em epidemiologia pela possibilidade de ocorrência de uma doença,
agravo, óbito ou condição relacionada em determinado grupo
(BOTEGA, 2015).
39

Encontramos como grupo de risco o "conjunto de pessoas que por


apresentarem determinados atributos ou por terem sido expostas a
circunstâncias específicas (fatores de risco), passam a ter maior
probabilidade de desenvolver uma doença ou condição clínica”
(BOTEGA, 2015). A determinação de fatores de risco auxilia na
intervenção precoce na saúde.

Os fatores de risco do comportamento suicida possuem intensidade,


duração e influência diferentes dependendo da fase da vida. Esses
fatores podem ser divididos em predisponentes e precipitantes, sendo
como predisponentes os fatores distais (situações traumáticas que
aconteceram no passado distante) e como precipitantes os fatores de
risco atuais (próximo ao comportamento suicida) (BOTEGA, 2015).

Como fatores predisponentes vemos: transtornos psiquiátricos,


tentativa prévia de suicídio, história de suicídio ou abuso sexual na
infância, impulsividade/agressividade, isolamento social, doenças
incapacitantes/incuráveis e alta recente de internação psiquiátrica.
Como fatores precipitantes citamos: desilusão amorosa, separação
conjugal, conflitos relacionais, derrocada financeira, perda de
emprego, desonra/vergonha, embriaguez e fácil acesso a meio letal
(BOTEGA, 2015).

Principais fatores de risco para o comportamento suicida juvenil:


• Fatores sócio demográficos e educacionais - sexo (feminino,
tentativa; masculino, suicídio), baixo status econômico, LGBT,
dificuldade escolar
• Eventos negativos de vida individual e adversidades familiares -
divórcio, separação ou morte parental, experiências adversas na
infância, história de abuso físico ou sexual, história de transtorno
psiquiátrico ou suicídio na família, discórdia parental ou familiar;
bullying, dificuldades interpessoais
• Fatores psiquiátricos e psicológicos - transtorno mental (em especial
depressão, ansiedade, TDAH), abuso de álcool e outras drogas;
impulsividade, baixa autoestima e de resolutividade de problemas;
perfeccionismo, desesperança
(HAWTON; SAUNDERS; O’CONNOR, 2012).
40

Desesperança
Destacamos como principais fatores de risco para o suicídio a
dificuldade de acesso aos serviços de saúde, estigma associado à
busca de ajuda, desastres e guerras, trauma e abuso, conflitos
relacionais, falta de rede social de apoio, perdas, transtornos
mentais, desesperança, dor crônica, fatores genéticos, tentativas
anteriores de suicídio (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2014).

Desesperança é sinônimo de desânimo, descrença, desespero,


desengano, desilusão, desalento e desconsolação. Ela apresenta
papel central para o ato e pensamentos suicidas, portanto, principal
preditor de comportamentos suicidas (HERRESTAD; BIONG, 2010;
HAYASHI, et al., 2012).

A pessoa desesperançosa apresenta sentimentos e pensamentos


negativos sobre o futuro, tende a prever o futuro sem expectativas,
perde a motivação pela vida e pelo desejo de viver (MARBACK;
PELISOLI, 2014).

Pensamentos comuns de uma pessoa desesperançosa:


• “Eu não tenho nada a esperar, as coisas nunca vão melhorar”
• “Eu não vejo nada melhorar, não há razão para viver”
• “Eu não consigo suportar a vida, jamais poderei ser feliz”
• “Eu sou um peso para meus familiares, é melhor que fiquem sem
mim”
• “Eu me sinto infeliz e só tenho uma saída”
(BECK, 2013)

Com esses pensamentos, ela pode não conseguir vislumbrar outra


saída que não seja acabar com a própria vida, que apresenta-se como
única maneira para lidar com problemas sem solução) (BECK, 2013).

A pessoa desesperançosa também se sente anormal, defeituosa,


imperfeita e, diante disso:
- Acredita que não tem valor
- Subestima suas potencialidades
- Tem propensão a analisar negativamente experiências
- Interpreta erroneamente as interações com o ambiente
- Tem visão negativa do futuro
- Espera por frustrações e infindáveis dificuldades
- Acredita na derrota
(BECK, 2013).
Capítulo
VALORIZAÇÃO 4
DA

VIDA
Enquadre Metodológico
NA
ADOLESCÊNCIA

FERRAMENTAS
VIVENCIAIS
42

Como enquadre metodológico apresentamos as ferramentas


vivencias que orientaram o desenvolvimento de ações de
valorização da vida e prevenção do comportamento suicida.

As ferramentas propostas devem ser utilizadas em grupo de


promoção da saúde. Entendemos esses grupos como uma
intervenção coletiva e interdisciplinar de saúde caracterizada
como um conjunto de pessoas ligadas por constantes de tempo,
espaço e limites de funcionamento, que interagem
cooperativamente a fim de realizar a tarefa da promoção de
saúde (SANTOS et al., 2006).

As ferramentas vivenciais podem operar como instrumento


facilitador do processo de valorização da vida.

O primeiro passo para o processo de adaptação ou elaboração de


novas ferramentas vivencias consiste em responder as perguntas:
• Por que (objetivo da tarefa ou motivo pelo qual será realizada)
• O que (conteúdo que será trabalhado, o que é preciso saber,
observar, desenvolver, etc.)
• Quem (grupo, público-alvo ou pessoas que o facilitador
intercederá)
• Onde (local que serão realizadas as intervenções)
• Quando (duração da intervenção)
• Quanto (verbas e custos)
(FAILDE, 2010).

Ressaltamos que a melhor aprendizagem é a vivencial, para tal


torna-se importante percorrer cinco fases:
43

• Vivência propriamente dita (atividade)


• Relato das emoções
• Avaliação do desempenho e o feedback recebido
• Analogias (insights)
• Compromisso com as atitudes de mudança
(GRAMIGNA, 1997).

A atividade planejada respeitando essas fases possibilita o estímulo


tanto do hemisfério direito (nas fases de vivência e relato) quanto do
esquerdo (nas fases de avaliação, análise e analogias). Assim, o
trabalho de equilíbrio entre os hemisférios resulta num
comportamento pautado pelo compromisso de forma racional e
emocional (SILVA; MENDES, 2012).

O uso de ferramentas vivenciais, como possibilidade de aprendizagem


vivencial, oportuniza aos participantes experimentarem determinada
situação, analisá-la de forma crítica e aplicar o aprendido no cotidiano.
As etapas do Ciclo de Aprendizagem Vivencial (CAV) servem de base
para a aplicação dessas ferramentas (GRAMIGNA, 1997).

Etapas do Ciclo de Aprendizagem Vivencial:


• Vivência: é a fase de fazer uma atividade que pode ser individual ou
em grupo. Essa atividade deve estar de acordo com o objetivo da
intervenção e ser atrativa, lúdica e interessante
• Relato: é o momento de expressar os sentimentos e emoções que
pode ser individual ou coletiva. Essa expressão pode ser por relatos
verbais, mural com registros, discussão livre (intermediada pelo
facilitador), uso de figuras, símbolos ou cores, etc.
• Processamento: é a hora da análise do processo realizada pelo
grupo. Pode-se utilizar analogias, questionários ou roteiros pré-
estabelecidos para avaliar dificuldades e facilidades, liderança,
organização, planejamento, comunicação e administração de conflitos
• Generalização: é o momento da comparação entre a vivência e a
realidade. Aqui podemos introduzir temas, informações técnicas,
referenciais teóricos, etc., sempre levando em consideração a clareza,
objetividade, atratividade e delimitação do tempo
44

• Aplicação: etapa que encerra o ciclo de aprendizado com reflexão e


comprometimento com a mudança. Nessa etapa o participante tem a
oportunidade de estabelecer seu papel como corresponsável na
busca de melhorias e o facilitador de orientar na elaboração dos
planos individuais ou grupal
(GRAMIGNA, 1997).

Dinâmica de grupo

É uma ferramenta lúdica e reflexiva que deve ser norteada em


função de tema e objetivos concretos. Essa ferramenta vivencial
favorece o processo de aprendizagem ao possibilitar reflexão
coletiva, socialização do saber e produção de conhecimento grupal
e formação de vínculos (AZEVEDO; MELLO, 2009).

A dinâmica de grupo possibilita vivenciar uma experiência


significativa por meio de uma situação simulada facilitando o
processo de aprendizagem (KOLB, 1984). O aprendizado a partir da
experiência permite ao participante ser, ao mesmo tempo, ativo e
passivo, portanto agente transformador e também ser
“transformado” pela vivência da experiência (SILVA, 2008).

Os objetivos de uma dinâmica de grupo podem variar, sendo comum


como atividades de:
-Aquecimento - os participantes são incentivados a interagir e
integrar
- Atividades de aprendizagem - os participantes aprendem alguma
habilidade, reflexão ou mudança atitudinal
(SILVA, 2008).

Elementos definidores de uma dinâmica:


- Ações de curta duração, tempo limitado, objetivos específicos,
procedimentos e materiais previamente estabelecidos e direcionada
por um facilitador (SILVA, 2008).

Assim, o facilitador assume papel importante e para desempenhá-lo


de maneira a garantir o bom andamento da dinâmica é necessário
que assuma postura adequada, disponha de habilidades e considere
os aspectos:
45

• Habilidade de conduzir o grupo com espontaneidade


• Promover a integração entre os participantes
• Ter responsabilidade ética com o grupo, assumindo uma postura
antiautoritária e humanista
• Evitar generalizações em relação ao comportamento do grupo,
lembrando que cada grupo é singular e ímpar
• Evitar os juízos, sejam científicos ou provenientes de crenças
populares, mitos ou pessoais que possam interferir no grupo
• Não permitir preconceitos, juízos de valores ou posicionamentos
unidirecionais decorrentes do convívio social (idade, sexo, raça,
cultura, religião, traços físicos, trejeitos pessoais, etc.
• Orientar-se pelo tempo dos participantes, observando os ritmos,
rituais e crenças inerentes ao grupo e evitando atropelo
(MOTA, 2006).

Roda de conversa

É um instrumento que possibilita a partilha de experiências e


promoção de reflexões mediada pela interação com outras pessoas.
Refere-se como uma conversa em um ambiente que possibilita o
diálogo, a escuta e a segurança dos participantes para partilhar,
complementar, discordar ou concordar (MOURA; LIMA, 2014).

Considerada tecnologia simples, prática e pouquíssimo dispendiosa,


representa uma metodologia que contribui diretamente para:
- Saúde mental ao ampliar a comunicação interpessoal e promover a
autonomia e empoderamento das pessoas frente aos desafios do
viver (COSTA et al, 2015).
- Educação em saúde pela ação pedagógico-transformadora da
participação de grupos em diferentes contextos (SAMPAIO et al,
2014).

A roda de conversa proporciona aprendizado mútuo em função da


troca de experiência e compartilhamento de determinado fato,
inquietude ou (in)satisfação (SILVA, 2012).
46

Apresenta duração média de uma hora e sua continuidade deve ser


pactuada com os participantes. As rodas devem ser
operacionalizadas de forma pactuada buscando refletir a
flexibilidade das relações podendo, mesmo depois de combinado, ser
retomada e modificada.
Importantes pactuações nas rodas de conversa:
- Respeito a fala alheia, aos diferentes saberes, a garantia do sigilo e
ao horário (contrato de convivência) (SAMPAIO et al, 2014).

Devemos organizar uma roda de forma que todos participantes


possam se ver. Para organização do círculo podemos utilizar uma
dinâmica e para iniciar a conversa utilizamos uma pergunta
norteadora, história ou problema da temática a ser trabalhada
(SAMPAIO et al, 2014).

A proposta das rodas de conversa é coerente com a promoção da


saúde ao defender a construção de pessoas autônomas, críticas,
reflexivas e livres, que se constituem no encontro com o outro de
forma coletiva, democrática e participativa (SAMPAIO et al, 2014).

Jogos

Ferramentas que permitem que o conhecimento seja adquirido e


transposto para a realidade a partir de um ambiente lúdico e
descontraído. Assim, os jogos podem ser utilizados para promover
aquisição de conhecimentos e estímulo às ações de prevenção,
controle dos agravos à saúde e ações transformadoras para a
modificação de hábitos (MARIANO et al, 2013).

O jogo educativo possui objetivo didático e, apesar de ser um


entretenimento tem regras que possibilita a aquisição de
conhecimento além da construção de estratégias pelos participantes
(PANOSS; SOUZA; HAYDU, 2015).

O jogo é um método que permite melhora do funcionamento


cognitivo e habilidades psicomotoras, aumento da interação social e
afetiva e armazenamento de informações com mais entusiasmo e
estímulo por ser um entretenimento (GURGEL et al., 2017).
47

Benefícios dos jogos educativos:


- Estímulo da memória, atenção, raciocínio e criatividade
- Estímulo da autoconfiança, participação e expressão verbal
- Auxílio para desinibição
(VITTA et al., 2012; (GURGEL et al., 2017).

A função motivadora dos jogos permite que o processo de


aprendizagem desenvolva comportamentos que estimulem a solução
de problemas, controle de estímulos e respeito as instruções
(PANOSS; SOUZA; HAYDU, 2015).

Na adolescência a formação de ideias, atitudes e personalidade estão


em processo de construção por isso, é importante que o processo
educativo seja libertador para que a eficiência ensino/aprendizado
seja alcançada (MARIANO et al., 2013).

Assim, a utilização de jogos na aprendizagem pode despertar o


engajamento na participação e discussão de temas que permeiam o
cotidiano do adolescente. Reconhecemos que os jogos como
ferramentas que relacionam mecanismos adaptativos e recreativos
favorecerem a discussão de problemas práticos, como o
envolvimento dos participantes em questões específicas da área da
saúde (OLIVEIRA, 2014; ARAÚJO et al., 2016).

Ferramentas virtuais

A escrita online e/ou comunicação virtual são comuns na


adolescência contemporânea (FREITAS; SILVA, 2014). Por isso,
entendemos que as Redes Sociais Virtuais ajudam jovens com
potenciais riscos em função de possibilitar:
- Comunicação de problemas, alcance de opções de ajuda e
avaliação/intervenção de risco (programas de prevenção ao suicídio)
(LUXTON et al., 2012; CHENG et al., 2015).
48

No Brasil, temos como perfil dos usuários que utilizam a Internet:


- 76% acessa a Web diariamente para busca de informações (67%),
diversão e entretenimento (67%), passar o tempo livre (38%) e
estudo (24%)
- Maior acesso de jovens com até 25 anos (65%)
- Maior utilização das Redes Sociais Virtuais: Facebook (83%),
Whatsapp (58%), Youtube (17%), Instagram (12%) e Google (8%)
(BRASIL, 2014).

Ressaltamos que a mídia pode exercer papel de grande influência


na prevenção do suicídio, independente da forma de sua
apresentação (livros, jornais, revistas impressos ou no formato
digital) (GOMES et al., 2014).

Como característica ela veicula relatos de suicídio de maneira


apropriada e cuidadosa ajudando na prevenção desse tipo de morte
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2000).
Capítulo
VALORIZAÇÃO 5
DA

Dinâmicas de grupo para


VIDA
Valorização da Vida e
Prevenção
NA do
ADOLESCÊNCIA
Comportamento Suicida

FERRAMENTAS
VIVENCIAIS
50

Neste capítulo descrevemos as dinâmicas de grupo para


valorização da vida e prevenção do suicídio:


• Dinâmica de grupo: Tomografia da vida
• Dinâmica de grupo: FlorEser
• Dinâmica de grupo: Eletrocardiograma da esperança
• Dinâmica de grupo: Ponte da Vida
51

Dinâmica de grupo:
Tomografia da vida

Temáticas geradoras:
Fatores de proteção
Razões para viver

Objetivos:
Identificar representações icônicas e verbais de razões para viver
Refletir sobre as razões para viver
Fortalecer fatores de proteção do comportamento suicida

Participantes:
Grupo de 15-20 adolescentes

Tempo estimado:
60-90 minutos

Material:
Desenho dos hemisférios cerebrais impressos em papel A4, lápis ou
canetas coloridas

Espaço físico:
Uma sala com mesas e cadeiras
52

Desenvolvimento:
• Distribuir um desenho dos hemisférios cerebrais para cada
participante. A partir de agora o desenho representará a CABEÇA de
cada um

• Explicar aos participantes que o cérebro é formado por dois


hemisférios, o esquerdo e o direito. O hemisfério esquerdo é o
responsável pelas atividades racionais e analíticas (linguagem, escrita,
aritmética, pensamento linear e comunicação digital). Por sua vez, o
hemisfério direito responde pelas atividades sensoriais, emocionais e
globais (intuição, síntese, comunicação analógica e compreensão da
linguagem, música, sonhos e gestos inconscientes)

• Pedir aos participantes identificarem no desenho os hemisférios


cerebrais (esquerdo e direito)

• Então, perguntar: “O que tem no hemisfério cerebral esquerdo que


apresenta valor na sua VIDA?” “Que números, datas, nomes, frases,
histórias (representação verbal ou numérica) que tem valor na sua
VIDA?” Cada participante deverá responder preenchendo o desenho

• Em seguida perguntar: “O que tem no hemisfério cerebral direito


que apresenta valor na sua VIDA?” “Que figuras, imagens, símbolos,
desenhos (representação icônica ou imagética) que tem valor na sua
VIDA?” Cada participante deverá responder preenchendo o desenho

Fechamento
O facilitador convida os participantes para fazerem um relato da
experiência e significado da dinâmica
Finalizar convidando a reflexão de que o valor da vida se encontra na
identificação, construção e reconstrução das representações verbais
ou numéricas e icônicas ou imagéticas significativas da história de
vida de cada um

Variações
Podemos variar utilizando:
- Revistas ou jornais e pedir aos participantes colarem nos respectivos
hemisférios cerebrais o que tem valor na VIDA.
- Pincéis e tintas e pedir que pintem o que tem valor na VIDA
- Touca plástica descartável e pedir que pintem ou desenhe nos
respectivos hemisférios cerebrais o que tem valor na VIDA
53

Dinâmica de grupo:
Flor-E-Ser

Temáticas geradoras:
Fatores de proteção
Resiliência

Objetivos:
Refletir sobre a importância da resiliência em nossas vidas
Fortalecer fatores de proteção do comportamento suicida

Participantes:
Grupo de 20-30 pessoas
A dinâmica pode ser aplicada em grupo formado por adolescentes,
professores, pais ou responsáveis

Tempo estimado:
60-90 minutos

Material:
Papel de seda recortados no tamanho de 10x15 cm de várias cores de
acordo com o número de participantes

Espaço físico:
Sala ampla que acomode todos participantes
A dinâmica pode ser realizada em roda com os participantes sentados
em cadeiras ou no chão

Desenvolvimento:
• Distribuir uma folha de papel de seda da cor escolhida por cada
participante. A partir de agora a folha de papel representará a VIDA
de cada um

• Pedir aos participantes que observem as características de cada


lado da folha (um lado liso e brilhante e outro áspero e fosco).
Perguntar ao grupo como relacionar essas características com a
própria vida. Comentar que a folha, como a vida, é composta por
momentos bons, tranquilos e agradáveis e outros duros, ruins e
desagradáveis
54

• Pedir aos participantes segurarem as folhas numa das pontas,


fazendo-as balançar para ouvir o barulho (a vibração). Então,
perguntar: “O que faz sua vida vibrar e brilhar?", "O que faz sua vida,
ter luminosidade?” Cada participante deverá responder. Comentar
que nem sempre nossa vida vibra

• Perguntar quais são as situações ou acontecimentos que fazem nossa


vida perder o brilho e vibração (decepção, desrespeito, indiferença,
traição, inveja, ciúme, violência etc.). Solicitar a ajuda do grupo para
que citem outros exemplos, e cada palavra enunciada, pedir que
amassem o papel, até ficar uma bolinha. Após cada um amassar o
papel e verbalizar, questionar se acontecem somente com uma pessoa
ou se em geral, todos podemos viver tais situações ou acontecimentos

• Com a bolinha na mão, o facilitador pergunta ao grupo: “O que


devemos fazer com esta bolinha agora?”. Talvez alguns digam para
jogá-la fora. Nesse momento, questionamos: “Como vamos jogar fora
a nossa vida? O que podemos fazer?”. Alguém poderá dizer para
reconstruí-la. “Mas como?” O facilitador, então, deve motivar o grupo
a falar palavras de vida (emprego, amor, amizade, justiça ...), e a cada
palavra vai-se abrindo novamente a folha de papel

• Com a folha de papel aberta, o facilitador pergunta: “Mas e agora?


Está cheio de rugas? São as rugas do tempo; assim como na nossa
vida. O que fazer? Vamos ver se a vida ainda vibra?”. Nesse momento,
pede ao grupo para balançar a folha. Agora a vibração é bem menor.
“Podemos abrir e tentar tirar as marcas alisando o papel, mas são
permanentes e não vibrará tanto quanto antes. Essas marcas do papel
e sua vibração menor com o que podemos relacionar com a vida?”

• Solicitar que todos dobrem a folha ao meio e recortá-las em 2 partes.


Juntando essas partes, pede para recortá-las novamente, ficando
agora com 4 partes. A facilitadora pede aos participantes trocarem as
partes, de maneira que cada um fique com 4 partes de cores diferentes

• Agora pedir para formarem um asterisco com as partes e depois


colocarem o dedo indicador no centro para modelar uma flor
55

Fechamento
O facilitador convida os participantes para fazerem um relato de
sua experiência e significado da dinâmica
Finalizar convidando as reflexões:
- A vida, por mais dolorida e cheia de rugas, ainda pode florescer
- A vida, às vezes, perde a vibração, mas nunca é tarde para
florescer
- Que a gente possa florescer onde a vida nos plantar

Variações
Podemos variar utilizando:
- Palito de churrasco como cabo da flor e pedir que cada
participante cole com fita adesiva sua flor (as flores podem ser
“plantadas”)
- Galhos secos de árvores com as flores coladas
- As flores para customização de guarda-chuvas que se
transformarão em “guarda-vidas”
56

Dinâmica de grupo:
Eletrocardiograma da esperança

Temáticas geradoras:
Fatores de proteção
Razões para viver
Desesperança

Objetivos:
Refletir sobre a desesperança em nossas vidas
Fortalecer fatores de proteção do comportamento suicida
Identificar razões para viver

Participantes:
Grupo de 15-20 adolescentes

Tempo estimado:
60-90 minutos

Material:
Desenho de um eletrocardiograma impressos em papel A4, lápis ou
canetas coloridas

Espaço físico:
Uma sala com mesas e cadeiras
57

Desenvolvimento
• Distribuir um desenho do traçado do eletrocardiograma para cada
participante. A partir de agora o desenho representará o CORAÇÃO
de cada um. Explicar aos participantes que o traçado do
eletrocardiograma representa o registro das oscilações elétricas que
resultam da atividade do músculo cardíaco

• Pedir que os participantes identifiquem o traçado do


eletrocardiograma e então, perguntar: “Onde simbolicamente mora
a esperança?”
Reconhecer que o CORAÇÃO é a sede da esperança

• Em seguida fazer a leitura das frases:


“Ter esperança é acreditar na ilusão, imaginação e utopia”
“Esperança indica o ato de acreditar que algo muito desejado vai
acontecer”
“Esperança é sinônimo de confiança e crédito”
“Na esperança sempre há espera e expectativa”

• Então, perguntar:
“O que você deseja na VIDA?”
“Quais são os sonhos, desejos e fantasias na sua VIDA?”
“Em quem você acredita, espera e confia?”

• Cada participante responderá preenchendo as ondas do


eletrocardiograma

Fechamento
O facilitador convidará os participantes para fazerem um relato de
sua experiência e significado da dinâmica
Finalizar convidando a reflexão que o valor da vida se encontra na
identificação, construção e reconstrução do que significa a
esperança e é significativo para cada um

Variações
Podemos variar utilizando:
- Revistas ou jornais e pedir aos participantes colarem no
eletrocardiograma o que que tem valor na VIDA
- Pincéis e tintas e pedir que pintema o que que tem valor na VIDA
58

Dinâmica de grupo:
Ponte da Vida

Temáticas geradoras:
Fatores de proteção
Habilidades sociais
Fatores de risco

Objetivos:
Ampliar o repertório de habilidades sociais
Fortalecer fatores de proteção do comportamento suicida
Identificar fatores de risco do comportamento suicida

Participantes:
Grupo de 6-9 adolescentes

Tempo estimado:
60 minutos

Material:
Miniatura de ponte identificada como “Ponte da Vida” e 3 bonecos
identificados como Confusão, Solidão e Solução

Espaço físico:
Uma sala com mesas e cadeiras
59

Desenvolvimento:
• Dividir os participantes em três grupos e cada grupo receberá um
boneco. A partir de agora o boneco representará os membros do
respectivo grupo

• Explicar aos participantes que quando vivemos uma situação de


conflito (problema) torna-se necessário darmos uma resposta. Para
resolução de problemas precisamos identificar ou descobrir
maneiras adaptativas de lidar com os problemas da vida

• Colocar os 3 bonecos no início da “Ponte da Vida” e deslocar o


boneco CONFUSÃO para o meio da “Ponte da Vida”. Pedir que os
participantes iniciem uma história que exemplifique uma situação de
conflito sendo narrada na primeira pessoa do singular pelo grupo
CONFUSÃO
• Quando o grupo finalizar a narração perguntar: “como a SOLIDÃO
poderia continuar a história?” Colocar o boneco SOLIDÃO no meio
da “Ponte da Vida”. A história continuará a ser narrada na primeira
pessoa do singular pelo grupo SOLIDÃO

• Quando o grupo finalizar a narração perguntar: “como a


SOLUÇÃO poderia continuar a narração da história?” Colocar o
boneco SOLUÇÃO no final da “Ponte da Vida”. A história continuará
a ser narrada na primeira pessoa do singular pelo grupo SOLUÇÃO

Fechamento
O facilitador convidará os participantes para fazerem um relato de
sua experiência e significado da dinâmica
Finalizar convidando os participantes a compartilhar outras
estratégias de resolução da situação problema apresentada

Variações
Podemos variar iniciando a história:
- Pelo grupo SOLIDÃO seguido do grupo CONFUSÃO finalizando
com o grupo SOLUÇÃO
- Pelos grupos SOLIDÃO e CONFUSÃO finalizando com o grupo
SOLUÇÃO
Capítulo
VALORIZAÇÃO 6
DA

Rodas de Conversa para


VIDA
Valorização da Vida e
Prevenção
NA do
A D O L E S C Ê N
Comportamento Suicida C I A

FERRAMENTAS
VIVENCIAIS
61

Neste capítulo descrevemos as rodas de conversa para


valorização da vida e prevenção do suicídio:

• Roda de conversa: 13 Alertas


• Roda de conversa: Cordel para Vida
• Roda de conversa: I life
• Roda de conversa: Marcadores de valorização da vida
• Roda de conversa: CD da sofrência
32
6
Roda de conversa:
13 Alertas

Temática geradora:
Fatores de risco

Objetivos:
Favorecer a expressão de fatores de risco do comportamento
suicida
Proporcionar espaço efetivo de expressão e reflexão
Esclarecer dúvidas sobre mitos e verdades acerca do
comportamento suicida
Favorecer a integração dos participantes de forma que possam
compartilhar suas experiências de vida valorizando a diversidade
de saberes

Participantes:
Grupo de 15-20 adolescentes acima de 16 anos

Tempo estimado:
60 minutos

Material:
Caixa com reprodução de 13 fitas cassete similar a série 13 Reasons
Why – Os 13 porquês (Netflix, 2017). Cada fita cassete será
identificada com frases protetivas do comportamento suicida.

• Fita 1- Lado A - Tente falar sobre seus sentimento, isso


pode fazer se sentir melhor
63

Frases protetivas do comportamento suicida:

• Fita 1- Lado A - Tente falar sobre seus sentimento, isso pode fazer
se sentir melhor
• Fita 1- Lado B - Busque dividir seus problemas com alguém
próximo, porque você não precisa resolver tudo sozinho
• Fita 2- Lado A - Quando sofrer um violência ou algo que te faça
sofrer, conte para alguém, por mais difícil que seja, não precisa ser
um segredo
• Fita 2- Lado B - Guarde um tempo para cuidar de você e falando
nisso ... O que você gosta de fazer?
• Fita 3 - Lado A - Escolha uma atividade que você curte, porque
atividade física é legal para mente e para o corpo
• Fita 3- Lado B - Tente dividir seu tempo e conversar com amigos
online e offline
• Fita 4 - Lado A - Se sofrer bullying, você não precisa esconder,
busque ajuda de alguém que você confia
• Fita 4 - Lado B - Tente não se isolar, buscando fazer uma
atividade de grupo legal• Fita 5- Lado A - Tente fazer alguma
atividade junto com a sua família
• Fita 5- Lado B - O que você acha de ter um animal de estimação?
• Fita 6 - Lado A - Você sabe onde buscar ajuda profissional para
falar dos seus sofrimentos?
• Fita 6- Lado B - Se em algum momento precisar de ajuda
psicológica ou psiquiátrica ou tiver que tomar medicamentos, não
se preocupe, isso não é um bicho de sete cabeças
• Fita 7 - Lado A - Se tiver vontade de se ferir, conte para alguém,
mas caso não tiver ninguém para contar, você pode procurar o
CVV. Ligue 188 ou acesse http://www.cvv.org.br

Espaço físico:
Uma sala com cadeiras
64

Desenvolvimento:
• Organização: o facilitador precisa preparar previamente o
ambiente colocando as cadeiras em roda, separando a caixa com as
13 fitas cassete de Alertas

• Inspiração: iniciar conversa dando boas-vindas e agradecendo-


lhes pela participação. Com o grupo reunido em roda, introduzir a
temática perguntando quem assistiu a série 13 Reasons Why – Os 13
porquês (Netflix, 2017), em seguida fazer uma sinopse da série (ou
pedir para algum participante)

• Reflexão: iniciar explicando que na caixa há fitas com frases de


“Alertas”. Ao pegar uma fita deve ler a frase e verbalizar o que
pensa sobre a mesma (após o comentário do participante que leu,
perguntar quem gostaria de comentar). Após o comentário o
participante deve colocar a fita na caixa e escolher o próximo
participante que deve ler e comentar sobre a próxima fita, e passar
adiante, até que todos as fitas tenham sido lidas e comentadas pelo
grupo. O facilitador deve aquecer a discussão, unindo as ideias com
neutralidade sem tomar partido. Deixar a conversa seguir até o
tempo para leitura das 13 fitas

• Sistematização: convidar os participantes a contarem sobre a


experiência da roda, como se sentiram e quais foram as ideias
principais ou mensagens mais significativas. Ao final, o facilitador
abrirá espaço para comentários gerais e, depois, complementar
com suas impressões articulando os conteúdos e fazendo uma
conclusão

• Avaliação: avaliar o processo de aprendizagem é tão importante


quanto vivenciá-lo. Isso irá ajudar o facilitador a avaliar a
experiência, os avanços ligados ao tema trabalhado, as ações
práticas que serão tomadas com base na discussão e se restaram
dúvidas ou se alguém deseja aprofundar determinado ponto
65

Roda de conversa:
Cordel para Vida

Temáticas geradoras:
Resiliência
Fatores de proteção
Razões para viver

Objetivos:
Favorecer a expressão de fatores de proteção do comportamento
suicida
Proporcionar espaço efetivo de expressão e reflexão
Favorecer a integração dos participantes de forma que possam
compartilhar suas experiências de vida valorizando a diversidade
de saberes

Participantes:
Grupo de 15-20 professores, pais ou responsáveis

Tempo estimado:
60 minutos

Material:
1 rolo de barbante, prendedores de roupa e poemas de cordel
impressos

Espaço físico:
Uma sala com cadeiras
66

Desenvolvimento:
• Organização: o facilitador precisa preparar previamente o
ambiente colocando as cadeiras em roda, separando o rolo de
barbante, prendedores e cordéis

• Inspiração: iniciar conversa dando boas-vindas e agradecendo-


lhes pela participação. Com o grupo reunido em roda, introduzir
a temática perguntando quem conhece a literatura de cordel, em
seguida fazer breve apresentação sobre cordel

• Reflexão: escolher um participante para entregar o rolo de


barbante que deverá segurar uma ponta do barbante e jogar
para outro participante, que, novamente, segura o barbante e
joga para outro, até que todos estejam segurando o barbante de
forma que pareça uma rede

• Em seguida, entregar um cordel para um dos participantes e


pedir que leia em voz alta, dando entonação de literatura de
cordel. O participante deve verbalizar o que pensa sobre o
mesmo (após o comentário, perguntar quem gostaria de
comentar). Após o comentário o participante deve usar o
prendedor para pregar o cordel no barbante e escolher o
próximo que irá ler e comentar o cordel, e passar adiante, até
que todos os cordéis tenham sido lidos e comentados pelo grupo.
O facilitador deverá aquecer as discussões, unindo as ideias com
neutralidade sem tomar partido. Deixar a conversa seguir até o
tempo para leitura de todos cordéis

• Sistematização: convidar os participantes a contarem como foi


a experiência, como se sentiram e quais foram as ideias principais
e mensagens mais significativas. Ao final, o facilitador abrirá
espaço para comentários gerais e, depois, complementará com
suas impressões articulando os conteúdos e fazendo uma
conclusão

• Avaliação: avaliar o processo de aprendizagem é tão


importante quanto vivenciá-lo. Isso irá ajudar o facilitador a
avaliar a experiência, os avanços ligados ao tema trabalhado,
as ações práticas que serão tomadas com base na discussão e se
restaram dúvidas ou se alguém deseja aprofundar determinado
ponto
67
Roda de conversa:
I life

Temática geradora:
Fatores de risco

Objetivos:
Favorecer a expressão de fatores de risco do comportamento suicida
Proporcionar espaço efetivo de expressão e reflexão
Esclarecer dúvidas sobre mitos e verdades acerca do comportamento
suicida
Favorecer a integração dos participantes de forma que possam
compartilhar suas experiências de vida valorizando a diversidade de
saberes

Participantes:
Grupo de 15-20 adolescentes de 10-14 anos

Tempo estimado:
60 minutos

Material:
Figuras de Iphones com frases na tela representando fatores
protetivos do comportamento suicida
68

Espaço físico:
Uma sala com cadeira

Desenvolvimento:
• Organização: o facilitador precisa preparar previamente o
ambiente colocando as cadeiras em roda e separando as figuras de
Iphones

• Inspiração: iniciar conversa dando boas-vindas e agradecendo-lhes


pela participação. Com os participantes reunidos em roda, introduzir
a temática perguntando sobre as funções do celular

• Reflexão: escolher um participante para entregar a figura de um


Iphone que irá ler a frase do seu “aparelho” e em seguida, escolherá
outro participante para comentar a frase. O participante escolhido
deverá verbalizar o que pensa sobre a frase (após o comentário do
participante, perguntar se mais alguém gostaria comentar)

• Ao terminar de comentar ele irá ler a frase que está na figura do


seu Iphone, indicando em seguida outro participante para comentar.
Assim se dá sucessivamente até que todos os participantes tenham
lido as frases dos “aparelhos”. O facilitador poderá aquecer as
discussões unindo as ideias com neutralidade sem tomar partido.
Deixar a conversa seguir até o tempo para leitura de todas frases

• Sistematização: convidar os participantes a contarem sobre a


experiência, como se sentiram e quais foram as ideias principais e
mensagens mais significativas. Ao final, o facilitador abrirá espaço
para comentários gerais e, depois, complementará com suas
impressões articulando os conteúdos e fazendo uma conclusão

• Avaliação: avaliar o processo de aprendizagem é tão importante


quanto vivenciá-lo. Isso irá ajudar o facilitador a avaliar a
experiência, os avanços ligados ao tema trabalhado, as ações
práticas que serão tomadas com base na discussão e se restaram
dúvidas ou se alguém deseja aprofundar determinado ponto
69

Roda de conversa:
Marcadores de valorização da vida

Temáticas geradoras:
Fatores de proteção
Razões para viver

Objetivos:
Favorecer a expressão de fatores de proteção do comportamento
suicida
Proporcionar espaço efetivo de expressão e reflexão
Favorecer a integração dos participantes de forma que possam
compartilhar suas experiências de vida valorizando a diversidade
de saberes

Participantes:
Grupo de 15-20 professores, pais ou responsáveis

Tempo estimado:
60 minutos

Material:
Uma agenda e marcadores de livro com as frases:

• Conheça os amigos de seus filhos, assim, converse com eles sobre


as amizades
• Participe das redes sociais acompanhando o status e postagens
virtuais
• Tente dividir seu tempo com seus filhos realizando atividades
juntos
• Procure estabelecer uma relação de confiança
• Converse com seus filhos, mas evite interrogatórios
• Ajude-os a compreender que também podem errar, assim como
você
• Observe se seu filho está triste, e caso sim, converse com ele sobre
esse sentimento
• Observe sinais de automutilação e, nesse caso, procure ajuda
profissional
70
• Observe sinais de depressão e não tenha receio de procurar ajuda
profissional
• Incentive seus filhos a acreditar no seu potencial
• Sempre que possível elogie e valorize seu filho• Busque conhecer
seu filho e o contexto que ele está vivendo
• A adolescência é uma fase que aprendemos a resolver os problemas
sozinhos, mas não significa que os adolescentes conseguem a todo
momento
• Tente ajudar seu filho da melhor maneira

Espaço físico:
Uma sala com cadeiras

Desenvolvimento:
• Organização: o facilitador precisa preparar previamente o ambiente
colocando as cadeiras em roda, separando a agenda e os marcadores

• Inspiração: iniciar conversa dando boas-vindas e agradecendo-lhes


pela participação. Com os participantes reunidos em roda, introduzir
a temática pedindo para cada participante escolher uma data especial
explicitando o motivo da escolha

• Reflexão: escolher um participante para entregar a agenda e um


marcador pedindo para que leia em voz alta. O participante deverá
verbalizar o que pensa sobre a frase (após o comentário, perguntar se
alguém mais gostaria comentar). Após o comentário o participante
deve colocar o marcador na agenda na data significativa e escolher o
próximo participante que deverá ler e comentar o marcador, e passar
adiante, até que todos marcadores tenham sido lidos e comentados
pelo grupo. O facilitador poderá aquecer as discussões unindo as
ideias com neutralidade sem tomar partido. Deixar a conversa seguir
até o tempo para leitura dos marcadores

• Sistematização: convidar os participantes a contarem como foi a


experiência, como se sentiram e quais foram as ideias principais e
mensagens mais significativas. Ao final, o facilitador deverá abrir
espaço para comentários gerais e, depois, complementará com suas
impressões articulando os conteúdos e fazendo uma conclusão

• Avaliação: avaliar o processo de aprendizagem é tão importante


quanto vivenciá-lo. Isso irá ajudar o facilitador a avaliar a
experiência, os avanços ligados ao tema trabalhado, as ações
práticas que serão tomadas com base na discussão e se restaram
dúvidas ou se alguém deseja aprofundar determinado ponto
71

Roda de conversa:
CD da sofrência

Temática geradora:
Fatores de risco

Objetivos:
Favorecer a expressão de fatores de risco do comportamento suicida
Proporcionar espaço efetivo de expressão e reflexão
Esclarecer dúvidas sobre mitos e verdades acerca do comportamento
suicida
Favorecer a integração dos participantes de forma que possam
compartilhar suas experiências de vida valorizando a diversidade de
saberes

Participantes:
Grupo de 15-20 professores, pais ou responsáveis

Tempo estimado:
60 minutos

Material:
Círculo com frases e pensamentos representando fatores de risco do
comportamento suicida.
As frases são:
• Não aguento mais sofrer bullying (fala)
• Não tenho ninguém (pensamento)
• Não posso contar com ninguém (pensamento)
• Não posso falar para ninguém, porque é minha culpa
(pensamento)
• Eu quero morrer (fala)
• Me sinto triste o tempo todo, não tenho vontade de fazer nada
(pensamento)
• Melhor nunca ter nascido (fala)
• Minha família não me entende (fala)
• Não há solução, a única é morrer (pensamento)
• Não suporto sua falta (fala)
• A droga alivia minha dor (pensamento)
• Não confio em ninguém (fala)
• Ninguém gosta de mim, todo mundo me odeia (fala)
72

Espaço físico:
Uma sala com cadeiras

Desenvolvimento:
• Organização: o facilitador precisa preparar previamente o
ambiente colocando as cadeiras em roda, separando os círculos de
alerta

• Inspiração: iniciar conversa dando boas-vindas e agradecendo-


lhes pela participação. Com os participantes reunidos em roda,
distribuir os círculos de alerta

• Reflexão: escolher um participante para iniciar a roda solicitando


que leia a imagem do círculo que deverá em seguida, escolher outro
participante para comentá-la. O participante escolhido deverá
verbalizar o que pensa sobre a frase (após o comentário do
participante, perguntar se alguém mais gostaria de comentar)

• Ao terminar de comentar também irá ler a frase que está no seu


círculo, indicando em seguida outro participante para comentar.
Assim ocorrerá sucessivamente até que todos participantes tenham
lido as mensagens dos círculos. O facilitador deverá aquecer a
discussão unindo as ideias com neutralidade sem tomar partido.
Deixar a conversa seguir até finalizar a descrição e verbalização dos
círculos

• Sistematização: convidar os participantes a contarem a


experiência, como se sentiram e quais foram as ideias principais e
mensagens mais significativas. Ao final, o facilitador deverá abrir
espaço para comentários gerais e, depois, complementará com suas
impressões articulando os conteúdos e fazendo uma conclusão

• Avaliação: avaliar o processo de aprendizagem é tão importante


quanto vivenciá-lo. Isso irá ajudar o facilitador a avaliar a
experiência, os avanços ligados ao tema trabalhado, as ações
práticas que serão tomadas com base na discussão e se restaram
dúvidas ou se alguém deseja aprofundar determinado ponto
Capítulo
VALORIZAÇÃO 7
DA

V IValorização
Jogos para DA da
Vida e Prevenção do
NA
Comportamento Suicida
ADOLESCÊNCIA

FERRAMENTAS
VIVENCIAIS
74

Neste capítulo descrevemos os jogos para valorização da


vida e prevenção do suicídio:

• Jogo: Quebra cabeça


• Jogo: Acróstico de valorização da vida
• Jogo: Pilares da Vida
• Jogo: Tabuleiro
75

Jogo:
Quebra cabeça

Temáticas geradoras:
Fatores de proteção
Razões para viver

Objetivos:
Fortalecer fatores de proteção do comportamento suicida
Aprender sobre mitos e verdades acerca do comportamento suicida
Refletir sobre as razões para viver

Participantes:
Grupo de 15-20 adolescentes de 10-14 anos

Tempo estimado:
45 minutos

Material:
Quebra-cabeça com 15 peças impressas com os fatores protetivos:
• Converse sobre seus sentimentos
• Faça amizades
• Você é muito importante
• Valorize suas qualidades
• Busque ajuda
• Ame-se
• Valorize-se
• Pense em novos sonhos e projetos
• Não se isole
• Procure um profissional da saúde
• Pense antes de agir

Espaço físico:
Uma sala com cadeiras e mesa

Desenvolvimento:
• Distribuir as peças do quebra-cabeça sobre a mesa. Os
participantes devem, coletivamente, montar o quebra-cabeça
76

• Após a montagem do quebra-cabeça o facilitador convidará um


participante para comentar o quebra-cabeça. Após o comentário,
perguntar quem mais gostaria de comentar). Ao terminar de
comentar esse participante também irá descrever a imagem que
está na figura do quebra-cabeça, indicando em seguida outro
participante para comentar. Assim ocorrerá sucessivamente até
que todos tenham comentado a montagem

Fechamento:
Ao final o facilitador convidará os participantes grupo para
fazerem um relato da experiência e significado do jogo
Finalizar convidando os participantes a reflexão sobre porque
FALAR É A MELHOR SOLUÇÃO
77

Jogo:
Acróstico de valorização da vida
V
I
Temáticas geradoras: D
Fatores de proteção
Razões para viver A

Objetivos:
Fortalecer fatores de proteção do comportamento suicida
Aprender sobre mitos e verdades acerca do comportamento
suicida
Refletir sobre as razões para viver

Participantes:
Grupo de 15-20 adolescentes de 10-14 anos

Tempo estimado:
45 minutos

Material necessário:
Desenho do acróstico VALORIZAÇÃO DA VIDA impresso em papel
A4, lápis ou canetas coloridas
78

Espaço físico:
Uma sala com cadeiras e mesa

Desenvolvimento:
• Distribuir o desenho do acróstico sobre a mesa. Os participantes
devem, coletivamente, construir o acróstico. Explicar que o acróstico
é a criação de novas palavras ou frases, onde a imaginação e a
criatividade são as palavras de ordem. Ele pode ser construído a
partir das iniciais, intermediárias ou finais de uma palavra já
formada, e a partir daí outras novas e sugestivas. A construção do
acróstico deve ser orientada por palavras que representam o que
tem valor na VIDA

• Após a finalização coletiva do acróstico o facilitador convidará um


participante para comentar. O participante escolhido deverá
verbalizar o que pensa sobre o mesmo (após finalizar o comentário,
perguntar se alguém mais gostaria de comentar). Ao terminar de
comentar este mesmo participante também irá descrever o
acróstico, indicando em seguida outro participante para comentar.
Assim ocorrerá sucessivamente até que todos tenham comentado

Fechamento:
Ao final o facilitador convidará os participantes para fazerem um
relato da experiência e significado do jogo
Finalizar convidando os participantes a reflexão sobre porque O
QUE TEM VALOR NA VIDA
79

Jogo:
Pilares da Vida

Temáticas geradoras:
Fatores de proteção
Razões para viver

Objetivos:
Fortalecer fatores de proteção do comportamento suicida
Aprender sobre mitos e verdades acerca do comportamento suicida
Refletir sobre as razões para viver

Participantes:
Grupo de 15-20 professores, pais ou responsáveis

Tempo estimado:
45 minutos

Material:
Casa desmontável de madeira compensada sendo uma peça de
base, 3 peças de laterais, 4 peças de telhados e 13 encaixes (pilares)

Espaço físico:
Uma sala com cadeiras e mesa
80

Desenvolvimento
• Distribuir as peças do jogo para os participantes montarem,
coletivamente, a casa. Informar que cada pilar da casa representa
uma razão para viver

• Após a montagem o facilitador deverá solicitar para cada


participante verbalizar uma razão pessoal para viver. Após a
verbalização de todos, o facilitador solicitará que retirem o encaixe
(pilar) da casa, um a um, até o desmonte total da casa

• O facilitador convidará um participante para verbalizar o que


pensa sobre a imagem da casa desmontada (após o comentário,
perguntar se alguém mais gostaria de comentar). Ao terminar seu
comentário ele indicará outro participante para comentar. Assim
ocorrerá sucessivamente até que todos os participantes tenham
comentado o significado da imagem da casa desmontada

Fechamento:
Ao final o facilitador convidará os participantes para fazerem um
relato da experiência e significado do jogo
Finalizar convidando os participantes a reflexão sobre O QUE TEM
VALOR NA VIDA.
81

Jogo:
Tabuleiro do Mito X Verdade

Temáticas geradoras:
Fatores de proteção
Fatores de risco

Objetivos:
Fortalecer fatores de proteção do comportamento suicida
Aprender sobre mitos e verdades acerca do comportamento suicida

Participantes:
Grupo de 15-20 professores, pais ou responsáveis

Tempo estimado:
45 minutos

Material:
Um tabuleiro, um dado, 6 pinos e as cartas impressas com os mitos
ou verdades

Cartas Mito:
• Pessoas que falam sobre suicídio têm intenção de suicidar
• A maioria dos suicídios acontecem de repente e sem aviso
• Quem pensa em suicídio está determinado a morrer
• Somente pessoas com problemas mentais pensam em suicídio
• Conversar sobre suicídio é uma má ideia e pode encorajar o ato
• Quando uma pessoa pensa em suicidar terá risco para o resto da
vida
• As pessoas que ameaçam se matar não farão isso porque querem
apenas chamar a atenção
82
• Quando uma pessoa mostra sinais de melhora ou sobrevive à uma
tentativa de suicídio é porque está fora de perigo
• Não devemos falar sobre suicídio, porque aumenta o risco
• Quem quer morrer não avisa
• O suicídio é sempre hereditário
• Suicídio acontece só com pessoas adultas
• Se alguém quer se matar não há nada que possa ser feito
• Suicídio é um ato de covardia

Cartas Verdade:
• Conversar e acolher são boas opções
• Buscar ajuda de um profissional da saúde ajuda a diminuir o risco
de suicídio
• Bullying constante colabora com o comportamento suicida
• Ter pessoas de referência e sentimentos de esperança e amor
ajudam a prevenir o suicídio
• Suicídio pode ocorrer com qualquer pessoa
• Suicídio pode acontecer em qualquer idade

Espaço físico:
Uma sala com cadeiras e mesa

Desenvolvimento:
• Jogar o dado para definir a ordem de jogo dos participantes (o
maior número será o primeiro e assim, sucessivamente)

• O jogo iniciará com todos os pinos posicionados no tabuleiro na


posição descrita “início”. Cada jogador jogará o dado para andar o
seu número respectivo. O participante só terá direito a andar as
casas do tabuleiro caso ele “acerte a pergunta da carta: mito ou
verdade”

• Observar as instruções do jogo escritas nas casas do tabuleiro,


como por ex.: volte 3 casas; avance 2 casas; fique uma rodada sem
jogar

• Ganhará o jogo o participante que chegar primeiro na casa


intitulada: “chegada”

Fechamento:
Ao final o facilitador convidará os participantes para fazerem um
relato da experiência e significado do jogo
Finalizar convidando os participantes a reflexão sobre MITO E
VERDADE SOBRE O SUICÍDIO
Capítulo
VALORIZAÇÃO 8
DA

V I D AVirtuais
Ferramentas
para Valorização da Vida
NA
eA Prevenção do
DOLESCÊNCIA
Comportamento Suicida
FERRAMENTAS
VIVENCIAIS
84

Neste capítulo descrevemos as ferramentas virtuais para


valorização da vida e prevenção do suicídio:

• CVV Web
• Facebook
• Twitter
• Instagram
• Tumblr
• Google
85

Ferramenta virtual:
CVV chat

O Centro de Valorização da Vida (CVV), fundado, em 1962, em São


Paulo, é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, que
foi, em 1973, reconhecida como de Utilidade Pública Federal.
O CVV presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e
prevenção do suicídio, atendendo 24 horas, diariamente, as
pessoas que querem conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail,
chat e Voip.
É associado ao Befrienders Worldwide, entidade que congrega as
instituições congêneres de todo o mundo. Ressaltamos que o CVV
participou da força tarefa de elaboração da Política Nacional de
Prevenção do Suicídio do Ministério da Saúde.

Instruções:
O CVV apresenta links para atendimento voluntário de apoio
emocional:
• Na opção de atendimento do CVV via chat, como em qualquer
outra forma de contato, a pessoa é atendida de forma gratuita por
um voluntário, com respeito e anonimato, que guardará sigilo
sobre tudo que for dito. Os voluntários são treinados para
conversar com todas pessoas que procuram apoio emocional
• No link “CVV via chat” encontra-se a opção “Clique aqui para
iniciar o chat”. Os horários de atendimento são: Domingos (das 17h
às 01h), Segundas-feiras (das 09h às 00h), Terças-feiras (das 09h
às 01h), Quartas-feiras (das 09h às 01h), Quintas-feiras (das 09h às
01h), Sextas-feiras (das 15h às 01h) e Sábados (das 16h às 23h);
• No link “Ligue 188”, a pessoa pode conversar com um voluntário
do CVV ligando 188 ou diretamente ao posto de sua região,
consultando a lista da página principal do CVV
• No link “Skype”, a pessoa pode conversar com um voluntário do
CVV clicando diretamente sobre o link
• No link e-mail, a pessoa não é atendida online, mas sua
mensagem é respondida por um voluntário
86

Ferramenta virtual:
Facebook

O Facebook foi criado, em fevereiro de 2004, na Califórnia. A


página principal do site informa que a “forma como os nossos
amigos nos inspiram, apoiam e nos ajudam a descobrir o mundo
quando estamos conectados é celebrada, trazendo o mundo para
mais perto”. Em 2017, anunciou sua nova missão “dar às pessoas o
poder de criar comunidades e aproximar o mundo”.
O Facebook possibilita a criação de um perfil de usuário que pode
fazer solicitações de amizade, criar uma rede, curtir, comentar,
compartilhar e participar de grupos.

Instruções:
O Facebook apresenta links de programas de prevenção para
contato e números de telefones específicos de prevenção do
suicídio. Ao digitar a frase “eu quero morrer” ou “suicídio” na área
de busca do Facebook:
• A primeira opção ao digitar “suicídio” na busca aparecerá dois
grupos de apoio para a prevenção do suicídio, ajuda à depressão,
ansiedade e sobreviventes
• Aparecerá no canto superior da tela a seguinte frase “Podemos
ajudar? Se você ou alguém que você conhece estiver passando por
um momento difícil, nós gostaríamos de ajudar”, seguida por
“Obter apoio para si mesmo”, “Obter apoio para um amigo” e
“Saiba mais sobre conectar pessoas a recursos de apoio”
• Ao optar pela opção “Obter apoio para si mesmo”, o Facebook te
encaminhará para uma nova tela, com um aviso de
confidencialidade e as seguintes opções:
- “Falar com um amigo”, envie uma mensagem ou ligue para quem
você confia: (“Oi, estou passando por um momento difícil e
gostaria de conversar com você sobre isso. Se não tiver problema,
por favor, responda à minha mensagem”
- “Entre em contato com uma linha de apoio”, eles podem ouvir e
ajudar você a superar isso (nesta opção, o número, chat e e-mail
do CVV são divulgados)
87

- “Receba dicas e apoio”, veja sugestões de como apoiar a si


mesmo (ao escolher esta opção, o Facebook pede para que você
respire fundo antes de começar e propõe várias dicas como: faça
algo simples e relaxante, saia ao ar livre, seja criativo, acalme os
ânimos, apenas relaxe)
• Optando pela opção “Obter apoio para um amigo”, o Facebook
aconselha que “se alguém estiver em perigo imediato, ligue para o
serviço de emergência local. Não espere” e depois fornece as
seguintes opções:
-“Obter ideias de como apoiar um amigo”, trabalhamos com
especialistas em prevenção contra o suicídio para reunir maneiras
de você iniciar a conversa (ao clicar, a pessoa recebe algumas dicas
como: tenha empatia, ouça, dê valor aos sentimentos, faça
perguntas abertas, preocupe-se com a segurança e mais uma vez
os contatos do CVV são oferecidos)
-A 2ª opção “Entrar em contato”, sugere que você envie uma
mensagem para seu amigo mostrando que quer ajudar, com um
pequeno texto modelo: “Olá. Parece que você está passando por
um momento difícil. Estou aqui para ouvir você. Por favor, me
conte o que está acontecendo”
-A 3ª opção consiste no envio de um cartão de apoio, para mostrar
que você se importa, onde o Facebook te fornece alguns modelos e
ideias com frases como “eu estou com você”, “estou pensando em
você”, “enviando um alô”, entre outras
-Na última opção, há a sugestão para que você se conecte a outro
amigo em comum, disponibilizando a mensagem modelo “Oi. -
Nosso(a) amigo(a) publicou algo que me preocupou. Você acha que
há alguma coisa que podemos fazer para ajudar?”
• Na opção “Saiba mais sobre conectar pessoas a recursos de
apoio”, você é encaminhado para uma página do Facebook que
possui Central de Segurança, Portal para Pais e Mães, Central de
Prevenção ao Bullying, Bem-estar na Internet, com vídeos,
materiais de apoio, contatos, recursos de ajuda e dicas para ajudar
a si mesmo e a um amigo
88

Ferramenta virtual:
Twitter

O Twitter, foi fundado em março de 2006, em San Francisco,


Califórnia. Segundo informações do site, o Twitter é composto por
313 milhões de usuários ativos mensalmente, 1 bilhão de visitas
únicas mensais a sites com Tweets incorporados e apoiado por mais
de 40 idiomas.
A página principal do Twitter expõe “Nossa missão: Oferecer para
todos o poder de criar e compartilhar ideias e informações de
forma instantânea, sem barreiras”. Os serviços oferecidos pelo
Twitter conectam instantaneamente as pessoas em qualquer lugar
a aquilo que é mais importante para elas; sendo assim, qualquer
usuário registrado pode enviar um Tweet (mensagem de até 140
caracteres) e conteúdo como fotografias, vídeos e links para outros
sites, que serão consideradas por padrão, mensagens públicas.
Seu site expõe claramente que o material compartilhado na
plataforma pode ser visto rapidamente em todo o mundo e
promove as ideias de que “você é o que você tweeta” e “o lugar
certo para saber mais sobre o que está acontecendo no mundo e
sobre o que as pessoas estão falando agora”.

Instruções:
• Na Central de Ajuda do Twitter, no tópico de regras e políticas,
na categoria de violência e danos físicos, existe um tópico sobre o
“Suicídio ou automutilação”, explicando que não é permitido
promover ou incentivar o suicídio ou a mutilação, sendo passível
de denúncias. Ao receber denúncias sobre esta temática, o Twitter
deixa claro que poderá adotar uma série de medidas para
auxiliar, entrar em contato ou fornecer recursos, contatos e
informações para a pessoa em risco
• O Twitter também possui uma Política de conteúdo de Mídia,
tendo restrições para formas de violência explícita ou conteúdo
adulto, também não permitindo símbolos ou imagens de
propagação de ódio
89
Ferramenta Virtual:
Instagram

O Instagram é uma rede social virtual com mais de 800 milhões de


usuários que compartilham fotos, vídeos e momentos ao redor do
mundo nesta plataforma. Fundado em outubro de 2010, o serviço
rapidamente ganhou popularidade entre as celebridades, blogs,
marcas, adolescentes, músicos e pessoas com paixão criativa.

Instruções
• Ao procurar na área de busca variações como #suicídio ou
#suicide, o Instagram te encaminha para uma tela com a seguinte
pergunta, seguida da opção “Saiba mais” “Podemos ajudar?
Publicações com as palavras ou tags que você está procurando
muitas vezes incentivam um comportamento que pode fazer mal a
uma pessoa e até levá-la à morte. Se você está passando por uma
situação difícil, gostaríamos de ajudar.” Ao clicar em “Saiba mais”,
se o Instagram estiver conectado ao Facebook do usuário, ele é
encaminhado para as opções de ajuda do Facebook

• No Instagram, quando alguma publicação ou perfil com


conteúdo pró-suicida é encontrado, ele pode ser denunciado. Ao
abrir a foto, no canto inferior direito, estarão três bolinhas, que ao
serem clicadas, possibilitam a denúncia em “Conteúdo Impróprio”.
Ao entrar nessa opção, nos deparamos com uma nova janela onde
a opção “Essa foto coloca pessoas em risco”, pode ser selecionada.
A seguir, a opção “Automutilação, Distúrbios Alimentares ou
Conteúdo Suicida”, pode ser escolhida, denunciando a publicação

• Ao entrar na Central de Ajuda do Instagram, seguir para a


Central de Privacidade e Segurança, Denunciar Algo e
Automutilação, existem várias perguntas sobre como ajudar
alguém em risco de suicídio, automutilação, busca de ajuda para
si ou para terceiros, ajuda para populações de risco como policiais
e veteranos de guerra (no caso dos EUA) e da população LGBT.
Dentre as respostas, estão contato da polícia e bombeiros,
orientações para denunciar o conteúdo, lista dos serviços de
prevenção de suicídio do mundo (incluindo o CVV, no Brasil), dicas
de apoio e autocuidado, como: Saia um pouco, Seja criativo,
Acalme seus sentidos e Relaxe
90

Ferramenta virtual:
Tumblr

O Tumblr é uma plataforma de blogs, fundada em fevereiro de


2007, com sede na cidade de Nova Iorque, Estados Unidos. A
página principal do site expõe o intuito dessa rede “Nós deixamos a
coisa muito, muito fácil para que as pessoas possam criar um blog e
publicar o que elas bem entenderem”; “venha pelas coisas que você
adora e fique pelas que você descobriu”. (Disponível em <
https://www.tumblr.com). A Política de Privacidade do Tumblr não
rege o que os usuários fazem em seus blogs, oferece flexibilidade
na construção dos blogs e a opção de anonimato na configuração
da conta dos usuários.

Instruções:
• Ao digitar na busca do Tumblr, a palavra “suicídio”, você é
encaminhado para uma página com a seguinte mensagem,
divulgando e explicando sobre o CVV: “ Está tudo bem com você?
Se você ou alguém que você conheça estiver com pensamentos
suicidas, o Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ajudar: ligue
188 ou dirija-se ao posto de atendimento mais próximo. Existem
voluntários disponíveis 24 horas por dia e treinados para atendê-lo
com respeito, anonimato e sigilo. Mesmo que você não tenha
certeza se precisa de ajuda, não hesite em entrar em contato com o
CVV também por chat, skype ou e-mail.”
91

Ferramenta virtual:
Google

O Google é uma empresa multinacional de serviços online,


fundada em 1998, na Califórnia. De acordo com as redes sociais
virtuais que o Google possui, como Twitter, Facebook, Linkedin,
Youtube, e Instagram, o seu objetivo é claro: “Organizar as
informações do mundo e torná-las mundialmente acessíveis e
úteis”.

Instruções:
Os sistemas de busca do Google, disponibilizam links, mensagens
sobre serviços de prevenção do suicídio, telefone e outras formas
de contato do CVV do Brasil quando as palavras “quero morrer”
ou “I wanna die” são digitadas na busca, atuando como programa
de prevenção
VALORIZAÇÃO
DA

VIDA
Referências
NA
ADOLESCÊNCIA

FERRAMENTAS
VIVENCIAIS
93

AGGARWAL, S.; PATTON, G.; REAVLEY, N. et al. Youth self-harm in


low-and middle-income countries: Systematic review of the risk and
protective factors. International journal of social psychiatry, v. 63, n.
4, p. 359-375, 2017.
AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION. Dicionário de Psicologia
APA. Porto Alegre: Artmed, 2010.
AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION. The road to resilience.
Washington: APA. Disponível em:
http://www.apa.org/helpcenter/road-resilience.aspx Acesso em:
19 nov. 2017.
ARADILLA-HERRERO, A.; TOMÁS-SÁBADO, J.; GÓMEZ-BENITO, J.
Associations between emotional intelligence, depression and suicide
risk in nursing students. Nurse Education Today, v. 34, n. 4, p. 520-
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ARAÚJO, A. M. B. et al., Jogos sobre educação em saúde para
adolescentes. Revista Enfermagem UFPE online, v. 10, supl. 5, p.
4393-43955, 2016.
ARAÚJO, L. C.; VIEIRA, K. F. L.; COUTINHO, M. P. C. Ideação suicida
na adolescência: um enfoque psicossociológico no contexto do ensino
médio. Psico-USF, v. 15, n. 1, p. 47-57, 2010.
ARAÚJO, L. C.; VIEIRA, K. F. L.; COUTINHO, M. P. L. Ideação Suicida
na adolescência. Psico-USF, v. 15, n. 1, p. 47-57, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. Suicídio: informando
para prevenir. Brasília: ABP/CFM, 2014.
AZEVEDO, M. R. D.; MELLO, V. M. R. M. Trabalhando em grupo com
adolescentes: Um guia prático para o dia-a-dia. São Paulo: Atheneu,
2009.
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VALORIZAÇÃO
DA

VIDA
Sobre os autores
NA
ADOLESCÊNCIA

FERRAMENTAS
VIVENCIAIS
103

Aline Conceição Silva é enfermeira, mestre em Ciências (UFSJ),


doutoranda em Enfermagem Psiquiátrica (USP), membro do
Grupo de Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia
(CNPq/UFSJ).

Camila Corrêa Matias Pereira é enfermeira, mestre em Ciências


(UFSJ), doutoranda em Enfermagem Psiquiátrica (USP), membro
do Grupo de Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia
(CNPq/UFSJ).

Daniela Aparecida de Faria é fisioterapeuta, especialista em Saúde


do Adolescente (UFSJ), mestranda em Ciências (UFSJ), membro do
Grupo de Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia
(CNPq/UFSJ).

Daniella Almeida Silva Brum é psicóloga, mestranda


em Enfermagem (UFSJ), membro do Grupo de Trabalho de
Valorização da Vida e Suicidologia (CNPq/UFSJ)

Érica Domingues de Souza é psicóloga, membro do Grupo de


Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia (CNPq/UFSJ)

Lidiani Vanessa da Silva é assistente social, especialista em Saúde


do Adolescente (UFSJ), mestranda em Ciências (UFSJ), membro do
Grupo de Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia
(CNPq/UFSJ)

Michele Mariano Rodrigues é psicóloga, especialista em Saúde do


Adolescente (UFSJ), membro do Grupo de Trabalho de Valorização
da Vida e Suicidologia (CNPq/UFSJ)
104

Nadja Cristiane Lappann Botti é enfermeira, psicóloga, tutora do


Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do
Adolescente (UFSJ), membro da Asociación de Suicidología de
Latinoamérica y el Caribe (ASULAC), membro-Fundadora da
Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (ABEPS) e
coordenadora do Grupo de Trabalho de Valorização da Vida e
Suicidologia (CNPq/UFSJ)

Natália Marques Resende Milagre Brezolini é dentista, especialista


em Saúde do Adolescente (UFSJ), membro do Grupo de Trabalho
de Valorização da Vida e Suicidologia (CNPq/UFSJ)

Suzane Pereira Lopes é nutricionista, com pós-graduação em


Saúde do Adolescente (UFSJ), membro do Grupo de Trabalho de
Valorização da Vida e Suicidologia (CNPq/UFSJ)

Talita Rosália Santos Teles é psicóloga, membro do Grupo de


Trabalho de Valorização da Vida e Suicidologia (CNPq/UFSJ)
105

Que façamos desta leitura instrumento de


inquietação e de militância
por saberes e fazeres engajados
na valorização da vida
e prevenção do suicídio

@teiavita

teiavita@terra.com.br

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