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Introdução aos Estudos de Atuariais e Contábeis – Jorge Andrade Costa – 27/10/2021

Seguro de Danos
Código civil que trata de contratos de seguro L 10.402/2002 Cap
XV art. 757 a 803

Seguro de dano – artigos 778 a 788 e Seguro de Pessoa – Artigos 789


a 803

Contrato de Seguro

É um contrato segundo o qual a seguradora aceita um risco de seguro


significativo de outra parte, o segurado, aceitando indenizar o segurado no
caso de um evento específico, futuro e incerto que afete adversamente o
segurado (CPC 11 e CPC 50).

Sinistro

É o termo que define, em qualquer ramo de seguro, a ocorrência do


evento incerto causador de perda econômica definido contratualmente, que
obriga a seguradora a indenizar o segurado. A indenização pode ir para
terceiros caso o contrato especifique causa de dano a terceiros. Roubo,
Incêncios, Batida de Carro, Morte, Vazamento de Petróleo, Quebra de
Barragem, todos são exemplos de sinistros.

O código civil separa os contratos de seguros de danos em 2 tipos;

 Não vida: o bem segurado é patrimonial, podendo ser um objeto


determinado (um automóvel por exemplo) ou uma futura obrigação
pecuniária, advinda do reconhecimento de responsabilidade civil por
parte do segurado.
 Vida: o bem segurado é a própria vida da pessoa, que é
imensurável do ponto de vista econômico. Diante dessa
impossibilidade de mensuração econômica, nessas hipóteses, é
possível se estipular livremente o capital segurado, bem como
celebrar múltiplos contratos com o mesmo objetivo.

É válido destacar que os seguros de dano não vida se inspiram pelos


princípios de boa fé objetiva e da vedação de enriquecimento sem causa, ou
seja, o requerente não pode fazer um contrato que supere o valor do bem, nem

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pode celebrar múltiplos contratos para o mesmo bem. Mesmo assim os


seguros de vida também se baseiam nos princípios de boa fé e vedação do
enriquecimento sem causa.

O art. 765 trata da boa fé objetiva. A boa fé objetiva é uma regra de


conduta dos indivíduos nas relações jurídicas obrigacionais.

Além disso, outra característica marcante é o mutualismo: é a divisão


das perdas entre os segurados.

Elementos básicos para a formação do contrato de seguro

 Segurado: paga o prêmio pelo seguro.


 Seguradora: indeniza o segurado na ocorrência de sinistro.
 Objeto de seguro: bem que será segurado e que está exposto aos
riscos.
 Risco: evento aleatório cuja ocorrência implica em prejuízos
econômicos.
 Prêmio: remuneração que o segurado paga a seguradora para que
ela assuma a responsabilidade de indenizá-lo caso ocorra um
evento de risco.
 Indenização: é a contraprestação por parte da seguradora ao
segurado, no caso de efetivação de um risco coberto pela apólice.

Ramos de Seguro (Fonte: SUSEP)

 DPVAT e DPEM (Danos Pessoais Causados por Veículos


Automotores de Vias Terrestres) e (Danos Pessoais Causados por
Embarcações ou por sua Carga às Pessoas Embarcadas,
Transportadaas ou Não);
 Rural – cobre perdas decorrentes de fenômenos climáticos em
atividades pecuárias em sua maioria;
 Compreensivo – Seguro patrimonial – cobre contra incêncios por
exemplo;
 Garantia – cobre obrigações assumidas pelo segurado
 Danos – Cobre perdas ou danos causados aos bens segurados

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 Pessoa – Cobre sobrevivência, morte, invalidez e acidentes


pessoais
 Transportes – cobre prejuízos causados aos bens segurados
durante o seu transporte em viagens aquaviárias, terrestres e aéres
em percursos nacionais ou internacionais.
 Crédito – cobre operação de crédito quando o segurado se torna
insolvente
 Automóveis – cobre colisão, incêndio e roubo de veículos.
 Garantia estendida – cobre uma garantia adicional à garantia do
fornecedor de um bem adquirido.
 Acidentes pessoais – cobre morte e invalidez permanente (total ou
parcial) e outros riscos causados unicamente por acidente. São
acidentes pessoais, externos, que o segurado pode sofrer de
maneira súbita, violenta, imediata e involuntária, provocando lesões
físicas ou até a morte.
 Seguro facultativo de automóveis – indenizações causados por
roubo furto, ressarcimento de danos materiais ou pessoais
causados pelo veículo a terceiros; indenização aos passageiros
acidentados do veículo e assistência ao veículo e seus ocupantes
em caso de acidente ou pane.
 Fiança locatícia substitui o fiador e garante ao proprietário do imóvel
o recebimento dos aluguéis e encargos vencidos e não pagos pelo
inquilino, o qual ganha agilidade na aprovação da sua proposta de
aluguel.
 Microsseguro cobre danos de seguros para pessoas de baixa
renda.
 Prestamista – Garante a quitação de uma dívida do segurado no
caso de sua morte ou invalidez ou até mesmo desemprego
involuntário ou perda de renda.
 Residencial – cobre multirriscos, isto é, oferece um conjunto de
seguros conjugados ou agrupados numa única apólice.
 Responsabilidade civil – protege o segurado de eventuais
reclamações ou ações na justiça em que o segurado seja

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responsabilizado civilmente por ter causado danos involuntários a


outras pessoas, sejam materiais ou corporais.
 Aeronáutico – oferece proteção contra riscos do transporte aéreo
(casco do avião, despesas incorridas por conta do sinistro,
responsabilidades sobre os passageiros)
 Crédito – proteção contra inadimplência nas vendas a prazo.
 Garantia: objetiva garantir o fiel cumprimento das obrigações
assumidas pelo tomador perante o segurado, em caso de serviços.
 Cascos marítimos: cobre prejuízos que atinjam embarcações.
 Multirrisco condomínio: cobre riscos de incêndio, queda de raio e
explosões.
 RC empresarial: perdas resultantes de danos corporais e materiais
causados a terceiros.
 RC engenharia: tem o objetivo de garantir ao construtor a
indenização dos prejuízos causados por acidentes durante
execução de obras civis, instalação de montagem de maq e quip.
 RC riscos ambientais: risco por poluição súbita
 Transportes: transporte de carga, segurado é o transportador.

Ramos de Seguro

Na contabilização, é preciso contabilizar o ramo de seguro.

No FIP é preciso informar o ramo para cada item (prêmio, provisão


técnica, sinistro, comissão, balanço, etc)

É preciso informar, nas notas explicativas, os ramos em que a


seguradora opera.

Influenciam no capital de risco de subscrição que a seguradora deve


possuir para operar.

Para o cálculo de risco operacional também há classificação de ramos


em: (i) vida e (ii) não vida.

Probabilidade

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Uma seguradora, ao assumir o risco de ter de indenizar R$30.000 por


um prêmio de R$1.500, precisa analisa-lo antes da aceitação. O mecanismo de
análise envolve:

 Mensuração precisa do risco por meio de estatística:


 Redução (idealmente a eliminação) do risco por um processo de
agregação de riscos similares e eventual pulverização;e
 Manutenção em balanço do volume de capital adequado para
suportar perdas além do esperado.

A lei dos grandes números diz que caso a amostra se aproxime da


população, as médias se aproximam do esperado, o que melhora a
precificação dos prêmios. Seguradoras com bases maiores de dados tem
melhores precificações.

Os eventos aleatórios (sinistros) têm seus riscos calculados pelos


atuários:

 Atuários do Tipo 1 surgiram no século XVII e focaram em questões


de seguro de vida e tendiam a usar métodos determinísticos.
 Atuários do Tipo 2 surgiram no século XX. São atuários de danos
que utilizam abordagens probabilísticas para lidar com a
precificação de seguro de automóvel e seguro de propriedade com
o cálculo das provisões técnicas.
 Atuários do Tipo 3 aplicam processos estocásticos e fazem o
casamento de ativos e passivos.
 Atuários do Tipo 4 trabalham na gestão global de riscos
 Atuários do Tipo 5 - advento do big data e da ciência dos dados.
São os cientistas de dados.

Método Determinístico: É aquele em que as estimativas obtidas


baseiam-se apenas nos eventos passados e não tem distribuição da
probabilidade. Existe apenas um cenário.

Método Probabilístico: É aquele em que há uma ou mais variáveis


aleatórias como entrada. Entradas aleatórias conduzem a saídas aleatórias

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(várias estimativas), é uma evolução do determinístico por considerar mais


cenários.

Método Estocástico: É aquele em que é possível calcular a


variabilidade sobre o erro da estimativa, bem como permite obter intervalos de
confiança para a estimativa. Há múltiplas simulações, múltiplos cenários.
Comportamento aleatório e conhecimento de distribuição de probabilidade. É o
mais avançado dentre os 3 métodos.

Precificação

Subscritores: decidem se um demandante (segurado) pode obter


aquele seguro e a qual preço. O processo pelo qual seguradoras aceitam e
rejeitam novos contratos se chama subscrição de risco. O objetivo da
subscrição é manter a lucratividade da seguradora ao longo do tempo.

Os lucros da seguradora aumentam conforme aumentam as vendas


dos seus seguros. Porém, a capacidade de gerar prêmios é limitada por
normas regulatórias (limites de retenção e capital mínimo)

Se as práticas de subscrição gerarem contratos cujos prêmios


excedem as indenizações e demais despesas, haverá lucro. Os subscritores
asseguram os lucros adequados às seguradoras quando aderem diretrizes de
subscrição emanadas da alta administração. Essas diretrizes devem garantir
uma precisa identificação e avaliação dos riscos e cobrança de prêmios de
seguro atuarialmente corretos.

Os subscritores devem revisar a proposta de seguro fixando uma taxa


apropriada ou rejeitando a proposta. Diretrizes para rejeitar a aceitação de
seguros podem ser tomadas, como rejeição de motoristas com menos de 21
anos, seguros em áreas de furacões.

O processo de subscrição deve proteger a seguradora da seleção


adversa, que é quando a seguradora oferece a cobertura de seguro a um
requerente sendo o risco substancialmente maior do que o risco conhecido
pela seguradora. O grau de exposição ao risco, nesse caso, não reflete o custo
que a seguradora terá com a indenização caso calcule o prêmio com a mesma
base de risco conhecida pela seguradora.

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O risco de baixa frequência e alta severidade não consegue fornecer


justificação estatística suficiente para a fixação da tarifa. Mas em casos de alta
frequência e baixa severidade.

Existem classes de risco para cada seguro, por exemplo:

Automóvel
 Idade do Segurado
 Sexo do Segurado
 Estado Civil do Segurado
 Status de Classificação creditícia
 Modelo do carro
 Ano de fabricação
 Fins de uso do automóvel (comercial lazer
 Endereço residencial do segurado
 Endereço comercial do segurado
 Possuir garagem, estacionamento, tem alarme...

Imóvel

 Grau de proteção do imóvel residencial em si


 Tipo de construção
 Tipo de ocupação
 Exposição ao risco do ambiente

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IS = Importância Segurada

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