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Um novo modelo econômico mundial pretende montar as bases para uma nova
revolução industrial. O produto? Cultura. O principal insumo? Criatividade. A
Economia Criativa investe na transformação de bens intangíveis
Claudia Leitão: "Passada a fase industrial, o mundo está buscando um novo modelo"
FOTO: GARAPA MULTIMÍDIA
5/12/2010
Mas a que se refere o termo? Indústria criativa designa um novo modelo de negócio,
relacionado sobretudo às práticas da sociedade pós-moderna e a conceitos como
sustentabilidade. "O modelo de economia fordista é voltado para o utilitário, os carros
eram feitos apenas para o transporte. Quando falo em economia criativa, me refiro ao
design do carro, à criatividade, ao intangível", exemplifica Cláudia Leitão, professora de
pós-graduação em Políticas Públicas da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e
coordenadora do Grupo de Políticas Públicas e Indústrias Criativas.Segundo ela, a ideia
de economia criativa está relacionada à forma como a sociedade se relaciona entre si e
com o mundo do trabalho.
Brasil
ONFERÊNCIA
Criação em debate
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5/12/2010
Entre os próximos dias 8 e 10, Fortaleza estará no centro das discussões sobre as
possibilidades que envolvem o universo da economia criativa. O assunto será debatido
durante a I Conferência Internacional sobre a Economia Criativa do Nordeste, no
auditório Waldyr Diogo, na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
Programação*
Dia 8
Dia 9
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PRODUÇÃO CULTURAL
Nordeste no circuito
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Realizada desde 2002, a Feira da Música é um dos exemplos cearenses da gestão do
potencial econômico da produção artística local: parcerias aquecem o setor
FOTO: EDUARDO RAMOS/ DIVULGAÇÃO
5/12/2010
A única pesquisa nacional detalhada na área de indústrias criativas foi feita há dois anos
pela Firjan, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Nela, dados
secundários do IBGE e do Ministério da Cultura foram cruzados para a elaboração de
um panorama mínimo. A pesquisa revelou, por exemplo, que o núcleo da cadeia criativa
emprega 638 mil pessoas, 1,8% dos trabalhadores formais do país.
Demandas
Mas qual seria o primeiro passo para o desenvolvimento da cadeia criativa no Nordeste?
A instituição de redes de profissionais é apontada como uma das melhores iniciativas.
Eventos que favoreçam o trabalho colaborativo e o encontro de pessoas da área ajudam
a divulgar trabalhos e a garantir bons negócios. Um modelo de sucesso nesse sentido é a
Feira da Música, realizada desde 2002 no Ceará. Segundo o produtor Ivan Ferraro,
criador do evento, a Feira propicia a venda dos dois principais negócios da música: a
fonografia e o "ao vivo". "Muito além da rodada de negócios, os shows e a presença dos
músicos na vida noturna da cidade é o que promove o fechamento de parcerias. Os
músicos se encontram, trocam ideias, tocam juntos e assim nascem boas produções",
revela Ivan.
Para ele, o Nordeste não só está preparado para receber indústrias criativas, como tem
tudo para ser o protagonista desse novo modelo de negócios no País. "Aqui estamos
longe das grandes empresas, dos conglomerados tradicionais, que impedem o
fortalecimento da música independente e deste trabalho em rede", defende. Para isso, é
preciso antes investir na descentralização dos produtos. "A cultura do Ceará não pode
mais ficar concentrada em uma só cidade. Ceará não é Fortaleza. Temos que fomentar a
cultura em outros municípios. E não como se Fortaleza levasse os eventos para as outras
cidades, mas permitir que elas mesmo produzam seus festivais. Algo de dentro pra
fora", ressalta Ivan.
Atendendo a esta demanda, o Governo do Estado do Ceará deve criar esta semana o
Instituto de Economia da Cultura, desenvolvido ao longo de um ano em parceria com a
Ong Embaixada Social. O projeto selecionou manifestações tradicionais de quatro
regiões do Estado: os eventos juninos de Fortaleza e Região Metropolitana, o bordado
de Itapajé, a renda de bilro do Trairi e o artesanato em madeira, o reisado e as bandas
cabaçais de Juazeiro do Norte.
A Ong mapeou todo o processo de produção das manifestações e, essa semana, entregou
para cada uma delas um centro de negócios e um portal de "e-commerce", para a
comercialização virtual de seus produtos e serviços. "O instituto deverá desenvolver
políticas públicas, fortalecer as manifestações, orientá-las e atender suas demandas",
afirmou Jonhson Sales, coordenador da Ong.
Feira da Música
O evento foi criado em 2002, com o objetivo de agregar e fortalecer a cadeia produtiva
da música no Brasil, dinamizando negócios e discutindo estratégias nacionais de
escoamento da produção. Já em 2005, o evento teve a participação de 11 estados, e em
2007, Argentina e Itália deram caráter internacional à programação. A Feira promove o
diálogo entre associações musicais - como Abrafin (Associação Brasileira de Festivais
Independestes) e ABMI (Associação Brasileira da Musica Independente), e durante a
Rodada de Negócios, possibilita a negociação entre músicos independentes, produtores,
gravadoras e organizadores de festivais, colocando frente a frente quem quer comprar e
vender.
Dragão Fashion
MAYARA DE ARAÚJO
ESPECIAL PARA O CADERNO 3
Cidades criativas
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Greg Hearn: "O termo economia criativa reflete uma compreensão desenvolvida que vê
a criatividade como uma coisa importante para toda a economia - não apenas para o
setor cultural"
5/12/2010
A ideia de Creative Nation ("nação criativa") estava à frente de seu tempo, porque
reconheceu que os recursos culturais e artísticos de país eram tão importantes quanto as
suas reservas minerais. O projeto do governo investiu numa série de pontos da cultura
nacional, mas reconhece a cultura como um setor economicamente expressiva, e não
algo que possa ser simplesmente subsidiado. Procurou-se fazer com que as indústrias
culturais fossem sustentáveis, através de incentivos fiscais, por exemplo.
Ao chegar a outros países como o Reino Unido e a China instituído pela Austrália,
sofreu alterações? Como esses países adaptaram o conceito à realidade?
Cada país desenvolve seu setor criativo da sua própria maneira, mas num sistema
econômico globalizado há certos padrões que precisam ser observados. Os Estados
Unidos já tinham a maior indústria de entretenimento, muito antes das demonstrações
do Creative Nation, e este é um caso especial. Agora, a China está desenvolvendo
indústrias criativas, a partir de iniciativas públicas e privadas.
A Austrália investe em algumas zonas criativas e muitas delas, claro, têm uma origem
"natural". Todos têm um sabor diferente. Diferentes indústrias se desenvolvem em
diferentes lugares. Algumas estão mais para um resultado da intervenção direta do
financiamento estatal. Nestes casos, é importante que haja um inquilino âncora forte no
lugar. Por exemplo, nossa próprio circuito de indústrias criativas é estabelecido em
torno de atividades de pesquisa e educação, distante da moda e dos espetáculos. Outras
zonas são criadas em torno de um grande investimento privado, como um estúdio de
cinema da Fox, em Sidney, que tem concentra empresas de efeitos digitais e pós-
produção.
Todos os setores dependem de recursos do Governo, mas ninguém chama isto de ajuda.
Na Austrália, a educação e a saúde depende muito de fundos governamentais, mas
também conseguem recursos privados significativos. Não devemos ver público e
privado como coisas opostas. Indústrias criativas, como a do espetáculo, precisam e
justificam o investimento do governo. Outros setores criativos já podem se sustentar
sozinhos. O importante é ter uma estratégia de investimento governamental que não
interfira na dinâmica da indústria ao ponto de se criar um setor dependente e
insustentável. Precisamos de estratégias cuidadosas neste sentido. A participação global
é importante para o crescimento de uma indústria competitiva e sustentável. Os
governos devem investir e encorajar a inovação, a pesquisa e o desenvolvimento, e não
sustentar programas culturais de segunda.
Quem são os consumidores que mantêm viva esta indústria? É possível traçar um
perfil da sociedade que consome e dá sustento a estes negócios?
As empresas competem nas indústrias da moda e da música. Então, elas têm o mesmo
perfil de consumidor destes setores. Um ponto importante é que, para alguns, esses
consumidores são outros. Por isso, o relacionamento com o resto do setor criativo,
assim como em outras indústrias, é muito importante.
A economia criativa emprega mais pessoas que muitos setores ligados às novas ciências
e, quando combinada com campos aliados, como educação, turismo e serviços,
responde por cerca de 25% de tudo o que é produzido por um país. Portanto, não é uma
opção ignorá-la. Além disso, falando mais amplamente, a economia criativa é o coração
cultural da economia do conhecimento. Isto faz o país ser visto como confiante,
inovador e globalmente relevante. Isto imprime um orgulho cultural nas pessoas. Cria
cidades as quais as pessoas querem visitar e morar.
MAYARA DE ARAÚJO
ESPECIAL PARA O CADERNO 3