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Trabalho de Direito Civil IX

Driele Regina de Souza


COD.20162879 TURMA :12391

Classificação dos alimentos quanto a finalidade

Os alimentos possuem várias espécies, ficando a cargo da doutrina, designar critérios para
suas classificações. A classificação que será apresentada no trabalho científico levará em
consideração a natureza, a causa jurídica de pedir, a finalidade a que se destinam e o
momento de concessão dos alimentos, sendo que assim se apresentam na doutrina
majoritária.
Classificar os alimentos de acordo com sua finalidade, existem os alimentos provisórios e os
regulares. O primeiro mencionado é o alimento proveniente de ação de separação, divórcio e
alimentos. Nesses casos, a finalidade é que o pagamento de alimentos seja mantido durante o
curso do processo.
Nesses casos, a finalidade é que o pagamento de alimentos seja mantido durante o curso do
processo. Entretanto, esse tipo de alimento pode ser novamente requerido sempre que
necessário, através de Ação Revisional de Alimentos, desde que se prove sua necessidade. Já o
segundo tipo, os regulares, são aqueles pagos de forma periódica.

Naturais: Alimenta naturalia estão aqueles indispensáveis à sobrevivência do alimentado,


deste modo será repassado pelo alimentante o valor, um valor in natura destinado apenas a
suprir as necessidades vitais tais como vestuário, alimentação e saúde.
Os civis por sua vez, são aqueles que se destinam além das necessidades vitais como os in
natura, eles se destinam a necessidades intelectuais e podem ser destinados inclusive a
recreação. Alimentos legais, são decorrentes de obrigação legal, união estável, casamento ou
parentesco em favor do alimentando respeitando o binômio necessidade e possibilidade do
alimentante. Voluntários, são aqueles que surgem da declaração Inter vivos neste caso o
indivíduo não tem obrigação legal de prestar alimentos, mas se obriga por meio de um
contrato tem matriz obrigacional e sucessória,

Indenizatórios: Estes alimentos são provenientes de ato ilícito resultando de uma


sentença de condenatória não disciplinada pelo Direito de Família e sim pela Responsabilidade
Civil onde aquele que causa dano a outrem tem o dever de repara lo. Todavia para melhor
entendimento faz se necessário conceituar o que seria ato ilícito uma vez que alimentos
propriamente estão disciplinados na seara do Direito de Família no previstos
artigo 1694 Código Civil. Os alimentos são de diversas espécies, classificados pela doutrina
segundo vários critérios:

Quanto a sua natureza:


Civil: são os alimentos que tem como função manter o status de família.
Naturais: são também chamados de necessários, pois objetivam suprir as necessidades
básicas. Ex: comida, remédio etc.

Quanto à causa jurídica:


Legais: chamados também de legítimos devido a sua criação ser feita pela lei, ou seja, quem
pode pleitear e quem tem o dever de pagar, sendo assim, regulados pelo Direito de Família.
São devidos em virtude de obrigação legal, que pode decorrer do parentesco (iure sanguinis),
do casamento ou do companheirismo.
Voluntários: ao contrário do anterior, a lei não interfere na sua criação, apenas cria
mecanismos para efetivar esse direito quando existente. Depende, portanto, da vontade.
Decorrem de uma declaração Inter vivos, como na obrigação assumida contratualmente por
quem não tinha a obrigação legal de pagar alimentos, ou causa mortis, manifestada em
testamento, em geral sob forma de legado de alimentos.
Indenizatório ou Ressarcitórios: são aqueles que resultam da prática de um ato ilícito e
constituem forma de indenização do dano ex delicto. Possuem como base uma função
reparatória de um status quo, em decorrência da prática de ato ilícito. Normalmente o ato
ilícito resulta a morte de alguém, nesse caso, o infrator à título de danos morais tem que pagar
alimentos, sendo estes regulados pela responsabilidade civil.
Somente os alimentos legais ou legítimos pertencem ao direito de família. Assim, a prisão civil
pelo não pagamento de dívida de alimentos, permitida na Constituição federal (art. 5º, LXVII),
somente por der decretada no caso de alimentos previstos nos Arts. 1.566, III e 1.694 s. do
Código Civil, sendo inadmissível em caso de não pagamento dos alimentos indenizatórios
(responsabilidade civil ex delicto) e dos voluntários (obrigacionais ou testamentário).
Portanto, conforme decisão jurisprudencial constitui constrangimento ilegal a prisão civil do
devedor de alimentos decorrentes de responsabilidade civil ex delicto, pois o preceito
constitucional que excepcionalmente permite a prisão por dívida, nas hipóteses de obrigação
alimentar, deve ser restritivamente interpretado, não tendo aplicação analógica às hipóteses
de prestação alimentar derivada de ato ilícito.

Quanto a sua finalidade:


Provisórios: são os fixados liminarmente no despacho inicial proferido na ação de alimentos,
ou seja, são os alimentos que servem para manter, de forma temporária, quem pleiteia a ação,
em outras palavras, trata-se de um pedido de liminar dentro da ação de alimentos. Estes
exigem prova pré-constituída do parentesco, casamento ou companheirismo. Apresentada
essa prova o juiz fixará os alimentos provisórios, se requeridos.
Provisionais: são os alimentos deferidos em sede de ação cautelar que tem como função a
manutenção da pessoa enquanto tramita o processo. Para o juiz determinar os alimentos
provisionais depende da comprovação dos requisitos inerentes a toda medida cautelar: fumus
boni juris e periculum in mora. Só entra com ação cautelar quando não tiver provas que o réu
é pai do autor.
Definitivos: são os de caráter permanente, estabelecidos pelo juiz na sentença ou acordo das
partes devidamente homologado. São os alimentos pleiteados na ação de alimentos para
suprir as necessidades e manter a condição social do autor. São fixados na sentença de mérito
e seus efeitos retroagem a data da citação.
Quanto ao momento:
Pretéritos: quando o pedido retroage a período anterior ao ajuizamento da ação. São os
alimentos pleiteados na ação de alimentos buscando suprir uma necessidade anterior a
distribuição da referida ação. O Brasil não admite esses alimentos.
Atuais: são os alimentos pleiteados na inicial referente as necessidades do momento da
distribuição, são os postulados a partir do ajuizamento. Eles existem desde essa data até a
fixação dos alimentos definitivos. Esses alimentos duram da distribuição até a sentença.
Futuros: são os alimentos devidos somente a partir da sentença. São fixados na forma
definitiva e valendo após o trânsito em julgado sem limite de prazo.

Quanto à finalidade a que se destinam:


Nesta modalidade classificatória os alimentos podem ser provisórios, definitivos e provisionais.

Os provisórios são fixados em ação própria de alimentos, porém, são concedidos no início do
processo desde que haja prova cabal do parentesco entre alimentante e alimentado e que seja
requerido pela parte autora a concessão em tutela antecipada.

Deste modo, para exemplificar a classificação acima, pode-se pensar em uma família,
composta pelo pai, a mãe e dois filhos. No momento em que for dissolvido o vínculo ou a
sociedade conjugal entre o casal, aquele que ficar com a guarda dos filhos pode requerer em
nome destes e para si mesmo, alimentos. Se requerido em ação de divórcio ou separação ou
ainda em ação própria de alimentos, provisórios serão aqueles alimentos que o juiz fixa como
antecipação de tutela, devido à urgência e necessidade de tal benefício, pois, não poderá
aguardar até final do processo, haja vista que os alimentados necessitam deste para sua
subsistência. Tendo em vista que os processos atualmente têm uma razoável duração, o juiz
fixa provisoriamente, como antecipação de tutela os alimentos requeridos.

Para que haja tal fixação dos alimentos provisórios, deve haver a prova suficiente que
comprove o vínculo parental entre requerente e requerido e deve ser pedido pelo autor na
própria ação.

Quanto aos alimentos definitivos, serão os fixados na sentença final do processo de alimentos
propriamente dito ou em ação de divórcio/separação. Serão estipulados permanentemente
em favor do alimentado pelo juiz na sentença final ou no caso de divórcio/separação serão
homologados pelo juiz competente.

Os alimentos provisionais ou ad litem, são fixados em medida cautelar incidental ou


preparatória e são regulados pelo art. 852 e seguintes do Código de Processo Civil. Pode ser
utilizada, tal medida, em casos de anulação de casamento, separação judicial ou ação de
alimentos (quando não foi feito o pedido de fixação provisória e necessita de tal benefício com
urgência). No caso de procedimento cautelar incidental é decidido em autos apartados,
ficando subordinado o cautelar ao principal e, se interposto como medida preparatória deve-
se respeitar o prazo do art. 806 do Código de Processo Civil vigente, ou seja, o requerente terá
30 dias após efetivada a medida cautelar preparatória para interpor a ação principal, sob pena
de revogação da decisão do processo cautelar.
Nos alimentos provisionais devem ficar demonstrados os requisitos para interposição de
qualquer medida cautelar que é o periculum in mora (perigo na demora) e o fumus boni iuris
(fumaça do bom direito ou aparência do bom direito). Ausentes os requisitos para interposição
de tal ação, a medida cautelar é extinta sem resolução de mérito nos termos do
art. 267 do Código de Processo Civil.

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