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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - DCSA

LICENCIATURA EM ECONOMIA

PARTILHA DE RISCOS EM MODELOS DE FINANCIAMENTO BASEADOS EM

PPP: UM ESTUDO DE CASO DO METRÔ DE SUPERFÍCIE DE LUANDA

DJELMA ARIANE D´ALVA TEIXEIRA CORREIA – 2017 0151

LUANDA

2021
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DJELMA ARIANE D´ALVA TEIXEIRA CORREIA – 2017 0151

PARTILHA DE RISCOS EM MODELOS DE FINANCIAMENTO BASEADOS EM

PPP: UM ESTUDO DE CASO DO METRÔ DE SUPERFÍCIE DE LUANDA

Projecto apresentado ao Instituto Superior


Politécnico de Tecnologia e Ciências como
requisito parcial para aprovação da disciplina de
Seminário de Investigação Científica do IVº ano
do curso de licenciatura em Economia.

Orientador: MSc Alexandre Ernesto.

LUANDA
2021
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 Introdução

O Pré-projecto tem como tema, partilha de risco em modelo de financiamento


baseado em PPP. Cada vez mais, em Angola tem se discutido sobre Parcerias Publico
Privadas de modos que é bastante pertinente estudar sobre essa temática principalmente
compreender como o ente público e o ente privado partilham os riscos dos projectos,
uma vez que é um dos maiores objetivos das PPP, partilha de risco entre os
intervenientes. Esta pesquisa se tornará uma ferramenta útil para o debate académico e
público.

O problema de pesquisa é o seguinte: como são partilhados os riscos em PPP?


As hipóteses traçadas são: A partilha de risco é feita tendo como citério a natureza do
projecto, tendo como critério da capacidade da entidade suportar o risco ou
independentemente do projecto os riscos são partilhados do seguinte modo o ente
privado suporta os riscos de implementação do projecto e o público suporta o risco de
operacionalização do projecto.

De forma geral, desejamos analisar como são partilhados os riscos em uma


Parceria Publico Privada, em sede de Project Finance. Para atingir esse objetivo geral
vamos: Identificar os riscos subjacentes a uma parceria Público Privada em Project
Finance, a seguir caracterizar comos os riscos são partilhados em uma Parceria Publico
privada em sede de Project Finance e também iremos descrever os fundamentos de um
projeto de investimento baseado em Parceria Publico Privada, dentro do nosso estudo de
caso desejamos esquematizar os fluxos entre agentes participantes do Projeto -Metro de
Luanda e por fim, iremos compreender como são partilhados os riscos entre os agentes
participantes do projeto -Metro de Luanda.

Para atingir os primeiros 3 objetivos específicos no capítulo 2 iremos realizar


uma revisão de literatura buscando compreender cada palavra chave da nossa temática e
por fim a relação entre as variáveis.

No último capítulo do pré-projecto será abordado a metodologia usada na


investigação e explicado como serão atingidos os objetivos preconizados, como serão
comprovadas ou infirmadas as hipóteses por meio do uso método dedutivo, pesquisa
aplicada, abordagem mista, isto é, qualitativa e quantitativa, explicaremos porque o
tema enquadra-se numa pesquisa exploratória, e como será aplicado o procedimento
técnico de estudo de caso ao metro de superfície de Luanda.
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Problema

Para promoção do crescimento económico acelerado nas economias dos países é


indispensável investimentos em infraestruturas sociais, isto é, projectos de grande escala
que antecedem o comércio e o negócio, tais como estradas, projectos de abastecimento
de água, projectos em sistemas de transportes e de comunicações. Este tipo de
investimento constitui a base para que outros sectores da economia desenvolvam
projetos de grande impacto, como sustentam os autores, Samuelson e Nordhaus (2010).

O investimento em infraestrutura social, que também é chamado de investimento


em capital público, é o tipo de investimento que necessariamente envolve o Estado pois,
os benefícios são para a sociedade em geral e muitas vezes imensuráveis, diferente do
capital privado que é facilmente mensurável para a empresa proprietária do capital.
(MANKIW, 2015).

Como resultado das restrições orçamentais como mencionam (SANTOS;


GONÇALVES; MARQUES, 2016), os estados modernos estão cada vez mais
preocupados com a redução de despesas públicas face ao comportamento das receitas
públicas. Para tal, os estados têm recorrido ao sector privado, para captar recursos e
efetivar investimentos em infraestruturas por meio de Parcerias Publico Privadas (PPP).

Os investimentos são avaliados pelos seus benefícios futuros de modos que daí,
advêm as incertezas, que quando mensuradas são consideradas riscos.

Neste contexto surge a questão:

 Como os riscos são partilhados, entre o sector Público e sector Privado em


modelos de financiamento baseados em Parceria Público Privada?
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Hipóteses:

 Independentemente da configuração do projecto, em parcerias publico privadas,


os entes privados é que suportam os riscos de construção e implementação do
projeto e a entidade pública suporta todos os riscos durante o processo de
operacionalidade do projeto;
 Em parcerias publico privadas, os riscos são partilhados de acordo a natureza e
estrutura do projecto, se o sector privado tiver mais responsabilidades na
parceria, este suportará os maiores riscos, se for o ente público este é que deverá
suportar;
 Em modelo de financiamento, baseado em PPP os riscos são partilhados de
acordo com a capacidade que a entidade tem de os suportar, se for o ente público
os riscos serão suportados pelo Estado, se for a entidade privada esta entidade o
suportará;
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 Justificativa

O presente relatório tem como tema de investigação, Partilha de riscos em


Modelos de Financiamento baseados em PPP. Este tema é bastante actual, pois, tem se
registado em Angola um aumento de discussões a volta da formação, concretização e
benefícios de projectos baseados em PPP. O motivo pelo qual as parcerias publico
privada são formadas é bem conhecido, pois envolve, partilha de riscos entre o sector
público e o sector privado.

No entanto, a análise de como na realidade os riscos são partilhados é pouco


detalhada a nível de projetos de investigação, apesar de ser de grande importância pois,
afeta a decisão dos participantes e o sucesso do projecto. Este relatório pretende analisar
essa questão, isto é, como os investidores privados e o Estado partilham os riscos em
modelo de financiamento baseado em PPP, qual o critério usado para partilha, será a
natureza do projecto, a capacidade da entidade suportar o risco ou independe de algum
critério, cumprindo o estado o seu papel e o privado também. O projecto escolhido para
o estudo de caso, está em via de concretização, e tem como foco a construção e a
operacionalização do primeiro metro de superfície de Angola, baseado em PPP.

Este relatório poderá constituir-se após a sua conclusão uma fonte para recolha
de informações, mas, principalmente um instrumento para análise crítica pela sua
relevância técnica, económica e social, contribuindo para a solidificação dos debates
acadêmicos e por consequência dos debates públicos em torno desta temática tão actual
no contexto angolano. De modos que, beneficiará a sociedade civil, a comunidade
académica, de forma muito particular, os interessados nas áreas de Economia, Análise
de investimento, gestão de projetos, e afins como professores e estudantes.
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2 Revisão de Literatura

2.1 Partilha
A palavra partilha, em português é definida como sendo o processo de divisão
em partes ou distribuição de bens, herança ou até mesmo lucros, pelo Dicionário
Académico de Língua Portuguesa (2009).

Partilha, é uma palavra que vem do latim particulam, em português significa


divisão por estratos de certo conjunto. Michaelis (2021).

De forma ainda mais, simples outro Dicionário de Língua Portuguesa


denominado Prestígio registou o conceito de partilha como sendo o acto de fazer cessar
a indivisão. (2015, pág.1.196).

Os conceitos acima, têm em comum na definição da palavra partilha a ideia de


divisão, distribuição o oposto de unir, juntar. Em economia o conceito de partilha, tem o
mesmo sentido dos conceitos acima mencionados. De modos que, neste projecto de
investigação, a palavra partilha corresponderá a ideia de divisão, cessão da indivisão dos
riscos.

2.2. Risco
O autor, Bruni (2008) enuncia que há risco sempre que houver variáveis sujeitas
a uma distribuição de probabilidades que pode ser calculada com um grau de precisão,
pelo facto das probabilidades serem conhecidas.

Riscos são acontecimentos ou condições consideradas como prováveis e que


comprometem a efetivação do projecto. (MAXIMIANO, 2010).

Woiler e Mathias (2011), atribuem a fonte de risco no projecto de investimento


ao facto de que a quantidade de informação envolvida, neste tipo investimento é muito
grande e os valores são projetados para o futuro.

Nestas condições, a análise do projecto é feita sobre uma base duplamente


variável:

1. Os dados coletados e processados são na maior parte provenientes de


estimativas;
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2- O futuro possivelmente não se comportará tal e qual como nas projeções.

Os autores definem duas origens de risco:


1- Referente a factores internos ao projecto e as projecções, que podem ser
controladas parcialmente (fonte endógena de risco) e estão associados ás
estimativas e factores internos.
2- Provenientes de factores externos, segundo o qual a empresa não tem pouco ou
nenhum controle e estão relacionados a estimativas e/ou factores externos
(fontes exógenas de risco).

Ao conceito de risco Gido e Jack (1998 ), acrescentam que o risco diz respeito, a
possibilidade de ocorrer um evento indesejado que pode por resultar em um prejuízo, de
modos que quanto melhor controlado maiores são as chances de alcançar o objectivo
preconizado.

Em referência a abordagem apresentada pelos autores, acima citados, a nossa


análise como autor considera que realmente, os riscos dizem respeito a probalidade de
acontecer eventos não esperados porém, consideramos que o tratamento é que definará
se o efeito do evento é negativo ou positvo e não o evento improvável por si só.

2.3. Conceito de Financiamento

O quadro conceitual de financiamento na sua essência é consensual a nível da


literatura, diferenciando-se apenas no que diz respeito a inserção ou omissão dos
detalhes acerca das fontes do capital. Por exemplo:

Twin (2019), conceitua financiamento como sendo fornecimento de capital a


determinada entidade por um credor1. Na perspetiva do autor, o capital pode ser
representado em forma de dívida (títulos) ou patrimônio líquido (ações), obtendo a
entidade credora como retorno sobre o investimento juros, dividendos e valorização das
ações.

Distintamente, Alcarva (2019) utiliza como recurso para conceituar


financiamento, o esquema que se segue:

1
Entidade que fornece o capital.
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Esquema nº1: Origem do Financiamento

fonte: Alcarva (2019).

Como ilustra, o esquema na perspetiva de Alcarva (2019), financiamento


corresponde ao montante de capital necessário para realização do grupo de despesas
necessárias para o início da actividade (concretização do investimento). A fonte do
financiamento pode ser interna (capital próprio) e/ou externa (dívida). O investimento é
usado para expansão da actividade, manutenção dos activos fixos de modos que, o
acesso ao financiamento é um dos fatores determinantes para sobrevivência das
empresas.

Em síntese, Freitag (sd) define financiamento como uma operação financeira em


que a entidade que financia (pode ser uma instituição bancária, empresa de crédito,
entre outros) disponibiliza recursos a uma entidade, instituição ou a um particular para
que possa alcançar determinado objetivo.

Tal como mencionado pelos autores supracitados, o financiamento diz respeito


ao fornecimento de capital a terceiros, por meio de um acordo, regra geral tem como
contrapartida para o financiador a obtenção de juros. No entanto, as formas de
financiamento variam sendo necessário compreender as modalidades de financiamento.

Ao abordar sobre financiamento de forma ímpar, Almeida (2014), alista


modalidades de financiamento, considerando 3 como as tradicionais:

1. Autofinanciamento corresponde a modalidade de financiamento de origem


interna e representa os fundos financeiros resultantes da atividade da
empresa e que ficam disponíveis para financiar a realização de novos
projetos de investimento.
2. Crédito Bancário, corresponde a contração de dívida a partir de uma
entidade bancária, o custo pela dívida são os juros pagos pelo devedor ao
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banco, no fim do período acordado o devedor devolve ao banco o capital


emprestado.
3. Crédito comercial é uma fonte de financiamento de natureza informal, em
que as condições não estão definidas na lei, estando a operação de crédito
relacionada com um ato comercial.

Além das entidades privadas, os Estados também possuem escassez de recursos


de tal modo que também precisam de financiamento, as Parcerias Público Privadas são
uma forma de financiamento. (SANTOS; GONÇALVES; MARQUES, 2016),

2.1 Surgimento e Evolução Histórica Das Parcerias Público-Privadas

As Parcerias Publico Privadas, surgiram no século XX no Reino Unido,


aproximadamente na década 70. O fundo histórico, relacionado a situação político-
económico das PPP, foi caracterizado por crises de natureza: financeiras, políticas e
económicas. Na época, os estados europeus não conseguiam aumentar os investimentos,
por consequência da decrescente capacidade de aumentar a carga fiscal, como resultado
o sector público começou a ceder mais espaço ao sector privado, por permitir a
realização de investimentos em infraestruturas para benefício coletivo. O sector privado
passou a ser remunerado através do direito à cobrança de taxas aos utentes pela sua
utilização das infraestruturas edificadas e por meio do fornecimento, ao sector público,
de determinados bens (financeiros), sendo remunerado pela própria Administração
Pública. A partir dos anos 80 os modos de gestão privada ganharam especial relevância
face aos modos de gestão pública, em união ao desenvolvimento de novas técnicas de
financiamento a projetos de longo prazo. (Guedes, 2011).

Os autores (SANTOS; GONÇALVES; MARQUES, 2016), registam o século


XIX, como sendo o século, em que se iniciou a formação das Parcerias Publico Privadas
(PPP), com o objetivo de prestação de serviços públicos. Os autores defendem que o
desenvolvimento de PPP está vinculado ao processo de redução de intervenção do
Estado na atividade económica e indicam, Estados Unidos da América e Inglaterra
como sendo os primeiros países a adotarem as parcerias para a prestação de serviços
locais e para renovação urbana, sendo os casos clássicos: Pittsburgh e Docas de
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Londres- designadamente um novo centro financeiro em Canary Wharf. A França é


apontada pelos autores como o terceiro país a adotar as PPP, pelo facto de na época ter
sido observada a sua experiência de delegação de serviço locais, que se enquadram no
atual conceito de PPP.

O autor Correia (2014, apud Santos, 2007), descreve a origem das PPP,
apontando que as mesmas foram construídas na época do Estado Liberal, sendo os
primeiros projetos de financiamento aplicados em infraestruturas públicas localizados
no Reino Unido no século XVIII e exatamente no ano de 1789, ano em que ocorreu a
Revolução Francesa, fruto da evolução dos Estados. O autor Correia, aponta um século
mais cedo em relação aos autores: Santos, Gonçalves e Marques porém, concorda com
estes autores que as parcerias entre o sector público e privado, surgiram pela
necessidade do ente público, através de parcerias celebradas com entidades privadas
reestruturar infraestruturas básicas e serviços prestados à população, tendo como
objetivo maximizar o bem-estar social.

2.1 Conceito de PPP


De forma sucinta, Santos, Gonçalves e Marques (2016) definem Parceria
Público-Privada, como sendo um vínculo estabelecido por um prazo determinado entre
duas ou mais organizações de natureza pública e privada tendo como base expectativas
comuns, e com a finalidade de alcançar objetivos negociáveis, por meio da
maximização da eficácia dos recursos de ambas as partes. Na perspetiva dos autores, as
PPP têm como característica a partilha de investimento, risco, responsabilidade e
resultados.

De forma objetiva Azevedo (2008), define PPP como sendo um instrumento


público de natureza económico-financeira que permite sustentar ou estimular um ritmo
adequado de investimento e modernização dos serviços públicos, mesmo em condições
de restrição orçamental, procurando articular, em formatos variáveis, o financiamento
inicial e o pagamento final através do contribuinte ou do utente, tendo como base o
financiamento prévio privado de acordo com diferentes matrizes de transferência e
partilha de riscos.

Em contraste, Guedes (2011), afirma que o conceito de PPP não reúne consensos
na sua definição, de modo que o autor estabelece um conceito que considera ser fruto da
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sua visão e das suas experiências. O autor, conceitua PPP através dos seguintes
modelos:

1. PPP de modelo institucionalizado, segundo o Guedes consiste na criação de


uma instituição detida pelo ente público e o ente privado. Esta entidade comum tem a
função de prestar um serviço ou a entrega de uma obra em benefício da sociedade.

2. PPP de modelo unicamente contratual, consiste em uma parceria que se


baseia simplesmente em relações contratuais entre o parceiro público e o privado. Neste
caso diversas tarefas são atribuídas ao ente privado dentre estas: a conceção,
financiamento, realização, renovação ou a exploração de uma infraestrutura ou de um
serviço.

Este último modelo ainda subdivide-se em:

a) Private Finance Iniciative (PFI), o parceiro privado tem a responsabilidade de


efetuar e administrar a infraestruturas para a Administração Pública, sendo por meio de
pagamentos regulares por parte do parceiro público e não por taxas cobradas aos utentes
da obra.

b) Modelo concessivo, neste o modelo o ente privado presta um serviço ao ente


público sob fiscalização da Administração Pública. Caracteriza-se igualmente pelo
modo de remuneração do contratante, isto é, que consiste em taxas cobradas aos utentes
do serviço.

O autor Kosov, ( s.d.) por ausência de um acordo universal quanto à definição de


parceira público-privado, a mesma pode ser conceituada por meio dos seguintes
componentes, considerados como caracterizadores de PPP:

■ PPP, envolve a formação de um arranjo contratual ou institucional entre o


setor público e uma parte do setor privado para a prestação privada de serviços de
infraestrutura pública ou outros serviços básicos.

■ O Parceiro Privado financia a infraestrutura ou serviço, no todo ou em parte.

■ Os riscos são partilhados entre o parceiro público e o parceiro privado, sendo


atribuído à parte melhor posicionada para gerenciar cada risco individual.

■ As PPP têm custos de transação consideravelmente altos, as estruturas de


organização são complexas, envolvendo várias partes.
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■ O foco das Parcerias público-privadas é o pagamento para o sucesso da


prestação de serviços por meio da (transferência do risco de desempenho para o parceiro
privado). PPP podem consideradas como ferramenta de aquisição de investimento.

■ PPP são arranjos baseados na produção / desempenho, isto é, nos resultados (o


modelo tradicional de prestação de serviço público é “Com base na entrada”).

■ PPP comumente envolve serviços associados (como: design, construção,


manutenção e operação) para maximizar sinergias e desencorajar propostas de baixo
capital / alto custo operacional. As PPP oferecem uma abordagem atual e dinâmica para
gerir riscos na entrega de infraestrutura e serviços.

Na visão dos autores mencionados, acima, fica claro que é inegável que a
constituição de uma PPP envolva a formalização de um contrato entre o ente Público e
Privado. Apesar do conceito PPP não ser universal, por meio das suas principais
características é possível defini-la.

2.2 Fundamento da Parceria Público Privada


As Parcerias Público-Privadas (PPP) constituem uma solução paras restrições
fiscais que os Governos detêm e tendem a contribuir para o aumento da eficiência na
oferta de infraestrutura e serviços públicos, por meio da aplicação de capital e gestão
privada. Apesar da implementação de um programa ou projeto de PPP ser complexo no
que diz respeito aos obstáculos políticos, jurídicos, regulatórios e institucionais, as PPP
produzem os seus benefícios na melhorias da infraestrutura e serviços públicos por meio
de prazos de entrega mais curtos, melhor relação de custo-benefício e maior inovação
em uma variedade de setores. (KOSOV, s.d.).

Em termos gerais, em resposta às falhas de mercado, as PPP propõem-se a


ajustar os pontos fortes do sector público e do sector privado, partilhando riscos,
constituindo-se como uma terceira via que supera a dupla lógica de predomínio do
mercado versus intervenção pública e de substituição reguladora das imperfeições dos
dois sectores. (AZEVEDO, 2008).

Mota (2012) defende o mesmo fundamento enunciado por Kosov, afirmando que
o Estado baseia a adoção do modelo PPP na necessidade de dar resposta a um desafio
duplo, estes desafios consistem no seguinte:
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1º A necessidade de aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços


públicos para aumentar o bem-estar social;
2º As fortes limitações orçamentais existentes;

O autor Mota (2012) conclui a sua abordagem, por afirmar que o Estado tem
escolhido o modelo das parcerias público privadas para diversos sectores com maior
preponderância nos sectores da rodovia, ferrovia, saúde e segurança.

Os autores (SANTOS; GONÇALVES; MARQUES, 2016), fazem uma análise


de forma mais detalhada pois, indicam que as motivações para constituição de uma PPP
são diferentes para o sector privado e para o sector público.

Os fundamentos para o sector público são os seguintes:

1º É uma forma alternativa de financiamento para diminuição da despesa


pública.

2º Mecanismo para promover melhorias na qualidade da prestação de serviços


públicos, diversificando os riscos associados, possibilitando ganhos de eficiência,
relacionados á inovação e as competências, experiências do sector privado como:
introdução de novas tecnologias, maior facilidade na contratação de profissionais, etc.

3º Incentivo a atividade económica privada pois, a PPP cria mercado para novas
empresas que podem iniciar a atividade a nível local e depois oferecer know-how
noutras regiões.

4º Ligeiro reforço a cidadania por envolver a população na administração


pública, principalmente quando integra organizações da sociedade civil ou do Sector
social.

O primeiro fundamento, enunciado pelos autores (SANTOS; GONÇALVES;


MARQUES, 2016) para a formação de uma PPP, está em concordância com o segundo
fundamento apontado por Mota (2012) que corresponde, a necessidade do sector
público reduzir as suas despesas pelo facto das receitas dos Estados serem limitadas, de
modos que as parcerias com o sector privado passam a ser uma forma de repartição de
recursos para edificação de infraestruturas e prestação de serviços públicos dando o
Estado a possibilidade de poupar recursos e canaliza-los para outras necessidades
públicas. No entanto, o fundamento que Mota (2012) aponta como primário, os autores
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(SANTOS; GONÇALVES; MARQUES, 2016) enunciam como sendo o secundário,


este corresponde ao aumento da qualidade da prestação dos serviços públicos.

Os fundamentos apontados como motivação para celebração de PPP para o


sector privado são os seguintes:

1º Expansão do poder de mercado ou preservação do mesmo em período de


restrição da despesa pública.

2º Repartição de riscos e encargos com o sector público em mercados em que o


investidor privado não teria eficiência segundo os critérios exclusivos de mercado.

3º Redução do impacto dos ciclos económicos, por causa do interesse público na


garantia da viabilidade e do equilíbrio do projeto e da PPP.

Como afirma, Reim (2009) o objetivo de uma PPP é a criação de retornos ou


sinergias adicionais, que não seriam obtidas individualmente pelos agentes pois, o
resultado (o todo) é maior que a soma dos recursos disponibilizados por cada parceiro.
Uma PPP oferece ao sector privado uma oportunidade para novos investimentos, entrar
e desenvolver novos mercados, ao mesmo tempo que o risco do projeto é partilhado
com o sector público.

2.3 Organização das PPP

De acordo com Lewis e Grimsey (2007 apud REIM, 2009) Para a efetivação de
uma PPP é comumente criada uma entidade ou empresa, especificamente para o
projecto que reúne o público parceiro, os patrocinadores, financiadores, subcontratados
e outros atores, como consultores. Esta entidade é chamada de SPV (special purpose
vehicle).

A viabilização de uma PPP como enunciado por Artur, José, et al (s.d.), pode
ocorrer segundo várias modalidades, dentre as quais destacam-se:

Turnkey: O governo provê o financiamento do projeto, porém a conceção,


construção e operação da infraestrutura são realizadas pela iniciativa privada por um
período determinado de tempo, após o qual a infraestrutura é transferida.

Lease e Purchase: O parceiro privado concebe, financia e constrói a


infraestrutura, arrendando ao Poder Público. Lease e Purchase o parceiro privado
concebe, financia e constrói a infraestrutura, arrendando ao Poder Público.
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Build-Transfer-Operate (BTO): O governo contrata o parceiro privado para


financiar e construir o projeto, que depois de determinado é transferido para o Poder
Público. Poder público arrenda para o mesmo parceiro privado ou para outro, para que
esse a explore por um período determinado.

Build-Own-Operate-Transfer (BOOT): O parceiro privado obtém


exclusividade para financiar, construir, operar, manter e explorar a infraestrutura por um
período necessário para recuperar investimentos e mediante a cobrança de tarifa. Após
esse período a infraestrutura é transferida para o Poder Público.

Build-Own-Operate (BOO): São transferidos para o parceiro privados ativos


públicos ou concedida perpetuamente uma nova infraestrutura a ser implantada pelo
mesmo. Cabe ao parceiro privado conceber, financiar, construir e explorar as atividades.

Existem diversas maneiras de formalizar as PPP e todas elas se baseiam na


transferência de riscos que se deseja. Os modelos devem se adequar às razões que
motivaram a cooperação, aos diversos atores envolvidos e, principalmente, devem
atender às necessidades governamentais. São identificadas duas categorias de PPP: as
institucionalizadas, representadas pelas variações das joint ventures; e as contratuais
(UNECE, 2008).

Os modelos contratuais são representados maioritariamente pelas concessões,


que são também as formas de PPP mais utilizadas no mundo atualmente. A própria
terminologia faz alusão às atribuições descritas por esse tipo de parceria. Os contratos
com a maior alocação de riscos ao setor privado são aqueles que transferem as funções
públicas de forma mais completa. Os principais tipos de PPP são:

TurnKey: O governo provê o financiamento do projeto, porém a conceção,


construção e operação da infraestrutura são realizadas pela iniciativa privada - devido à
sua semelhança com uma licitação tradicional, muitos autores não consideram esta
modalidade com uma autêntica PPP.

Built, Lease & Transfer (BLT): O parceiro privado concebe, financia e


constrói a infraestrutura, arrendando ao poder público por um período de tempo, após o
qual a

infraestrutura é revertida ao poder público.


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Built-Transfer-Operate (BTO): O governo contrata o parceiro privado para


financiar e construir o projeto, que depois de terminado é transferido para o poder
público.

2.3.1 Conceito de Project Finance

Na perspetiva de Santos, Gonçalves e Marques (2012), project finance é uma


modalidade de financiamento que tem como garantia as receitas, ativos e direitos de
concessão de um projecto específico, na qual a separação entre financiamento e
prestação permite a atribuição de verbas de forma flexível.

De forma similar, Costa (2002), define Project finance como o fenómeno de


financiar o desenvolvimento e/ou implementação de uma infraestrutura ou activo, com
recursos financeiros não próprios, predominantemente dívida, e cuja garantia de
reembolso do mesmo é feito unicamente com base nos fluxos de caixa liberados pelo
projecto.

Segundo Comer (1996) project finance é um termo usado indistintamente por


acadêmicos, banqueiros e jornalistas para referir-se a um conjunto de acordos de
financiamento. No entanto, o autor conceituou project finance como um veículo que
reuni um consórcio de investidores, credores e outros participantes para empreender
projetos de infraestrutura que seriam grandes demais para serem financiados por
investidores individuais.

O autor aponta como características relevantes do project finance as seguintes:


 Uso da produção ou dos ativos do projeto pela entidade que obtém a concessão
para garantir o financiamento;
 Outro aspeto essencial do project finance é a vida finita do projecto.

1.4.1 Identificação dos tipos de riscos das PPP em sede de Project Finance

O processo de determinação de quais riscos podem afectar desfavoravelmente o


objectivo do projecto e quais as consequências de cada risco, caso aconteça é uma etapa
de grande importância. Gido e Clemente (s.d).
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No entanto, Maximiano (2010) enuncia que não há um catálogo pronto de riscos


específicos que possam ocorrer em determinados tipos des projectos, porém é possível
identificar os mais comuns e classificá-los em algumas categorias.

Grim e Mervyng (2000), enunciam 9 riscos que consideram que qualquer infra-
projeto de estrutura suporta:

1. Risco técnico, em consequência das falhas de engenharia e design;


2. Risco de construção, que engloba defeitos técnicos de construções,
escalonamento de custos e atrasos nas datas de construção;
3. Risco operacional, devido a elevados custos operacionais e
custos de manutenção;

4. Risco de receita, inclui a volatilidade dos preços e na demanda por


produtos, (por exemplo minerais) e serviços vendidos, o que pode levar a
queda ou falha no negócio por perda de receita;
5. Riscos financeiros, são decorrentes de cobertura não adequada de
fluxos de receita e custos de financiamento;
6.  Risco de força maior , envolvendo guerra e outros calamidades e “atos de
Deus”.
7. Riscos regulatórios / políticos, consequente de mudanças legais, regulação
e políticas governamentais sem apoio;
8. Riscos ambientais, decorrente do ambiente adverso impactos e perigos
mentais;
9. Projeto inadimplente, devido ao fracasso do projeto em si, ou de uma
combinação de qualquer um dos riscos acima.

Come (1996), classifica os riscos, tendo em conta o território, as condições


políticas e económicas, como comumente realizado pela literatura, porém, de forma
singular dá destaque aos riscos que cada participante do projeto, tende a gerar de acordo
com a sua função.

Os riscos do país incluem:

a) As leis que regulam as relações sociais desde a esfera de produção, circulação


até a distribuição de bens materiais.
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b) Instabilidade na esfera civil, de modos a causar sabotagem de projetos por


guerrilha, paralisações de trabalho, qualquer outra forma de força maior. A
instabilidade também inclui: controles de câmbio, política monetária, condições
inflacionárias, etc.
c) O risco de crédito soberano, em alguns casos, serve como o teto para a
classificação de risco de um projeto. Por exemplo, a agência de classificação de
crédito da & Poor’s limita as classificações de projetos específicos pelo crédito
soberano logo, nenhum projeto, apesar de sua circunstância, pode ter uma
classificação de crédito mais alta do que a classificação de crédito.

Risco Político: este risco inclui mudanças no cenário político do país, que
incluem alterações partidária, bem como mudanças nas políticas nacionais, leis
regulatórias frameworks, leis ambientais, políticas de energia e políticas fiscais são
particularmente importantes para projetos. Esses riscos não se limitam aos mais
instáveis regimes no mundo em desenvolvimento.

Risco da Indústria: engloba a competição dentro da indústria o que constitui


um risco significativos para o projeto. Os preços dos productos substituto, as entradas e
saídas são fatores críticos na determinação da economia do projeto. Além disso, outros
projetos concorrentes dentro do país ou na região vizinha também constituem
implicações competitivas para o projeto. 
Risco do Projeto: O risco do projeto está associado a experiência e histórico de
gestão e tecnologia dos empreiteiros, desenvolvedores e operadores, engenheiros
consultores independentes podem desempenhar um papel na avaliação da viabilidade
técnica de projetos, tornando os riscos técnicos transparentes para os credores.
 Risco de acordo a função no projecto:
a) Cliente: resulta da oscilação ou diminuição da demanda pelo produto ou
rendimento por consequência dos altos custos fixos dos projetos de
infraestrutura, é muito difícil, autor considera quase impossível, para
projetos reduzir os custos para atender à menor demanda. Assim, o principal
meio de redução deste tipo de risco é um contrato de offtake, que é , um
contrato que garante a compra do processamento. Essencialmente, uma
empresa de projeto concorda em vender uma grande parte de sua produção
(minerais, eletricidade, serviços de transporte). O preço por unidade de
produto pode ser fixo, flutuante ou ajustado pela inflação ou outros fatores.
25

b) Fornecedor, os fornecedores têm como função principal garantir


suprimentos ao projecto como por exemplo: eletricidade e água. As três
dimensões críticas do fornecimento: são qualidade, quantidade e
disponibilidade. O risco situa-se na capacidade de os fornecedores
cumprirem os requisitos de qualidade necessários do projeto, além disso se o
fornecimento é confiável ou há interrupções prováveis. 

c) Risco com Patrocinador: os principais riscos com patrocinadores


correspondem ao nível de experiência do patrocinador, capacidade de gestão,
suas conexões, a nível local e internacional, e a capacidade do patrocinador
de contribuir com capital.

d) Contratante. Engloba atrasos no datas definidas e inconformidades no orçamento.

Segundo Coelho e Limas ( 2014), são riscos suportados em projetos de investimento


os seguinte:
a) Risco de Sobre preço ou Superfaturamento: causado pelo estabelecimento de
preços fixos no contrato;
b) Risco de Atraso na entrega do serviço: resultante limitação para a construção
do bem objeto da parceria;
c) Risco de Desapropriações: estabelecer contrato de concessão entre as partes;
d) Risco de Demanda: contratar estudos com projeções confiáveis da demanda
futura;
e) Risco de Operação e Manutenção: estabelecer contratualmente
responsabilidades expressas com tais gastos;
f) Risco de Câmbio: estabelecer contratos de financiamento na mesma moeda dos
futuros recebimentos;
g) Risco de Acidentes: contratar seguros apropriados.

2.4.2 Partilha de riscos em PPP

Todas as parcerias público-privadas, em essência envolvem alguma forma de


partilha de risco entre o ente público e o ente privado na prestação de um serviço ou
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provisão de uma infraestrutura. A alocação de risco para o parceiro privado é o fator


determinante na distinção entre PPP e o setor público pelo modelo de prestação de
serviço público. No entanto, o autor considera que os riscos são alocados tendo como
critério, a posição do parceiro face ao risco, isto é a parte melhor posicionada para gerir
determinado risco é a que suportará tal risco. ( KOSOV, s.d.).

Em uma análise mais focada no impacto da partilha de riscos a realizar,


Almeida, (s.d.) afirma que a transferência de riscos para o parceiro privado encarece o
preço do projecto de modos que é muito importante confirmar se o benefício público da
transferência do risco ao sector privado supera o agravamento de custos que
acontecerão.
27

3 Metodologia

A partir de teorias consideradas verdadeiras e indiscutíveis sobre a partilha de riscos


em parcerias publico privadas, será a abordado o caso específico da parecia público
privada do metro de superfície de Luanda, o que leva a afirmar que quanto ao método
de abordagem a pesquisa será dedutiva. Lakatos e Marconi (2003).

3.1 Tipo de Pesquisa

Quanto a natureza, a pesquisa será aplicada pois, o presente de trabalho


produzirá soluções específicas para o problema de partilha de risco em parcerias público
privada.

Quanto a abordagem, será realizada uma combinação entre a pesquisa qualitativa


e quantitativa. O que podemos considerar pesquisa mista. Pelos seguintes motivos:

A pesquisa será em parte, qualitativa porque recorreremos a teorias, opiniões


sobre a questão da partilha de risco em Parcerias publico privadas, será feita uma
análise e interpretação das mesmas o que contribuirá para atingirmos os 3 primeiros
objetivos que são:

1- Identificar os riscos subjacentes a uma parceria Público Privada.


2- Caracterizar comos os riscos são partilhados em uma Parceria Publico
privada.
3- Descrever os fundamentos de um projeto de investimento baseado em
Parceria Publico Privada.

A pesquisa também será quantitativa porque, recorremos a quantificação para


coleta de dados, e utilizaremos como base o método de cálculo do valor actual líquido
(VAL), que consiste na atualização dos Valores Futuros (VF) das despesas com as
infraestruturas do metro para o presente, utilizando o custo com capital como taxa de
28

atualização. O investimento representado pela letra I, será subtraído dos valores


atualizados.

VF
VAL=−I +
A fórmula do VAL, que será utilizada é a seguinte: ( 1+i )n ¿
¿

Quanto ao objetivo, o presente trabalho enquadra-se em uma pesquisa


exploratória pois, temos o objetivo de analisar como são partilhados os riscos em PPP,
para tal será realizado levantamento bibliográfico e estudo de caso, o que contribuirá
para obtenção de maior familiaridade com o tema escolhido por meio da investigação
como afirma (GIL, 2008).

Quanto aos procedimento técnicos, Para melhor compreensão da temática será


indispensável pesquisar a perspetiva de diferentes autores sobre o tema em discussão.
Para tal, recorrer-se-á, ao procedimento de:

1. Pesquisa bibliográfica - serão utilizados materiais já elaborados sobre Partilha


de risco em sede de Parcerias Publico Privadas, dentre estes: livros, artigos científicos,
dissertações. (MAZUCATO, 2018).

Pelo facto da temática ser analisada mais frequentemente, nos últimos anos, há
um grande número de artigos científicos e dissertações disponíveis, face ao número de
livros sobre o tema, de modos que serão utlizadas mais dissertações e artigos científicos
sobre Partilha de risco em Parcerias Publico Privadas.

No entanto, para compreensão das palavras-chave do tema dentre estas: Partilha


e Riscos, serão usados livros de referência informativa, especificamente dicionários
(GIL, 2002).

Para enriquecimento do embasamento teórico será, utilizado também o seguinte


procedimento técnico:

2. Pesquisa Documental

Serão utilizados documentos de primeira mão, da autoria do Ministério dos


Transportes. Nestes documentos é possível encontrar uma descrição das condições da
parceria publico privada para a efetivação do projecto Metro de Luanda, incluindo o
valor do investimento, prazos e o fluxo entre os agentes. Como sugere Gil (2002), estes
documentos enquadram-se na categoria de documentos de primeira mão, por se tratarem
29

de documentos oficiais de um ministério específico (Ministério dos Transportes) sem


tratamento analítico.

Para atingir, os objetivos definidos e testar as hipóteses traçadas, será aplicado,


também o procedimento técnico de:

3. Estudo de caso

Os dados sobre o valor do investimento, os fluxos entre os participantes isto é,


entre o público e o privado serão coletados no estudo de caso por meio de pesquisa
documental, e á seguir serão codificados por meio de gráficos, esquemas, para testar as
hipóteses e atingir os objetivos traçados. (Prodanov e Freitas, 2013).

O projeto escolhido para estudo profundo e minucioso é um projeto de


conhecimento público, este projecto tem o nome de Metro de superfície de Luanda, o
projecto será entre o Estado angolano e um parceiro privado.
O estudo de caso deste projecto permitirá compreender como funcionam a
partilha de risco das parcerias dentro do contexto angolano. Por meio da concretização
das seguintes etapas:
1ª Etapa: Caracterização do Projecto
Serão enunciadas as caraterísticas de base do projecto como: a rede territorial
proposta para a construção do metro de superfície de Luanda, o tempo de vida previsto
para o projecto, o número de linhas do metro, a demanda projetada e o tipo de Parceria
público privada.

2ª Etapa: Categorização, Identificação e Partilha dos Riscos


Serão categorizados, os intervenientes da PPP, de acordo com as suas funções. A
estrutura de gestão do projecto será apresentada e a seguir, a relação entre os
intervenientes dentro da estrutura de gestão, será esquematizada com os respectivos
fluxos de partipação em dinheiro e em prestação de serviço, o que levará a atingir o
objetivo número 4 que é Esquematizar os fluxos entre agentes participantes do Projeto
-Metro de Luanda.

3ª Etapa: Caracterização da Partilha de risco no projecto


30

Para solidificação da análise, serão criados 3 cenários e os seus respetivos


gráficos e esquemas de base. Estes cenários serão os seguintes:
1. A efetivação do projecto apenas pelo sector privado;
2. Apenas pelo sector público;
3. Sector público e privado;
Por meio do método de cálculo do Valor Actual Liquido (VAL), será avaliado
como cada cenário realiza a gestão do risco com destaque para o último cenário e serão
testadas as hipóteses de modos a responder a problemática.
A internet será um instrumento de pesquisa a utilizar pois, contém conteúdos
relevantes sobre parcerias público privadas em geral e especificamente, características
relevantes sobre o projecto metro de Luanda, que é, por nossa escolha o projeto que
será estudado em destaque neste relatório. Severino (2014).

Além disso, como instrumento de recolha de dados, usaremos a análise de


conteúdo dos documentos de primeira mão da autoria do Ministério dos transportes.
(GIL, 2002).

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