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Do
Diabo
Thea Harrison
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Tradução:
Krika Prado
Revisão:
Leitura Final:
Josi T.
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UM
Sacrifício
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seu minúsculo queixo contra o de Seremela. Se estivesse com
outro humor, poderia ter sorrido, mas não nesta manhã.
“Sim.” ela disse para sua irmã, Camilla. “Vou atrás dela.”
“Não creio que você devia estar agradecendo aos deuses.” disse
Seremela.
“Esta é a última vez que serei capaz de largar tudo para ajudar a
consertar os seus problemas e seus erros.”
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O tom de Camilla se tornou caustico. “O que você quer dizer, a
última vez?”
“Eu não posso deixar minha vida de lado, à espera, toda vez que
algo dá errado para você ou toda vez que você e Vetta tem uma
discussão e não conseguem chegar a um acordo. Acabo de
começar num trabalho novo e exigente. Meus empregadores são
pessoas maravilhosas e são realmente bons para mim, mas há um
limite para o que eu posso pedir a eles. Uma licença por tempo
indeterminado, em cima da hora, é uma dessas coisas.”
“Claro que amo vocês duas.” ela disse. “E me importo com o que
acontece a vocês. Por isso estou concordando em fazer esta
viagem. Mas ela é sua filha e tenho que concordar, Vetta está fora
de controle. Você mesma tem que descobrir como fazer para se
entender com ela. Vocês precisam de aconselhamento, Camilla,
não só você, mas Vetta também.”
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Seremela revirou os olhos. “Claro que você tem.” ela disse. Falou
tarde demais, pois já escutava o tom de discagem. Camilla tinha
desligado em sua cara.
Afinal de contas, foi por isso que se mudara para Miami: aceitar um
emprego novo e fazer pesquisas médicas que realmente queria
fazer, construir uma nova vida e explorar novas oportunidades e
horizontes. Não era tarde demais para ela sair de sua concha
protetora e acadêmica.
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ou laboratório. Quando você não está discorrendo sobre a autópsia
de um corpo, você se transforma numa idiota completa. Você não
namora há anos – na verdade, décadas, agora – e raramente faz
amigos. Nunca terá filhos seus, já está acostumada com suas
manias também. Você está começando uma vida nova com o seu
velho eu. Todos os velhos problemas e velhas fraquezas vieram
com você, então, como você espera realmente mudar alguma
coisa?
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Ela jogou a cabeça para trás e coçou os olhos rapidamente para
fazê-los parar. Quando abriu os olhos de novo, ela viu que várias de
suas cobras estavam tentando espiar pelo olho-mágico,
empurrando umas às outras.
Pelo amor de Deus, parem com isso! Ela falou para as cobras
telepaticamente. Em tom alto, ela disse, “Sim, eu – eu estou em
casa. Só um momento. Já atenderei você!”
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cobras, e tudo que elas faziam ou diziam era uma sinfonia graciosa
de movimento coordenado.
E não ajudava em nada que a voz dele, como a dos atores Alan
Rickman ou Liam Neeson, era magicamente linda. De acordo com
Carling, Duncan raramente atuava nas cortes ainda, mas quando o
fazia, outros advogados, juízes e profissionais legais dos diferentes
domínios viajavam através do mundo só para escutá-lo falar.
“Está tudo bem.” ela gritou enquanto afagava a porta. Era uma
coisa estúpida de se dizer, especialmente a despeito de sua
emergência familiar. Se pudesse, ela iria para a cama e se cobriria
até a cabeça. Até todas as cabeças. “Você só me pegou de
surpresa. Só um minuto.”
Aquela voz. Pelos deuses, ela tinha quase certeza de que ele
poderia fazê-la gozar só falando.
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Aquele pensamento não ajudou em nada para que ela
apresentasse uma atitude reservada e fria, nem ajudou acalmar
suas cabeças esquisitinhas e excitadas. Ela jogou as mãos para
cima e correu pelo apartamento, de volta ao quarto, onde pegou um
lenço e o enrolou em volta das cobras com uma prática veloz,
começando pela nuca.
Seremela estava no final da meia idade, perto dos 380 anos e suas
cobras alcançavam além da altura de seus quadris. Ela nunca se
sentira ameaçada ou com o medo o suficiente para fazer com que
suas cobras mordessem alguém. Ela puxou a massa para um
ombro e trabalhou rapidamente pelo comprimento delas.
Elas não queriam ser envolvidas pelo lenço – sério, era como
colocar crianças para tirar uma soneca – e a agitação delas
aumentou até que todas estavam confortavelmente debaixo da
cobertura e então, ela as jogou pelo ombro de novo. Uma vez
aconchegadas num lugar escuro e quente, elas ficavam quietas.
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Respirou profundamente e correu para abrir a porta. Duncan, que
estava parado olhando para o corredor enquanto esperava, se virou
rapidamente para encará-la. Seu olhar inteligente e escuro a
observou por um momento. Ela sentiu as bochechas esquentarem
com a franca preocupação na expressão dele.
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Se pelo menos estivesse vestindo suas roupas de trabalho e tivesse
um corpo dissecado sobre a mesa, entre eles. Então, ela saberia o
que dizer e como agir.
Mesmo assim, ela tinha que começar de algum ponto. Ela disse.
“Não estava esperando companhia.”
“Espero que você não se importe por eu ter parado sem avisar.” ele
disse.
A voz dele se movia sobre ela como uma carícia invisível. Ela
estremeceu quando sua mente forneceu imagens reunidas de sua
fantasia anterior lavada pela tempestade: Duncan, vestido em um
terno ao estilo Humphrey Bogart, do filme Casablanca, dedilhando
as teclas do piano com seus dedos longos e talentosos, com a
cabeça escura inclinada e um olhar melancólico.
Então, ela entra no recinto e ele se vira para ela com uma alegria
feroz – dando a ela um olhar que diz que eles são as únicas
pessoas no mundo.
O olhar dele deslizou para a cabeça dela. Ele lhe deu um sorriso
sincero e discreto. “Que pena que as malandrinhas estão
escondidas, hoje.”
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de uma medusa, em vários momentos através da história, medusas
tinham sido perseguidas e mortas por causa disso. O mais famoso
exemplo de uma medusa sendo morta foi na Grécia antiga, quando
Perseu decapitara uma mulher que era supostamente tão feia, que
a visão dela podia transformar as pessoas em pedra.
Mas, Duncan não era como a maioria das pessoas. Ele parecia
gostar das cobras e as tinha tratado com divertimento e paciência
quando elas flertaram com ele na festa da Masque, no solstício de
inverno, na casa de Carling e Rune.
Uma vez, numa festa do trabalho, ela ficou com a cabeça leve e
ligeiramente atordoada enquanto conversava com a mulher que era
sua chefe na época. Quando se virou, ela viu que várias de suas
cobras estavam bebericando as sobras alcoólicas do fundo de
vários copos sobre a mesa atrás dela.
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“Entendo.” ela disse.
Ela virou de novo para ele e encontrou seu olhar. “O que posso
fazer por você?”
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Seus lábios se separaram e seus olhos se arregalaram. Ela tinha
deixado sua posição de médica legista em Illinois e se mudado para
Miami para se concentrar na pesquisa médica particular para
Carling e Rune. Desde então, ela apreciara conviver com Duncan.
Como o grupo deles era pequeno e a maioria era nova na área, eles
tendiam a socializar entre eles assim como trabalhar juntos.
Seremela e Duncan tinham compartilhado boas conversas nos
eventos do grupo, ela esperara que pudessem ter começado a
desenvolver uma amizade, mas aparecer em pessoa para verificar
seu bem estar estava além de qualquer coisa que ela esperara.
“Oh, bom.” ele disse. Os ombros dele relaxaram, e ele deu a ela
aquele sorriso torto que era tão malditamente charmoso. “Ninguém
morreu e você não está com raiva pela minha intromissão. Para
mim, são duas vitórias. Você se importa se eu perguntar o que
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aconteceu? Fomos todos transferidos para Miami, e é
completamente possível se sentir isolado e sozinho. Carling e eu
estamos ambos preocupados que você possa precisar de ajuda,
mas não se sentir confortável o suficiente para pedir.”
“Sim, pelo que eu entendi, ela está.” Seremela disse. “Aquela garota
possui um talento para se meter em problemas, se ela não encontra
um problema, frequentemente cria algum. Eu receio que não possa
falar muito com você. Estou só no aguardo, e estarei pronta para
partir para o aeroporto para que eu possa pegar o primeiro voo
disponível.”
“Sua irmã deve estar agradecida por você estar indo com ela pegar
Vetta.”
Seremela balançou a cabeça. “Oh, minha irmã não está indo pegar
Vetta.”
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A carranca dele se aprofundou. “Me perdoe novamente.” ele disse.
“Tenho muita noção do quão intrometido isso pode parecer, mas eu
não gosto de como isso soa.”
Conforme ela falava, Duncan se virou para olhar para fora da porta
da varanda. Ela não se importou nem um pouco. Isso lhe deu
oportunidade de observar o perfil dele.
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Duncan franziu a boca. A expressão sutil e pensativa afundou as
bochechas já magras e acentuo as linhas fortes dos ossos das
maçãs do rosto. “A maioria dos detetives não se envolve
fisicamente, especialmente se trata de um assunto familiar.” ele
disse. “A maioria dos detetives trabalham em documentos de
divórcio, verificam antecedentes ou esse tipo de coisas.”
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DOIS
Lei
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Formado por rocha vulcânica, o próprio Portão do Diabo tinha sido
alargado para criar pedágios na rota para a Cidade da Virgínia. A
abertura estreita logo se tornou conhecida como um esconderijo
popular para salteadores e qualquer um que quisesse atravessar a
rota em segurança tinha que viajar armado.
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Mas, depois do acontecido em Nirvana. Aquela mínima faísca de
magia da terra fora o suficiente para acionar a imaginação de um
grande número de pessoas.
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sobrecarregados por causa de uma longa recessão econômica.
Eles não tinham os recursos humanos para policiar uma cidade
inteiramente que havia surgido da noite para o dia.
Da última vez que Duncan ouvira, o estado tinha entrado com vários
pedidos de ajuda, junto ao domínio Nightkind, na Califórnia, junto ao
domínio Demonkind, no Texas e junto ao governo federal humano.
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“Eu acho que você sabe muito bem que não foi isso que eu quis
dizer.” ele falou.
Ele não tinha conhecido muitas medusas antes dela. Eram raras,
compreendendo apenas uma pequena fração da população
Demonkind e também tinham a tendência de serem muito unidas.
Mas o que mais o atraia era a inteligência e natureza gentil dela. Ela
era uma médica legista, uma patologista e uma acadêmica. As
cobras dela eram venenosas, o que emprestava à beleza dela uma
certa vantagem, mas muitas criaturas, inclusive ele mesmo, eram
imunes ao veneno delas.
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Ela podia ser mortal, mas ainda era muito vulnerável.
Ela não protestou nem pareceu estar com raiva com a maneira
presunçosa como ele soou. Ao invés disso, ela olhou para as mãos
deles enquanto observava. “Minha sobrinha está lá sozinha.”
“Não há.” ela disse, sua voz saindo monótona, novamente. “Não há
recurso legal. O estado nem mesmo pode manter a área
adequadamente policiada. Eles certamente não têm os recursos
para enviar qualquer pessoa para encontrar uma pessoa que, eu
posso garantir, não quer ser encontrada. E, francamente, eu não
forçarei minha irmã a ir comigo. Ela só iria torcer as mãos,
descontrolar-se e ser inútil. Acredite-me, não valeria a pena.”
“Entendo.” ele disse. Ele ergueu sua mão e pressionou um beijo nos
dedos dela. Ela congelou, seu olhar assombrado disparando de
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volta para o dele. “Mas, mesmo assim, eu ainda não posso deixar
que vá sozinha ao Portão do Diabo.”
Desta vez, ela percebeu o jeito dele falar. “Você não pode deixar...”
ela repetiu com uma cuidadosa falta de ênfase.
“Duncan...”
Ela a puxou para si até que estavam frente a frente e ele olhou
profundamente nos bonitos e estranhos olhos femininos. “Cancele-
o.” ele repetiu. “E termine de fazer a mala com calma. Vou reservar
o primeiro voo para Reno e volto para pegar você.”
Ele podia ver pela expressão confusa dela, que ela ainda não tinha
entendido muito bem. “Não tenho certeza do que dizer.”
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Uma deliciosa e agradável cor rosa correu de maneira intoxicante
por baixo da pele verde clara e cremosa dela.
“Você vai?”
“Vou. Agora, não discuta comigo.” ele disse enquanto ela respirava
fundo. Ele começou a considerar até onde ela permitiria que ele a
pressionasse. Ao imaginar onde estariam os limites dela e o que ela
podia fazer caso ele os ultrapasse, ele começou a apreciá-la ainda
mais do que antes. “Só faça o que eu digo.”
Ela fechou a boca com um audível clique. “Não pode. Não vai. Não.
Você tem usado vários desses sons proibitivos e arcaicos nestes
últimos quinze minutos.”
Ele sabia que ela não estava realmente brava. Ela estava, de
maneira bem gentil, advertindo-o a não exagerar.
Carling era uma vampira, mas Rune não. Rune era Wyr, e apenas
há um ano, fora a Primeira sentinela de Dragos Cuelebre, Senhor
dos Wyr em Nova York, até se acasalar com Carling. Rune e
Carling tinham se mudado para Miami e por vários meses, eles
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tinham reunido talentos subutilizados nos vários e diferentes
domínios.
“Você tinha que falar nisso.” Duncan disse. Sorriu para si mesmo
enquanto se movia pelo trânsito da tarde. Ele gostava de Rune.
Tinham aprendido a trabalhar bem juntos quando viajaram para
Adriyel, em Outras terras Dark Fae, para conduzir Niniane Lorelle
de maneira segura, para sua coroação como a Rainha Dark Fae.
“Espero que sim. Seremela está com uma sobrinha fujona que foi
parar justo no Portão do Diabo.” Ele fez uma pausa breve enquanto
ouvia Rune xingar baixinho. “Nós vamos lá resgatá-la e
acompanha-la até sua casa, para a mãe.”
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“Pedir um avião emprestado é um baita de um favor, Rune.” Duncan
falou. “E ela é nova em Miami... ainda está se acostumando.
Inferno, todos nós. Só que alguns de nós se conhecem a mais
tempo do que os outros. Dê-lhe tempo.”
A outra, teria itens de luxo como roupas extras, junto com um laptop
com segurança criptografada, para o caso de encontrar algum
tempo para trabalhar. Apesar dele com certeza levar um telefone
por satélite, a terra mágica em volta do Portão do Diabo interferia na
recepção de manera que eles precisavam planejar para serem
autossuficientes.
Eles teriam que dirigir até o Portão do Diabo, saindo de Reno, o que
significava que precisavam alugar um SUV. Ele fez mais ligações
para providenciar o aluguel do carro, incluindo suprimentos para
acampamento, comida e água para Seremela e várias caixas de
bloodwine. Ele tentou alugar um motor home, mas não havia
nenhum disponível assim, em cima da hora, num raio de 800Km do
Portão do Diabo.
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ele teria que caçar seu sustento. Com um pouco de sorte, ele
poderia ser capaz de encontrar e pagar por doadores voluntários.
Se não, ele teria que fazer o que tinha que fazer. Ele pensou no
saudável rubor que aparecera nas bochechas de Seremela e para
seu grande choque, seu pau endureceu em resposta.
Mas, ele também sabia que havia lugares e horas em que a lei não
estava presente e o Portão do Diabo era um desses lugares e uma
dessas horas. Aparentemente, também havia horas em que os
apetites de um homem se misturavam, não importando quanto
autocontrole ele pudesse tentar se impor.
Sem dúvida, ela seria muito grata por tudo o que ele fez. Ela podia
até mesmo se oferecer para alimentá-lo, ela mesma.
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Inferno, ele pularia para agarrar aquela chance. Seu pênis ficou
ainda mais duro conforme ele pensava no pescoço esbelto e nu
dela, inclinado em um convite. Ele imaginou afundar seus dentes na
pele macia dela, enquanto enchia as mãos com os seios dela e sua
ereção ficou tão rígida que se tornou dolorida.
Oh, Duncan, ele pensou. Você tinha que pensar nisso, não tinha?
Rune estivera provocando, mas ele também tinha o direito a isso.
Você é mesmo um safado repugnante!
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TRÊS
A Dança
O fato dela também achá-lo sexy a ponto de parar seu coração, não
deveria influenciar seu raciocínio de maneira nenhuma.
Ela devia estar concentrada na sua tarefa, que era assegurar que
sua sobrinha chegasse em casa segura – Vetta querendo ou não.
Seremela teve que sorrir. Ela não duvidou nem por um minuto que
Carling soubera muito bem o que estava fazendo, quando
compartilhara seu e-mail com Duncan. Carling já tinha
providenciado mais ajuda do que Seremela podia ter esperado.
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jeans, com uma camisa de algodão de abotoar sem mangas,
amarela.
Ela deu uma olhada nele. Ele também tinha se trocado e colocado
um traje similar ao dela, vestindo jeans e uma camiseta cinza que
se moldava ao torso esguio e aos bíceps musculosos.
Anteriormente, onde quer que Seremela o visse, ele sempre fora o
epítome da elegância masculina. Era chocante, de algum jeito, vê-lo
tão casualmente vestido.
Ou, pelo menos ela achava. Ela não deu uma boa olhada para ter
certeza. Suas cobras obscureceram sua visão conforme se
agitaram ao redor de seus ombros e sobre sua cabeça como um
enxame, disparando em direção a Duncan do jeito que podiam. A
força da reação delas a surpreendeu e a desiquilibrou. Ela deu um
passo à frente, tropeçando, o que era tudo o que elas precisavam.
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Duncan começou a rir conforme as cobras dela envolveram o
pescoço dele e a parte superior de seus braços. Ele a pegou pelos
cotovelos conforme ela tropeçava e ficaram ali, olhando um para o
outro, entrelaçados.
Algo elétrico brilhou nos olhos dele. Ela não sabia o que era, mas a
afetou poderosamente com sua força. A pele flamejou com calor.
“Não se desculpe.” ele falou numa voz gentil. Tocou sua bochecha
com as pontas dos dedos de uma mão. “Como disse a você, eu
gosto delas.”
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simples fato dele ficar assim por tanto tempo significava que ele
queria ter certeza de que ela ouvisse.
Isto dizia que a gentileza delicada dele não era um acidente. Dizia
que ele tinha que estar intimamente consciente da localização e da
posição do corpo dela para obter um toque tão delicado, como uma
borboleta. Dizia que ele a tocava porque queria tocá-la e que sabia
como ser gentil e terno, que ele era seguro e não fugia ao
escrutínio, que podia ser firme, quando precisava ser.
Dizia que sabia muito bem que ela era inteligente o suficiente, para
reconhecer todas as nuances de sua mensagem silenciosa.
“Você está pronta para ir?” ele disse suavemente, com aquela voz
fabulosa e famosa, que entrava por vontade própria em suas
orelhas.
E foi assim, caramba, que ela quase gozou ali, bem em suas
calças. O fato de não o ter feito era um milagre. Ela devia estar feliz
por isto, já que podia ter esperança de manter alguma aparência de
dignidade...
Sim, bem, ela podia não ser bem capaz de manter a dignidade.
SOLTE! ela ordenou, numa voz mental tão firme, que nunca tinha
usado antes com elas.
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Ela deve tê-las assustado, porque elas se soltaram e deslizaram de
volta aos seus ombros.
E, agora, tudo o que ela podia fazer era imaginar, o que mais ele
podia dizer naquela linguagem silenciosa e sensual dele?
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Ela tinha imaginado que eles voariam saindo do Aeroporto
Internacional de Miami e ficou surpresa quando Duncan os levou
em direção ao Aeroporto Executivo Kendall-Tamiami, vinte e um
quilômetros a sudoeste do centro de Miami. Quebrando o silêncio
pela primeira vez desde que deixaram seu apartamento, ela disse.
“Eu não sabia que haviam voos comerciais saindo deste aeroporto.”
Ele lhe dirigiu um breve sorriso. “Não há, mas há voos corporativos.
Não vamos tomar um voo comercial. Vamos usar o avião da
agência.”
“Oh, entendo.”
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e Rune certamente tinha um apetite suficientemente voraz como o
de vários homens juntos.
Ele olhou para o céu e lhe deu um sorriso calmo. “Está tudo bem.
Ainda temos alguns minutos. Tempo suficiente para embarcar.”
“Se você o diz.” Ela pegou sua mala quando ele lhe passou. Então,
ele pegou suas próprias malas, fechou o porta-malas e os dois se
dirigiram para o prédio. Uma vez lá dentro, ela conseguiu respirar
profundamente de novo, mas para embarcar no jato Gulstream, eles
teriam que sair ao ar livre novamente.
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O piloto e sua copiloto eram a equipe completa do avião e
cumprimentaram Duncan e Seremela alegremente enquanto
guardavam a bagagem. Duncan segurou uma das bagagens tempo
o suficiente para retirar dela um laptop e uma pasta estreita. Ele
sorriu para Seremela. “Espero que não se importe se eu me
concentrar no trabalho, um pouco.”
“Claro que não.” ela disse. “Não estamos em férias. Eu teria trazido
trabalho também, se achasse que conseguiria me concentrar o
suficiente para conseguir fazer alguma coisa. Bem isso e também
por metade do meu trabalho envolver coisas nojentas crescendo em
placas petri.”
Ele riu. “Obrigado por não trazer seu trabalho com você.”
Ela tirou uma soneca, despertando levemente a cada vez que ouvia
a voz de Duncan. Em sua maioria, ele estava reorganizando seu
tempo fora do escritório para os próximos vários dias, mas uma
hora, ela despertou completamente alarmada.
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continuava forte e macio, e tudo parecia normal. O que a tinha
acordado?
Então, ele ouviu novamente, Duncan falando numa voz tão fria e
cortante que penetrava no silêncio da cabine como um estilete. “... o
fato permanece, Julian, a casa de Carling está numa ilha em Outra
terra. Além disso, você só pode acessar a passagem para a ilha
pelo oceano. Você acredita que ela escolheu tudo isso por
acidente? Não é domínio Nighkind, então, não está sob seu domínio
legal. Temos sido pacientes por um ano, até agora.”
Uau, ele estava realmente bravo com esse cara, o Julian. Então, ela
entendeu. Duncan não estava só falando com qualquer Julian, mas
com Julian Regillus, o Rei dos Nighkind e descendente hostil de
Carling.
Duncan fez uma pausa, claramente escutando o que quer que dizia
o outro lado da linha. Então, ele disse friamente, “Isso é inaceitável.
A biblioteca mágica de Carling é muito perigosa. Ela não confia em
ninguém mais para movê-la. Ela precisa fazer isso por si só e você
não pode continuar a bloquear o acesso dela a sua própria
propriedade.” Outra pausa. “É tarde demais para isso. Ela está farta
de esperar. Nós já entramos com uma petição no tribunal Antigo. É
só uma questão de tempo até o tribunal aprova-la.”
Então outro silêncio que se prolongou, até que ela percebeu que
Duncan não estava fazendo uma pausa para ouvir, mas que a
chamada tinha sido encerrada sem despedidas. Cautelosamente,
ela sapeou além da borda do sofá.
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fragmentos negros em sua face pálida. O homem gentil e urbano do
qual se tornava conhecido e do qual gostava tanto não estava em
nenhum lugar visível agora e o que restara em seu lugar era algo
completamente perigoso.
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permitir que Carling tenha acesso à ilha? É por que ele não quer
que ela consiga a biblioteca?”
“Não acho que seja isso.” Duncan disse. “É inútil para qualquer
outra coisa, que não um lugar de retiro. Como uma Outra terra, é
ilegal que alguém da terra colete qualquer coisa da ilha para ganho
comercial e Carling apresentou evidências de que uma espécie
alada e inteligente vive nas sequoias. E Julian não está nem aí para
a biblioteca de Carling. De fato, ele insiste que Carling enviou
bruxas bibliotecárias para embalar e transportar a biblioteca. De um
lado, Carling insiste – e ela tem o direito legal a isto – que ela tem
livre acesso a sua própria casa e que ela supervisiona a mudança
da biblioteca pessoalmente.”
“Mas, ele não quer permitir que ela o faça.” ela falou.
“Não, ele não quer.” Duncan disse. “Agora que ele deixou claro e a
exilou, ele não quer permitir que Carling se aproxime de nenhum
lugar próximo à fronteira do território dele, especialmente perto da
passagem de cruzamento para a ilha, onde seria muito fácil para ela
deslizar discretamente para o domínio Nightkind. Ele certamente
não quer reconhecer que ela tem o direito de ir e vir quando quiser.”
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“Para ser brutalmente franco, posso ver os dois lados.” ele disse.
“Julian cometeu alguns erros e confiou na pessoa errada e no ano
passado, era realmente perigoso ficar por perto de Carling. Eu acho
que ambos poderia realmente deixar tudo isso para trás, se Julian
estivesse disposto a se submeter ao domínio de Carling, de novo.
Mas, eu também acho que algo dentro dele se quebrou e ele não
pode fazer isso novamente. E tenho que ficar do lado de Carling em
tudo isso.”
Ou, inimigo. Era outra coisa que ela gostava nele. Sua inteligência
calma e sagaz tinha seu próprio tipo de mordida.
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Ele ainda estava falando. Ele disse. “E há também uma grande
diferença entre eu e Julian.”
Ela sorriu para ele, divertida. “Você percebe que eu estou próxima
de ser duzentos anos mais velha que você?”
Ele riu. “Eu tinha trinta anos quando fui transformado, então se você
tem mais do que trezentos e cinquenta, então sim, você tem. Mas a
diferença de idade entre nós é uma gota dentro do balde, quando
você considera um milênio. Eles são muito mais velhos do que nós.
Eu acredito que isso os torna fundamentalmente diferente, de algum
jeito. E Julian é muito dominante. Carling nunca transformou alguém
contra a vontade deste, então, ele deve, há muito, muito tempo, ter
concordado com o domínio dela, mas eu acho que ele se irritou por
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estar debaixo do Poder dela há muito tempo. Imagine como foi para
ele quando pareceu que ela estava morrendo.”
“Oh, bem.” ele disse brincando. “Toda família tem seus altos e
baixos.”
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O sorriso dele penetrou o olhar dela. “E se o fiz?”
“Eu também. Também tive muitas razões para citá-lo através dos
anos recentes.” Ele pressionou um beijo contra as costas da mão
dela. “Falando em famílias, acho que estamos nos preparando para
pousar. Assim que pegarmos o SUV e nossos suprimentos,
devemos levar cerca de uma hora para chegar ao Portão do Diabo.
Então, podemos pegar sua sobrinha e leva-la para casa.”
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QUATRO
Morte
“De jeito nenhum.” ela disse apesar dele notar ela olhando para o
céu a oeste.
Ele assentiu. “Nós vivemos lado a lado com a morte. Ela está
sempre ali, algumas horas à frente ou atrás de nós, ali na esquina,
ou a alguns passos do abrigo de um teto. Mas, quando Carling me
transformou, eu disse a mim mesmo que não me tornaria como
aqueles outros vampiros. Tomaria as precauções necessárias, mas
nunca viveria com medo.”
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“Bom, por exemplo, eu tenho uma grande casa.” ele disse. “Se eu
tenho que ficar abrigado do sol, eu me recuso a me sentir apertado
quando o faço. Todas as janelas têm persianas metálicas operadas
com um timer. Elas se fecham e se travam automaticamente do
nascer ao pôr do sol.” O sistema requeria um código de comando
manual para abri-lo a qualquer hora do dia. Ninguém ia deixar o sol
entrar dentro da casa de Duncan sem a permissão expressa dele.
“Já ouvi falar dessas persianas.” ela disse. “Carling e Rune não tem
o mesmo tipo de coisa na casa deles?”
“Sim.” Ele olhou para ela de lado. “E eu posso lhe contar como foi
excitante quando o protetor solar de espectro total se tornou
disponível. Eu era capaz de espalhá-lo por todo o cabelo e pentear,
antes que o protetor em spray tornasse tudo isso mais fácil. Por um
tempo, eu parecia um chefe da máfia dos anos de 1940.”
“Sim.” ele falou. “Ele protege contra o contato acidental com o raio
direto do sol e pode dar a um vampiro uma margem de até dez
minutos para encontrar uma sombra. Tem suas limitações –
nenhum vampiro em seu perfeito juízo iria confiar sua vida
completamente num protetor solar a prova de água e ir nadar em
plena luz do dia. Mas, é especialmente eficaz ao amanhecer e ao
entardecer, como agora, quando qualquer raio indireto do sol está
desaparecendo rapidamente. E eu sempre o coloco onde quer que
eu vá durante o dia.”
“Bom saber.” ela disse. “Acredito que use roupas com proteção
também.”
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“Claro.” ele disse. “Todas as minhas roupas são feitas de FPS 50 +
material que bloqueia até 98% dos raios UV. Sozinha, não é o
suficiente, mas acrescenta segurança. E onde quer que eu vá,
durante o dia, eu sempre tenho uma capa por perto, também feita
com tecido com filtro solar.”
Ele tinha que ser um mentiroso ou cego para alegar que não estava
afetado pela beleza dela, porque ele estava, mas o que realmente
atraia seu interesse, era a mente afiada dela. Era um bendito de um
prazer seduzir uma mulher inteligente.
Porque era isso que ele ia fazer. Seduzi-la. Sim, Esse safado
repugnante ia sair para caçar. Ele iria coagi-la a compartilhar seus
segredos de calor e paixão enquanto as luzes das velas deixariam
dourada a iridescência insanamente linda daquela pele. Só de
pensar nisso, suas presas desceram e o ar frio da noite se
transformou num chicote revigorante, enquanto sua virilha se
apertava dolorosamente.
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Ele manteve a boca fechada, a mandíbula travada e estava
malignamente feliz pelas sombras dentro do carro e por, de alguma
maneira, ainda conseguir conduzir o veículo firmemente, pela
estrada.
Maldição!
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Dizia:
Portão do Diabo
Ele olhou para Seremela, que se virou para ele, com os olhos
arregalados. Então os dois caíram na risada. Seremela disse,
“Mesmo que a cidade de barracas esteja pra lá de abarrotada,
medusas são raras o suficiente para que não seja difícil de
encontrá-la. As pessoas tem a tendência de prestar atenção quando
estamos por perto.”
Ele dirigiu, usando somente uma mão, em linha reta e lenta que ia
em direção à cidade das barracas a 16km/h. Alguns caminhões
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saíram da estrada e iam pela terra aberta, mas sem conhecer o
terreno, ele julgava melhor seguir o fluxo de veículos, por hora.
O SUV rangeu quando o troll descansou uma mão sobre seu teto e
se inclinou para espiá-los lá dentro com olhos pequenos e uma
expressão indiferente em sua cara com aspecto de pedra cinza.
“Para parar em nosso estacionamento custa trezentos à noite.” o
troll rosnou. “Somente em dinheiro.”
O troll olhou para ela, indiferente. “Você não quer que roubem seu
carro, quer? Você quer manter suas coisas e todos os seus pneus
também? Custarão trezentos dólares. Adiantados. Se não gosta
disso, senhora, vá estacionar em outro lugar, e uma boa e fodida
sorte com isso, porque vocês vão precisar.”
56
Por trezentos dólares à noite, Duncan poderia conseguir um quarto
em um dos melhores hotéis de São Francisco, uma das mais caras
cidades do mundo. Ele balançou a cabeça e se mexeu no banco
para pegar sua carteira.
“Muito bem.” Duncan disse. Ele soltou o dinheiro e tirou duas notas
de vinte dólares da carteira. “Depois que estacionarmos, vamos
precisar de informação confiável. Onde?”
57
“Descendo a Rua Principal, lado norte.” disse o troll. “Procure pelo
farmacêutico. De nome Wendell. Ele venderia fotos das tetas de
sua própria mãe pela melhor oferta. Mas, elas realmente seriam as
tetas de sua mãe.”
58
encontrou olhando para ele, então, ambos caíram na risada
novamente.
59
cobras para trás. Geralmente, ela jogava para trás e as envolvia
com um simples lenço, na base do pescoço, como se elas fossem
dreads. Aquilo possibilitava que elas se mexessem, mas limitava
sua área de alcance. Sem restringi-las de maneira nenhuma, ela
parecia mais selvagem, mais feroz e extremamente mortal.
“Depois que tudo isto acabar e nós voltarmos para Miami,” ele
perguntou, “aonde iremos em nosso primeiro encontro?”
60
Meia dúzia das cobras dela se ergueram para encará-lo e as
membranas nictitantes dos olhos de Seremela se fecharam. Se
abriram. E fecharam. E abriram. Ela piscou rapidamente e isso
parou. “Primeiro encontro?”
Não havia vento e a fumaça grossa das fogueiras enchia o ar, com
o cheiro de cigarro, comida cozida e cebolas.
61
de época, até que eles chegaram a um acordo, em relação aos
negócios e a outras coisas.
62
com seus sorrisos brancos, atraídos pela falta da lei e tentação de
tanto sangue vivo reunido num único lugar. Duncan os
desencorajava silenciosamente com um olhar cintilante. Os
vampiros davam uma olhada para seu rosto duro e se misturavam à
multidão.
63
O olhar da humana passou por ele e deslizou por Seremela. “Cinco
ou seis acampamento, lá em baixo.” ela disse. “Fica num dos
espaços elegantes. Difícil não perceber.”
“Obrigado.”
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garrafas com tinturas marrom escuras, fórmulas homeopáticas que
brilhavam com faíscas de magia.
65
execução, mas receio que trazer um advogado, mesmo um famoso
como ele, não adiantará nada.”
Merda. Merda.
66
“Sim, é este o nome dela.” disse Wendell. Seu olhar penetrante se
tornou curioso e mais do que um pouco ávido. “Não vou cobrar
nada de vocês por essa informação, já que é de conhecimento
público, mesmo. Eles dizem que ela envenenou um homem, alguns
dias atrás. Alguém que era muito importante aqui. Vão enforca-la ao
amanhecer.”
67
CINCO
As profundezas
“Que animal?”
68
Quando viu, ele estava parado entre ela e o Light Fae, uma
compreensão tardia se abateu sobre ela – ele a estava protegendo
com seu corpo.
“Não olhe para ele.” Duncan disse para ela, numa voz suave. “Olhe
para mim.”
Ela voltou a atenção para ele. Ele ergueu uma mão e acariciou
algumas das cobras, elas pararam de silvar e se enrolaram no
antebraço dele. Mesmo de costas para um macho desconhecido
empunhando sua arma, Duncan parecia calmo, seu olhar escuro
firme.
Assim que percebeu que tinha a atenção dela, ele sorriu. “Eles não
vão enforca-la,” ele disse telepaticamente. “Nós não vamos
permitir.”
69
nele. Certamente, não era nem sensível ou lógico, mas ela
acreditava.
70
A raiva se apoderou de Seremela frente à crueldade do humano.
Nunca em sua vida, ela tivera vontade de machucar outra criatura,
mas estava quase certa de que podia machucar esta aqui. Só uma
mordida, ela pensou enquanto fixava um olhar frio e nivelado ao
dele. Só seria preciso uma e a frequência do seu coração
diminuiria, sua pele se tornaria seca e descamada e se sentiria
apavorado, nauseado e fodidamente miserável por uma semana. E
eu acho que iria gostar muito disso.
Enquanto ela pensava sobre isso, uma única cobra deslizou por
sobre o ombro dela e se ergueu ao nível de sua mandíbula. Ela
também encarou Wendell sem piscar, até que o humano se mexeu,
desconfortavelmente e desviou o olhar.
71
“O mundo é um lugar muito maior do que este pequeno monte
empoeirado de barracas.” Duncan disse. Deu ao humano um
sorriso frio e sua voz adquiriu um toque do som de um chicote,
precisamente equilibrado com um golpe de desprezo. “Mas não se
preocupe, Wendell. Se é dinheiro o que quer, dinheiro terá. Diga-
nos o que aconteceu, com detalhes, nomes e horários.”
72
Seremela balançou a cabeça. Por dentro, ela estava rodopiando de
novo. “Isso não pode estar certo.” ela disse. “Não vejo Vetta se
virando para a prostituição. Acho até que poderia, eu só não
consigo ver.”
Wendell deu de ombros. “Bem, a garota lia Tarô ou pelo menos, era
o que a placa em sua barraca dizia. Ela cobrava por leituras de
quinze minutos e de meia hora. Estava indo bem, pelo que eu
soube. Não sei se ela estava aprontando algo, mas como muitos
dos outros proprietários de negócios, ela devia dinheiro de proteção
a Thruvial. Eles tinham uma relação tempestuosa e discutiam muito
em público. Confesso que parecia bem íntimo.”
Desta vez, tanto Wendell como seu guarda voltaram a atenção para
Duncan, suas expressões se tornando penetrantes. Falando pela
primeira vez, o guarda disse. “Sim.”
Wendell fez uma careta, mas disse. “Do jeito que ele costuma ficar
em qualquer lugar, eu acho que seria no Tártaro – esse é o nome
de seu principal cassino. Entendeu? Portão do Diabo – Tártaro...
certo?”
“Agora, você está exagerando.” Duncan disse a ele. Ele tirou algum
dinheiro e depositou sobre o balcão. “Calculei menos de quinze
minutos. Fique com o troco.” Ele se virou para Seremela, com a
expressão se suavizando. “Vamos.”
74
Duncan balançou a cabeça. Uma vez lá fora, ele ofereceu a mão a
Seremela. Ela aceitou.
Seu aperto era como o resto dele, firme, calmo e controlado. Ela o
segurou firme e respirou profundamente. O ar da noite cheirando a
fumaça parecia muito mais fresco, do que o que tiveram ao entrar
na loja de Wendell.
Ela olhou rapidamente para o rosto sombreado dele. Ele parecia tão
casual e indiferente como se eles estivessem conversando sobre o
clima. Poucas opções de respostas ocorreram a ela, mas razões
demais para o motivo da pergunta dele.
75
“O que me incomoda é o Djinn.” ele disse e franziu o cenho. “Bem,
várias outras coisas me incomodam também.”
Adriyel era a Outra terra Dark Fae e no ano passado, fora um marco
para o domínio Dark Fae. Dragos, o Senhor dos Wyr, matara Urien,
o Rei Dark Fae, quando Urien raptou a companheira de Dragos.
Então, a herdeira do trono, Niniane Lorelle, que estivera vivendo
sob a proteção de Dragos, teve que viajar para Adriyel para
reclamar seu direito de nascença. Durante o percurso, Niniane
sobrevivera a uma tentativa de assassinato em Chicago. Seremela
fora a médica legista que conduziu a autópsia nos corpos dos dois
suspeitos.
76
e os levado a julgamento pelos crimes cometidos contra a coroa,
incluindo traição, conspiração, o regicídio do pai dela e os
assassinatos do resto de sua família. Pouquíssimo tempo após o
julgamento, os conspiradores foram executados.
Mas, por mais que Seremela quisesse voar para o Tártaro, Duncan
estava certo em parar e verificar a situação. Eles precisavam
clarear a cabeça e entender o máximo que pudessem do que
realmente estava acontecendo e parte disso significava tentar
entender a vítima e porque ele tinha sido morto.
77
Ela disse, “Os Dark Fae são famosos por sua metalurgia. Talvez, a
possibilidade de encontrar um veio de metal rico em mágica o atraiu
aqui, especialmente agora que o comércio foi aberto entre Adriyel e
o resto do mundo.”
Ela nunca o tinha visto tão perturbado assim e até mesmo com um
pouco de raiva. “Eu não quero que fique aqui.”
78
legal ou qualquer direito de executar Vetta. Enforcá-la é
assassinato. Eu poderia chegar a meio caminho de Reno – Inferno
poderíamos partir e ainda assim ele poderia nos impedir se
quisesse.” Ela fez uma pausa para aquela observação penetrar.
“Podíamos não saber na hora, mas atingimos o ponto de onde não
podemos retornar ao pisar na loja de Wendell. Precisamos enfrentar
o que quer que seja juntos, com as cabeças erguidas. Neste
momento.”
79
da barraca onde vários Goblins, com armas à mostra, caminhavam
e observavam as pessoas lá embaixo.
Por ela, tudo bem. Ela queria um espaço de um metro entre ela e
qualquer outra pessoa deste buraco do inferno.
80
Mal tinham dado três passos à frente quando uma vampira,
acompanhada de dois Goblins, empurrou a multidão, chegando até
eles. A vampira tinha cabelo curto loiro e estava vestida com uma
calça de sarja e regata preta, realçando seu torso musculoso.
Portava uma semiautomática num coldre no quadril e se movia
como um lutador. Ela também parecia inteligente e parou bem em
frente a eles.
“Vocês estão aqui por causa da garota, não é?” ela disse. Quando
nenhum deles confirmou ou negou, ela balançou a cabeça. “Sigam-
me.”
Então, sem parar, ela os levou para fora, através de outra abertura.
Atrás da barraca, vários outros prédios modulares tinham sido
montados e a área circulada com uma cerca de arame farpado de
mais de 2,5m de altura.
“Ela está aqui.” Seremela falou para Duncan. “Eu sei que ela está.”
81
Ele se movia mais tranquilamente do que antes, as mãos soltas do
lado, mas ela percebeu que seu olhar afiado vasculhava o cenário.
“Acredito em você.” ele disse. “Eu acho que ela está aqui também.”
Ela ofegou e lutou para conter seu temperamento. Ele estava certo.
Esta vampira não importava nem um pouco. Ela assentiu de leve
para ele, que deixou o braço cair e deu um passo para dentro. Com
uma última olhada para a vampira, Seremela o seguiu.
82
Paredes de metal, chão de metal, teto de metal. Sem cadeiras, sem
tapete, sem coisas penduras na parede ou escrivaninhas.
83
SEIS
Amor
“Não sei muito sobre a sociedade Djinn.” ela disse. Sua expressão
se tornando amedrontada quando captou a preocupação dele. “Eu
não sei o que isso significa.”
Malphas não viera ao seu trailer vazio para conversar com eles.
Viera para decidir se deveria ou não mata-los também. A única
razão pela qual Duncan e Seremela ainda estavam vivos era
porque o Djinn ainda não tinha decidido qual seria o melhor
desfecho para ele.
“As coisas eram diferentes quando a garota não era ninguém, não
eram?” Duncan disse. Malphas caminhava lentamente ao seu redor,
e Duncan se virava para ficar de frente para ele. “Porque então,
ninguém se importava se ela morresse. O que eu não entendo é,
por que enforca-la, para começar?”
86
desobediente. “Ela é insolente e mal educada, ela tem se
comportado como se todos aqui lhe devessem algo. Antes de vocês
chegarem, não havia ninguém aqui, no Portão do Diabo, que
sentiria falta dela e várias pessoas que ficariam felizes em vê-la
partir. Nesse meio tempo, alguém de Poder – alguém que tinha se
apoderado de uma grande quantidade de poder, aqui – foi morto e
há muitas outras criaturas Poderosas aqui presentes, que ficaram
perturbadas com isso. Eles querem retaliação. Eles querem saber
que a mesma coisa não pode acontecer a eles e continuar impune.
Eles ouvem a palavra “veneno”, veem a medusa...” O Djinn deixou a
frase morrer enquanto dava de ombros. “O clamor para que ela
fosse enforcada se tornou alto demais para ser ignorado. Ela tinha
que ser mantida em algum lugar, então eu a prendi.”
88
Tudo aquilo queria dizer algumas coisas para Duncan. A primeira
era que Malphas não esperava sofrer nenhuma repercussão pela
morte de Thruvial, porque ele não estivera envolvido.
Duncan disse. “Esta é uma linha que você não quer cruzar,
Malphas.”
“Você pode não pertencer a uma Casa em particular, mas nós sim.
Nossa Casa se importa com o que acontece conosco, eles sabem
onde estamos e as associações deles são fortes.” Duncan falou.
“Carling Severan foi quem me fez e apesar dela não pertencer mais
ao Tribunal Antigo, ela ainda mantém conexões e alianças com o
mais Poderoso dos Djinns. Essas conexões incluem o próprio líder
do Tribunal Antigo, Soren, e o filho de Soren, Khalil, da Casa Marid.
De fato, você deve ter ouvido que uma vez, Carling e Khalil
entraram em guerra juntos com outro Djinn pária da primeira
geração. Eles venceram.”
89
importando o grau ou senso de separatismo e ganho de lucro que
eles tenham adquirido aqui, no Portão do Diabo. Nós não temos
que justificar tirar uma garota inocente de uma situação de perigo.
Você não vai nos impedir de recuperá-la, assim como não vai nos
prejudicar de nenhuma maneira, enquanto estivermos aqui, porque
se o fizer, você atrairá aquele tipo de guerra sobre sua cabeça e
realmente, Malphas, no final da contas, nenhum de nós vale tanto
assim para você.”
90
“Terminamos.” ele disse. Ele soava tão calmo como sempre, sua
voz rica suave e calmante, mas enquanto caminhava em sua
direção, ele puxou a arma.
“Merda.” ela murmurou. Claro que ele estava certo. Ela olhou em
volta, mas o outro vampiro tinha desaparecido também.
“Eu realmente preciso ir para casa agora, tia Serrie.” ela sussurrou.
“Claro que você precisa.” ela disse. Agora, não era hora para
julgamentos e sermões. “Você está machucada?”
91
“Tá bom, eu não me importo.” disse a garota, sua voz oscilando.
“Eu só quero dar o fora daqui.”
Este, entretanto… este era algo diferente de qualquer coisa que ela
já tivesse encontrado. Quanto mais ela se concentrava, mais
profundo o poço de Poder parecia, por debaixo do verniz daquele
brilho suave e jovial. Por um momento, ela teve a impressão de que
poderia despencar dentro de algo mais vasto do que jamais
experimentara.
92
Ela se virou para encarar a garota. “Onde, diabos, você conseguiu
esse tipo de coisa?”
93
Seremela tinha se aperfeiçoado a ler as sutis mudanças no rosto
dele. Quando ela viu a linha da boca dele se enrijecer, ela
perguntou. “O que é?”
94
pacífico, enquanto cada passo que ela dava, cada momento que
passava, parecia levar uma hora. Num enorme contraste com a
maneira como ela se sentiu quando entraram no local, ela olhou
para cima, para os Globins armados na plataforma acima e se
sentiu grata pela presença deles.
Eu amo você, ela pensou. Você viajou para o outro lado do país por
mim, desviando-se tanto de seu caminho. Você tem enfrentado
alguns criminosos e um Djinn trapaceiro. Você aceitou sem
questionar quando eu disse que Vetta era inocente e tem feito tudo
isso com humor e gentileza, está disposto a fazer tudo isso por
minha sobrinha também, a quem você nem mesmo foi apresentado
de forma correta.
Como?
95
para trás numa trança e ela vestia calça legging escura e uma
túnica sem manga, simples.
97
Então, finalmente saíram da barraca. Lá fora, o ar mais frio da noite
no deserto era indescritivelmente maravilhoso. Seremela e Vetta
respiraram profundamente, quase cambaleando de alívio, enquanto
a mulher Dark Fae parava para olhar para elas sobre o ombro.
A mulher Dark Fae disse. “Nós não devíamos passar pela parte
lotada, em direção ao centro do acampamento. É mais sossegado
pelos arredores.”
98
“Você simplesmente a deixou lá.” Seremela disse. “Você sabia que
Vetta era inocente e você permitiu que eles a aprisionassem por –
quanto, dois dias? Ela estava aterrorizada e completamente
sozinha.”
“O que você ainda está fazendo aqui?” Vetta perguntou. “Eles vão
enforca-la, se descobrirem o que fez.”
“Tenho total consciência disso, mas eu não era livre para partir até
que você o fosse.” disse Xanthe. Ela olhou em volta. “Não é seguro
ficar aqui e ter esta conversa. Vocês ainda precisam partir
imediatamente.”
99
“Exatamente o que eu penso.” Seremela disse desgostosa. Ela se
lembrou de onde tinham estacionado o SUV e começou a puxar
Vetta naquela direção.
100
penetrando os ossos de seu ombro. Era bom, nutritivo e exótico ao
mesmo tempo e ela não confiava nem um pouco naquela sensação.
101
espécie ainda mais venenosa.” Ele e sua companheira
desembainharam as espadas também e o som de metal raspando
correu pela espinha de Seremela.
“Eles não entendem que você tem uma arma apontada para eles?”
Seremela disse, incrédula, na cabeça de Duncan.
“Eu não posso usar isto e eles sabem disso.” disse Duncan. “A
arma de fogo atrairia muita atenção. O som da luta de espadas já é
ruim o suficiente.”
Ela olhou para ele, pegou o vislumbre da luz da lua em seu sorriso
sombreado e então, ele saltou sobre os três Dark Fae que lutavam.
102
Seremela estavam concentradas no perigo à frente. Cada músculo
em seu corpo estava tão tenso como as cordas de um piano e ela
se sentia um pouco nauseada, enquanto tentava achar um sentido
naquela disputa.
103
Ela baixou a arma, travou e caminhou rapidamente até Duncan,
jogando os braços em volta dele. Ele a trouxe para perto, com uma
mão em sua nuca.
Oh, deuses, obrigada. Ela se agarrava a ele com toda a sua força.
104
SETE
Lar
105
O amanhecer apareceu no horizonte. Depois de baixar os
protetores de todas as janelas para bloquear o sol da manhã, a
copiloto serviu um café-da-manhã ao estilo bistrô para Xanthe,
Vetta e Seremela, com frutas frescas, pãezinhos, queijo, ovos
cozidos, salmão defumado, café quente com creme e suco de
laranjas frescas.
Ela sentiu o rosto quente e desviou os olhos dele. Ela nunca tinha
alimentado um vampiro diretamente de suas veias. A mordida deles
era famosa por induzir uma sensação de euforia em seus doadores.
Talvez fosse por isso que ele ficou envergonhado. Ela deu uma
olhada em Xanthe e Vetta. Talvez fosse até bom ele não precisar
de sangue fresco agora.
106
Apesar do cansaço ameaçar tomar conta dela, ela comeu
rapidamente e bebeu várias xícaras de café, animada por um senso
de propósito. Ela não ia relaxar enquanto carregassem um item de
Poder sem ser examinado, no avião.
107
Seremela murmurou gentilmente. “Ele a machucou de alguma
maneira?”
Vetta olhou para ela de lado e ela soube que sua sobrinha entendeu
o que ela realmente estava perguntando.
“Eu não sei.” Vetta disse. “Ela só era uma mulher numa parada de
descanso. Eu peguei isso de dentro do carro dela quando ela entrou
no posto de gasolina. Eu posso dizer que tinha um formigar de
Poder. À princípio, o achei legal. Então, toda vez que eu começava
a baixar as cartas sozinha, Morte continuava a aparecer. Toda vez,
Tia Serrie. Ficou de uma tal maneira, que eu não conseguia dormir.
Eu continuava a checar as cartas. Então, eu comecei a rezar. Eu
tinha tanta certeza de que iria morrer.” A voz dela sumiu.
108
Seremela tocou as costas da mão de Vetta em silenciosa simpatia.
Vetta observava miserável enquanto Seremela procurava dentro da
mochila, Duncan e Xanthe ficaram quietos, observando também.
109
“Eu não tenho ideia do dono da mágica que criou isto.” ela disse.
“Não é Light Fae, Élfico, Wyr, Demonkind, humano – ou qualquer
outra coisa que eu já tenha encontrado. É mais Poderoso do que
parece na superfície e eu não tenho certeza do que o Poder faz.
Talvez, ele só sirva para ser um instrumento para adivinhação. Eu
não sei.” Ela encontrou o olhar de Duncan enquanto falava. “Eu não
sinto nenhuma manifestação ofensiva na mágica, mas não gosto de
mágica que eu não entendo, e não confio nisto.”
Xanthe se esticou para tocar uma das cartas, com seus olhos
grandes e cinzas arregalados. Ela disse. “Eu as acho lindas.”
110
Seremela não queria assumir a responsabilidade pelo baralho de
Tarô e Vetta se recusava a tocá-lo.
A boca dela. Era como todo o resto dela, sensível e generosa com
suavidade e ainda assim, desenhada com determinação e caráter.
Ele amava a boca dela; ele amava isso e ele a beijou e a beijou,
enquanto ela enrolava os braços em torno do pescoço dele e
retribuía o beijo. Incentivado pela resposta dócil e sincera dela, sua
111
agressão sexual estava de prontidão, pronta para saltar sobre ela.
Ele a segurou com rédeas firmes. Agora, não era a hora.
“Thruvial era um porco.” Duncan disse. Aquilo fez com que ela
prestasse atenção a ele de novo. Ele disse, deliberadamente, para
os olhos arregalados dela. “Eu acho que você é a mulher mais
bonita que eu já conheci, por dentro e por fora.”
112
“Então está tudo bem.” E porque ele tinha ficado tenso enquanto
esperava pela resposta dela, ele relaxou e pressionou um beijo na
testa dela. “Você sabe que Rigoletto está sendo apresentado nesta
temporada?”
Ele queria fazer coisas com ela. Ele queria dividir o jornal da
manhã, ficar de mãos dadas numa sessão de cinema, caminhar
pela praia numa noite de lua cheia. Ele queria que ela ligasse para
ele e o interrompesse no serviço. Ele queria observá-la saboreando
uma boa refeição.
Deuses.
113
Ele conhecera o vazio em sua vida e sabia o que era estar só. Ele
tomara amantes por um tempo e então, elas tinham partido, ele
assistira seus amigos e familiares humanos morrerem. Ele nunca
tinha conhecido alguém para preenchê-lo tão completamente só de
dizer as quatro mais bonitas palavras de qualquer língua.
114
“Outra hora, nós as encontraremos.” Duncan disse à irmã de
Seremela. “Neste meio tempo, não há de quê. Aproveite a volta de
sua filha, sã e salva.”
Seremela falou para a irmã. “Vetta contará tudo para você. Estou
muito cansada para falar.”
Apaixonar-se era um belo sentimento, desde que fosse com ela. Ele
riu e inclinou sua cabeça até que seus lábios se tocassem. Então,
ele disse baixinho, contra os lábios abertos dela. “Nós temos.”
115
A viagem até a casa dela foi feita em silêncio feroz. Ela não
conseguia ficar sentada quieta e se mexia, e suas cobras a
percorriam sem descanso.
Ele não a queria sentada, imóvel. Ele queria que ela se mexesse e
palpitasse, enquanto ele perseguia sua presa para enfim captura-la,
finalmente – contra a porta, armário, sofá, qualquer que fosse o
lugar, não importava, qualquer uma das imagens que sua
imaginação aquecida lhe fornecia estava boa, porque ele iria
captura-la, era só uma questão de tempo. A escuridão vermelha
tomou conta dele, e ele se manteve sob um controle feroz enquanto
dirigia com imaculado cuidado através do tráfego pesado da sexta-
feira, em Miami.
116
Olhando diretamente para ela, ele a interrompeu. “Me convide para
entrar.”
117
As mãos quentes e trêmulas acariciaram o material da camiseta
dele, correndo por seu peito. “Está tudo bem.” ela sussurrou. “Eu
quero que você me morda.”
“Eu não sei.” ela gemeu. Ela derrubou as chaves e se abaixou para
recuperá-las. “O que acha de um final de semana na cama?”
118
Então, finalmente eles estavam lá dentro, sozinhos, no apartamento
sombreado dela. Ela jogou a bolsa sobre o sofá – ele percebeu que
se esqueceram da pasta dela, no porta-malas do carro – e então ele
perdeu aquele pensamento quando ela se jogou em cima dele. Ele
a segurou enquanto ela envolvia seu corpo com os braços e as
pernas e ele marchava para o quarto.
“Isso foi ainda melhor do que da última vez.” ele sussurrou, sorrindo
enquanto espalmava o seio cheio e macio. Ela puxou os jeans dele,
abrindo-os e deslizou as mãos dentro deles enquanto fazia com que
o material descesse pelas coxas esbeltas dele. Uma sensação
estranha correu pelo tronco dele e para cima, em seus braços. Ele
olhou para baixo, para as cobras dela conforme elas passeavam
por sua pele.
119
Ela afastou algumas cobras dele. “Você tem certeza de que isto não
é muito – ‘tentáculo’ para você?”
“Oh, bem.” ele disse, dando-lhe um sorriso torto. “Lá se foi aquela
fantasia.”
120
Os seios dela era exuberante, maravilhosos e cheios, os mamilos,
macios e viçosos, eram vários tons mais escuros do que o verde
claro cremoso de sua pele. Ele se inclinou, tomou um mamilo na
boca e o sugou gentilmente. O som abafado que ela emitiu era
incoerente e de urgência. Ela segurou a cabeça dele, correu os
dedos pelo cabelo e acariciou os ombros masculinos.
121
O gemido que ela emitiu, repleto de sexo e rendição, ricocheteou
por todos os sentidos aquecidos dele, enquanto o sangue quente se
derramava em sua boca, isso era tão estranho, tão estranho. Ele foi
virado do avesso, seu desejo por ela fora de controle. Ele rosnava
conforme bebia dela, enquanto ela se arqueava contra ele,
ofegando. O sangue dela era mais forte do que o humano. Entrava
nele como um soco e fazia o mundo girar.
122
Fora de controle, ela deu um pulo e ofegou. “É tão bom. Intenso
demais.”
123
deixaria até que o clímax dela tivesse terminado, mas então ela o
chocou novamente, ao puxar sua mão de dentro dela. Ela se
ergueu e o empurrou de costas, quando ele cedeu, ela veio por
cima e montou nele. Ela era a mais surpreendente visão que ele já
tinha visto, seu rosto bonito estampado com intensidade enquanto
ela tomava seu pênis, posicionava-o e se abaixa sobre ele.
“Jesus.” ele disse. Seu próprio clímax foi como o tiro de uma bala.
Ele agarrou os quadris dela e se contraiu forte debaixo dela,
praguejando.
Ela desabou sobre ele, e ele a abraçou com todo o seu corpo.
Depois de alguns minutos, ela perguntou. “Nós vamos fazer muito
disso, não vamos?”
Eles dormiram desse jeito, com ele ainda dentro dela e ela
esparramada como uma boneca de pano em cima dele.
124
encontrado a mulher certa, até agora. Mas, ele estava se
adiantando. Eles nem tinham tido um primeiro encontro, ainda.
“Hmm.” Bem quando ele tinha certeza de que ela tinha caído no
sono de novo, ela murmurou. “Acho que é sexta?”
Ela abriu os olhos e deu uma olhada nele. “Qual é nosso primeiro
encontro?”
125
“Estou feliz de estar em sua cama, também.” Ele movia os quadris
preguiçosamente contra a mão dela.
Ele perguntou divertido. “De um jeito que diz que eu toco piano?”
Ela tocou o nariz dele com um dedo. “Me diga se você tem um terno
Bogart. Oh, esqueça isso, você tem vários ternos e eles são muito
mais bonitos do que qualquer uma de minhas roupas. Por acaso
você acredita em premonição?
FIM
127