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Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Instituto de física - IF
Unidade acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC
Engenharia Civil

RELATÓRIO 2

LABORATÓRIO DE FÍSICA 2

CAMPO A PARTIR DO POTENCIAL ELÉTRICO

Aluno: Wesley Raniery da Silva Rocha

Matrícula: 18210848

Professor: Carlos Jacinto da Silva

Turma: ECIV046-D

Maceió - Alagoas
Julho de 2021
INTRODUÇÃO TEÓRICA

Campo elétrico

O campo elétrico pode ser definido como uma grandeza vetorial (possui sentido,
direção e módulo) utilizado para medir as interações entre cargas elétricas, que podem ser de
atração ou repulsão. Em outras palavras, esse campo é uma espécie de força gerada ao redor
das cargas elétricas. Um típico exemplo de interação acontece quando encostamos o braço na
tela de uma televisão recém- desligada e os pelos ficam arrepiados. Dessa forma, esse
fenômeno acontece porque os circuitos elétricos internos da televisão geram uma alta tensão
para o seu funcionamento, a qual é aplicada internamente, bem próximo da tela. Isso faz com
que o campo elétrico formado pela alta tensão atraia corpos não polarizados, no caso os pelos
do braço. Sabe-se também que o campo é identificado a partir da interação com uma carga de
prova. A ausência de iterações implica em dizer que não existe campo naquele local.

 Como calcular o campo elétrico?


O campo elétrico é dotado de grandeza vetorial. Em função disso, o vetor do campo,
gerado a partir das forças de interação, depende apenas do sinal da carga elétrica.
A exemplificação pode ser feita a partir de uma carga de prova, isto é, uma carga
elétrica colocada em um dado ponto do campo para comprovar a sua existência. Se o campo e
a carga tiverem o mesmo sinal, serão repulsados. Mas se os sinais forem contrários, irão se
atrair.
O cálculo do campo de uma carga puntiforme, localizada em um corpo de dimensões
desprezível, é calculado por meio da fórmula:
E = K0.Q/ d²
Sendo:
E: campo elétrico [N/C ou V/m]
Q: carga geradora do campo elétrico, em Coulomb (C)
k0: constante eletrostática do vácuo (8,99.10^9 N.m²/C²)
d: distância do ponto até a carga geradora.
A partir da razão entre a força elétrica e carga de prova é possível calcular a
intensidade do campo elétrico:
E = F/q

Sendo:

E: campo elétrico [N/C]


F: força elétrica [N]
q: carga elétrica [C]

A força elétrica e vetor do campo elétrico possuem algumas propriedades, entre


elas:

• Em módulo, temos: F=|q|.E


• Apresentam sentidos iguais quando a carga de prova é positiva (q > 0) e sentidos
opostos quando a carga de prova é negativa (q < 0);
• A direção do campo elétrico aponta para fora de uma carga pontual positiva, e na direção de uma
carga pontual negativa. O valor do campo elétrico diminui com 1/r² se distanciando do ponto de
carga.

Campo elétrico perto de várias cargas pontuais:


Se temos múltiplas cargas espalhadas, expressamos o campo elétrico somando os campos de
cada carga individual:

A somatória é executada como uma soma vectorial.

Campo elétrico perto de uma carga distribuída:

Se as cargas são espalhadas em uma distribuição contínua, a somatória evolui para uma
integral:

Onde r é a distância entre dq e o local de interesse, enquanto ^r nos lembra que a direção da
força está numa linha direta entre dq e o local de interesse

Relação entre campo elétrico e tensão elétrica (ou diferença de potencial):


Quanto mais próximos estivermos de uma fonte de campo elétrico (carga positiva), maior será
o potencial elétrico na região. De forma similar, quanto mais próximos estivermos das cargas
negativas (sumidouros de campo elétrico), menor será o potencial elétrico. A projeção paralela do
campo elétrico na reta que liga dois pontos nos fornece a diferença de potencial entre esses dois
pontos.
Nessa figura, temos um campo elétrico E e dois pontos espaçados de uma distância
d. A diferença de potencial U, em Volts, entre esses dois pontos é dada por:

E.d = U
Sendo:

E: modulo do campo elétrico;

U: diferença de potencial entre os pontos; d:

distância entre eles.

Caso uma carga elétrica se mova na direção das linhas azul e vermelha, ela estará sempre no mesmo
potencial elétrico, pois o campo elétrico tem a mesma intensidade em todos os pontos localizados acima
dessas linhas, recebendo o nome de superfície equipotencial.
Linhas de força:

Para visualizar o campo elétrico, utiliza-se um artifício denominado linhas de força. As linhas
de força são uma construção geométrica que permite entender a direção e o sentido do campo elétrico
mais facilmente. Elas são construídas de forma que o campo elétrico é sempre tangente às linhas.
As linhas de força do campo elétrico de duas cargas de sinais iguais apresentam-se da seguinte
forma:

As linhas de força do campo elétrico produzidas por duas cargas de sinais diferentes
comportam-se assim:
EXPERIMENTO:

EXPERIMENTO:

CAMPO A PARTIR DO POTENCIAL

1. Resultados observados:
Pontos coletados na cuba eletrolítica com eletrodos cilíndricos de cobre como eletrodos:
Potencial Pontos
(V) Coletados (x,y)
1.25 (-4.2, 0)
1.25 (-5.5, 2.2)
1.25 (-8.5, 4)
1.25 (-12, 5.1)
1.25 (-5.4, -2.8)
1.25 (-7.4, -4)
1.25 (-10.5, -6)
- -
0.90 (-3.4, 0)
0.90 (-3.8, 2)
0.90 (-6.4, 8.2)
0.90 (-6.1, 7)
0.90 (-4.2, -4)
0.90 (-5.9, -7.1)
- -
0.40 (-1.5, 0)
- -
0.45 (-2, 2.7)
0.45 (-2.6, 6)
0.45 (-2, 3.9)
0.45 (-1.9, -6.2)

Ao colocar o anel de latão na cuba entre os eletrodos, observou-se que ao medir o potencial fora
do anel, ele continuou variando, porém, ao medi-lo no interior do anel, ele era uniforme em todos os
pontos e muito próximo de zero.
Agora com placas metálicas paralelas funcionando como eletrodos, obtiveram-se os seguintes
pontos de mesmo potencial:
Potencial Pontos
(V) Coletados (x,y)
1.10 (-7, -6.1)
1.10 (-7, -3.9)
1.10 (-7, -1.2)
1.10 (-7, 1.5)
1.10 (-7, 4.2)
- -
0.62 (-4, -5.2)
0.62 (-4, -3)
0.62 (-4, -0.2)
0.62 (-4.1, 2.1)
0.62 (-4, 5)
- -
0.15 (-1, -5)
0.15 (-1, -1.9)
0.15 (-1, 0.1)
0.15 (-1, 2.5)
0.15 (-1, 4.5)
- -
-1.00 (6, -6.2)
-1.00 (6, -2.8)
-1.00 (6, -0.3)
-1.00 (6, 2.4)
-1.00 (6, 5.1)
- -
-0.65 (4, -6.4)
-0.65 (4, -3.2)
-0.65 (4, 0)
-0.65 (4, 2.8)
-0.65 (4, 5.5)
- -
-0.33 (2, -6.8)
-0.33 (2, -3.1)
-0.33 (2, 0)
-0.33 (2, 2.9)
-0.33 (2, 5.5)

Ao colocar novamente o anel de latão ao centro da cuba, entre as duas placas paralelas, notou-se
mais uma vez que os potenciais elétricos continuaram variando no exterior do anel, enquanto que em seu
interior, mantinha-se uniforme e praticamente nulo.
Com o anel ainda entre as placas, foram coletados os seguintes pontos em seu exterior:
Potencial Pontos
(V) Coletados (x,y)
0.13 (-1.2, -7)
0.13 (-1, -5.2)
0.13 (-1.3, -4)
0.13 (-1.9, -3)
0.13 (-2.8, -1.8)
0.13 (-3, 0)
0.13 (-2.3, 2.3)
0.13 (-1.3, 3.8)
0.13 (-1.1, 5.9)
- -
-0.28 (2, -7)
-0.28 (2.2, -4.6)
-0.28 (2.9, -3)
-0.28 (3.3, -1.3)
-0.28 (3.4, 0)
-0.28 (3, 2)
-0.28 (2, 3.7)
-0.28 (2, 5)
2. Análises e discussões dos resultados:
Na primeira parte do experimento, com os eletrodos cilíndricos de cobre com polaridades
diferentes, foi possível construir o seguinte gráfico:

A partir do gráfico, foi possível observar a formação de superfícies equipotenciais, que


consistem em superfícies de um campo elétrico onde todos os pontos apresentam mesmo potencial
elétrico, ou seja, suas linhas de força são sempre perpendiculares a sua superfície. Neste caso, se
apresentam em circunferências concêntricas que começam a se achatar nas regiões próximas ao ponto
médio entre os eletrodos. Esse tipo de superfície é causada pela presença de cargas pontuais, neste caso,
os cilindros de cobre polarizados. Caso a amostra de pontos cobrisse toda superfície da cuba
eletrolítica, seria possível ver simetria entre os dois lados.
Pode ser observado pelo gráfico, um campo elétrico uniforme causado pelas placas paralelas.
Neste caso, os pontos equidistantes das placas formam planos perpendiculares às linhas de campo e
paralelos às placas metálicas. Um campo elétrico é uniforme em uma região quando suas linhas de força
são paralelas e igualmente espaçadas umas das outras, o que implica que seu vetor campo elétrico nesta
região têm, em todos os pontos, mesma intensidade, direção e sentido.
Na terceira parte, ao adicionar o anel de latão, foi possível construir o seguinte gráfico:

Neste caso, foi possível observar o fenômeno da blindagem eletrostática, que consiste em o
campo elétrico no interior da superfície condutora ser nulo, o que ocorre devido à distribuição equitativa
das cargas. Em relação à superfície exterior do anel, sabe-se que, ao se aproximar dela, o valor da
voltagem aumenta. O campo elétrico formado pelas placas paralelas se reorganizou devido à presença do
anel delatão.

3. Conclusão:
Foi possível, a partir desse experimento, provar fenômenos como a dissociação eletrolítica,
propriedades das linhas de campo e superfícies equipotenciais que se formam a partir da presença de
carga, entre outras características dos campos elétricos. As superfícies equipotenciais são regiões
onde todos os pontos possuem o mesmo potencial. No caso dos eletrodos cilíndricos, observou-se a
formação de superfícies equipotenciais em formatos aproximados de circunferências que se
achatavam ao se aproximar do ponto médio entre os eletrodos. Com as placas paralelas, foram
observadas superfícies equipotenciais paralelas a estas placas metálicas, formando um campo elétrico
uniforme. É importante observar que essas superfícies estarão sempre perpendiculares às linhas de
campo elétrico. Provou-se também, na terceira parte do experimento, o efeito de blindagem
eletrostática, que foi possível pela inserção do anel de latão em meio as placas paralelas, o que ocorre
é que no interior do anel o potencial é nulo, pois as cargas se distribuem de forma equitativa em seu
interior.
4. Questões:
1) a) Por que aparecem correntes nos dois sentidos quando se desloca o ponteiro
móvel de um eletrodo para outro?
Resposta: Pois a solução eletrolítica possui íons livres com cargas positivas e negativas que estão em
equilíbrio quando em Ph 7, esses íons conseguem se deslocar dentro da solução conforme é
adicionado potencial elétrico em extremidades do refratário que os contem, conduzindo, desta forma,
eletricidade. Isto acontece, pois, uma substancia, ao dissolver-se em água, divide-se em partículas
cada vez menores. O que é apresentado pela Teoria da Dissociação Eletrolítica de Arrehenius, que
estabelece que pode ocorrer de algumas substâncias se dividirem além das moléculas, resultando em
íons (espécie química eletricamente carregada), tornando a solução condutora de corrente elétrica. Foi
observado, posteriormente, que essas soluções conseguiam retornar ao estado anterior em sentidos
opostos, sendo assim, reversíveis, já que ocorrem nos dois sentidos, equacionadas com dupla seta de
orientações contrárias. Como o sulfato de cobre utilizado no experimento, que ao dissolver-se em
água, liberou os íons Cu²+ e SO²-4, que ficaram livres na solução, conseguindo movimentar-se.
b) Se convencionarmos o eletrodo negativo como o de potencial nulo e colocarmos aí
a ponteira fixa, o que observamos nas variações de potencial com o deslocamento da
ponteira móvel?
Resposta: Não há alteração nas variações de potencial, pois a convenção é utilizada apenas para
estabelecer um referencial para a análise do fenômeno em estudo.
2) Existe alguma contradição em estarmos efetuando eletrostática em uma região
onde estarão ocorrendo correntes iônicas (na solução eletrolítica)?
Resposta: Não, já que neste caso existe um equilíbrio interno entre as cargas elétricas dos íons
presentes na solução.
3) O anel colocado no item 5 do procedimento experimental constitui-se numa
perfeita blindagem eletrostática? Justifique sua resposta.
Resposta: Quase perfeita, pois a blindagem eletrostática afirma que o campo elétrico no interior da
superfície condutora deve ser nulo, o que ocorre devido à distribuição equitativa das cargas e, para que
fosse perfeita, era necessário que a voltagem no interior do anel fosse exatamente nula, porém ao fazer
a medição observou-se valor muito próximo de zero, mas não zero.
4) Por que dizemos na prática que os dois polos de uma bateria ou de uma pilha
expostos ou “ligados” apenas ao ar atmosférico se encontram isolados (isto é, estas
fontes não estão sendo usadas)?
Resposta: Pois o ar atmosférico não é um bom condutor elétrico. Isto ocorre, pois os gases que
formam o ar atmosférico não conduzem corrente elétrica naturalmente, ou seja, são isolantes, sendo o
ar um dielétrico (materiais em que os elétrons estão firmemente ligados aos respectivos átomos, que
não possuem elétrons livres ou o número de elétrons livres é relativamente pequeno, o que dificulta o
deslocamento da carga elétrica).
REFERÊNCIAS

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/fisica/campo-eletrico acessado em 18/07/21;


https://pt.khanacademy.org/science/electrical-engineering/ee-electrostatics/ee-electric-force-
and-electric-field/a/ee-electric-field acessado em 18/07/21;
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-campo-eletrico.htm acessado em 18/07/21;
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/superficies- equipotenciais.htm#:~:text=Superf
%C3%ADcies%20equipotenciais%20s%C3%A3o%20sup erf%C3%ADcies%20de,sempre
%20perpendiculares%20a%20sua%20superf%C3%ADcie acessado em 18/07/21;
https://infoenem.com.br/blindagem-eletrostatica-e-a-gaiiola-de-faraday/ acessado em
18/07/21;
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/dissociacao.htm acessado em 18/07/21;
https://www.preparaenem.com/fisica/material-dieletrico.htm acessado em 18/07/21;
https://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrostatica/campo4.php#:~:text=
Dizemos%20que%20um%20campo%20el%C3%A9trico,mesma%20intensidade%2C
%20dir e%C3%A7%C3%A3o%20e%20sentido acessado em 18/07/21.

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