Este documento discute os conceitos de bens públicos no Brasil. Ele define bens públicos como aqueles pertencentes a entidades estatais como a União, estados, municípios e autarquias. Estes bens podem ser destinados ao uso comum do povo, uso especial ou uso dominical. O documento também descreve os procedimentos para alienação e uso especial de bens públicos por particulares.
Este documento discute os conceitos de bens públicos no Brasil. Ele define bens públicos como aqueles pertencentes a entidades estatais como a União, estados, municípios e autarquias. Estes bens podem ser destinados ao uso comum do povo, uso especial ou uso dominical. O documento também descreve os procedimentos para alienação e uso especial de bens públicos por particulares.
Este documento discute os conceitos de bens públicos no Brasil. Ele define bens públicos como aqueles pertencentes a entidades estatais como a União, estados, municípios e autarquias. Estes bens podem ser destinados ao uso comum do povo, uso especial ou uso dominical. O documento também descreve os procedimentos para alienação e uso especial de bens públicos por particulares.
A) em sentido amplo: também denominado domínio eminente,
está relacionado ao poder exercido pelo Estado sobre todos os bens, sejam eles públicos ou privados, que se localizem em seu território. É utilizado para fundamentar as limitações estatais impostas aos particulares. B) em sentido estrito: está relacionado ao conjunto de bens pertencentes ao Estado. É, literalmente, o próprio patrimônio público, ou seja, são os bens públicos.
➔ Art. 98, CC. São públicos os bens do domínio nacional
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Portanto, são considerados públicos os bens pertencentes aos entes
federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), às autarquias (incluindo as associações públicas) e às fundações públicas que utilizarem o regime de direito público.
As Empresas Estatais, só terão seus bens tratados como de domínio
público (assunção de prerrogativas) quando exercerem prestação de serviço público, e enquanto durar a atividade.
Em resumo, podemos dizer que, enquanto o Código Civil (corrente
dominante) se importa com a titularidade do bem, classificando como públicos os bens apenas se pertencentes às pessoas de direito público, a corrente mista (minoritária) entende como públicos os bens utilizados para a prestação de serviços públicos, ou seja, não leva em consideração quem é o titular do bem, e, sim, para qual tipo de atividade ele serve.
Os bens públicos podem ser federais, estaduais, distritais ou
municipais. A Constituição Federal não elencou quais os bens pertencentes ao Distrito Federal e aos Municípios, mencionando, apenas, quais os bens de titularidade da União e dos Estados.
➔ Bens da União (art. 20, CF)
➔ Bens dos Estados (art.26, CF)
A classificação mais importante envolvendo os bens públicos é
aquela que considera sua destinação. Segundo o Código Civil, os bens públicos podem ser de uso comum do povo, de uso especial ou dominical.
➔ arts. 98 - 103 CC.
A) Bens públicos destinados ao uso comum do povo: podemos
dizer que esses bens servem para o uso geral das pessoas, não possuindo uma finalidade específica em sua utilização. Pode ser pago ou a título gratuito.
B) Bens públicos destinados ao uso especial: são bens públicos
com destinação específica. Podem ser bens móveis ou imóveis. Em regra, a administração é usuária direta do bem.
C) Bens públicos destinados a uso dominical: de forma simples,
podemos classificar os bens dominicais como aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito público que, entretanto, não estão sendo usados para nenhuma finalidade, seja genérica ou específica. Assim, teremos bens desafetados, ou seja, que não possuem uma utilidade pública. Pode ser bem móvel ou imóvel.
** bens afetados (consagrados) são os bens com utilidade pública e
desafetados os sem utilidade pública, entretanto, tal classificação não é estanque, ou seja, um bem afetado poderá se tornar desafetado e vice-versa.
O procedimento de afetação é bastante simples, pois bastará a
destinação do bem para que este se torne de uso comum do povo ou especial.
O procedimento de desafetação (desconsagrados) , por sua vez, é
bem mais complexo, pois, para que se efetive, faz-se necessária a edição de uma lei específica ou a produção de um ato administrativo expresso. Assim, o não uso do bem não o torna de maneira automática bem de uso dominical; faz-se imprescindível a manifestação expressa do Poder Legislativo (lei específica) ou do Executivo (ato administrativo). Cumpre observar que poderá existir a desafetação em virtude de fatos da natureza. **
Atributos dos bens públicos:
São quatro os atributos principais: imprescritibilidade, impenhorabilidade, não onerabilidade e alienabilidade condicionada.
➔ Art. 102, CC. Os bens públicos não estão sujeitos a
usucapião. ➔ Art. 183, § 3.º, CF. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Os bens públicos não estão sujeitos à penhora; eles são
impenhoráveis. Então, pergunta-se: como o Estado paga seus débitos? Simples, pelo sistema de precatórios instituído pelo art. 100 da Constituição Federal.
➔ Art.100 CF: Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas
Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
Entretanto, no tocante aos bens públicos, eles não podem ser objeto de nenhum ônus real de garantia, tais como hipoteca, penhor e anticrese.
Só poderão ser alienados os bens de uso dominical, ou seja, aqueles
que não estejam sendo utilizados para nenhuma finalidade pública específica.
O procedimento da venda dos bens públicos encontra-se disciplinado
na lei geral de licitação e contratos (Lei 8.666/1993).
Alienação de bens móveis: a) os bens devem estar desafetados b)
deve existir interesse público c) deve haver avaliação prévia d) há necessidade de licitação (no caso dos bens móveis, como regra, deverá ser adotado o leilão como modalidade licitatória, salvo se o valor da venda for superior a R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais), pois, nesse caso, deverá ser usada a modalidade concorrência.)
➔ Art. 17, Lei 8.666/1993. A alienação de bens da
Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: [...] II – quando móveis, dependerá de avaliação 1. 2. 3. 4. prévia e de licitação (...).
➔ Art. 22, § 5.º, Lei 8.666/1993. Leilão é a modalidade de
licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados [...].
➔ Art. 17, § 6.º, Lei 8.666/1993. Para a venda de bens móveis
avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea “b” desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão.
Alienação de bens imóveis:
➔ Art. 17, Lei 8.666/1993. A alienação de bens da
Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência [...].
Perceba que, no caso dos bens imóveis, além dos requisitos
analisados (bem desafetado, interesse público, avaliação prévia e licitação), deverá existir uma autorização legislativa no caso de a alienação ser relacionada a um bem público.
➔ Art. 22, § 3.º, Lei 8.666/1993. A concorrência é a modalidade
de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19 [...].
➔ Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja
aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras: [...] III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.
➔ Art. 23. A alienação de bens imóveis da União dependerá de
autorização, mediante ato do Presidente da República, e será sempre precedida de parecer da SPU quanto à sua oportunidade e conveniência. § 1.º A alienação ocorrerá quando não houver interesse público, econômico ou social em manter o imóvel no domínio da União, nem inconveniência quanto à preservação ambiental e à defesa nacional, no desaparecimento do vínculo de propriedade. § 2.º A competência para autorizar a alienação poderá ser delegada ao Ministro de Estado da Fazenda, permitida a subdelegação.
O Uso dos bens públicos pelos particulares:
Os bens públicos podem ser usufruídos pelos particulares de forma
normal ou anormal. O uso normal é aquele dentro do escopo do bem, por exemplo, o particular que usa uma praça pública para lazer e as ruas para se locomover em seu carro está gozando desses bens dentro da finalidade esperada. Entretanto, em algumas situações, o particular almeja uma finalidade diversa para aquele bem, por exemplo, a utilização da praça pública para a realização de um casamento privado. Nesse caso, estaremos diante de um uso anormal (também denominado especial), que pode ser do tipo remunerado ou privativo.
Formas de consentimento estatal para uso especial de bens
públicos:
Autorização de uso - quando o particular almeja utilizar, de forma
privativa, determinado bem público para seu interesse puramente privado, deverá solicitar ao Poder Público uma autorização; logo, precisarão receber do Poder Público uma liberação.
Principais características da autorização: Ato administrativo
(unilateral); Ato discricionário; Precário; Interesse particular; Não precisa de licitação; O uso pode ser gratuito ou oneroso
Permissão de uso - a permissão é ato administrativo unilateral,
discricionário e precário. No entanto, diferentemente do que ocorre na autorização, o uso do bem público será feito em prol do interesse predominantemente público.
A regra é que a permissão seja ofertada a título precário, logo, em
caso de revogação desta por parte do Poder concedente, não será oferecido ao particular direitos indenizatórios.
Cite-se, como exemplo, a permissão para que o particular instale
uma banca de jornal na calçada. Perceba que, nesse caso, existe o interesse coletivo relacionado ao acesso à informação.
Principais características da permissão: Ato administrativo
(unilateral). Ato discricionário. Precário (regra). Interesse público. Precisa de licitação. O uso pode ser gratuito ou oneroso.
Concessão de uso Diferentemente dos institutos da autorização e
permissão, que são concedidos mediante um ato administrativo, a concessão de uso de bem público é um contrato administrativo formalizado após prévio procedimento licitatório.
A finalidade desse instituto é conceder ao particular o uso mais
duradouro de determinado espaço público. Podemos citar como exemplo a concessão para instalação de um Box em um mercado público. Por fim, assim como nas outras formas de consentimento estatal, a concessão pode ser ofertada de forma gratuita ou onerosa.
Principais características da concessão: Contrato administrativo.
Prazo determinado. Uso mais duradouro do bem público. Interesse público. Precisa de licitação. O uso pode ser gratuito ou oneroso.
Concessão de direito real de uso - É um contrato administrativo que
transfere a um particular o direito real de uso de um bem público, podendo, inclusive, o concessionário transferir esse título por ato inter vivos ou por sucessão legítima ou testamentária.
➔ Decreto 271/1967.Art. 7.º É instituída a concessão de uso de
terrenos públicos ou particulares remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado, como direito real resolúvel, para fins específicos de regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas. [...] § 4.º A concessão de uso, salvo disposição contratual em contrário, transfere-se por ato inter vivos, ou por sucessão legítima ou testamentária, como os demais direitos reais sobre coisas alheias, registrando-se a transferência.
Concessão de uso especial para fins de moradia - Essa concessão
será ofertada de forma gratuita ao homem ou à mulher, independentemente do estado civil, que preencha os requisitos instituídos pela Medida Provisória 2.220/2001:
➔ Art. 1.º Aquele que, até 22 de dezembro de 2016, possuiu
como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel público situado em área com características e finalidade urbanas, e que o utilize para sua moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural. § 1.º A concessão de uso especial para fins de moradia será conferida de forma gratuita ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2.º O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo concessionário mais de uma vez. § 3.º Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, na posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão. Cessão de uso - Segundo a doutrina majoritária, tratando-se de bens dominicais, poderá o Poder Público transferir bens públicos de um órgão para outro com o escopo de buscar maior eficiência no desempenho das atividades estatais. Como regra, esse repasse se efetiva por meio de convênios ou de termos de cooperação.