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5, 1104-1106, 2008
PRODUÇÃO DE ETANOL A PARTIR DE TORTA DE MAMONA (Ricinus communis L.) E AVALIAÇÃO DA LETA-
LIDADE DA TORTA HIDROLISADA PARA CAMUNDONGOS
Artigo
ETHANOL PRODUCTION FROM CASTOR BEAN CAKE (Ricinus communis L.) AND EVALUATION OF THE LETHALITY
OF THE CAKE FOR MICE. The castor bean cake is rich in starch (48 ± 0.53%) and bears a problem linked to the occurrence of a
toxic protein (ricin). The chemical hydrolysis (ratio solid:liquid = 1:6; H2SO4= 0.1 mol L-1; 120 °C; 40 min) generated a medium
with 27 g L-1 of reducing sugars (hydrolysis efficiency= 32%). The hydrolyzed product was fermented and produced 11 g L-1 of
ethanol (volumetric productivity=1.38 g L-1 h-1 and ethanol yield on substrate consumed=0.45 g g-1). In vivo experiments (DL50)
revealed a reduction of roughly 240 times in the CBC toxicity (2.11 μg g-1).
amilose e amilopectina.8,9 Amostra com 1,0 g de massa foram sub- correlação com curva de calibração que relaciona biomassa, em g
metidas, em triplicata à hidrólise enzimática e o teor de amido foi L-1, com absorvância (y= 2,03x; R2= 0,9954).
calculado com base na quantificação da glicose liberada. O sobrenadante, após filtração em membrana de acetato de celu-
lose (MillexTM 0.22 μ, Millipore) e diluição de 10 vezes com água
Obtenção do hidrolisado ácido destilada, foi analisado utilizando o equipamento de cromatografia a
líquido de alta eficiência (CLAE) da Waters® Corporation, contendo
A hidrólise química em triplicata foi realizada em frascos cônicos o sistema de bombeamento modelo 510 (Waters), injetor Rheodyne,
de 250 mL contendo 10,0 g de torta de mamona seca e solução de detector de índice de refração modelo 2487 (Waters) e integrador
H2SO 4 0,25 mol L -1 (relação sólido-líquido 1:6) . O processo HP 3390A (Hewlett Packard). Foi utilizada a coluna de troca iônica
hidrolítico transcorreu durante 40 min a 121±2 °C em autoclave de Aminex® HPX-87P (BioRad®). Como fase móvel foi utilizada água
4000 W (Fabbe-Primar®, Brasil). Essas condições experimentais são deionizada a uma vazão de 0,6 mL min-1 sob pressão de 500 psi. As
decorrentes de estudos de hidrólise da torta com uso de metodologia amostras foram injetadas através de loop de 5 μL. As temperaturas
multivariada, onde foram avaliados os efeitos de tempo, temperatu- do forno e do detector foram de 80 e 40 °C, respectivamente. Açúca-
ra, razão sólido/líquido e concentração de ácido.7 res e etanol foram quantificados com base em padrões externos.
Paralelamente, os açúcares redutores totais foram analisados pelo
Análise de toxicidade (DL50 %) da torta de mamona e do método do ácido dinitro-salicílico (DNSA).11 As leituras foram rea-
resíduo sólido após a hidrólise lizadas em espectrofotômetro com comprimento de onda de 540 nm.
Tabela 1. Composição de açúcares e hidroxi-metilfurfural presentes Tabela 3. Determinação da DL50 para amostras do resíduo sólido
no hidrolisado químico da torta de mamona analisados por CLAE obtido após hidrólise ácida
Analitos Tempo de retenção Concentração (g/L) Diluição Resultados Acumulados
Animais Animais Totais Mortalidade
Glicerol 18,32 0
Mortos Vivos (%)
Frutose 16,2 9,05
Glicose 10,38 13,46 10-4 0 50 50 0
Maltose 10,05 0 10-3 0 40 40 0
Etanol 15,57 0 10-2 0 30 30 0
Sacarose 9,98 5,49 10-1 0 20 20 0
HMF 28,5 0,51 Não 0 10 10 0
Total —- 28,51 Diluída
HMF – hidroxi-metilfurfural Não houve nenhuma morte nos ensaios realizados com o resíduo
sólido obtido com a hidrólise ácida. Portanto, a DL50 está acima da
concentração da amostra “Não Diluída” com toxicidade maior que
500,0 μg/g de animal.
CONCLUSÕES