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Atuação no Brasil

O processo da chegada ao país começou em julho de 2005, com a compra da Akwan,


empresa que deu origem ao escritório de Belo Horizonte. Antes de ser comprado pela empresa,
o espaço pertencia aos professores e alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O local foi o primeiro do Google fora dos Estados Unidos.
Atualmente o Google possui duas sedes no Brasil, sendo uma em São Paulo e
outra em Belo Horizonte. A sede de São Paulo atende a área de vendas e recebe clientes.
Já na sede de Belo Horizonte, o foco do negócio é a área da engenharia e
desenvolvimento.
A cultura organizacional do Google, originalmente, pode não funcionar muito
bem para funcionários que gostam de trabalhar em ambientes formais e engessados.
Contudo, ela conquista os profissionais que valorizam a liberdade e a autonomia no
trabalho. E em nosso país, não é diferente. A cultura organizacional bem definida do
Google prevalece de modo geral.
Vicente Carrari, quarto funcionário mais antigo do Google Brasil e um dos
responsáveis pela cultura corporativa, discorreu sobre alguns pontos em uma entrevista
com a UOL ECONOMIA, em 2020. O publicitário comentou que a criação da cultura
do Google Brasil foi orgânica, de modo que em muito se aproveitou da cultura e dos
aspectos da matriz, que atuou como referência, mas claro, com adaptações para a cultura
local. Segundo ele, ainda, a Google é um caos controlado genial, pois há uma liberdade
onde as pessoas lidam com seu próprio tempo da sua própria forma, o que as estimula a
serem ousadas, criativas e engajadas em conjunto com as demandas e obrigações do
trabalho.
O Google possui uma cultura bem definida, caracterizada como inovadora,
colaborativa, informal e ágil. Nesse sentido, o ambiente de trabalho reflete esse
conceito. Existe uma sala de jogos, espaços de colaboração, dias temáticos e atividades
lúdicas para promover integração durante a rotina do trabalho, sala do cochilo com
redes para relaxar, e durante a pandemia, quando não houve acesso ao ambiente físico
da empresa, sempre houveram estímulos para a manutenção dos símbolos.
Na esfera da cultura e das adaptações para a cultura local, no escritório em São
Paulo as salas de reunião são nomeadas com nomes divertidos inspirados em
tradicionais áreas da cidade e costumes do Brasil, como “Biscoito Globo”, “Homem
Cueca”, “25 de Março”, “Oscar Freire”, “Tapioca”, “MASP”. Além disso, há espaços, como os
refeitórios, nomeados de “Baixo Augusta” e “Liberdade”, e uma “feira” com frutas grátis para
os funcionários, fazendo referência às feiras tradicionais das ruas brasileiras.
Os funcionários detêm certa liberdade, na medida em que possuem autonomia
individual e estão inseridos na cultura da colaboração, onde há a possibilidade de discutir
ideias independentemente da hierarquia. Também existem bônus por reconhecimento e
apoio humanizado.
Portanto, conclui-se que o escritório é um ambiente livre em variados aspectos,
sejam eles físicos ou intelectuais. O resultado disso são os altos níveis de satisfação
entre os seus colaboradores e a reflexão de que o mundo coorporativo exige “foco em
pessoas”, não apenas “foco em negócios”, e é por isso que a gigante em buscas é bem
avaliada no mundo todo.
Muitas organizações, no contexto organizacional, criam códigos de conduta e
diretrizes, no entanto, para que sua aplicação gere resultados, é necessário ir além,
engajar as pessoas que fazem parte do negócio para que haja um alinhamento de ideias e
um senso de colaboração, para que assim, se crie um ambiente propicio ao
desenvolvimento coletivo e alcance de metas. E é isso que o Google fez. A criação de
“regras” de conduta que direcionam as relações interpessoais dentro da empresa aliado à
criação de um espaço confortável e dinâmico, funcionaram como estratégia para o
alcance de engajamento e motivação dos funcionários, e consequentemente, obtenção de
superávits.

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