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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO - MEC

Secretaria de Educação Superior - SESu


Comissões de Especialistas de Ensino- CEE

INDICADORES DE ÁREAS DO CONHECIMENTO

- DESCRIÇÃO DA ÁREA DE TERAPIA OCUPACIONAL -

COMISSÃO DE ESPECIALISTA DE ENSINO DE FISIOTERAPIA E


TERAPIA OCUPACIONAL
(Portaria 226 - 28/06/95 - SESu/MEC)

Profa. Dra. Selma Lancman - USP (Presidente)


Profa. Raquel Rodrigues Beitto - UFMG (Secretária)
Profa. Ilka Falcão - UFPE (Membro)
Prof. Carlos Eduardo Castro - UFSCar (Membro)
Profa.. Nara Maria S. Ferraz -UFSM (Consultora)

1997
DESCRIÇÃO DA ÁREA DE TERAPIA OCUPACIONAL

1) Introdução
2) Estrutura Curricular

3) Âmbito Profissional

4) Situação Atual:
4.1) Instituições de Ensino Superior
4.2) Mercado de Trabalho

5) Pós-graduação
6) Considerações Gerais

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1) INTRODUÇÃO:

A Terapia Ocupacional pode ser caracterizada, de uma maneira geral, como a

profissão da área da saúde que promove o desenvolvimento, tratamento e a reabilitação de

indivíduos e/ou grupos que necessitem de cuidados físicos, sensoriais, psicológicos e/ou

sociais, de modo a ampliar seu desempenho e participação social. Para isso, o profissional
poderá recorrer a diferentes referenciais teóricos na escolha de técnicas e métodos mais

eficazes de intervenção. Dependendo da clientela e da abordagem teórico adotada, o

terapeuta ocupacional lançará mão de atividades expressivas, lúdicas, artesanais, da vida


diária, psicopedagógicas e profissionalizantes que, entre outras, comporão a sua prática
profissional ( * ).

O uso do trabalho/ocupação como forma de intervenção em saúde surge no final


do século XVIII com o tratamento moral efetivado por Pinel na França. Já a profissão enquanto

conjunto de técnicas especificas organizadas num corpo de conhecimento é do inicio deste


século, quando alguns países da Europa e os EUA necessitaram criar respostas à demanda

dos milhares de incapacitados oriundos do processo de industrialização crescente e das duas


guerras mundiais. A profissão se desenvolveu tendo como principais campos de atuação a
reabilitação física, mental e o desenvolvimento/ habilitação e tratamento dos deficientes em

geral.
A criação dos cursos para formação profissional, o desenvolvimento de um corpo

de conhecimento teórico especifico e a implantação de um currículo mínimo, assim como a


organização dos terapeutas ocupacionais em associações e o reconhecimento oficial da

profissão ocorreram igualmente na primeira metade de século XX.

( * ) Informações compiladas pelo Profa. Michelle Selma Hahn a partir dos catálogos de cursos da UFSCAR e da UFMG

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No Brasil, os cursos foram introduzidos a partir da década de 50, através de uma

iniciativa da Organização Mundial de Saúde com o intuito de desenvolver a reabilitação na


América Latina. Em 1958, o primeiro curso começou a funcionar ligado ao Instituto de

Reabilitação e a disciplina de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo.

Em 1963 com a aprovação do primeiro currículo mínimo, o ensino de terapia


ocupacional passou a ter uma maior normalização quanto a carga horária e seus conteúdos

programáticos. O reconhecimento da profissão como nível universitário ocorreu em 1969.


Em 1983 com a aprovação do currículo, vigente até o momento, que promoveu

várias mudanças nos cursos que tiveram que se adaptar a nova legislação, entre elas a
passagem de três para quatro anos de duração, no mínimo, a perspectiva de maior integração
entre conteúdos, um novo enfoque voltado a atuação nos vários níveis de atenção à saúde,

além da introdução de um maior conteúdo de disciplinas ligadas às ciências humanas. Estas


mudanças vinham de encontro às necessidades que extrapolavam o restrito círculo da

profissão e compunham parte de uma nova situação das políticas e serviços de saúde do
país, que apontavam para a necessidade de expansão dos tratamentos assistenciais numa

abordagem mais humanitária e preventiva.

Nesse momento, abriu-se a possibilidade para esse profissional atuar em outros

espaços e de outras formas: a terapia ocupacional para além das instituições de saúde, para

serviços de atenção primária e secundária e para novas áreas de atuação. Ao mesmo tempo,

a inserção em equipes multidisciplinares, gerenciamento e elaboração de novas políticas e

programas de saúde levaram os terapeutas ocupacionais a serem requisitados cada vez mais,

a trabalharem em novas áreas, diferentemente do que ocorria até então.

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Um outro marco importante foi a abertura de cursos, o que permitiu o surgimento

de um novo campo de atividade profissional ligado à carreira docente. O Currículo Mínimo ao

fortalecer conteúdos específicos da profissão, exigiu muito mais disciplinas tanto na área

profissionalizante, quanto na área de fundamentos de terapia ocupacional. As escolas que

contavam com profissionais afins em seu corpo docente, tiveram que arregimentar um

número muito maior de especialistas para compor seus quadros.

A partir de 1994 o Brasil passa a pertencer oficialmente à Federação Mundial de

Terapia Ocupacional (WFOT), o que possibilitou aos nossos profissionais obter o

reconhecimento de sua formação junto aos demais países membros. Para este processo,

como o curriculum mínimo vigente na USP preenchia os requisitos necessários exigidos pela

WFTO, serviu de base para esta filiação, e as demais escolas deverão adequar-se à estas

normas de forma a garantir à seus alunos a possibilidade de trabalho e intercâmbio técnico-

cientifico internacional.

2) ESTRUTURA CURRICULAR

A estrutura curricular vigente foi aprovada em 3/12/1982, segundo PARECER Nº

622/82, PROCESSO /Nº327,445e469/82 determinando normalizações para o currículo


mínimo dos cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, contidas na Resolução CFE nº4 de

28/02/83 . (vide ANEXO I)

Tendo em vista as exigências da WFOT quanto a formação mínima, sugerimos


que as escolas as considerem ao formularem seus conteúdos programáticos.

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3) ÂMBITO PROFISSIONAL

O Terapeuta Ocupacional conta, juntamente com o profissional de Fisioterapia,

com um Conselho Profissional de abrangência nacional: O Conselho Federal de Fisioterapia e

Terapia Ocupacional - COFFITO que aliado aos Conselhos Regionais de Fisioterapia e

Terapia Ocupacional - CREFITO tem a função de legislar e fiscalizar o desempenho

profissional.

O Fisioterapeuta e o Terapeuta Ocupacional são profissionais que pertencem à

equipe multiprofissional. Embora a clientela por vezes se assemelhe, as duas profissões

possuem instrumentos e metodologias, assim como campos de reflexão teórico distintos. A

resolução do COFFITO-8 define e regulamente a profissão (Vide ANEXO II).

4) SITUAÇÃO ATUAL

4.1. Instituições de Ensino Superior

Em agosto de 1996 existiam no Brasil 16 cursos reconhecidos de graduação em Terapia


Ocupacional, distribuídos em 9 estados, sendo que 5 deles são em escolas publicas,

distribuídos da seguinte forma:

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ESCOLA CIDADE/ ESTADO PUBLICA/ PRIVADA

UEPA BELEM/PA ESTADUAL

UNIFOR FORTALEZA/CE PRIVADA

UFPE RECIFE/PE FEDERAL

UFSCAR SÃO CARLOS/SP FEDERAL

USP SÃO PAULO/SP ESTADUAL

PUCCAMP CAMPINAS /SP PRIVADA

M.S. M. GROSSO LINS/SP PRIVADA

UFMG BH/MG FEDERAL

C.MÉDICAS BH/MG PRIVADA

BAHIANA SALVADOR/ BA PRIVADA

SUAM R.JANEIRO/ RJ PRIVADA

ESEHA NITEROI/ RJ PRIVADA

C. BRANCO R.JANEIRO/ RJ PRIVADA

TUIUTI CURITIBA/PR PRIVADA

ACE JOINVILLE/SC PRIVADA

IPA POA/RS PRIVADA

TOTAL

Tabela n0 2 - Distribuição dos Cursos de Terapia Ocupacional reconhecidos (1996)


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Região Publicas Privadas Total %
Norte 1 - 1 6,25
Nordeste 1 2 3 18.75
Sudeste 3 6 9 56,25
Sul - 3 3 18.75
C. Oeste - - - -

TOTAL 5 11 16 100
% 31,25 68.75

O quadro abaixo mostra que a média do país é de 0,035 vagas nos cursos de

terapia ocupacional para cada 1000 jovens com idades entre 18 a 24 anos. O Sudeste (0,045)

e o Sul (0.05) estão acima da média. O Centro-Oeste possui uma escola recém criada, o

Norte (0,02) e o Nordeste (0,025) estão abaixo da média. Deve-se ressaltar o baixo número de

vagas para todas as regiões do país. No Estado de São Paulo, por exemplo, apesar da maior

concentração de vagas, a cidade de São Paulo, possui um único curso com 25 vagas.

POPULAÇÃO VAGAS/ POPUL.


REGIÃO DE 18 A 24 PERCENTUAL VAGAS PERCENTUAL (por 1000)
ANOS
Norte 1.879.098 9,46 30 4,8 0,02
Nordeste 5.576.005 28,06 140 20,5 0,025
Centro- 1.356.899 6,83 - - -
oeste
Sudeste 8.181.508 41,17 365 53,2 0,045
Sul 2.879.253 14,48 150 21,9 0,05
GERAL 19.872.763 100% 685 100% 0,035

FONTE: Divisão de Análise e de Indicadores - DAIN/MEC/SAG/CPS/SEEC/1994.

O quadro abaixo mostra o número de vagas por curso. A média do país é de 42,8

vagas por curso. O Sudeste, com 40,5 vagas/curso, o Sul, com 50 vagas/curso, e o

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Nordeste, com 46,7 vagas/curso estão, praticamente, na média. O Norte, com 30 vagas por

curso, esta abaixo da média. Mas o que esta tabela evidencia é a baixa oferta generalizada de

vagas no país.

REGIÃO NÚMERO DE VAGAS VAGAS/


CURSOS CURSO
Norte 01 30 30
Nordeste 3 140 46,7
Centro-Oeste - - -
Sudeste 9 365 40,5
Sul 3 150 50
GERAL 16 685 42,8

FONTE: Divisão de Análise e de Indicadores - DAIN/MEC/SAG/CPS/SEEC/1994.

O quadro a seguir mostra que a procura pelos cursos da área de terapia

ocupacional é muito baixa em todos país, mesmo nas regiões onde os cursos são mais antigos

e tradicionais. O que demonstra que a abertura do número de vagas e de cursos por si só não

trará resultados se não vier acompanhada de um trabalho de divulgação da profissão. Estes

números contrastam com a demanda crescente de pessoas que necessitam desse tipo de

atenção e que não encontram profissionais habilitados a exercer este tipo de atendimento.

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CONCLUINTES INSCRITOS EM VAGAS EM INSCRITOS/ INSCRITOS
REGIÃO
DO 2º GRAU T.OCUPACIONAL T.OCUPACIONAL CONCL. (%) / VAGAS
Norte 45.070 278 30 0,62 9,3
Nordeste 172.370 377 140 0,22 2,62
Centro- 54.683 - - - -
Oeste
Sudeste 355.273 1407 365 0,4 3,9
Sul 121.438 258 150 0,12 1,72
GERAL 748.834 2320 685 0,30 3,4

FONTE: Divisão de Análise e de Indicadores - DAIN/MEC/SAG/CPS/SEEC/1994.

Sem considerar outros fatores, o número de vagas necessárias para atender uma

região depende da procura pelos cursos, sendo aconselhável manter um patamar mínimo de

competição dos inscritos nos cursos de terapia ocupacional. Por se tratar de uma profissão

nova onde inexiste cursos de Terapia Ocupacional na maior parte dos estados, deve-se levar

em conta o grau de interesse pelos cursos da área da saúde, demostrado pela concorrência

candidato/vaga nos concursos vestibulares, pelo número de cursos, matrículas e formandos na

região.

A procura de uma profissão está relacionada também às possibilidades de

emprego da mesma. Por outro lado, é sabido que a existência de cursos superiores e a entrada

de profissionais no mercado termina por forçar este, sendo um fator de divulgação do campo e

de criação de empregos, ou seja, nem sempre a equação mercado de trabalho/procura

profissional é sinônimo de necessidade social do profissional.

Se considerarmos a população potencialmente excluída da rede de atendimento

a saúde, de escolaridade e de profissionalização por ser portadora de algum tipo de deficiência

(a Organização Mundial de Saúde estima que os países em desenvolvimento possuem 10% da

sua população nestas condições), teremos uma projeção crescente da necessidade de

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atuação do Terapeuta Ocupacional. Provavelmente hoje, pelo menos nos grandes centros, a

Terapia Ocupacional é das poucas profissões onde não existe desemprego em número

significativo.

4.2. MERCADO DE TRABALHO

A partir dos anos 80, o terapeuta ocupacional que tradicionalmente trabalhava em áreas

de reabilitação física e/ou mental tem seu âmbito profissional alargado para as áreas sociais e
em serviços de atenção primária, sendo esta hoje um dos principais campos de atuação. Com

o incremento dos cursos, o ensino superior também passou a absorver um número significativo

de profissionais ( existe cerca de 200 docentes). Hoje a atuação em áreas tais como
gerontologia, atenção psiquiátrica primária, reabilitação psicossocial, atenção a pacientes

portadores de HIV, programas de atenção a saúde do trabalhador, etc. fazem parte do


cotidiano dos profissionais.

O exercício de suas atividades específicas compreende:

a) A assistência nos vários níveis de atenção à saúde participando de programas em

entidades tais como, hospitais gerais e especializados, centros de reabilitação, instituições

penais, geriátricas, escolas e clinicas especializadas, centros de saúde, escolas e centros

comunitários, creches e orfanatos, oficinas de reabilitação profissional, empresas e outros;

b) Funções administrativas, de direção, assessoria, planejamento e supervisão de serviços de

saúde e educação bem como de setores de Terapia Ocupacional;

c) Pesquisa científica e docência de ensino superior objetivando a ampliação e o

desenvolvimento de conhecimentos teóricos e práticos necessários ao aprofundamento

profissional.

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O mercado de trabalho é amplo e encontra-se aberto ao terapeuta ocupacional.

No entanto, faz-se necessário um estudo verticalizado neste tema que possa apontar as

prioridades do mercado, definindo indicadores de necessidade social e estabelecendo

parâmetros para o atendimento de qualidade na Terapia Ocupacional.

5- PÓS GRADUAÇÃO

Segundo dados da CAPES de 1994 existiam em terapia ocupacional, 4 cursos

de especialização no Brasil, a nível latu senso, oferecidos pela Escola Bahiana de

Medicina e Saúde Pública , pela Faculdade Integrada de Educação Tuiuti em Curitiba, pela

Universidade Federal de Pernambuco e pela Universidade de São Paulo.

Não existem cursos de pós-graduação strictu senso no país. Com relação à

capacitação dos profissional, um recente estudo realizado por Emmel & Lancman (1), em 1995

que entrevistou 75% do total de docentes do Brasil concluiu que entre os entrevistados, 69%

dos docentes possuíam curso de especialização, 19,9% possuíam mestrado e 4,8%

doutorado. Um outro fator importante é que, estes docentes, pela inexistência de programas

de pós graduação específicos, terminaram buscando capacitação em áreas afins. Entre elas

as mais procuradas foram: Educação. Psicologia, Saúde Publica, Educação Especial e Saúde

Mental.

(1) EMMEL,M.L.G & LANCMAN, S. O Processo de Capacitação docente dos Terapeutas Ocupacionais: Implicações na
definição do perfil profissional e nos rumos da profissão. Projeto de Pesquisa em desenvolvimento. Universidade Federal de
São Carlos e Universidade de São Paulo. Este estudo tem dados de 70 % dos docentes de Terapia Ocupacional de todas as
escolas. (que corresponde a 145 docentes de um universo de 206).
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Um outro dado importante é que 38% dos docentes ingressaram na carreira

docente a menos de 5 anos e 31% estão na faixa de 6 a 10 anos, caracterizando um corpo

docente composto por jovens, numa área onde ainda não há tradição de pesquisa.

6- CONSIDERAÇÕES GERAIS

A Terapia Ocupacional é uma profissão nova e teve seu maior desenvolvimento


no Brasil somente a partir da década de 80. Hoje ainda existem poucos cursos e estes

oferecem poucas vagas o que dificulta a divulgação e ampliação da profissão. Ressaltamos a

ausência de cursos em vários estados brasileiros e em outros como, por exemplo, o Rio de
Janeiro pela falta de escolas públicas a profissão não se desenvolveu da mesma forma que
em outros estados equivalentes (São Paulo e Minas Gerais).

Entendemos que a profissão deva crescer como forma de atender a um mercado

de trabalho em expansão, pois se a profissão é nova a clientela alvo não é e tem crescido
consideravelmente, terminando por ficar desassistida.

No sentido de garantir uma ampliação com qualidade, é necessário a criação de

cursos de pós-graduação latu e stricto-sensu. Com relação aos cursos de mestrado e

doutorado, as escolas UFMG, UFSCAR, USP e UFPE que concentram condições


privilegiadas tanto a nível de corpo docente quanto a nível de capacitação destes poderiam

somar esforços e desenvolver programas de pós graduação conjuntos como forma de viabilizar

a primeira pós-graduação em Terapia Ocupacional no país.

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ANEXO I

Resolução CFE nº 4 de 28 de fevereiro de 1983

Art. 10 - O currículo mínimo dos cursos de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional serão

divididos em (quatro) ciclos, a saber:


I - Ciclo de Matérias Biológicas

II - Ciclo de Matéria de Formação Geral


III - Ciclo de Matérias Pré-profissionalizantes

IV - Ciclo de Matérias Profissionalizantes

Parágrafo Único: Com pequenas complementações os ciclos I e II poderão ser usados


como tronco comum para ambas as profissões.
Art. 2o - O Ciclo de Matérias Biológicas contará de :

a) Biologia;

b) Ciências Morfológicas, compreendendo Anatomia Humana e Histologia


c) Ciências Fisiológicas, compreendendo Bioquímica, Fisiologia e

Biofísica;
d) Patologia, compreendendo Patologia Geral e Patologia de Órgãos e

Sistemas;

Art. 3o O Ciclo de Matérias de Formação Geral constará de:

a) Ciências do Comportamento, compreendendo Sociologia,


Antropologia, Psicologia, Ética e Deontologia;

b) Introdução à Saúde Humana, compreendendo noções de Saúde

Pública;
c) - Metodologia da Pesquisa Científica, incluindo Estatística;

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Art. 4o O Ciclo de Matérias Pré-profissionalizantes a formação do Terapeuta Ocupacional

contará de:
a) Fundamentos de Terapia Ocupacional, compreendendo História da

Terapia Ocupacional, sua evolução Filosófica, científica, e social;

b) Avaliação Funcional, compreendendo Cinesiologia, Métodos e

Técnicas de Avaliação em Terapia Ocupacional;


c) Metodologia da Terapia Ocupacional, compreendendo Atividades e

Recursos Terapêuticos, Técnicas e Métodos de Instrução, Análise

de Atividades Artesanais, Artísticas, Domésticas, Lúdicas,


Culturais, Profissionais e Atividades de Vida diária.

Art. 5º...

Art. 6º...

Art. 7o O Ciclo de Matérias Profissionalizantes para a formação do terapeuta Ocupacional


compreenderá:

a) Terapia Ocupacional Aplicada, procurando desenvolver no aluno os


conhecimentos, habilidade e as atividades que lhe permitam exercer

corretamente a profissão. Neste item inclui-se à Terapia Ocupacional

Supervisionada.

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ANEXO II

RESOLUÇÃO COFFITO 8 (PUBLICADO no D.O.U. de 13/11/78, Seção I,


Parte II, pag. 6322/3332)

NORMAS PARA HABILITAÇÃO AO EXERCÍCIO DAS PROFISSÕES DE FISIOTERAPEUTA


E TERAPEUTA OCUPACIONAL

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º. O exercício da fisioterapia e da terapia ocupacional é privativo, na área específica de


cada uma, respectivamente, do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional.

Art. 2º. Constituem atos privativos, comuns ao fisioterapeuta e ao terapeuta ocupacional, nas
respectivas áreas de atuação:
I - O planejamento, a programação, a ordenação, a coordenação, a execução e a supervisão
de métodos e técnicas fisioterápicos e/ou terapêuticos ocupacionais que visem à saúde nos
níveis de prevenção primária, secundária e terciária;
II - a avaliação, reavaliação e determinação das condições de alta do cliente submetido à
fisioterapia e/ou terapia ocupacional;
III - a direção dos serviços e locais destinados a atividades fisioterápicas e/ou ocupacionais,
bem como a responsabilidade técnica pelo desempenho dessas atividades; e
IV - a divulgação de métodos e técnicas fisioterapia e/ou terapia ocupacional, ressalvados os
casos de produção científica autorizada na lei.

Art. 3º. ...

I - ...

a) ...

Art. 4º. Constituem atos privativos do terapeuta ocupacional, ministrar e supervisionar terapia
ocupacional, objetivando preservar, manter, desenvolver ou restaurar a capacidade funcional
do cliente a fim de habilitá-lo ao melhor desempenho físico e mental possível, no lar, na escola,
no trabalho e na comunidade, através de:
I - elaboração de testes específicos para avaliar níveis de capacidade funcional e sua
aplicação;
II - programação das atividades da vida diária e outras a serem assumidas e exercidas pelo
cliente, e orientação e supervisão do mesmo na execução dessas atividades;
III - orientação à família do cliente e à comunidade quanto às condutas terapêuticas
ocupacionais a serem observadas para a aceitação do cliente, em seu meio, em pé de
igualdade com os demais;
IV - adaptação dos meios e materiais disponíveis, pessoais ou ambientais, para o desempenho
funcional do cliente;

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V - adaptação ao uso de órteses e próteses necessárias ao desempenho funcional do cliente,
quando for o caso;
VI - utilização, com o emprego obrigatório de atividades dos métodos específicos para
educação ou reeducação de função de sistema do corpo humano; e

VII - determinação:
a) de objetivo de terapia e da programação para atingi-lo;
b) de freqüência das sessões terapêuticas, com a indicação do período de tempo de duração
de cada uma; e
c) da técnica a ser utilizada.

Art. 5º. A prática de ato privativo de fisioterapia por terapeuta ocupacional, e vice-versa,
constitui exercício profissional ilegal.

Art. 6º. O exercício das profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional abrange:


I - o desempenho profissional liberal;
II - a participação, remunerada ou não, em atividade de magistério, pesquisa e outras
relacionadas com a fisioterapia e/ou terapia ocupacional; e
III - a ocupação de cargo, função ou emprego em instituição de saúde, serviço de higiene e
segurança do trabalho; empresa de prestação de serviços; consultórios, clínica,
estabelecimento de ensino ou treinamento, associações de caráter assistencial, esportivo,
cultural e outros, com finalidade lucrativa ou não, firma comercial ou industrial, entidade de
caráter assistencial ou beneficente, da administração privada ou pública, direta ou indireta, cujo
desempenho inclua a prática de qualquer dos atos privativos referidos nos artigos. 2º, 3º e 4º.

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