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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2001), cerca de 10% das populações dos
centros urbanos de todo o mundo consomem abusivamente substâncias psicoativas,
independentemente da idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo.
Estima-se que aproximadamente 20% dos pacientes tratados na rede primária apresentam
um padrão de uso de álcool considerado abusivo ou de alto risco. Essas pessoas têm seu
primeiro contato com os serviços de saúde por intermédio de clínicos gerais, que raramente
detectam a presença de acometimento por tal uso (por uma série de razões, que vão desde as
más condições de trabalho até a formação técnica deficiente), o que tem repercussão negativa
sobre as possibilidades de diagnóstico e tratamento. Percebe-se que, no geral, o foco da
atenção está voltado para as doenças clínicas decorrentes da dependência – que ocorrem
tardiamente –, e não para a dependência subjacente.
Globalmente, estima-se que mais de 11 milhões de pessoas injetam drogas, metade das
quais vivem com Hepatite C. Os opioides continuam sendo os responsáveis pelo maior volume
de doenças atribuídas ao uso de drogas.
Os dois opioides farmacêuticos mais usados para tratar pessoas com transtornos associados
ao consumo deles, metadona e buprenorfina, têm se tornado cada vez mais acessíveis nas
últimas duas décadas. A quantidade disponível para uso médico aumentou seis vezes desde
1999, de 557 milhões de doses diárias para 3,317 milhões até 2019, indicando que o
tratamento farmacológico de base científica está mais disponível agora do que no passado. Os
mercados de drogas na dark web surgiram há apenas uma década, mas os principais mercados
valem agora pelo menos US$315 milhões em vendas anuais. Embora essa seja apenas uma
fração das vendas globais de drogas, a tendência é de crescimento com um aumento de quatro
vezes entre 2011 e meados de 2017 e meados de 2017 até 2020.
PSICOTERAPIAS
Diversas abordagens psicoterapêuticas têm sido eficazes no tratamento da dependência
química, entre elas a psicanálise, a terapia cognitivo-comportamental, a terapia em grupo e a
terapia ocupacional. As psicoterapias se baseiam na aplicação de um conjunto de técnicas e
métodos psicológicos, podendo ter objetivos diferentes, como a solução de problemas, a
modificação de comportamentos e o auxílio no desenvolvimento de novas concepções sobre si
mesmo e o mundo. A opção por uma dessas modalidades depende dos sintomas
apresentados, do grau de evolução do transtorno, da estratégia de tratamento e da aceitação
e personalidade do paciente.
INTERNAÇÕES
De modo geral, as internações são realizadas quando o paciente necessita de assistência
integral e multidisciplinar ou apresenta comportamentos agressivos e pensamentos suicidas. A
Lei 10.216/2001, conhecida também como Lei de Proteção e Direitos das Pessoas Portadoras
de Transtornos Mentais, prevê as formas de internação voluntária, involuntária e compulsória.
VOLUNTÁRIAS
Como o nome sugere, esse tipo de internação é feito com o consentimento do usuário, com
base na avaliação e indicação de uma equipe de profissionais especializados. Na maioria dos
casos, o paciente solicita sua internação voluntariamente e passa para o tratamento
ambulatorial quando recebe a alta hospitalar.
INVOLUNTÁRIA
A internação involuntária pode ser solicitada por um familiar, responsável legal ou
especialista que acompanha o tratamento, sendo realizada sem o consentimento do
dependente químico. Em geral, o usuário não tem a percepção crítica da necessidade de
internação e oferece risco iminente para si mesmo ou para outras pessoas.
COMPULSÓRIA
A internação compulsória é determinada pela Justiça mediante um pedido formal de um
médico, que precisa fazer um laudo atestando que a pessoa não tem condições físicas e
psicológicas para procurar tratamento sem intervenção de um terceiro. Quando falamos de
abuso de drogas e dependência química, informação e conscientização são essenciais.
REFERÊNCIAS
http://hospitalsantamonica.com.br/tratamento-e-prevencao-da-dependencia-quimica-
quais-as-melhores-formas-de-fazer
https://monitormercantil.com.br/pandemia-potencializou-riscos-de-dependencia-
quimica/