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O Que É Transubstanssiação
O Que É Transubstanssiação
Seu significado difere dos conceitos que as palavras substância, matéria e acidente têm na
Física moderna
A fé católica nos ensina que pelas palavras da Consagração, na Santa Missa, o pão se torna
corpo e o vinho se torna sangue de Cristo, Nosso Senhor. Diante dessa ação da Onipotência
Divina, mistério de fé, convém propor, brevemente, uma reflexão.
Partimos do ponto básico que é a Palavra de Deus escrita (cf. Mt 26,26-27; Mc 14,22-24; Lc
22,19-20 e 1Cor 11,24-25). Nela, o Senhor nos garante o seguinte: aquilo que fora oferecido
sob a espécie de pão é (não representa apenas) seu corpo e sob a espécie de vinho é (não
representa apenas) seu sangue.
Ora, a Igreja sempre professou essa verdade de fé, de modo que Santo Agostinho de Hipona
(† 430) ensinava: “O que vedes, caríssimos, na mesa do Senhor, é pão e vinho; mas esse pão
e esse vinho, acrescentando-se-lhes a palavra, tornam-se corpo e sangue de Cristo… Tira a
palavra, e tens pão e vinho; acrescenta a palavra, e já tens outra coisa. E essa outra coisa que
é? Corpo e Sangue de Cristo. Tira a palavra, e tens pão e vinho; acrescenta a palavra, e tens
um sacramento. A isso tudo vós dizeis: ‘Amem’. Dizer ‘Amem’ é subscrever. ‘Amem’ em latim
significa: ‘É verdade’” (Sermão 6,3).
Pois bem, no século XIII, o Concílio de Latrão IV (1215) consagrou, em seus documentos, a
palavra transubstanciação que foi usada pelos Concílios de Latrão IV (1415-1417), de Florença
(1438-1444) e de Trento. Este, em 1551, afirmou que a conversão do pão e do vinho em corpo
e sangue de Cristo “foi com muito acerto e propriedade chamada pela Igreja Católica
transubstanciação” (DS 1642; cf. DS 1652).
Proposta, portanto, a doutrina da Igreja, resta-nos entender o que, realmente, deseja expressar
o termo transubstanciação em linguagem filosófico-teológica (também entendida pelo
bem-senso), pois seu significado difere dos conceitos que as palavras substância, matéria e
acidente, alicerces da transubstanciação, têm na Física moderna. É o seguinte: em todo ser há
um conjunto de notas acidentais (tamanho, peso, cor, sabor etc.), mas também existe,
necessariamente, um substrato permanente e inalterável que dá unidade e coesão a esse ser.
Mais: sempre vemos os acidentes, mas não a substância (o que sub está ou o que suporta) de
um ser.