Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila de
Estudo Teológico
Sobre a Graça
"Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus
Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre
abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não
é vão" (1Co 15.57,58).
UM ACONTECIMENTO AGENDADO
2
Eu prefiro ficar com a Bíblia: desde que Jesus, após a ressurreição,
voltou aos céus, nós estamos nos "últimos dias". Afinal, na Festa de
Pentecostes, deu-se o derramamento do Espírito Santo sobre a nascente
Igreja, e isso fora predito pelos antigos profetas como Joel 2.28 ("E depois
derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e os vossos filhos e as vossas
profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões") e
Ezequiel 36. 25-27 (cf. Is 44.3; 32.15). E Pedro, apóstolo, o afirmou no seu
discurso/sermão registrado em Atos 2.16-18.
3
TRANSFORMADOS E GLORIFICADOS
4
em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão: os que
fizerem o bem sairão para a ressurreição da vida, e os que praticaram o mal,
para a ressurreição da condenação" (Jo 5.28,29; cf. Dn 12.2). E 1Coríntios
15.21-23 apresenta a ordem da aguardada ressurreição: primeiro, Cristo (que
já ressuscitou); depois, os de Cristo (cf. 1Ts 4.16).
O ARREBATAMENTO
O JUÍZO FINAL
5
nome do unigênito Filho de Deus" (Jo 3.18; 5.24). Mas na Segunda Vinda, o
juízo vai esclarecer o que está oculto (1Co 4.5; Mt 10.26).
Quem será julgado? Nações, anjos caídos (1Co6.2,3; 2Pe 2.4; Jd 6),
os seres humanos Mt 25.32; Rm 2.5,6; 3.6;Ap 20.12,13). Agora, diante do Juiz,
já não há reis e súditos, políticos e seus eleitores, patrões e empregados: só
salvos e perdidos, a fé e a incredulidade (aliás, nesse dia acaba o ateísmo). No
Juízo, palavra de alegria ("Vinde, benditos...", Mt 25.34), e palavra de terror
("Apartai-vos de mim, malditos...", Mt 25.41). A palavra de Deus ensina que
nosso destino já é conhecido por Ele: "As minhas ovelhas ouvem a minha
voz;eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e jamais
perecerão; ninguém poderá arrebatá-las da minha mão" (Jo 10.27,28) e "Pois
nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis diante dele" (Ef 1.4). Aí vale a lei espiritual da Perseverança dos
Santos!
6
Parte II
O PÃO, O VINHO E O CORPO DE JESUS
7
dificuldade está em que Jesus teria engolido a si próprio. Outro embaraço é
quanto à presença dupla do corpo de Cristo, se admitida a interpretação literal:
Jesus estava presente, presidindo a mesa, e estaria segurando o seu próprio
corpo em suas mãos, quando disse "Isto é o meu corpo".
Deus não entra em nós pela ingestão do pão. A Bíblia diz que aqueles
que crêem em Jesus possuem o Espírito: "Não sabeis vós que sois santuário
de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Coríntios 3.16). A Ceia
do Senhor - Comunhão ou Eucaristia - não é meio de salvação. Dela participam
os salvos, os santos, os convertidos, ou seja, os que crêem em Jesus Cristo,
confessaram o Seu nome, e O aceitaram como Senhor e Salvador. Estes já
possuem o Espírito. (João 1.12; 3.16,18; Romanos 10.9; Atos 3.19; 16.31).
8
Ninguém de sã consciência fica a imaginar que Jesus é realmente uma
porta de madeira ou de ferro, e que nós, ao passarmos por ela, iremos nos
fartar comendo capim.
Disse também: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai agricultor... vós
sois os ramos" (João 15.1,5). Não é preciso muita lucidez para
compreendermos que Jesus estava apenas ilustrando sua mensagem com um
elemento figurativo. Longe de nós imaginar seja Ele uma árvore com raízes,
tronco, folhas e galhos, e que o Pai esteja no campo plantando arroz. Disse
mais: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão,
viverá para sempre. Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do
mundo" (João 6.51). Outra linguagem figurada. Revela que em Cristo
encontraremos alimento espiritual. Do céu não veio um pedaço de pão, nem
somos antropófagos para saborear a carne do Seu corpo. Ainda nesse passo,
Jesus declara: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim,
como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva" (João 7.37-38).
Ninguém cogita de interpretar literalmente essas palavras: não bebemos Jesus,
e do nosso interior não jorra água abundante.
Jesus não ordena RENOVAR o Seu sacrifício. Ele diz que o partir pão
tem a finalidade de recordar e não de renovar. O Seu sacrifício não pode ser
repetido. Vejam: "Isto [sacrifício] fez Ele, uma vez por todas, quando a si
mesmo se ofereceu" (Hebreus 7.27). "Mas este [Jesus], havendo oferecido,
para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de
Deus" (Hebreus 10.12). "Pois Cristo padeceu uma única vez pelos pecados..."
(1 Pedro 3.18). "Pois sabemos que, havendo Cristo ressurgido dentre os
mortos, já não morre. A morte não mais tem domínio sobre Ele" (Romanos 6.9).
Levar Cristo todos dias à cruz, e todos os dias ressuscitá-lo, é uma prática sem
apoio na Bíblia Sagrada.
9
A contínua renovação do sacrifício da cruz, como desejam os
romanistas, contrasta com a afirmação de Jesus: "Está consumado" (João
19.30). Ali, na cruz, se consumou a etapa mais gloriosa. A obra da redenção
fora consumada; o preço da redenção fora pago; o caminho da salvação estava
aberto à humanidade. Nenhum outro sacrifício seria exigido. "E, como aos
homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo, assim
também Cristo, oferecendo-se uma só vez, para levar os pecados de muitos,
aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação"
(Hebreus 9.27-28).
CONCLUSÃO
Diante do exposto somos levados a admitir que o Senhor Jesus usou
uma linguagem figurativa, como o fez em muitas outras ocasiões. Assim como
entendemos das palavras "Eu sou a porta", que Ele representa a porta por
onde todos devemos passar, a caminho da salvação, de igual modo
entendemos a expressão "Isto é o meu corpo" como sendo "ISTO
REPRESENTA O MEU CORPO", com relação ao pão; e "Este cálice é a Nova
Aliança no meu sangue", como sendo "ESTE CÁLICE REPRESENTA A NOVA
ALIANÇA NO MEU SANGUE", com relação ao vinho.
O pão e o vinho conservam-se inalterados antes, durante e depois da
Santa Ceia, quer esta seja ministrada por um pastor evangélico, quer por um
sacerdote católico. Ao bebermos o vinho, não sentimos gosto de sangue; ao
comermos o pão, não sentimos gosto de carne. Cristo está presente na Ceia
da mesma forma que está presente no Batismo. Sempre que estivermos
reunidos em Seu nome, Ele se fará presente, na qualidade de cabeça da Igreja
(Efésios 5.23). Como a Sua presença não decorre da transubstanciação,
indicativa de mudança de uma substância em outra, o pão e o vinho não
devem ser objetos de adoração. A forma de adoração ensinada pelo Senhor
Jesus está em João 4.24: "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o
adorem em espírito e em verdade".
10
Parte III
A GRAÇA COMUM DE DEUS
Refreamento da pecaminosidade humana
Introdução:
Como vimos, a queda perverteu a imagem de Deus segundo a qual o
homem foi criado e que, em conseqüência disso, a pessoa humana age
pecaminosamente em sua relação com Deus, com o próximo e com a
natureza. Por causa da queda cada ser humano é fundamentalmente
egocêntrico e sem amor, odiando a Deus, odiando os outros e devastando a
natureza.
11
mim e não te permiti que a tocasses." – Abimeleque não era, obviamente, um
crente. Todavia, Deus o impediu de pecar.
Este texto mostra que houve épocas em que Deus não restringiu a
manifestação do pecado. Deus "os entregou", "os abandonou" aos seus
próprios pecados.
12
3 – A NATUREZA DA GRAÇA COMUM:
Calvino ensinou que há uma graça de Deus que restringe a
manifestação do pecado na vida humana sem remover a pecaminosidade
humana.
Gn 39:5 "E, desde que o fizera mordomo de sua casa e sobre tudo o
que tinha, o SENHOR abençoou a casa do egípcio por amor de José; a bênção
do SENHOR estava sobre tudo o que tinha, tanto em casa como no campo."
13
Lc 16:25 "Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os
teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele
está consolado; tu, em tormentos."
CONCLUSÃO:
14
Parte IV
A GRAÇA DE DEUS
Na Criação, na Cultura, na Sociedade e na Economia
Escolhi a Segunda. Certa feita, ouvi Noé Stanley dizer, com muito bom
humor, que teólogo latino americano não tem teses, tem "apuntes".
E eu, que nem teólogo sou, tenho apenas rabiscos, e é isso que
ofereço aos irmãos, meros rabiscos, frutos de reflexão simples.
Que o Deus triúno possa fazer deles uso. Amém! A graça de Deus na
criação "'Deus é infinitamente bom?, perguntávamos. 'Sim, infinitamente.'
'Ele sabe tudo que vai acontecer?' 'Sim...'respondia o padre, já desconfiado.
'Então, se ele sabe que fulano vai pecar e vai para o inferno, por que ele cria o
cara?' Nenhum padre me respondeu essa questão atéia, até hoje." Arnaldo
Jabor.
Se pudesse ser dito que Deus não sabia, e que está correndo atrás do
prejuízo...mas. a onisciência lhe é inerente.
15
A criação e a sua manutenção exigiriam um fator exógeno como
explicação. Esse fator teria de ser capaz de justificar um ato onisciente e de
intermediar a relação entre a santidade e a maldade, tornando-a possível.
(Cl 1.15-17) Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda
a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra,
as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados,
quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas
as coisas. Nele, tudo subsiste.
Paulo parece remeter tudo para Jesus Cristo, o Deus filho encarnado.
Por que toda a criação seria creditada ao Deus filho a partir do mistério
da sua encarnação?
16
(Ap 13:8) - e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles
cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto
desde a fundação do mundo. "'Desde a fundação do mundo'. Em harmonia
com 1 Pe 1.18-21, ensina-se que o Sacrifício de Cristo fez parte do propósito
divino antes da fundação do mundo. Os decretos e propósitos de Deus são tão
concretos e reais como o próprio acontecimento (At2.23; Ef 1.4)." Russell P.
Shedd
Se assim for:
1-os cordeiros imolados no velho testamento não só apontavam para o
futuro como para algo acontecido antes do tempo e, portanto, sempre presente,
pois, ato na eternidade;
2-há uma verdade sobremodo assombrosa no verso todas as coisas
foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. (Jo
1:3).
A Graça
Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade
vieram por meio de Jesus Cristo. - (Jo 1:17)
Estaria João informando que, assim como a lei foi comunicada por
Moisés, a graça e a verdade foram comunicadas por Jesus Cristo?
Paulo parece completar: a graça não apenas foi comunicada por meio
de Cristo, a graça estava em Cristo. Por que em Cristo? Porque nele temos a
redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados...(Ef 1.7) A graça estaria,
portanto, vinculada ao sacrifício do cordeiro.
17
Poderíamos, então, dizer, que graça é o favor que o sacrifício de
Cristo, instituído na eternidade e manifesto na história, tornou possível; por
justificar o ato onisciente da criação e a manutenção de um mundo que se
tornou mal, assim como o seu resgate.
Façamos o homem...
A teologia cristã entende que essa afirmação nos apresenta a
Trindade, doutrina que afirma haver um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e
Espírito Santo, como declara G. W. Bromiley
Gosto de pensar nesse texto como uma declaração de intenção, é
como se fosse o resultado de uma conferência entre as três Pessoas.
18
O que significaria isto?
Segundo Derek Kidner, para alguns teólogos "imagem é a indelével
constituição do homem como ser racional e como ser moralmente responsável,
e a semelhança é aquela harmonia com a vontade de Deus, perdida com a
queda". Ele, porém, diz que não há, no original, a partícula aditiva "e", de modo
que os termos se reforçam (a palavra, então, seria imagem-semelhança). A
imagem seria "expressão ou transcrição do Criador eterno e incorpóreo em
termos de uma existência temporal, corpórea e própria de uma criatura – como
se poderia tentar a transcrição, digamos, de um poema épico numa escultura,
ou de uma sinfonia num soneto." O que, segundo Kidner , perdemos dessa
imagem-semelhança, na queda, foi o amor, que recuperaremos quando for
retomada nossa plena comunhão com o Senhor.
19
Seriam, realmente, duas criações?
Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou
nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. (Gn 2:7)
Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este
adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a
costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e
lha trouxe. (Gn 2:21,22)
Macho e fêmea parecem ser uma criação só, pois, o barro e o sopro
(que dá vida ao ser humano) só aparecem uma vez. O segundo ser não é uma
segunda criação, é uma duplicação. Sendo que, no segundo ser, Deus fez
desabrochar características que não fizera desabrochar no primeiro.
"Em Gn 2.24, Deus (...) instruiu marido e mulher a tornarem-se 'os dois
uma só carne', indicando que aquelas duas pessoas unir-se iam, formando
perfeita e harmônica unidade. Em tal caso, novamente a palavra hebraica é
echad." Stanley Rosenthal
20
Não seria por aí o caminho de perceber a atuação da graça de Deus na
cultura?
Sinais de Deus
"E, na verdade, cuidei que vós outros, Senhores, com todos os
teólogos, não somente assegurais que a existência de Deus pode ser provada
pela razão natural, mas também se infere da Santa Escritura que o seu
conhecimento é muito mais claro o que se tem de muitas coisas criadas e que,
com efeito, esse conhecimento é tão fácil que os que não o possuem são
culpados. Como é patente nestas palavras da Sabedoria, capítulo 13, onde é
dito que 'a ignorância deles não é perdoável: pois se seu espírito penetrou tão
a fundo no conhecimento das coisas do mundo, como é possível que não
tenham encontrado mais facilmente o Soberano Senhor dessas coisas?' E aos
Romanos, capítulo primeiro, é dito que são indesculpáveis. E ainda no mesmo
lugar, por estas palavras: 'o que é conhecido de Deus é manifesto neles',
parece que somos advertidos de que tudo quanto se pode saber de Deus pode
ser demonstrado por razões, as quais não é necessário buscar alhures que em
nós mesmos, e as quais nosso espírito é capaz de nos fornecer." René
Descartes Descartes afirmava, julgando interpretar as escrituras, que Deus se
21
deu a conhecer na natureza, bastando uma inspeção do espírito para captá-lo.
Assim ele justificou suas "meditações".
22
O reino, creio, responde-as: de Deus e para Deus; solidariedade;
fraternidade.
Daniel 2. 31-45, apresenta o reino como uma pedra solta por mãos
não humanas que se choca com a estátua, destruindo-a de forma cabal.
23
dominam, e os seus grandes exercem poder sobre elas. Não será assim entre
vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vocês deverá ser
servo; e quem quiser tornar-se o primeiro deverá ser servo de todos. Pois nem
mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate de muitos". Jesus Cristo preconizou uma nova sociedade,
cujo poder governamental seria exercido por meio do serviço a todos. Uma
sociedade de cidadãos, onde todos seriam cidadãos, pois, só uma sociedade
em que o governo assume a sua vocação de servo, de todos, é que a
cidadania floresce.
24
respeitados. E onde os direitos humanos são respeitados há previdência, isto
é, o futuro do cidadão estaria assegurado, ou seja, o cidadão seria o
beneficiário da riqueza que produziria. E mais, previdência seria um conceito
que abrangeria não apenas a saúde ou a velhice, mas a escola, a segurança, o
emprego, o lazer, enfim, tudo o que dá qualidade à vida. Nesta sociedade, o
governo seria um agente previdenciário, e o futuro seria, não como algo que
quanto mais remoto melhor, mas como uma sucessão de presentes, onde cada
dia traria a garantia de um futuro assegurado.
25
4- Que não há dinheiro para os programas sociais e, muito menos,
para a previdência social. Que o fardo que a previdência carrega é por demais
elevado. Mas como pode ser por demais elevado se o trabalhador apenas quer
aquilo pelo que pagou, e sempre recebe muito menos? Por que não é dito que
num órgão onde a corrupção caminha de mãos dadas com a impunidade não
há dinheiro que cheque? Que o trabalhador paga, porém, a sonegação desvia
o dinheiro e não há combate sério a esta? Que num país em que as grandes
fortunas não são taxadas, em que o capital especulativo tampouco é
devidamente taxado, assim como os lucros astronômicos das instituições
financeiras, nunca haverá mesmo recursos para projetos sociais?
Creio que a Igreja Brasileira precisa deixar de apenas usufruir a graça para
tornar-se propagadora da graça. Em cada um dos quesitos levantados há o
que fazer se a igreja brasileira quiser, de fato, ser agente da graça em nosso
território.
26
Parte V
A GRAÇA E O CONHECIMENTO
A GRAÇA
A graça de Deus, Seu amor que não merecemos, faz-nos o que
somos. Ela é Deus em operação no nosso ser. É impressionante que todas as
religiões começam com o ser humano buscando seu(s) deus(es). Assim no
animismo, no candomblé, no hinduismo, etc. Mas o evangelho de Cristo
começa com Deus buscando a pessoa humana. Só temos que examinar o
testemunho da Sua Palavra: "Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco:
em que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, par que por meio dele
vivamos. Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em
que Ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos
pecados. Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro".
27
fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus) é sinônimo de confiança no valor da
obra salvadora de Deus.
A graça se reflete em três aspectos: a já mencionada salvação pela
graça, a segurança por meio da graça e a graça como regra de conduta. A
graça salvadora é mais que simples amor porque é amor que liberta, que torna
o salvo triunfante sobre o juízo final (leia Jo 3.18); é o amor sem limites e livre
de Deus pelo perdido. A segurança pela graça significa que Deus guarda os
seus (leia Jo 10.27-29; Rm 8.35-39; Jo 6.37,39). Como regra de vida significa
que devemos crescer nela pela transformação segundo a imagem de Cristo, o
que é produzido em nós pelo poder do Espírito Santo (leia 2Co 3.18). E então
surge em nossa vida um novo senso de responsabilidade por nossas atitudes,
de propriedade por nossas ações, de alegria por estar vivo e ativo no reino de
Deus; novo sentido de esperança para o futuro, e, por isso, celebramos a
graça, maravilhosa graça, abundante graça, extraordinária graça que nos dá
salvação, vida e alegria!
O CONHECIMENTO
28
autêntica demonstração de "salvação pelas obras"). O Cristo metafísico, longe
de nós?
Qual o Cristo que você conhece? O Cristo-que-não-inspira-respeito?
Das músicas profanas e piadas pretensamente jocosas?
Qual o Cristo que você conhece? O Cristo docético, pálido, ausente da
vida diária; cuja natureza humana e deformada, ou substituido por um orixá?
Qual o Cristo que você conhece? O Cristo-Oxalá, filho unigênito do Pai
Olorum?
O Cristo Senhor de Maitreya do movimento "Nova Era"?
O Cristo-só-homem? Grande filósofo? Grande mestre?
O irmão está pensando, "Pastor, eu sou crente, sou salvo!" Volto a lhe
perguntar, meu irmão, qual o Cristo que você conhece? O Cristo sem poder,
inerte, que nega a palavra profética de que o Espírito do Senhor está sobre Ele,
e O ungiu para anunciar boas novas, proclamar libertação, restauração, por um
fim à opressão, e proclamar o ano das bênçãos, da graça, o ano aceitável do
Senhor (cf. Lc 4.17-21; Is 61.1ss)?
Qual o Cristo que você conhece? O Cristo existencialista de
Bultmann? O Cristo revolucionário, parazelote, de Cullmann, dos teólogos da
libertação, das categorias políticas? Ou o Cristo servo-sofredor dos profetas, o
Cristo da esperança de todo o Novo Testamento?
Num dos seus iluminados livros, o Pr. A. W. Tozer ensina que há graus
de conhecimento das realidades divinas. E, fazendo um paralelo com o templo
de Jerusalém, explica dizendo que o primeiro deles é o grau da razão que se
refere ao pátio do templo, ao ar livre e recebendo a luz natural. Verdade é que
tudo era divino, mas a qualidade do conhecimento se tornava mais sublime à
medida que o adorador deixava o átrio, a parte de fora do templo, e ia se
aproximando do Santo dos Santos onde estava a arca. O segundo grau é o da
fé correspondendo ao lugar Santo. É aquele que penetra na fé da criação
divina do Universo, crê na Trindade Divina, crê que Deus é amor, e que Jesus
Cristo morreu por nós, ressuscitou, e está ao lado do Pai. O mais elevado é o
da experiência espiritual: é o Santo dos Santos, o conhecimento mais puro. Em
João 14.21, Jesus disse, "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda,
esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o
amarei, e me manifestarei a ele."
29
fé; tendo o coração purificado de má consciência, e o corpo lavado com água
limpa, retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é
aquele que fez a promessa." (Hb 10.19-23).
O CRESCIMENTO
30
Parte VI
A GRAÇA RESISTÍVEL
O título deste estudo poderia ser: Uma vez salvo, salvo para sempre?
Ou: Se o crente cometer apostasia perderá a salvação? Sei tratar-se de um
assunto controvertido. De um lado, os que seguindo a doutrina do Calvinismo
consideram a salvação imperdível. Do outro, os que alinhados ao ensino do
Arminianismo consideram plenamente possível o cair da graça. Para melhor
compreensão, vejamos um resumo dessas doutrinas.
31
"E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados
para o dia da redenção" (Ef 4.30)
"Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, como o ramo,
e secará; tais ramos são apanhados, lançados no fogo e se queimam"
(Jo.15.6).
LIVRE-ARBÍTRIO
32
Adão e Eva tiveram a liberdade de decidir; influenciados pelo diabo,
optaram pela desobediência ao Criador. Antes disso, Lúcifer, um anjo de
grande prestígio no céu, também usou de seu livre-arbítrio, desejou ser igual
ao Altíssimo e caiu em rebelião.
ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO
33
perseverante estarão predestinados à vida eterna. Logo, os que forem
negligentes não terão o mesmo destino.
São eleitos os que estiverem unidos a Cristo: "Quem nEle crê, não é
condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não crê no nome do
unigênito Filho de Deus" (Jo 3.18). Portanto, o entendimento de uma eleição
por meio de um ato unilateral da parte de Deus fica prejudicado. É da vontade
de Deus que nenhum homem se perca (Jo 6.39) ou caia da graça (Gl 5.4; 2 Pe
3.9). A expressão "cair da graça" nos diz da possibilidade de alguém perder a
salvação.
34
acompanhando seu Capitão, estarão entre os eleitos. Caso alguém abandone
o navio e o seu Capitão, deixará de ser um dos eleitos. A predestinação
concerne ao destino do navio e ao que Deus preparou para quem nele
permanece. Deus convida todos a entrar a bordo do navio eleito mediante
Jesus Cristo". Como veremos a seguir, muitas são as advertências para que
ninguém saia do navio; caso alguém não permaneça nele, não chegará ao
porto seguro.
A GRAÇA CONDICIONAL
"Mas o meu justo viverá pela fé. E se ele recuar, a minha alma não tem
prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que retrocedem para a perdição,
mas daqueles que crêem para a conservação da alma" (Hb 10.38-39)
Comentário: Em outras palavras: Se o crente ("meu justo") me abandonar,
estará perdido. A possibilidade de recuo, de deixar, de abandonar a fé é uma
realidade possível. "Daqueles que retrocedem" é uma palavra de exortação,
uma injeção de ânimo para que continuem firmes na fé, mas fala também da
possibilidade de o crente volta ao primitivo estado.
"E odiados de todos sereis por causa do meu nome. Mas aquele que
perseverar até o fim será salvo" (Mt 10.22).
Comentário: A segunda parte poderia ser assim: "Aquele que não perseverar
até o fim NÃO será salvo".
35
Comentário: A epístola, dentre outros objetivos, destinou-se a
encorajar crentes judeus, exortando-os a se manterem na Verdade que lhes foi
revelada. Como se vê, Tiago admite ser possível alguém, "dentre os irmãos",
abandonar a fé e resistir à graça.
CONCLUSÃO
36
Parte VII
DINHEIRO E BENS MATERIAIS SINAIS DA GRAÇA DE DEUS
( A VISÃO REFORMADA )
"É pela atitude do Cristão em relação aos bens materiais, que se julga
da sua vida espiritual. O comportamento do homem para com o dinheiro é a
expressão tangível de sua verdadeira fé" João Calvino
Muita gente pensa que a Bíblia deve ser consultada apenas para
coisas espirituais, mas, segundo o conceito reformado, ela é a nossa "regra de
fé e prática". Seus ensinamentos dizem respeito a todas as áreas da vida do
crente, como já vimos na área da sexualidade. Seus ensinos são ricos e
profundos. Visam apenas o nosso bem.
37
precisamos sempre de mais e mais para nos considerar bem de vida, deixando
de lado o conceito do bem supremo da vida.
I. O PODER DO DINHEIRO
II. ADOTE UM SISTEMA ADEQUADO DE VALORES
III. COMO GASTAR O DINHEIRO
IV. CONSELHOS PRÁTICOS EM COMO USAR O DINHEIRO
I. O PODER DO DINHEIRO
Por que a Bíblia fala tanto sobre o dinheiro? Mateus 6:24 - Neste
versículo e em outros, Jesus o coloca em oposição direta a Deus. Servir a
Deus e a Mamom, ou seja, às riquezas, é pura impossibilidade. ( Lucas 6:24,
Lucas 16:13, Mateus 6:19, Mateus 19:24-25, Lucas 12:15, Lucas 12:33, Lucas
6:30.).
38
elemento da vida religiosa. Põem o homem diante de uma escolha, frente a
uma alternativa: ou bem as reconhece e as recebe na fé, como uma dádiva de
Deus, um sinal de Sua graça, ou bem lhes confere poder e eficiência
autônomos e renega, dessarte, o senhorio de Deus sobre todas as coisas"
(grifo nosso )
O dinheiro, como um rival de Deus pela nossa afeição, pela nossa
devoção, pela supremacia em nossa vida, precisa ser avaliado e subjugado.
Não subestimemos o seu poder. (1 Timóteo 6:10, que diz: "o amor do dinheiro
é raiz de todos os males" ). O dinheiro quer ocupar o lugar de Deus nas nossas
vidas. Como podemos subjugá-lo e colocá-lo a nosso serviço e a serviço do
reino de Deus através da nossa mediação? "Como consagração das riquezas é
o sinal infalível da fé autêntica ,é para examiná-la que Deus concede ao
homem, ou lhe retira, a prosperidade. A dádiva dos bens materiais tem sempre,
e em todo tempo, o valor de uma prova de Fé, qualquer que seja a abundância
destes bens" ( grifo nosso )
39
novo, conforto, de comprar o supérfluo, de usar o descartável, de ter o
moderno, o bonito !
Lc. 12:15 - ". porque a vida de um homem não consiste na abundância
de bens que ele possui "
I Tm 6:10 - " Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males . . ."
Mt 6:19, 21 - "Não acumuleis para vós outros Tesouros sobre a Terra,
onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam ; Porque
onde está o teu Tesouro, aí estará o teu coração".
40
Deus: Gênesis 22:28 Dar o dízimo é algo que nós precisamos fazer pois,
através dessa dádiva, tirada entre as primícias da nossa renda (isto é, primeiro
damos o dízimo, que não é nosso mesmo, e vivemos com o que resta),
afirmamos a nossa dependência de Deus. sem medida por assim agirmos.
"Os cúmplices de Satanás, na igreja, são aqueles que lhe retiram seu
recurso financeiro, porque a fiel pregação do Evangelho vai contra seus
interesses, e os que ignoram o real labor que o ministério reclama"
41
6. Decida no Coração devolver o Dízimo : ( I Co 16:2, II Co 9:6-15, Ml
3:10, Pv 3:9-10 )
AVALIAÇÃO
42
Parte XIII
LEI E GRAÇA UMA VISÃO REFORMADA
43
exerce atualmente na interpretação do papel da lei e da graça entre os
evangélicos ao redor do mundo.
Em uma direção oposta, outro grande movimento foi iniciado por Karl
Barth, em seu livro God, Grace and Gospel, onde argüi por uma unidade básica
entre lei e graça, direcionando seu pensamento para um novo moralismo.2
Para termos uma boa idéia de como o debate ainda é atual, em 1993 foi
publicado o livro Five Views on Law and Gospel, da coleção Counterpoints, no
qual cinco escritores evangélicos contemporâneos expressam diferentes
pontos de vista sobre a relação entre a lei e o evangelho (graça).3 Sem sombra
de dúvida, o assunto ainda está muito longe de apresentar um consenso entre
os evangélicos.
44
Pacto das Obras e Pacto da Graça5 é a terminologia usada pela
Confissão de Fé de Westminster6 para explicar a forma de relacionamento
adotada por Deus para com as suas criaturas, os seres humanos. Mais do que
isso, essa terminologia reflete o sistema teológico adotado pelos reformados,
conhecido como teologia federal.7 De forma bem resumida, podemos dizer que
o pacto das obras é o pacto operante antes da queda e do pecado. Adão e Eva
viveram originalmente debaixo desse pacto e sua vida dependia da sua
obediência à lei dada por Deus de forma direta em Gênesis 2.17 — não comer
da árvore do conhecimento do bem e do mal.8 Adão e Eva descumpriram a
sua obrigação, desobedeceram a lei e incorreram na maldição do pacto das
obras, a morte.
45
descendentes. Essa lei foi revelada ao longo do tempo. Dependendo das
circunstâncias e da ocasião em que foi dada, possui diferentes aspectos,
qualidades ou áreas sobre as quais legisla. Assim, é importante observar o
contexto em que cada lei é dada, a quem é dada e qual o seu objetivo
manifesto. Só assim poderemos saber a que estamos nos referindo quando
falamos de Lei.
46
(a) Não estamos sob a Lei Civil de Israel, mas sob o período da graça de Deus,
em que o evangelho atinge todos os povos, raças, tribos e nações.
(b) Não estamos sob a Lei Religiosa de Israel, que apontava para o Messias,
foi cumprida em Cristo, e não nos prende sob nenhuma de suas ordenanças
cerimoniais, uma vez que estamos sob a graça do evangelho de Cristo, com
acesso direto ao trono, pelo seu Santo Espírito, sem a intermediação dos
sacerdotes.
(c) Não estamos sob a condenação da Lei Moral de Deus, se fomos resgatados
pelo seu sangue, e nos achamos cobertos por sua graça. Não estamos,
portanto, sob a lei, mas sob a graça de Deus, nesses sentidos.
Entretanto...
(a) Estamos sob a Lei Moral de Deus, no sentido de que ela continua
representando a soma de nossos deveres e obrigações para com Deus e para
com o nosso semelhante.
(b) Estamos sob a Lei Moral de Deus, no sentido de que ela, resumida
nos Dez Mandamentos, representa o caminho traçado por Deus no processo
de santificação efetivado pelo Espírito Santo em nossa pessoa (João 14.15).
Nos dois últimos aspectos, a própria Lei Moral de Deus é uma expressão de
sua graça, representando a revelação objetiva e proposicional de sua
vontade.10
47
não podemos esquecer que é o próprio Antigo Testamento que nos apresenta
a promessa da salvação de Deus, a sua graça operante sobre os crentes da
antiga dispensação.
48
C. O Terceiro Uso da Lei
Esse uso da lei só é válido para os cristãos — ensina-os, a cada dia,
qual a vontade de Deus.17 Segundo o texto de Jeremias 31.33, a lei de Deus
seria escrita na mente e no coração dos crentes: Porque esta é a aliança que
firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente,
lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o
seu Deus, e eles serão o meu povo.
Creio que não é bem assim. A lei, assim como no Éden, tem ainda um
papel orientador para os cristãos. Embora eles sejam guiados pelo Espírito de
Deus, vivendo e dependendo tão somente da sua maravilhosa graça, a “lei é o
melhor instrumento mediante o qual melhor aprendam cada dia, e com certeza
maior, qual seja a vontade de Deus, a que aspiram, e se lhes firme na
compreensão.”18 A paz de Cristo como o árbitro dos corações só é clara
quando conhecemos com clareza a vontade de Deus expressa na sua lei. Deus
expressa sua vontade na sua lei e essa se torna um prazer para o crente, não
uma obrigação. Calvino exemplifica com a figura do servo que de todo o
coração se empenha em servir o seu senhor, mas que, para ainda melhor
servi-lo, precisa conhecer e entender mais plenamente aquele a quem serve.
Assim, o crente, procurando melhor servir ao seu Senhor empenha-se em
conhecer a sua vontade revelada de maneira clara e objetiva na lei.
São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e
são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.
49
Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que
me são ocultas.
50
Terei prazer nos teus decretos; não me esquecerei da tua palavra.
Sê generoso para com o teu servo, para que eu viva e observe a tua
palavra.
Mas essa visão da lei não nos traz de volta ao legalismo? Estamos
então novamente debaixo da lei? Certamente que não. Para bem entendermos
a posição bíblica expressa por Calvino sobre a lei no pacto da graça,
precisamos entender também como ele relaciona Cristo e a Lei.
V. Cristo e a Lei
51
(a) Ele veio cumprir a lei e não revogá-la.
(b) A lei seria cumprida totalmente, em todas as suas exigências e em todas as
suas modalidades (moral, cerimonial e civil) enquanto houvesse sentido em
fazê-lo.
(c) Aquele que viola a lei pode chegar ao Reino dos Céus! (“aquele que
violar...será considerado mínimo no reino dos céus.”) O sermão do monte é um
sermão para crentes e o texto pode ser entendido dessa forma.
(d) Aquele que cumpre a lei será considerado grande no Reino dos Céus.
(a) Ele veio cumprir a lei e de fato a cumpriu em todas as suas dimensões:
cerimonial, civil e moral. Não houve qualquer aspecto da lei para o qual Cristo
não pudesse atentar e cumprir. Cristo cumpriu a lei de forma perfeita, sendo
obediente até a própria morte. Ele tomou sobre si a maldição da lei. Ele se
torna o fundamento da justificação para o eleito.
(b) Ele não só cumpriu a lei perfeitamente, mas também interpretou a lei de
forma perfeita, permitindo aos que comprou na cruz, entendê-la de forma mais
completa, mais abrangente.
(c) Os que nele crêem agora também podem cumprir os aspectos necessários
da lei para uma vida santa. No entanto, esses que por ele são salvos não são
mais dependentes da lei para a sua salvação. Por isso há uma diferença clara
entre os que chegam ao Reino dos Céus: alguns serão considerados maiores
do que outros.
(d) Cristo, ao cumprir a lei, ab-roga a maldição da lei, mas não a sua
magisterialidade.19 A lei continua com o seu papel de ensinar ao ser humano a
vontade de Deus. A ab-rogação da maldição da lei é aquilo a que Paulo se
refere em textos como Rm 6.14 e Gl 2.16 — estamos debaixo da graça! A lei
continua no seu papel de nos ensinar, pela obra do Espírito Santo. Não somos
mais condenados pela lei nem servos da mesma. A lei, por expressar a
vontade de Deus, se nos torna um prazer.
52
Conclusão
53
Parte IX
A Graça na Lei
54
Parte X
A lei e a graça
55