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RELAÇÃO DE TRABALHO E

EMPREGO
SUJEITOS DA RELAÇÃO DE
EMPREGO

PROF.A SANDRA PINTO


TRABALHO ≠ EMPREGO

*Fonte: ROMAR, Carla Teresa Martins. Direito do trabalho. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
RELAÇÃO DE TRABALHO

• Tem caráter genérico, pois se refere a todas as relações jurídicas caracterizadas por
terem sua prestação essencial centrada em uma obrigação de fazer consubstanciada
em labor humano. Refere-se, pois, a toda modalidade de contratação de trabalho
humano modernamente admissível.

• A expressão relação de trabalho englobaria, desse modo, a relação de emprego, a


relação de trabalho autônomo, a relação de trabalho eventual, de trabalho avulso e
outras modalidades de pactuação de prestação de labor (como trabalho de estágio,
etc.).

• Traduz, portanto, o gênero a que se acomodam todas as formas de pactuação de


prestação de trabalho existentes no mundo jurídico atual.
DIFERENÇAS ENTRE RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO

Relações de emprego - CLT e legislação complementar.

Relação de trabalho - leis especiais ou Código Civil (art.593 e seguintes)


Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração
pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as


instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem
trabalhadores como empregados.

§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria,
estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua
autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação
de emprego.

3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do
grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas
dele integrantes.
Risco do negócio do empregador: um empreendimento para ter sucesso depende de
inúmeros fatores, e quem corre o risco do negócio é sempre o empregador. Em muitos
casos será utilizado como critério definidor se há ou não vínculo empregatício:

- A forma de ajuste da contraprestação (comissão em valor bruto ou não);


- A possibilidade de assumirem os danos causados ao tomador (pode ou não haver
descontos);
- Investimento no serviço ou negócio (nas ferramentas de trabalho).
RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO

Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador,
sob a dependência deste e mediante salário.

Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o
trabalho intelectual, técnico e manual.
Para que um trabalhador urbano ou rural seja considerado como
empregado, mister que preencha, ao mesmo tempo, todos os requisitos
abaixo:

a) Subordinação;
b) Habitualidade;
c) Onerosidade;
d) Pessoalidade
e) Pessoa física.

A ausência de qualquer um destes requisitos descaracteriza o trabalhador


como empregado.
Subordinação Jurídica: Deriva do poder de comando do empregador, pelo qual o
empregado tem o dever de obediência, podendo aquele dirigir, fiscalizar a prestação ode
serviços e punir o trabalhador.

A subordinação ou dependência hierárquica tem sido muito utilizada como critério


diferenciador entre o contrato de emprego e os demais contratos de trabalho (autônomo,
representação, mandato, etc).

Subordinação técnica – parte da premissa que o empresário detém o domínio da técnica


da produção ou do serviço.

Subordinação econômica – está ligada à necessidade de subsistência


do trabalhador.
Subordinação Direta e Indireta

Subordinação direta: exercida pela própria pessoa do empregador.

Subordinação indireta: exercida por prepostos.

Subordinação Objetiva e Subjetiva: o legislador pátrio adotou o enfoque objetivo

Quando o comando do empregador recai sobre pessoa do empregado, a subordinação é


subjetiva; quando recai sobre os serviços executados pelo trabalhador é objetiva.
Habitualidade ou não eventualidade: a necessidade daquele tipo de serviço pode ser
permanente (de forma contínua ou intermitente) ou acidental, fortuita, rara. Assim, a
expressão “serviços de natureza não eventual” caracteriza-se quanto o tipo de trabalho
desenvolvido pelo obreiro, em relação ao tomador, é de necessidade permanente para o
empreendimento.

Pode ser de forma contínua ou intermitente. A troca de trabalhadores para uma mesma
atividade não descaracteriza a habitualidade.
Onerosidade: significa vantagens recíprocas. O empregador recebe os serviços e, o
empregado, o respectivo pagamento. A toda prestação de trabalho corresponde
uma contraprestação pecuniária ou in natura.
Pessoalidade: o contrato de emprego é pessoal em relação ao empregado.
É contratado para prestar pessoalmente os serviços, não podendo ser
substituído por outro qualquer de sua escolha, aleatoriamente. Certa e
determinada pessoa. O trabalhador não se pode fazer substituir livremente
por alguém de sua escolha e sem anuência do empregador.

Contrata-se o meio (empregado) pelo qual se obtém o resultado final


(serviço), o trabalhador é instrumento deste resultado.
TRABALHADOR EVENTUAL - Existem quatro teorias que tentam explicar o que é
trabalho eventual:

a) Teoria do evento – leva em conta se o tipo de serviço para o qual o trabalhador é


contratado é de curta duração para a empresa. Se é transitório, episódico, de curta
duração em relação à atividade da empresa. Não é aceita pela doutrina brasileira, pois
o serviço pode ser curto, mas de necessidade permanente.

Exemplo: colheita, que é uma fase rápida de toda safra.

b) Teoria da descontinuidade – leva em conta o conceito temporal de serviços sob a


ótica do trabalhador, quando não se repete para este, é descontínuo. Não é aceita pela
doutrina brasileira, porque deve-se analisar sob a ótica do empreendimento.

Exemplo: professor que ministra uma única aula em uma universidade.


c) Teoria da fixação jurídica – o trabalhador que presta serviços para diversos
tomadores, simultaneamente, sem se fixar de forma definitiva e exclusiva a nenhuma
empresa. Trabalhador eventual é aquele que presta a sua atividade para alguém
ocasionalmente. (Amauri Mascaro)

d) Teoria dos fins da empresa – é analisada sob a ótica da empresa, desprezando-se a


pessoa do trabalhador e destacando a figura da natureza do serviço em relação à
atividade empresarial. Depende de acontecimento incerto, causal, fortuito em relação
à empresa. É adotada pela jurisprudência e doutrina pátria.
TRABALHADORES ADVENTÍCIOS – são empregados com todas as garantias
trabalhistas, que prestam serviços de necessidade permanente, de forma intermitente
(no dia, na semana, no mês ou no ano) para a empresa.

Exemplos: empregados que laboram nas bilheterias de teatros (apenas algumas horas
por dia); garçons contratados permanentemente para laborarem nos finais de semana
pelo excesso do trabalho; o safrista; o que substitui outro empregado nas férias.

Trabalhador autônomo – é o trabalhador que explora seu ofício ou profissão com


habitualidade (exercida com repetição pelo trabalhador), por conta e risco próprio.
Normalmente tem clientela variada, com independência no ajuste, nas tratativas, no
preço, no prazo e na execução do contrato. Corre o risco do negócio e não tem vínculo
de emprego.
Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades
legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de
empregado prevista no art. 3o desta Consolidação.
Trabalhador autônomo é a pessoa física que trabalha habitualmente para outra pessoa
física ou jurídica, explorando seu ofício ou profissão por sua conta e risco, normalmente
tem clientela variada, mas nada impede que trabalhe para um único tomador.

Caso haja os requisitos do vínculo empregatício, esse deverá ser reconhecido, inclusive
o §6º pontua a subordinação como elemento definidor para tanto.

Profissionais liberais são os que exploram sua própria profissão como autônomos ou
empregados. Normalmente é o que tem curso superior ou técnico e explora esta
atividade como meio de sobrevivência.
Trabalhador avulso portuário e não portuário

É o que presta serviços com a intermediação da entidade de classe, que tem o seu pagamento feito sob a
forma de rateio. Aquele que presta serviços a vários tomadores e que executa serviços de curta duração.
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso (incisos XX a XIV do artigo 7º da Constituição Federal).
Os trabalhadores avulsos, sindicalizados ou não, terão direito, anualmente, ao gozo de um período de
férias, sem prejuízo da respectiva remuneração. As férias dos trabalhadores avulsos serão de trinta dias
corridos, salvo quando o montante do adicional for inferior ao salário base diário multiplicado por trinta,
caso em que gozarão férias proporcionais.
LEI Nº 12.023/09

Art. 3o As atividades de que trata esta Lei serão exercidas por trabalhadores com vínculo empregatício ou
em regime de trabalho avulso nas empresas tomadoras do serviço.

Art. 4o O sindicato elaborará a escala de trabalho e as folhas de pagamento dos trabalhadores avulsos, com
a indicação do tomador do serviço e dos trabalhadores que participaram da operação, devendo prestar, com
relação a estes, as seguintes informações:
I – os respectivos números de registros ou cadastro no sindicato;
II – o serviço prestado e os turnos trabalhados;
III – as remunerações pagas, devidas ou creditadas a cada um dos trabalhadores, registrando-se as parcelas
referentes a:
a) repouso remunerado;
b) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;
c) 13o salário;
d) férias remuneradas mais 1/3 (um terço) constitucional;
e) adicional de trabalho noturno;
f) adicional de trabalho extraordinário.
Avulso é aquele que trabalha para diversos tomadores, sem vínculo de emprego,
obrigatoriamente intermediado pelo sindicato da categoria. Pode executar seus serviços na
área portuária ou não.

Podem executar as atividades de movimentação de mercadorias mencionadas no artigo 2º


da Lei 12.023/2009.

Já o portuário é o que presta serviços a diversos tomadores através do OGMO e na forma


da lei 12.815/2013, apenas nas proximidades da orla marítima, lacustre ou fluvial.

Ambos não possuem vínculo de emprego.

Não se confunde o marítimo com avulso portuário, pois aquele executa serviços
profissionais necessários à navegação, a bordo de uma embarcação, com vínculo de
emprego com a empresa armadora, normalmente mora na embarcação e pode ficar
afastado do lar e da família por meses.
CONTRATO DE ESTÁGIO
• Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para
o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação
superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental,
na modalidade profissional da educação de jovens e adultos (art. 1º 11.788/2008).

Requisitos essenciais para validade do estágio:

a) aluno regularmente matriculado e frequentando cursos vinculados ao ensino público ou privado, nos níveis
médio, superior, profissional;
b) o trabalho deve propiciar a experiência prática na linha de formação do estágio e complementar o ensino e
aprendizagem;
c) termo de compromisso entre o estudante e a parte concedente do estágio (tomador), com a intervenção
obrigatória da instituição de ensino mencionando o instrumento jurídico que se vincula, ou seja, o contrato de
estágio deve ser sempre escrito;
d) A parte concedente tem que supervisionar o estágio e emitir relatórios para enviar para a instituição de ensino e
esta deve designar um professor orientador para acompanhar o estágio e vistar os relatórios;
e) A duração do estágio não poderá ser superior a 2 anos.
• O estágio pode ser obrigatório ou não, conforme as diretrizes curriculares do curso e da área de ensino.

• Jornada poderá ser de:

a) 4 quatro horas diárias e 20 horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do
ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos;
b) 6 horas diárias e 30 horas semanais, no caso de estudantes de ensino superior, da educação profissional de nível
médio e do ensino médio regular.

Excepcionalmente poderá ter 40 horas em cursos que não possuem aulas presenciais.
Direitos do Estagiário após a lei 11.788/2008 – artigo 9, 12, 13 e 14:

a) Bolsa ou qualquer contraprestação para o estágio não obrigatório;


b) Auxílio transporte;
c) Seguro contra acidentes pessoais;
d) Recesso de 30 dias, preferencialmente durante as férias escolares, de forma remunerada para os estágios
remunerados e não remunerados para aqueles que não o sejam, desde que o período do estágio seja superior a 01
ano;
e) Jornada de trabalho;
f) Legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho;
g) Termo de realização do estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação
de desempenho, devidos pela parte concedente, quando do desligamento do estagiário.
MÃE SOCIAL – LEI 7644/87

Art. 1º - As instituições sem finalidade lucrativa, ou de utilidade pública de assistência ao menor abandonado, e que
funcionem pelo sistema de casas-lares, utilizarão mães sociais visando a propiciar ao menor as condições familiares ideais ao
seu desenvolvimento e reintegração social.

Art. 2º - Considera-se mãe social, para efeito desta Lei, aquela que, dedicando-se à assistência ao menor abandonado,
exerça o encargo em nível social, dentro do sistema de casas-lares.

Art. 3º - Entende-se como casa-lar a unidade residencial sob responsabilidade de mãe social, que abrigue até 10 (dez)
menores.
MÃE SOCIAL – LEI 7644/8

Art. 4º - São atribuições da mãe social:


I - propiciar o surgimento de condições próprias de uma família, orientando e assistindo os menores colocados sob seus
cuidados;
II - administrar o lar, realizando e organizando as tarefas a ele pertinentes;
III - dedicar-se, com exclusividade, aos menores e à casa-lar que lhes forem confiados.
Parágrafo único. A mãe social, enquanto no desempenho de suas atribuições, deverá residir, juntamente com os menores
que lhe forem confiados, na casa-lar que lhe for destinada.

Art. 5º - À mãe social ficam assegurados os seguintes direitos:


I - anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social;
II - remuneração, em valor não inferior ao salário mínimo;
III - repouso semanal remunerado de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas;
IV - apoio técnico, administrativo e financeiro no desempenho de suas funções;
V - 30 (trinta) dias de férias anuais remuneradas nos termos do que dispõe o capítulo IV, da Consolidação das Leis do
Trabalho;
VI - benefícios e serviços previdenciários, inclusive, em caso de acidente do trabalho, na qualidade de segurada
obrigatória;
VII - gratificação de Natal (13º salário);
VIII - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ou indenização, nos termos da legislação pertinente.
TRABALHADOR COOPERADO

Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.

Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício
entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela.
TRABALHADOR COOPERADO

1. A empresa contratante, quando contrata uma cooperativa de trabalho (seja ela de produção ou serviço ou de mão-de-obra), está
contratando, sem sombra de dúvidas, o resultado de uma prestação de serviço, não importando a pessoa por quem o serviço será
prestado. A prestação do serviço prescinde do requisito intuitu personae, pois temos a ausência do pressuposto pessoalidade, que, em
conjunto com outros fatores, leva à configuração da relação empregatícia.

2. A sociedade cooperativa, quando contratada, além da equipe de trabalhadores que, efetivamente, prestam o serviço especializado,
se faz presente também no local de trabalho um coordenador ou gestor, também cooperado, eleito em assembleia, para orientar e
dirimir qualquer dúvida por parte dos associados que estão prestando o serviço. A presença de um representante da cooperativa,
escolhidos pelos próprios cooperados, descaracteriza o poder de direção; enfim, a subordinação do trabalhador para com aquele que
está aproveitando a sua força de trabalho.

3. Analisando, ainda, a onerosidade, que também não está presente na relação cooperado/tomadora de serviço, pois a empresa
contratante contrata uma sociedade cooperativa, o preço é tratado com relação ao resultado, sendo que os cooperados ou associados
têm remuneração percebida de acordo com a produção do trabalho de cada um, e essa tratativa é efetuada pela própria cooperativa.
Embora em nome dos cooperados, é com ela que é firmado o contrato de prestação de serviços.

4. No que se refere à não-eventualidade, a presença desse requisito, por si só, não caracteriza a existência de vínculo empregatício. Na
verdade, esse requisito, de certa maneira, tem ligação com a pessoalidade. Conforme já afirmado, a tomadora contrata o resultado,
não tendo qualquer importância para ela que a prestação de serviços seja efetuada por trabalhadores distintos. Esse fato leva, em
geral, a uma situação de prestação de serviços onde a continuidade, considerando-se um único trabalhador, não tem preponderância.

*FURQUIM, Maria Célia de Araújo. A cooperativa como alternativa de trabalho. São Paulo: LTr, 2010.
EMPREGADO DOMÉSTICO
• Entende-se por empregado doméstico aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e
pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias
por semana, conforme dispõe o art. 1º da LC 150/15.
HISTÓRICO

•Código Civil – 1916 – Locação de serviços (artigo 1216 e ss. CC);

•Decreto 16.107/1923 – conceituou domésticos, incluindo cozinheiros, ajudantes de cozinha, copeiros, arrumadores, lavadeiras,
jardineiros, porteiros, damas de companhia, entre outros;

•Decreto Lei 3.078/1941 – definiu doméstico como sendo aqueles de qualquer profissão ou mister que, mediante remuneração,
prestem serviços em residências particulares ou a benefício destas;

•CLT – 1943 – conceituou doméstico, revogando as regras anteriores, e os excluiu dos direitos previstos no artigo 7º, alínea a, da
CLT.

•Decreto 71.885/1973 e Lei 5.859/1972 passaram a regulamentar exclusivamente os direitos do doméstico, sendo que só
tinham direito à assinatura da CTPS, Férias e integração à Previdência Social;

•CR/88 – estendeu aos domésticos alguns direitos dos urbanos e rurais;


Lei 10.208/2001 – estendeu de maneira facultativa para o empregador, o FGTS e seguro-desemprego;

Lei 11.324/2006 – estabilidade à gestante, férias de 30 dias e proibição de descontos por concessão de utilidades e
feriados;

EC 72/2013 – alterou o parágrafo único do artigo 7º da CR/88 e estendeu aos domésticos outros direitos, como jornada
de 8 horas diárias e 44 horas semanais, hora extra com acréscimo de 50%, adicional noturno, FGTS e multa de 40% em
caso de dispensa imotivada, entre outros;

Lei Complementar 150/2015 – regulamentou os direitos dos domésticos, criou outros e os conceituou de forma mais
precisa.

Em outubro de 2015 foi criado o E-social, que possibilitou o recolhimento da nova cota previdenciária, FGTS,
indenização adicional e seguro por acidente de trabalho.
EMPREGADO DOMÉSTICO - CONCEITO
Doméstico é a pessoa física que trabalha com pessoalidade e de forma subordinada, continuada e mediante salário,
para outra pessoa física ou família que não explore atividade lucrativa, no âmbito residencial desta, por mais de dois
dias semanais.

Para se definir um empregado como doméstico, deve-se atentar ao empregador, que deve ser doméstico, não
importando se o labor é de natureza intelectual, manual ou especializado. Assevera-se que a exploração dos serviços
sem finalidade lucrativa é essencial para delimitar o empregador doméstico.
EMPREGADO DOMÉSTICO – DIREITOS

a) Registro em CTPS;
b) Salário mínimo ou ao piso salarial estadual, fixado em lei;
c) Jornada de trabalho não superior a 8 horas diárias e 44 horas semanais;
d) Intervalo intrajornada;
e) Folga em feriados nacionais;
f) Seguro contra acidentes de trabalho;
g) Irredutibilidade do salário;
h) Horas extras, com no mínimo 50% de acréscimo sobre o valor da hora normal;
i) Adicional noturno – equivalente 20% do valor da hora normal;
j) Décimo terceiro salário;
k) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
l) Férias vencidas, acrescidas de 1/3 constitucional;
m) Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 constitucional;
n) Férias em dobro, quando concedidas ou pagas fora do prazo;
o) Salário família;
p) Vale transporte, nos termos da lei;
q) FGTS equivalente a 8% da remuneração do empregado.
• Profissional liberal em sua atividade e pessoa jurídica não podem ser considerados empregadores domésticos.

• Situações que suscitam dúvidas:

1) A cozinheira, arrumadeira que trabalha na residência durante o dia, mas por duas horas diárias o patrão a desloca para
substituí-lo no caixa de sua padaria, que fica situada ao lado de sua casa.

2) Cozinheira que trabalha pela manhã e à noite só para a família e à tarde, no mesmo local, cozinha para a patroa
doméstica vender refeições.
• Teoria da preponderância: ocorrendo o exercício concomitante de atividades domésticas e não domésticas para o
mesmo empregador ou para tomadores distintos, mas a pedido ou a mando do mesmo empregador, deve prevalecer a
lei que rege a atividade exercida preponderantemente. O contrato é único.

• Teoria do contágio, da atração ou da norma mais favorável – havendo conflitos de leis aplicáveis ao mesmo trabalhador,
deve-se optar pelo princípio da norma mais favorável, pois nega a existência de dois contratos ao argumento de que a
pessoa jurídica não paga salário ao trabalhador, porquanto a legislação mais favorável atrai todo o contrato e passa a
regê-lo. É o posicionamento majoritário na jurisprudência.

• Teoria dos dois contratos – parte da premissa de que o trabalhador executou serviços para dois tomadores distintos,
em horários diferentes, e que cada um seria regido pela legislação aplicável, ou seja, doméstico (LC 150/2015 e CLT) e
urbano (CLT).
3) Pessoa jurídica proprietária ou locatária de um imóvel residencial que serve de estadia para empregados que vêm
provisoriamente ao local, a serviço da empregadora e, ao invés de ficarem instalados em um hotel, se hospedam nesse
imóvel, então a arrumadeira, passadeira, lavadeira e cozinheira que ali trabalham são domésticas ou não?

• Unânime na doutrina e jurisprudência de que esse empregado não é doméstico, pois seus serviços dirigem-se à
atividade econômica da empresa, pelo que o imóvel se equipararia a um hotel.
4) Doméstica que trabalha em residência particular para pessoa física que não explora sua mão de obra para fins
lucrativos, porém sua CTPS é assinada pela pessoa jurídica da qual o patrão é sócio.

Teoria da prevalência da norma mais favorável – apesar de o trabalho ser de fato doméstico, houve literal violação do
artigo 1º da LC 150/2015, sendo assim, não pode ser aplicável a ele a legislação do empregado doméstico. Ademais, pela
prevalência da norma mais favorável ao trabalhador, aplica-se a CLT.

Não se caracteriza como empregado doméstico aquele que é contratado por pessoa jurídica, ainda que tenha prestado
serviço no âmbito residencial de sócio da empresa contratante. Vigora aqui o princípio da condição mais benéfica ao
empregado. (TRT-1 - RO: 00012092520145010401 RJ, Relator: Fernando Antonio Zorzenon da Silva, Data de Julgamento:
09/09/2015, Segunda Turma, Data de Publicação: 16/09/2015)

Teoria da primazia da realidade – essa corrente defende que houve erro material e a CTPS deve ser retificada, não
devendo ser aplicada a CLT só por esse fato.
• Quando o serviço é prestado para a família, o real empregador doméstico é esta mas, como essa não tem personalidade
jurídica, a responsabilidade pela assinatura da CTPS será de um dos membros que a compões.

• Para esse conceito de família entende-se que basta o ânimo de se reunir para habitação em conjunto, mesmo sem
vínculo de parentesco.

• A responsabilidade é solidária de todos que se inserem nessa “família”.

• Caso o empregado doméstico labore dois dias na semana para os pais e nos outros três dias para os filhos, que residem
em outro local, mas às expensas dos pais, considera-se um único empregador, por ser uma única unidade familiar,
mesmo em locais distintos.

• Espólio – não pode ser empregador doméstico, mas pode ser acionado caso hajam obrigações não quitadas. Só pelo
falecimento a relação não resta extinta, porquanto os demais membros da família continuam sendo responsáveis por
ele.
A natureza da atividade prestada não pode ser lucrativa, sob a ótica do tomador de serviços, ou seja, o trabalho
prestado não pode ter objetivos e resultados comerciais ou industriais, restringindo-se tão somente ao interesse do
tomador ou sua família.

Surge uma controvérsia porque existe um aparente conflito entre o texto do artigo 7º alínea a da CLT (atividade não
econômica) e do artigo 1º da LC 150/2015 (atividade não lucrativa).

Atividade econômica – movimentação de bens e serviços; Ex: associações beneficentes, cooperativas, maioria das
universidades, etc.

Atividade econômica lucrativa – movimentação de bens e serviços organizados com fins lucrativos. Ex: indústrias,
sociedades comerciais, bancos, etc.

1) Empregado que cuida do canil situado na residência e dos 200 cães do empregador, dando treinamento, comida,
remédio, banho, levando pra passear, sem intuito de lucro. É urbano ou doméstico?
2) Empregada que habitualmente cozinha e prepara 100 quentinhas para a e patroa doméstica doar a um orfanato. É
doméstica?

Para a primeira corrente, prevalece o disposto na alínea “a” do artigo 7º da CLT, logo, qualquer atividade econômica,
mesmo que sem fins lucrativos, descaracteriza a atividade doméstica. Nos exemplos acima o trabalhador seria urbano,
tendo direito à aplicação da CLT. Nesse sentido, Amauri Mascaro, Délio Maranhão, Russomano, Godinho, entre outros.

Para a outra corrente, o empregador não pode explorar atividade lucrativa, mas pode usar a mão de obra de seu
empregado para atividades econômicas não lucrativas, prevalecendo o conceito da LC 150/2015. Nesse sentido, Alice
Monteiro, Carrion, Sérgio Pinto Martins, entre outros.
• Âmbito residencial não pode ser entendido apenas como a casa, o lar, mas aqueles prestados externamente também
podem ter caráter doméstico.

• Ainda, a atividade pode ser prestada na unidade familiar principal do patrão e em residências mais distantes, como a casa
de praia, casa de campo, etc.

• A LC 150/2015 não trouxe toda a regulamentação dos domésticos, aplicando-se a CLT e leis especiais enquanto não
houver referida regulamentação.

• Menor de dezoito anos não pode ser doméstico.


• Como o empregador é a pessoa física ou a família, admite-se que qualquer membro capaz da família, desde que
tomador direto do serviço, possa responder à ação, mesmo que não tenha sido o responsável pela anotação da CTPS
ou o réu indicado no polo passivo da relação processual.

• A jurisprudência tem aceitado prova testemunhal para comprovação do cumprimento das obrigações trabalhistas,
inclusive para pagamento dos salários e parcelas da rescisão, e até mesmo o depoimento de amigo, vizinho ou
parente, porquanto trata-se de relações travadas no âmbito doméstico, onde normalmente apenas pessoas ligadas
diretamente às partes frequentam.

• A partir da EC 72/2013, que reconheceu as convenções e acordos coletivos para os domésticos, esses podem
constituir sindicatos, tanto de empregados, como de empregadores.

• Todos os princípio e garantias constitucionais aplicam-se aos domésticos.


TRABALHADOR RURAL

• Equiparam-se aos trabalhadores urbanos, conforme o artigo 7º, caput, da CF, para
fins trabalhistas;

• Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico,
presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência
deste e mediante salário (art. 2º, Lei 5889/73);

• Conforme a Convenção 141 da OIT, aprovada pelo decreto legislativo 5-93, o


conceito de trabalhador rural abarca não só o empregado rural, como também o
de todas as pessoas que prestam serviços ou tenham ocupação similar ou conexa,
nas regiões rurais, nas tarefas campesinas, artesanais, agrícolas, pastorais e
pecuárias;

• Compreendem os trabalhadores assalariados, assim como os “boias-frias” e


autônomos.
TRABALHADOR RURAL

• Safrista – empregado por prazo determinado;

• Boia-fria – trabalhador eventual, que não possui o requisito da pessoalidade,


por isso não há reconhecimento de vínculo. Alice Monteiro defende a
possibilidade de reconhecer o vínculo, dada a necessidade permanente da
mão de obra na atividade desenvolvida.
CONTROVÉRSIAS QUANTO AO LOCAL DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: EMPREGADOR URBANO OU RURAL?

1) Quando o empregador é urbano:

• A primeira prioriza a atividade do empregado, se ligada à agricultura e à pecuária o trabalhador será rural;
• A segunda posição realça a atividade do empregador, se indústria, seus empregados serão industriários, se
rural, seus empregados serão rurais;
• A terceira reúne dois requisitos para enquadrá-lo como rural: a atividade do empregador, desde que o
empregado trabalhe em propriedade rural ou prédio rústico.

2) Quando o empregador é rural, mas tem empregados exercendo atividades atípicas (motorista, carpinteiro,
pedreiro) ou fora do campo (atividades burocráticas ou escritório):

• A corrente majoritária defende que as atividades atípicas estão incluídas no conceito de empregado rural.

3) Com relação às atividades fora do campo:

• Mesmo fora do prédio rústico ou propriedade rural é trabalhador rural quem trabalha para empregador rural;
• Fora do campo o trabalhador é urbano, mesmo que trabalhe para patrão rural.
PROPRIEDADE RURAL E PRÉDIO RÚSTICO

Prédio rústico é o estabelecimento rudimentar, com pouca ou nenhuma maquinaria, de pequenas


dimensões, enquanto propriedade rural tem edificações, maquinaria moderna ou ostensiva, onde a
atividade não é considerada feita de modo rudimentar, rústico.

Sérgio Pinto entende que prédio rústico é aquele que é destinado à exploração agrícola, mesmo que
localizado em perímetro urbano ou rural.

Por outro lado, Godinho defende que prédio rústico é o situado na área urbana, embora a exploração
econômica da empresa seja enquadrada como de atividade rural, enquanto propriedade rural é a situada na
área geográfica rural.
EMPREGADOR RURAL

• É a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que explore atividade agro econômica, em caráter temporário ou
permanente, diretamente ou através de prepostos e com o auxílio de empregados (art. 3º, Lei 5889/73);

• O §4º do art. 2º do Decreto 73.626/74 traz diferenciação acerca da exploração de atividade industrial em
estabelecimento agrário, podendo-se concluir a partir do nele exposto de que se houver qualquer processo de
industrialização sem transformar a matéria-prima na sua aparência in natura, isto é, sem mudar a forma como vem
da natureza, a indústria será rural. Se, todavia, alterá-la, será empresa urbana;

• Para Vólia Bomfim Cassar, o que determina o enquadramento do empregador rural, assim como o do trabalhador, é
a atividade preponderante da empresa agroindustrial, independente da atividades.
CONSÓRCIO DE EMPREGADORES RURAIS

• Está disciplinado na Portaria 1.964/99 GM/MTE – conceitua-se como sendo a união de produtores
rurais, pessoas físicas, com a finalidade única de contratar empregado;

• O objetivo foi a diminuição da informalidade do trabalho do campo, estimulando a reunião de


empregadores rurais para dividirem o mesmo empregado. Um deles é escolhido para representar o
grupo e assinar a CTPS. Todos devem efetuar um pacto de solidariedade para responsabilidade
comum pelas dívidas trabalhistas e fiscais.
ALGUNS CONCEITOS
Grileiro – não é empregado e nem empregador, e trabalha como autônomo, no transporte do boia-fria para o trabalho;

Agregado – aquele que não recebe nenhuma contraprestação pelo serviço prestado, sob a alegação de que o
empregador rural o ajudou. Esse tipo de trabalho é uma forma análoga à condição de escravo;

Parceiro rural – um indivíduo cede a outro determinado imóvel rural, com o objetivo de nele desenvolver atividade de
exploração agropecuária, mediante participação nos lucros;

Arrendamento rural – uma determinada pessoa se obriga, por meio de contrato, a ceder para outra o uso e gozo de
propriedade rural por tempo determinado, mediante pagamento de aluguel mensal e para exercer ali atividades de
exploração agrícola ou pecuarista, agroindustrial, extrativa ou mista;

Meação agrária – contrato de parceria, onde o proprietário tem direito a 50% do que seu parceiro, não proprietário,
produzir.

ATENÇÃO
É possível coexistir um contrato de parceria e um contrato de emprego no âmbito rural. (artigo 12 da lei 5.889/73 c/c
art. 25 do Decreto 73.626/74).
PECULIARIDADES DO TRABALHADOR RURAL E DISTINÇÕES

a) Aviso prévio: no período do aviso prévio trabalhado pelo empregado rural a lei lhe garante o direito de descansar um
dia por semana, não se lhe aplicando a regra contida no art. 488 da CLT, que concede ao urbano a redução de duas
horas por dia ou sete dias consecutivos quando o trabalhador é notificado da dispensa imotivada;

b) Intervalo: para serviços intermitentes é possível intervalo superior a cinco horas, que não será computado na jornada
de trabalho, desde haja previsão expressa na CTPS do empregado rural – art. 6º da Lei 5.889/73 c/c art. 10, parágrafo
único do Decreto 73.626/74. Ex: ordenha de vacas; irrigação manual do plantio;

c) Horário e Adicional Noturno: horário noturno dos rurais que laboram na agricultura é aquele executado entre as
21:00 e 05:00 do dia seguinte, e para os que laboram na pecuária, das 20:00 às 04:00 do dia seguinte. A hora
noturna, nos dois casos, é acrescida de 25% e é computada como de 60 minutos;

d) Safrista: o empregado rural contratado para trabalhar durante a safra (período compreendido entre o preparo do
solo para o cultivo e a colheita).
e) Utilidades: a cessão pelo empregador de moradia e de bens destinados à produção não integram a remuneração do
rural, desde que caracterizados como tal em contrato escrito, com testemunha e notificação obrigatória do sindicato –
art. 9º, §5º da Lei 5.889/73.
O percentual de alimentação corresponde a 25% do salário mínimo e o da habitação a 20% do salário mínimo – art. 9º
alíneas a e b, da Lei 5.889/73. A distinção em relação aos urbanos está nos percentuais e no caso destes, o percentual
incide sobre o salário do trabalhador, e não sobre o mínimo.

f) Moradia: rescindido o contrato, o empregado estará obrigado a devolver o imóvel que lhe foi destinado por força do
contrato em 30 dias (art. 9º, §3º da lei 5.889/73).
Quando há contrato de equipe, onde a esposa/companheira e filhos sejam também empregados, o PN 53 do TST defende
a extensão da dispensa sem justa causa a todos os empregados que sejam esposa/companheira, filhas solteiras e filhos
até 20 anos de idade.
g) FGTS e PIS, com o advento da CR/88;

h) Salário-família:, com a lei 8.213/91;

i) Insalubridade e periculosidade: foram estendidos expressamente ao rural a partir da CF/88. No que concerne à
aplicação desses direitos ao trabalhador rural antes da CF/88 há posicionamento de que pode ser aplicado, porquanto a
lei 5889/73 autoriza a aplicação da CLT no que seja compatível e há posicionamento afirmando a impossibilidade,
porquanto não há previsão expressa de que possam ser aplicados.

j) Discriminação em razão da idade: artigo 23, parágrafo único do Decreto 73.626/74, que permite dispensa por justa
causa de empregado rural incapacitado para o trabalho em razão da idade avançada;

k) Aplicação dos institutos da prescrição bienal e quinquenal (Lei 13.467/17).


REPRESENTANTE COMERCIAL

• Regulada pela Lei 4.886/65;

• Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou pessoa física, sem relação de emprego, que
desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios
mercantis, agenciando proposta ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos
relacionados com a execução dos negócios;

Aproxima-se muito à do vendedor empregado, seja pracista ou não, pelo que deverá se analisar o caso concreto.
DIFERENÇAS ENTRE VENDEDOR EMPREGADO E REPRESENTANTE COMERCIAL

a) Aqueles que exercem a representação comercial autônoma devem ter registro nos conselhos regionais (CORE);

b) Caso haja exclusividade de zona, o representante comercial terá direito às comissões pelas vendas ali realizadas,
independentemente de quem tenha efetuado. O mesmo ocorre com o vendedor pracista empregado. Tal situação
deve estar expressa no contrato;

c) O representante, assim como o vendedor pracista pode trabalhar por prazo determinado ou indeterminado;

d) O representante comercial não pode dar descontos e nem abatimentos no preço sem a autorização expressa do
representado, assim como o vendedor pracista, que está subordinado ao empregador;

e) O representante comercial só adquire direito às comissões quando do pagamento dos pedidos e propostas. Já o
empregado vendedor pracista adquire tal direito com a venda ou quando o pedido não for recusado.
f) Vendedor empregado não corre os riscos do negócio, pelo que tem a garantia do mínimo quando as comissões são
inferiores a este, já o representante comercial pode passar meses sem receber;

g) É nula a cláusula del credere ou star del credere, porquanto nem o vendedor pracista e nem o representante
comercial pode ser fiador do negócio, pagando no caso de inadimplemento do contrato;

h) O contrato de representação comercial poderá ser rompido por justa causa perpetrada pelo representado ou
representante, e quando este dê causa, aquele pode reter a quantia necessária para a reparação dos danos
causados, diferentemente do empregador, que não pode reter quantia do vendedor pracista;

i) Há disposição de indenização caso a rescisão ocorra antes do prazo determinado no contrato, e mesmo que seja
rescisão sem justa causa de contrato indeterminado, na forma do artigo 27, j, da lei 4.886/65;

j) O vendedor pracista não tem a mesma autonomia do representante comercial, sendo que este normalmente não
tem supervisor e que define o modo de trabalho, número de visitas a clientes por dia, diferentemente do vendedor,
que está subordinado.
RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as


instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem
trabalhadores como empregados.

§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria,
estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua
autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação
de emprego.

3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do
grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas
dele integrantes.
Risco do negócio do empregador: um empreendimento para ter sucesso depende de
inúmeros fatores, e quem corre o risco do negócio é sempre o empregador. Em muitos
casos será utilizado como critério definidor se há ou não vínculo empregatício:

- A forma de ajuste da contraprestação (comissão em valor bruto ou não);


- A possibilidade de assumirem os danos causados ao tomador (pode ou não haver
descontos);
- Investimento no serviço ou negócio (nas ferramentas de trabalho).
Poderes do Empregador
(risco da atividade econômica art. 2º CLT)

O poder diretivo representa a faculdade legal que é concedida ao empregador, de


comandar a prestação pessoal dos serviços, organizando-a, controlando-a e punindo
o trabalhador, se for necessário.
Prerrogativa dada ao empregador para exigir determinados comportamentos lícitos
dos seus empregados com vistas ao alcance de propósitos preestabelecidos.

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