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1. Introdução
O título de uma conta deve expressar o significado adequado das operações nela registradas.
A importância da denominação das contas é evidente, pois as demonstrações contábeis (ditas "financeiras") não são de restrita
utilização pela própria empresa a que se referem, mas são também analisadas por auditores, fornecedores, instituições
financeiras e, obviamente, pelo Fisco.
2. Conceito de conta
O critério da fidelidade da denominação exige que o título da conta represente fielmente seu conteúdo intrínseco, no aspecto
material.
O critério da clareza implica definir gramaticalmente, de modo indubitável, por meio da denominação, o conjunto dos fatos
registrados pela conta.
A denominação adequada de uma conta deve ser objetivada pelo contabilista, pois o plano de contas não é universal, mas
dirigido aos mais variados setores empresariais, amoldando-se às características destes.
Embora se deva objetivar a padronização das contas, o respeito às peculiaridades dos diversos ramos de atividade deve ser
preservado.
Portanto, a denominação de uma conta deve ser adaptada à atividade específica de cada empresa.
4. Tradição na denominação das contas
Para citar um exemplo, como em determinada época havia quem considerasse a denominação "Duplicatas a Receber" pouco
adequada para representar a conta referente a duplicatas a cobrar derivadas da atividade da empresa, tentou-se modificá-la
por meio da adoção do título "Devedores por Duplicatas".
Entretanto, não vingou a tentativa, pois logo se fez presente a tradição, permanecendo até hoje o título "Duplicatas a Receber",
embora já com uma alternativa representada pela denominação "Clientes", adotada por um número considerável de
contabilistas.
5. Denominações inconvenientes
Denominações como "Despesas Gerais" ou "Despesas Diversas" devem ser evitadas, pois ocasionam, em uma só conta,
agrupamento de fatos diversos, que melhor se amoldariam sob títulos próprios.
6. Plano de Contas
O Plano de Contas, genericamente tido como um simples elenco de contas, constitui, na verdade, um
conjunto de normas do qual deve fazer parte, ainda, a descrição do funcionamento de cada conta: o
chamado Manual de Contas, que contém comentários e indicações gerais sobre a aplicação e o uso de cada
uma das contas (para que serve, o que deve conter e outras informações sobre critérios gerais de
contabilização).
Embora o Plano de Contas seja de fundamental importância, sobretudo para evitar inconsistências na
utilização das contas, a descrição pode ser suprida, na prática, pelo conhecimento técnico da equipe
envolvida.
Ativo Circulante - Características e composição
1. Introdução
Nesse procedimento, discorremos sobre as características e as rubricas que devem ser apresentadas como Ativo Circulante
(exceto Estoques) nas demonstrações contábeis, tendo como base a Norma e Procedimento de Contabilidade (NPC) nº 01 do
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), aprovada em reunião da Diretoria Nacional.
Nota-se que os princípios de contabilidade expostos neste procedimento são endereçados principalmente às entidades
comerciais e industriais. Assim, nem sempre são totalmente aplicáveis a entidades sem fins comerciais, instituições financeiras e
empresas de utilidade pública e outras cujas atividades sejam reguladas por normas específicas.
2. Composição do Ativo Circulante
A classificação das contas do Ativo Circulante geralmente fundamenta-se em critérios que objetivam dar uma medida
aproximada da liquidez da entidade, isto é, da sua habilidade de continuar com as atividades numa base contínua, sem
encontrar dificuldades financeiras.
Os itens são incluídos no Ativo Circulante conforme a expectativa de serem realizados dentro de 1 ano ou do ciclo operacional
normal da entidade, o que for mais longo na ocasião.
O critério para se identificar os ativos circulantes é se eles serão consumidos ou usados na produção da receita operacional de
uma entidade. O ciclo de operações de uma entidade usualmente refere-se ao tempo médio entre o momento de aquisição dos
materiais que entram no processo e aquele em que se realiza a cobrança da venda.
A aplicação do conceito temporal para segregação dos componentes do patrimônio entre os grupos do Balanço é convencional.
No entanto, a aplicação dos critérios anteriormente descritos é de aceitação universal para proporcionar a apuração do
montante do capital circulante ou de giro do índice e do índice de liquidez.
Há de se considerar, também, que mais significativo do que o conceito tradicional de circulante é o conhecimento do ciclo
operacional da entidade e da relação entre o capital de giro e o total do ativo para fins de avaliação e análise comparativas de
sua posição financeira em cada exercício.
A fim de que o Balanço Patrimonial apresente tanto quanto possível as contas agrupadas pela sua natureza e finalidade, o Ativo
Circulante e o Realizável a Longo Prazo (dentro do grupo Ativo Não Circulante) são classificados de forma separada, conforme a
expectativa de realização.
3.1 Ativos monetários e não monetários
Disponibilidades são recursos de propriedades da entidade, representadas por caixa e equivalentes de caixa, à disposição para
uso imediato e irrestrito.
Dentro do conceito de caixa ou equivalente de caixa, e considerando-se a movimentação dos recursos financeiros, incluem-se
não somente saldo de moeda em caixa ou depósito em conta bancária, mas também outros tipos de contas que tenham as
mesmas características de liquidez e de disponibilidade imediata.
Como equivalentes de caixa, devem ser consideradas as aplicações financeiras com características de liquidez imediata.
4.1 O que se considera disponibilidades
Como as contas do disponível são representadas, na maioria das vezes, pelo seu valor nominal, geralmente não existe
dificuldade de avaliação.
As disponibilidades em moeda estrangeira devem ser convertidas na data do Balanço em moeda corrente do País, à taxa vigente
naquela data.
As aplicações em títulos negociáveis com conversibilidade imediata devem ser avaliadas pelo custo de aquisição, acrescidos dos
rendimentos calculados proporcionalmente ao período decorrido desde a data de aquisição e deduzido, se necessário, da
provisão para ajuste ao valor de mercado.
As aplicações temporárias em ouro e em ações (na forma de ativo financeiro) devem ser avaliadas a valor de mercado.
4.4 Apresentação nas demonstrações contábeis
Os saldos em caixa e em bancos com destinação específica, seja para atender à liquidação de passivos ou para constituir fundos
de aquisição de títulos, investimentos ou bens para o Ativo Não Circulante, devem ser, preferencialmente, excluídos do
disponível e reclassificados para o grupo do Balanço a que se refere a destinação específica de tais recursos.
Se houver razões justificadas que não recomendem sua reclassificação, tal vinculação específica deve ser revelada no próprio
Balanço ou em notas explicativas.
Havendo, no disponível, valores relativos à aplicação em títulos de conversibilidade imediata, os seguintes dados devem ser
divulgados em notas explicativas:
a) a modalidade de aplicação;
b) a base de avaliação dos títulos; e
c) o valor de mercados dos títulos, caso seja superior ao valor de mercado apresentado no Balanço.
Não se incluem, nos pagamentos antecipados, as despesas pré-operacionais, as com desenvolvimento de tecnologia e as com
exploração e a prospecção de riquezas do solo, que estão vinculadas à geração de receitas e benefícios em exercício futuros.
Nota-se que a Lei nº 11.638/2007 , que deu nova redação ao inciso VIII do art. 183 da Lei das S/A,
estabeleceu que os elementos do Ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor
presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.
Nota
Em relação aos instrumentos financeiros referidos, considera-se valor de mercado o valor que pode se
obter em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes
independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro:
a) o valor que pode se obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de
natureza, prazo e risco similares;
b) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e
risco similares; ou
1. Introdução
Nesse texto, discorreremos sobre o tratamento contábil para itens do Ativo Imobilizado, tendo como base a Norma e
Procedimento de Contabilidade (NPC) nº 07 do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), o qual elenca como
principais questões nesse tipo de contabilização:
a) a época de reconhecimento dos ativos;
b) a determinação dos seus valores nos registros contábeis; e
c) o reconhecimento das despesas de depreciação e outras circunstâncias que possam influenciar o momento em que esses
valores são levados às contas de resultados.
2. Reconhecimento de item do Ativo Imobilizado
Segundo o Ibracon, um item do Ativo Imobilizado deve ser reconhecido como tal quando ele satisfizer a definição e os critérios
de reconhecimento para ativos, constantes dos Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Observa-se que as regras aqui expostas devem ser aplicadas na contabilização do item do Ativo Imobilizado, exceto quando
Princípios Fundamentais de Contabilidade requererem ou permitirem um tratamento contábil diferente.
2.1 Exceções
A NPC nº 07 não se aplica a todos os itens do Ativo. A referida norma cita alguns ativos, os quais não são exaustivos. São
exemplos:
a) florestas e recursos naturais renováveis semelhantes;
b) direitos de mineração sobre a exploração e a extração de minerais, petróleo, gás natural e recursos exauríveis
semelhantes; e
c) ativos adquiridos em combinação de empresas.
Observa-se, contudo, que essa exceção não é extensiva ao imobilizado utilizado para desenvolver ou manter as atividades ou
ativos mencionados nas letras "a" a "c", anteriores, quando passíveis de separação daquelas atividades ou ativos.
3. Algumas definições
O valor depreciável de um bem do Ativo Imobilizado deve ser apropriado numa base sistemática durante a sua vida útil
econômica.
O método de depreciação usado deve refletir o padrão em que os benefícios econômicos do ativo são consumidos pela
empresa. A parcela de depreciação referente a cada período deve ser contabilizada como despesa ou custo, a não ser que seja
incluída no valor contábil de outro ativo.
Na medida em que os bens do Ativo Imobilizado são utilizados nas operações, o valor contábil do ativo é reduzido para refletir
esse benefício econômico, gerando uma despesa de depreciação. A depreciação deve ser registrada mesmo que o valor justo do
ativo exceda o seu valor contábil.
A diminuição de valor dos bens do Ativo Imobilizado decorre principalmente da sua utilização (reconhecida por meio de
depreciação). Entretanto, outros fatores, tais como a obsolescência tecnológica e o desgaste enquanto o ativo ficar parado,
geralmente resultam na diminuição dos benefícios econômicos que se poderia esperar fossem proporcionados pelo ativo.
Consequentemente, os seguintes fatores devem ser considerados ao estimar a vida útil econômica de um ativo:
a) o uso esperado do ativo pela empresa, que deve ser avaliado com base na capacidade ou na produção física esperadas
do ativo;
b) o desgaste físico esperado, que depende de fatores operacionais, tais como o número de turnos durante os quais o ativo
será usado e o programa de reparo e manutenção, inclusive enquanto não estiver em operação;
c) obsolescência tecnológica resultante de mudanças ou aperfeiçoamentos na produção, ou mudanças na demanda no
mercado do produto ou serviço proporcionado pelo ativo; e
d) limites legais ou semelhantes sobre o uso do ativo, tais como datas de expiração dos respectivos arrendamentos,
permissões de exploração ou concessões.
4.1 Vida útil e vida econômica de um bem
A vida útil econômica de um bem do Ativo Imobilizado é definida em termos do benefício econômico que a empresa espera
obter da utilização desse ativo. A política de administração dos ativos de uma empresa pode incluir a venda dos ativos depois de
um determinado período ou depois do consumo de uma certa proporção dos benefícios econômicos incorporados no ativo.
Consequentemente, a vida útil de um ativo pode ser mais curta do que a sua vida econômica.
A estimativa da vida útil de um bem do Ativo Imobilizado é uma questão de julgamento baseado na experiência com ativos
semelhantes e, portanto, não deve estar vinculada a limites legais para dedutibilidade da despesa com depreciação.
4.2 Terrenos e edificações
Terrenos e edificações são ativos tratados separadamente para fins contábeis, mesmo quando adquiridos em conjunto.
O terreno, normalmente, tem uma vida ilimitada e, portanto, não é depreciado.
Já as edificações têm uma vida limitada e, portanto, são depreciáveis.
Um aumento no valor do terreno no qual uma edificação está situada não afeta a determinação da vida útil do edifício.
4.3 Métodos de depreciação
Uma variedade de métodos de depreciação pode ser usada para alocar o montante depreciável de um ativo numa base
sistemática durante a sua vida útil.
O método usado para um ativo é selecionado com base no padrão esperado de benefícios econômicos e deve ser
uniformemente aplicado, a não ser que haja uma mudança no padrão esperado de benefícios econômicos derivados desse
ativo.
A depreciação de um período é usualmente reconhecida como despesa ou como parte do custo de construir ou produzir outro
ativo, caso em que os benefícios econômicos decorrentes da utilização de um ativo são absorvidos pela empresa na produção de
outros ativos. Por exemplo, a depreciação da fábrica e seus equipamentos é incluída no custo dos estoques.