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HISTERIA E FANIQUITO NA EMPRESA

ABRAHAM SHAPIRO
Se não foi com você, com certeza já viu de perto um ataque de histeria. Não me refiro à histeria
como doença psíquica, mas ao chilique ou faniquito mesmo.
Todo mundo já teve um momento de fricote na vida. Alguns, a uma hora atrás. Outros, durante a
infância. Com a maioria, no entanto, umas palmadas no traseiro resolveram a questão.
Difícil é aguentar a histeria de um chefe, de um colega de trabalho ou de qualquer outro na
empresa. Histeria está em toda parte. Para muitos ela chega a ser uma ferramenta de gestão, uma
habilidade de liderança ou recurso de comunicação corporativa. Lamentavelmente.
Como ocorre? Geralmente quando a pessoa esgota sua lógica – o que, no caso dos histéricos leva
apenas alguns segundos. Manifesta-se na forma de explosão verbal, chantagem emocional ou outro
comportamento que resulte em liquidar o dia de qualquer filho de D-us.
As razões da histeria são profundas e obscuras. Insegurança e imaturidade estão entre elas.
Se você não tem chiliques, mas convive com quem os tem, aprender a lidar com estes indivíduos
pode ser definitivo para o seu bem-estar. E é mais fácil do que imagina.
Regra básica: “Não entre no jogo”. Ignore. Olhe. Escute. Porém, não se manifeste – pelo menos de
início. O histérico quer briga. Seus motivos não têm pé nem cabeça. O objetivo é fazer o outro
perder a razão. Que este não seja você. Entrar na dele requer que se grite muito, pois é um jogo
que só ganha quem alcança os timbres vocais mais altos. Além disso, quando um não quer, dois não
brigam.
O xeque-mate no histérico se dá ao dizer: “Não acredito que uma pessoa inteligente como você
perca o equilíbrio emocional a este ponto”. Outras duas ou três variações sobre a mesma frase
talvez sejam necessárias para ajudá-lo a voltar ao mundo e ver as coisas desde outra perspectiva.
A tática seguinte é: assim que a calma vier, mesmo que você tenha entendido completamente o
que ele disse durante o showzinho que acaba de dar, esclareça os mínimos detalhes da questão.
Traduza tudo para o “seu idioma” fazendo a sua própria interpretação dos fatos. Por exemplo:
“Pelo que eu entendi você está dizendo que…”. Puxe as situações abordadas para o seu ponto de
vista. E a partir de então, discuta com vagar, voz baixa e decência.
Estas são algumas dicas práticas. Usando-as, você evitará problemas graves de saúde e integridade
física em seus relacionamentos.
Espero tê-lo(a) mantido calmo(a). Se não, controle-se, por favor. Não lhe cairá bem um faniquito
após ler minha coluna semanal.
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ABRAHAM SHAPIRO é consultor empresarial e coach de líderes. Escreve na Folha de Londrina às
segundas-feiras. shapiro@shapiro.com.br

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