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Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Educação em Rede
Objetivos
• Compreender o conhecimento em rede.
• Conceituar e identificar as comunidades em rede.
• Perceber que a educação a distância é mediada por ambientes virtuais.
• Entender a aprendizagem nas comunidades virtuais para tal fim.
UNIDADE
Educação em Rede
Contextualização
A evolução tecnológica que aconteceu após a invenção do computador e da internet
permitiu uma mudança radical na forma com que nos comunicamos. No Report of
the special rapporteur on the promotion and protection of the right to freedom
of opinion and expression, Frank La Rue, publicado em 2011, a Organização das
Nações Unidas (ONU) declarou que o acesso à rede é um direito fundamental do ser
humano, mostrando, assim, o grau de importância que o mundo virtual tem em nossa
vida concreta.
Vivemos na Era Digital e quer queira, quer não, o mundo está, de alguma forma,
conectado. Além de alterar nossa vida concreta, as tecnologias trazem mudanças
significativas à educação. Tais recursos têm lançado novos paradigmas sobre o ensino.
A principal questão que se apresenta, hoje, para os educadores, é como utilizar os
recursos tecnológicos de maneira eficiente, do ponto de vista pedagógico.
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Introdução
Nesta Unidade veremos o que é educação em rede, conhecimento em rede,
comunidades em rede, comunidades virtuais de aprendizagem e ambientes virtuais de
aprendizagem.
Educação em Rede
Que tal iniciarmos nossos estudos sobre educação em rede com um vídeo de José
Mário? Este vídeo contextualiza de uma maneira simples e didática o que é educação e
conhecimento em rede.
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Por fim, diz que dispomos de uma faculdade operativa, ou manipulativa, que seria
muito mais específica da espécie humana que as anteriores:
A aptidão para a bricolagem é a marca distintiva do homo faber (ainda que haja
apenas uma diferença de grau em relação às performances dos animais, em
particular daqueles que servem-se de seus membros anteriores para outros fins que
não a locomoção). Este poder de manejar e de remanejar o ambiente irá mostrar-
se crucial para a construção da cultura, o pensamento biológico ou abstrato sendo
apenas um dos aspectos, variável e historicamente datado, dessa cultura. Na verdade,
é porque possuímos grandes aptidões para manipulação e bricolagem que podemos
trafegar, reordenar e dispor parcelas do mundo que nos cerca de tal forma que elas
acabem por representar alguma coisa. Agenciamos sistemas semióticos da mesma
forma como trabalhamos o sílex, como construímos cabanas de madeira ou barcos.
As cabanas servem para abrigar-nos, os barcos para navegar, os sistemas semióticos
para representar (LÉVY, 2000, p. 157-158).
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O Conhecimento em Rede
O conhecimento em rede permite que pessoas, mediante a troca de informações,
experiências e/ou interações, liguem-se e se religuem a todo momento, possibilitando
processos de aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar. Esse conhecimento
ocorre a partir do respeito às diversidades presentes nos ambientes de interação.
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Educação em Rede
Confira a entrevista que Pierre Lévy cedeu para o programa Roda Viva.
Disponível em: https://goo.gl/eaGdOL
Comunidades em Rede
Muitos autores têm ressaltado a importância dos meios de comunicação que, em
função de sua ação, modificam o espaço, o tempo e as relações entre as várias partes da
sociedade. Assim, a comunicação mediada por computador vem afetando a sociedade,
influenciando a vida das pessoas e a noção de comunidade. As comunidades mediadas
por computador são chamadas de comunidades virtuais. Ou seja, comunidade virtual
seria o termo utilizado para os agrupamentos humanos que surgem no ciberespaço e
mantêm relações sociais.
Para Recuero (2001) comunidade virtual seria o termo utilizado para agrupamentos
humanos que surgem no ciberespaço e se relacionam entre si. As características principais
da comunidade virtual seriam: interatividade e permanência – que é o sentimento de
pertencimento ao grupo.
As comunidades virtuais são redes eletrônicas de comunicação interativa autodefinidas,
organizadas em torno de um interesse ou finalidade compartilhados. Podem abarcar
e integrar diferentes formas de expressão, bem como a diversidade de interesses,
valores e imaginações, inclusive a expressão de conflitos, devido às suas diversificações,
multimodalidades e versatilidades. O desenvolvimento de comunidades virtuais se apóia
na interconexão e se constitui por meio de contatos e interações de todos os tipos
(SCHLEMMER; CARVALHO, 2005, p. 2).
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A criação de comunidades virtuais é orientada pelo crescimento do ciberespaço, a
interconexão e a inteligência coletiva. Lévy (1999) diz ainda que a “[...] interconexão
constitui a humanidade em um contínuo sem fronteiras [...]”, todos no mesmo “[...] banho
de comunicação interativa [...] tece um universal por contato [...]” no ciberespaço. Um
universal heterogêneo que cresce e expande filamentos, sem totalidade. Interconexão,
comunidade virtual e inteligência coletiva são aspectos de um universal por contato.
Com uma visão mais objetiva, Palloff e Pratt (2004) citam Preece ao afirmarem que
[...] comunidade on-line consiste em pessoas, em um objeto, em políticas comuns
e nos sistemas de computador. As pessoas interagem socialmente quando tentam
satisfazer suas próprias necessidades ou desempenhar papéis especiais, como os de
líder ou de moderador.
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À medida que a aventura se renova, vão aprendendo que cada um vale, não apenas
por si, mas pela forma como se relaciona com os outros – entendem que no coletivo
constroem o que nunca ou ninguém conseguiria construir sozinho. Vão aprendendo
também que fazem parte, em simultâneo, de muitas comunidades e que o partilhado é,
afinal, importante para o que partilham com as outras pessoas. Vão aprendendo que o
seu próprio valor para uma comunidade depende não apenas de si, como seres isolados,
mas também da forma como podem contribuir para essa em função de fazerem parte
de tal comunidade.
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·· Normas, valores e comportamentos são definidos na própria comunidade;
·· O educador assume o papel de orientador e animador da comunidade;
·· A aprendizagem é cooperativa/colaborativa;
·· O sujeito assume o papel ativo na construção de seu conhecimento, de
acordo com o tema da comunidade;
·· Interação permanente.
Suporte
PRESENÇA do discurso PRESENÇA
SOCIAL COGNITIVA
Experiência
educacional
Negociação Seleção
do Clima Social dos conteúdos
PRESENÇA
DE ENSINO
Meio de comunicação
Figura 2 – Modelo das comunidades de inquirição
Fonte: Garrison, Anderson e Archer (2000)
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A Educação a Distância Mediada por
Ambientes Virtuais
É bom lembrar que as comunidades virtuais de aprendizagem não se opõem às
comunidades físicas, pois possuem dinâmicas e regras diferentes de interação e, se utilizadas
da forma correta e com objetivos claros, levam à aprendizagem da mesma forma.
Para Haguenauer, Lima e Cordeiro Filho (2010) o AVA é uma ferramenta com
dimensão pedagógica, em que o professor disponibiliza vários recursos para o aluno,
como textos, aulas, cronogramas e exercícios.
Para aprofundar a dinâmica das relações sociais, o docente pode empregar fóruns
temáticos, chats agendados e grupos de discussão. Por meio de pesquisas orientadas é
possível trocar experiências, tirar dúvidas e expor os resultados para todos os participantes.
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Conclusão
Nesta Unidade vimos que a educação em rede começa a se firmar com o advento
dos computadores e da internet, potencializando a construção do conhecimento pelo
próprio aluno.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Conhecimento em rede
No vídeo, o professor Nilson Jose Machado nos fala sobre o conhecimento em rede.
http://goo.gl/l08yE8
Leitura
Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva
Em seu artigo, Rogério Costa, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, trata
da transmutação do conceito de “comunidade” para “redes sociais”.
http://goo.gl/o1mNrl
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Referências
BONICI, R. M. C. Análise da disciplina on-line de Probabilidade e estatística: o
modelo de comunidade de inquirição e a educação estatística no Ensino Superior. 2013.
Tese (Doutorado) - Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2013.
PALLOFF, R. M.; PRATT, K. O aluno virtual: um guia para se trabalhar com estudantes
on-line. Porto Alegre, RS: Artmed, 2004.
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RHEINGOLD, H. La comunidad virtual: una sociedad sin fronteras. Barcelona: Gedisa
Editorial, 1994. (Colección Limites de la Ciencia).
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