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JOÃO GABRIEL OLIVEIRA DE PAULA

SERVIÇOS JURÍDICOS

O Capitalismo no século XIX e as bases do movimento operário

Introdução-

A organização de trabalho no século XIX, passou por diversos momentos. Assim


podendo contestar os mecanismos capitalistas e a burguesia desse período que
surgira com Revolução Industrial. Tendo como principal objetivo as péssimas
condições as quais se encontravam naquele período. Portanto, criando, diversos
movimentos.

1- Movimento Ludita:

O Ludismo foi um movimento social ocorrido na Inglaterra entre os anos de


1811 e 1812. O movimento ia contra os avanços tecnológicos ocorridos na
Revolução Industrial, que ocasionaram na substituição do trabalho humano por
máquinas.
Os Ludistas ou os “quebradores de máquinas”, como ficaram conhecidos, eram
os operários que participaram de protestos e revoltas radicais. O movimento
ficou marcado pela invasão de diversas fábricas e pela destruição de máquinas
e equipamentos, considerados o motivo do desemprego e das péssimas
condições de trabalho daquela época.

2- Movimento Cartista:
Constituído pela “Associação dos Operários” e derivado das mudanças trazidas
pela primeira Revolução Industrial, o movimento cartista reivindicava direitos
políticos dos operários, como o sufrágio universal (direito ao voto), voto secreto
e melhoria nas condições e jornadas de trabalho.
A influência do Cartismo sobre o movimento operário internacional foi muito
grande. Após o fim do movimento, diversas leis trabalhistas foram criadas e
implementadas no intuito de combater a exploração da força de trabalho e
mediar as relações entre os operários e a burguesia industrial.

3- Sindicalismo:
Os trade-unions foram as primeiras associações formadas por operários cuja
meta era se contrapor ao poder burguês e que, mais tarde, formaram os
sindicatos. Os movimentos sindicalistas eram sistemas de organização que
defendiam direitos trabalhistas e tinham foco na resistência à exploração
capitalista.
Em 1824, o parlamento inglês aprovou a primeira lei que permitiu a
organização sindical dos trabalhadores. Com a nova lei, houve uma explosão
de greves e associações operárias em toda a Inglaterra, concentradas
principalmente na indústria têxtil e na atividade siderúrgica.
A partir desse momento, começaram a surgir organizações de federações que
unificavam várias categorias dos trabalhadores.

Introdução ao pensamento socialista:


Introduzido na Conspiração dos Iguais, em 1796, liderada por Babeuf, tinha
como objetivo ir além da perspectiva burguesa. Com o objetivo da implantação
de uma sociedade totalmente igualitária, que seria algo impossível naquele
período e no período contemporâneo.
Em 1848, na “Primeira dos Povos”, uma onda revolucionária que atingiu
diversos países europeus, que acabou por ser suprimida pela burguesia. Já o
projeto de uma implantação de uma sociedade socialista em 1871, quando
houve a “Comuna de Paris”, houve uma tentativa, porém, frustrada.

Conceito de Socialismo:
Segundo Arnaldo Spindel, seria:
“O socialismo defende que, para que haja igualdade entre o povo, o poder dos
meios de produção deve ser centralizado no Estado. Neste caso, todas as
empresas, serviços de educação, saúde e transporte são estatais.
Ao invés de buscar o lucro e incentivar a competição de mercado, as empresas
devem preocupar-se em oferecer produtos e/ou serviços de qualidade à
população.
Os trabalhadores desempenham sua função normalmente e recebem salários
semelhantes à de seus amigos, parentes e vizinhos, de modo que um não
tenha mais do que o outro.”

As primeiras manifestações socialistas:


Foram elas:
- Conspirações dos Iguais (1796), liderada por Babeuf;
- Revoluções de 1848, “A Primavera dos Povos”, uma onda que atingiu países
europeus, mas foi reprimida;
- Comuna de Paris (1871), primeira tentativa concreta, porém falha.

1- Socialismo Utópico:
O socialismo utópico foi a corrente desenhada pelos primeiros pensadores
socialistas, como Rouvroy, Fourier e Owen. Eles acreditavam na distribuição
equilibrada de riquezas e na construção de uma nova sociedade a partir de um
modo pacífico e consciente.
Esses pensadores tinham algumas ideias em comum, como ser contra o
individualismo, propriedade privada e competição. Justamente por isso, não
acreditavam em conflitos para se chegar nesse sistema político-econômico.
A palavra “utópica” tem o significado de ser algo inalcançável. Por isso mesmo,
muitos pensadores consideram essa corrente do socialismo idealista, já que ela
espera por condições ideais para aplicá-la.

2- Socialismo Científico:
Já o socialismo científico, também conhecido como marxismo, era contra essa
idealização e acreditava que a participação dos operários na implantação do
sistema político-econômico era muito importante. Para essa corrente, criada
por Karl Marx e Engels, a transformação deveria vir “de dentro”, do grupo de
proletários.
Uma de suas principais características (e diferença em relação ao socialismo
utópico) é considerar a reforma proletária a partir da luta de classes – quando
dizemos luta, é literalmente. Marx falava em pegar as armas e buscar uma
divisão de bens materiais mais igualitária.
Você deve estar pensando quais são essas classes. Para o socialismo
científico, existem apenas duas classes:
A burguesia (os donos dos meios de produção), considerados
exploradores;
O proletariado (operários), considerados explorados.

Anarquismo:
Anarquismo é uma doutrina política e filosófica que traz ideologias, princípios e
fundamentos. Ele surgiu por volta do século XIX em meio ao movimento
operário e as revoltas que ocorriam nas fábricas da época – na atualidade, o
anarquismo ainda se apresenta à sociedade de maneira relevante.
principal ideia anarquista é a liberdade e o não autoritarismo – ele se volta
contra as autoridades e hierarquias, principalmente as estatais. Por isso,
grande parte dos anarquistas não se organizam como partidos políticos porque
acreditam que esse tipo de organização representa uma forma de poder
centralizador.
Por esse motivo, o anarquismo está compreendido entre as doutrinas
antiestatais e defende associações livres gerenciadas com autonomia por
pessoas da classe trabalhadora.
Nesse sentido, as mudanças e decisões anarquistas devem ser tomadas por
uma ação direta, ou seja, não haverá um intermediário para a resolução dos
conflitos. Desse modo, cada indivíduo é autônomo em representar seus ideais
por meio da autogestão.
O conceito de autogestão não está centrado no indivíduo, mas na
representatividade política dissociada dos grandes grupos econômicos é, por
exemplo, uma separação entre interesses pessoais das elites e o exercício
político.
Por sua vez, o classismo é o princípio anarquista que defende os direitos da
classe trabalhadora, então não está totalmente desligada das divisões sociais.
Perceba que, embora seja uma corrente do socialismo, é uma renovação do
modelo socialista e não segue as ideias de Karl Marx.
A intenção da doutrina anarquista é a formação de uma sociedade horizontal,
sem maiores ou menores (hierarquização) ou governos e governados
(dominação). Por essa razão, percebe-se uma forte intenção em destruir
o capitalismo e o Estado.

Social-democracia:
Já a social-democracia é uma vertente política que prega princípios
de igualdade, liberdade e justiça social. Esse último, inclusive, requer que o
regime apoie a intervenção do Estado em um papel de regulação do
funcionamento da máquina pública, nas esferas política, econômica e social.
uma variação do socialismo, surgida dentro do movimento operário ainda no
século XIX. Hoje em dia, após mais de um século de evolução, essa
corrente diverge do socialismo marxista, que busca substituir o sistema
econômico capitalista (no qual os meios de produção estão nas mãos de
indivíduos) pelo sistema econômico socialista (no qual os meios de produção
são coletivizados).
A social-democracia aceita o capitalismo, mas busca mitigar os efeitos desse
sistema considerados adversos, por meio da política. Para isso, utiliza-se
de intervenções econômicas e sociais e promove reformas parciais do sistema
ao invés de substitui-lo por inteiro. Esse é um pensamento político atrelado à
centro-esquerda e seus principais valores são a igualdade e a liberdade.
No campo político, a social-democracia defende as liberdades civis, os direitos
de propriedade e a democracia representativa, na qual os cidadãos escolhem
os rumos do governo por meio de eleições regulares com partidos políticos que
competem entre si.

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