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Reforma da Previdência Social e os possíveis


reflexos na aposentadoria por invalidez

Trabalho de Conclusão de Curso de Direito


Orientador: Prof. Fernando Rosa Junior
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
UniSALESIANO - Araçatuba

Araçatuba – SP
2019
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SANTOS, Solibel Cristina Alves dos Santos – 05/08/1971

Aposentadoria por Invalidez e os reflexos na possível reforma da previdencia


Quantidade de páginas 51 – Trabalho de Conclusão de Curso

UniSALESIANO – Centro Universitário Católico Auxilium

1. Palavras Chave – Aposentadoria por Invalidez


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Reforma da Previdência Social e os possíveis reflexos na aposentadoria por


invalidez

Acadêmica: Solibel Cristina Alves dos Santos

Trabalho de Conclusão de Curso de Direito


Professor Orientador: Fernando Rosa Junior
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
UniSALESIANO – Araçatuba-SP

___________________________________
Professor:
Centro Universitário Católico Auxilium – UNISALESIANO
Data:

___________________________________
Professor:
Centro Universitário Católico Auxilium – UNISALESIANO
Data:

____________________________________
Professor:
Centro Universitário Católico Auxilium – UNISALESIANO
Data:
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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, aos meus anjos guardiões, que no
momento mais difícil da minha vida, intuíram de forma divina um novo caminho em
minha vida, para curar o mal da alma, abriram um recomeço dentro do saber, tirando de
mim todo o sofrimento e fazendo me ocupar o tempo com conhecimento e novos
horizontes. Nesta caminhada não posso deixar de dedicar a minha Mãe que sempre
acreditou e cobrou fielmente meu desempenho, porque sempre acreditou que sou capaz
de finalizar as obras que me proponho. Dedico a minha filha que sempre me viu como
uma guerreira e exemplo. Mas Deus também nessa trajetória me enviou meu esposo
amado, que acredita na minha vitória e com todo seu amor me afaga nos dias mais
difícil, dizendo: “Eu acredito em você, calma porque tudo vai dar certo”. E não poderia
deixar de dedicar aos meus novos filhos que me apoiam o meu proposito.
A estes dedico meu trabalho, que com a confiança e compreensão foram meus
incentivadores para chegar ao final.
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AGRADECIMENTOS.

De fato, não foi fácil chegar até aqui, a jornada foi tomada por empecilhos,
pedras que teimavam em rolar, chuvas que insistiram em cair sobre as nossas cabeças,
com o intuito de nos fazer desistir. Todavia, ao meu lado tive pessoas de índole
inquestionável e imenso coração.
Agora chegando ao desfecho, somos capazes de folhear as páginas já escritas de
nossa história e concluir que toda a tinta gasta, as pontas quebradas, e as charmosas
rugas, foram pilares de grande angústia, mas constituíram o âmago do saber que nos
trouxe até aqui.
Saber este, que sem escusas, será primordial para a vida profissional a qual
damos início. Esta é a paixão do estudioso do Direito, incansável explorador do
conhecimento jurídico. Concluída uma etapa, logo se lança em outra ainda mais
desafiadora, pois sabe que o horizonte está longe, mas com esforço e sabedoria, todos
nós somos capazes de concretizar os mais grandiosos feitos.
Não poderia deixar de mencionar aqueles que como Sísifo, me ajudaram a subir
a montanha, mas aqui a trama termina com o alcançar do topo e a descoberta de novos
mundos.
Começo por agradecer meu esposo Cleidevaldo, o amor que nutri por mim foi
combustível que queimou ferozmente me impulsionando adiante. Agradeço também
Maria Helena, hoje se deita com os anjos, pois foi um em minha vida. No começo desta
jornada, foi madrinha de meus estudos e me fez acreditar na educação como o caminho
para mudar vidas e o mundo.
Mérito também é de minha mãe, que nunca me deixaste e sem falha proveu tudo que
pode para minha criação. Com ela aprendi o valor do trabalho e da hombridade. Valores
esses que passei aos meus filhos, Carolina Cristina Candido, João Pedro Ribeiro Dias e
Maria Eduarda Ribeiro Dias. Bênçãos que Deus me permitiu gozar, fiéis aos princípios
intrínsecos a um bom cidadão, é meu maior motivo de orgulho e me incentivam na
busca por uma melhora contínua e ininterrupta.
Dedico essas linhas, para gratificar o ilustre professor Fernando Rosa, por suas
brilhantes aulas e por ter despertado em mim o ardor pelo Direito Previdenciário, que
atua como plano da obra que aqui vos será apresentada. Destarte, deixo de prosa e
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exponho os frutos de árduo trabalho de pesquisa, que neste desfecho, mostrou-se


inquestionavelmente compensador.
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Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar.


as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.
- Paulo Freire.
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RESUMO

O presente trabalho objetiva analisar o benefício por incapacidade laborativa, seja


parcial ou total, No primeiro capitulo fazemos menção sobre breve histórico da origem
da proteção social, bem como a saúde, regimes previdenciários. Já no segundo capitulo
vislumbra o princípio norteador da previdência social, destacando o principia da
dignidade da pessoa humana. No terceiro capitulo tratamos definitivamente sobre a
aposentadoria por invalidez em seu contexto geral, e finalizamos no quarto capitulo
sobre a possível reforma da previdência social e seu reflexo na aposentadoria por
invalidez.
Palavra-chave: Aposentadoria por invalidez; perícia medica; principio da dignidade da
pessoa humana; reforma da previdência social.
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ABSTRACT

This paper aims to analyze the benefit for work disability, whether partial or total. In the
first chapter we mention the brief history of the origin of social protection, as well as
health, social security schemes. Already in the second chapter glimpses the guiding
principles of social security, highlighting the principle of dignity of the human person.
In the third chapter we definitely deal with disability retirement in its general context,
and we conclude in the fourth chapter about the possible reform of social security and
its reflection on disability retirement.

Keyword: Disability retirement; medical expertise; principle of the dignity of the human
person; social security reform.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................12

CAPITULO I – ORIGEM DA PROTEÇÃO SOCIAL............................................14


1.1 Previdência social................................................................................................15
1.1.1 Como funciona a previdência?..............................................................................17
1.1.2 Conceito da seguridade social...............................................................................18
1.2 Saude.....................................................................................................................19
1.3 Assistências Sociais na Constituição Federal de 1988.............................................20
1.4 Regime Geral da Previdência Social.......................................................................21
1.5 A Previdência Privada.............................................................................................23
1.6. Coberturas do Plano de beneficio por incapacidade...............................................25
1.6.1 Auxilio Doença.....................................................................................................26
1.6.2 Auxilio Acidente...................................................................................................27

CAPITULO II- PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE


SOCIAL..........................................................................................................................28
2.1-Principio Constitucional da Dignidade da Pessoa Humana......................................30

CAPITULO III- APOSENTADORIA POR INVALIDEZ........................................32


3.1 Carência do Beneficio...............................................................................................32
3.2 Risco Sociais..............................................................................................................32
3.3 Perícia Medica na previdência social........................................................................33
3.3.1 Perito Médico......................................................................................................34
3.3.2 Da finalidade da perícia médica..........................................................................34
3.3.3 Modalidades de perícia médica...........................................................................34
3.3.4 Da conduta do perito médico..............................................................................34
3.3.5 Da responsabilidade do perito médico................................................................35
3.4 Doença preexistente..................................................................................................36
3.5 Renda Mensal............................................................................................................37
3.6 Data da cessação do beneficio.................................................................................38
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CAPÍTULO IV- REFORMA DA PREVIDÊNCIA E SEUS POSSIVEIS


REFLEXOS.PEC nº 06 /2019.......................................................................................41
4.1 Proposta de emenda à Constituição: PEC nº06/2019 e suas principais alterações...41
4.2 Aposentadoria dos trabalhadores rurais...................................................................42
4.3Aposentadorias para os servidores públicos.............................................................43
4.4 Aposentadorias dos professores, policiais e aos agentes penitenciários...................43
4.5-Pensão por morte.....................................................................................................44
4.6 Aposentadoria por invalidez e possível redução de 40% da media salarial............44

CONCLUSÃO...............................................................................................................46

REFERÊNCIAS.........................................................................................................48
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INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa apresentar ao leitor uma visão panorâmica


sobre um importante benefício, aposentadoria por invalidez, tendo em vista
que muitos segurados às vezes em determinado momento de sua vida vem
a necessitar desse instituto, para sua suprir sua renda laboral, em um
período que se encontra incapacitado para exercício de suas funções.
Abordamos o assunto divido em quatro títulos, para um conhecimento, mas
objetivo sobre o tema.
No primeiro capitulo abordamos sobre o que é e para que sirva a
previdência social, os regimes existentes, quem são os segurados, a
preocupação com proteção do trabalhador, pelo poder publico. Destacando
sobre a saúde, assistência social e por fim evidenciando como surge a
aposentadoria por incapacidade. Neste discorrer no segundo capitulo
tratamos sobre os princípios norteadores da previdência social, como o
principio da universalidade, uniformidade, seletividade, diversidade e
outros, mas destacando com ênfase sobre o principio da dignidade da
pessoa humana, e de sua importância no nosso ordenamento jurídico com
previsão constitucional.
A dignidade da pessoa humana esta embasada no Estado e do
Direito, tem sua validade na ordem jurídica e deve ser respeitada em toda e
qualquer interpretação da lei, visando à proteção dos direitos e obrigações
do ser humano.
Já no capitulo três, analisaremos de fato o beneficio Aposentadoria
por invalidez, trazendo informações acerca deste instituto, explicando de
forma objetiva sobre, conceito, carência, risco social e alertando sobre a
Perícia-médica, esta que se não for efetuada com respeito e
profissionalismo pelo médico, para trazer grande prejuízo ao segurado, que
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diante deste respeitável profissional, entrega sua expectativas para angariar


seu beneficio, apresentado a este, exames, laudos para confirmar o seu
estado de incapacidade.
No capitulo quatro de forma não definitiva ate o momento, trazemos
um estudo da PEC nº06/2019, que trata da reforma da previdência, que ser
for aprovado nos moldes que foi apresentado, trará ao segurado que estiver
recebendo aposentadoria por invalidade, uma nova forma de calculo, que
poderá deixa-lo em uma situação muito complicada.
Assim apresenta-se o objetivo do presente trabalho, analisar os
benefícios assistenciais por incapacidade, em virtude de alterações que
poderão sofrer seus beneficiários, se for aprovada a reforma da previdência,
que no presente momento já se encontra para segunda votação no senado
federal.
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Capítulo I
ORIGEM DA PROTEÇÃO SOCIAL

Breve contexto histórico

A previdência social no Brasil se apresenta através de sua evolução da proteção


social, surge em um primeiro momento, como caridade, nada diferente do resto mundo.
Mas logo após pelo Mutualismo de caráter privado e facultativo, e nestas
transformações, se consagra na atualidade em um sistema de seguridade social,
consagrada na constituição federal de 1988 (BRASIL,1988). Podemos elencar que
inspirada pela caridade, surge as Santas Casas de Misericórdia, cuja finalidade era de
prestar atendimento hospitalar aos pobres.
Nesta situação a ajuda aos pobres surge como algo sem vinculo com a ideia de
justo, expressando mera caridade. Na verdade era uma forma perversa, pois muito
frequentemente, a qualidade de pobre era apresentada como algo necessário, visto como
beneficio para as pessoas carentes, uma passagem para o Reino de Deus, haja a vista a
situação de extrema carência e desapego a bens materiais. Incutia nas pessoas que ser
pobre era uma honra, pois seria uma condição gerada por sua própria culpa.
Já no Império Romano, verificamos indícios de seguros coletivos, visando à
garantia de seus participantes. Tal controle estatal não trazia, de modo algum,
intervenção direta do Estado. Porem com o tempo o Estado começa a assumir uma parte
da responsabilidade pela assistência dos desprovidos de renda até que finalmente um
sistema securitário, coletivo e compulsório.
Portanto, com o decorrer de varias constituições, foi sendo aprimorada e por fim
na Constituição da Republica Federativa do Brasil (CRFB) do ano de 1988, traz em seu
bojo o fim delineado a nova carta magna, institui-se um autêntico Sistema Nacional de
Seguridade Social, com a finalidade precípua de assegurar o bem-estar e a justiça
sociais, para que, desta forma, ninguém seja privado, ou seja, que todos os cidadãos
sejam assegurados, o principio da dignidade humana.
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Desta forma a previdência social visa promover à dignidade a incapacidade,


conforme previsto na lei 8.213/91 (BRASIL, 1991) que estabelece regras e requisitos
para a concessão destes benefícios.
De acordo com a nossa carta magna, se estabeleceu o principio da dignidade da
pessoa humana com um dos princípios fundamentais, que expressa no seu conteúdo que
o ser humano deva ser respeitado, não podendo deixa-lo de lado ou privado de meios
para que ele tenha sua dignidade protegida, dignidade essa que engloba as esferas
físicas, psicológicas, afetivas, econômicas e jurídicas.
Mas com o avanço da sociedade humana contribui com individualismo ao
extremo, em detrimento da família, incentivando pessoas a assumirem suas vidas com
independência, levando-as a pleitear o bem próprio.
O Brasil em consequência seguiu esta mesmo prerrogativa, conforme se
expressa em nossa Constituição Federal de 1988 (BRASIL,1988), onde previu um
Estado do Bem Estar Social em nosso território. Desta forma a proteção social brasileira
é obrigatoriamente dever do Estado, o qual impõe contribuições obrigatórias a todos os
trabalhadores.
Portanto as previdências sociais, juntamente com a saúde e assistência social,
são classificadas como direitos sociais pela Constituição Federal, sendo apregoados de
direitos sociais de segunda geração ou dimensão, devido à natureza coletiva dos
mesmos, e certamente serão mantidos em qualquer concepção a ser construída,
naturalmente, o dimensionamento mais restrito em questão da escassez de recursos.

1.1 Previdência Social

Apesar de o termo ser conhecido, nem todos sabem de fato que é previdência
social. Trata-se de um seguro social em que o trabalhador participa através de
contribuições mensais. O benefício dessa contribuição é garantir ao trabalhador
segurado uma renda na hora em que ele não tiver condições de trabalhar mais, ou seja,
se aposentar. Neste contexto, a previdência social é o sistema público que assegura as
aposentadorias dos trabalhadores brasileiros.
Ressalta-se ainda, que, além de proteger o trabalhador para a sua aposentadoria,
a previdência tem como meta proteger os trabalhadores contra outros chamados riscos
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econômicos, como a perda de rendimentos por conta de doença, invalidez, entre outros
infortúnios. A previdência, assim, não oferece apenas aposentadorias, mas dentro de seu
contexto mais amplo oferece também benefícios como auxílio-doença, salário-
maternidade e pensão por morte.
A previdência não é um sistema de seguro facultativo, mas sim obrigatório para
todos os trabalhadores com carteira assinada. Ainda entram neste rol os trabalhadores
autônomos e empresários também podem contribuir para o sistema. Os agentes públicos
possuem um sistema especial de previdência, assim como os professores, com regras
especificas. Há, entretanto a possiblidade de quem não recebe renda também poder
contribuir voluntariamente para a previdência se assim optar.
Esta parcela de contribuição do salário do trabalhador que é descontada
automaticamente pela previdência social todos os meses. O valor desta contribuição
varia de acordo com a renda que o empregado recebe mensalmente. Detalhe, o salário-
de-contribuição máximo considerado é igual ao teto da previdência, maior valor que um
aposentado pode receber que em 2019 equivale a R$ 5.839,45. Essas são as atuais taxas
de contribuição, atualizadas no site do INSS-Instituto Nacional da Seguridade Social em
janeiro de 2019:
As categorias de empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso
possuem faixas e alíquotas distintas das de contribuinte individual e facultativo.

Tabela para Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso 2019.

Salário de Contribuição (R$) Alíquota

Até R$ 1.751,81 8%

De R$ 1.751,82 a R$ 2.919,72 9%

De R$ 2.919,73 até R$ 5.839,45 11%


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Tabela para Contribuinte Individual e Facultativo 2019

Salário de Contribuição (R$) Alíquota Valor

5% (não dá direito a
R$ 998,00 Aposentadoria por R$ 49,90
Tempo de Contribuição e
Certidão de Tempo de
Contribuição) *

11% (não dá direito a


R$ 998,00 Aposentadoria por R$ 109,78
Tempo de Contribuição e
Certidão de Tempo de
Contribuição) **

R$ 998,00 até R$ 5.839,45 20% Entre R$ 199,60 (salário


mínimo) e R$ 1.167,89
(teto)

*Alíquota exclusiva do Facultativo Baixa Renda;


**Alíquota exclusiva do Plano Simplificado de Previdência;
Os valores das tabelas foram extraídos da Portaria do Ministério da Economia nº
09, de 16 de janeiro de 2019 e terão aplicação sobre as remunerações a partir de 1º de
janeiro de 2019.

1.1.1 Como funciona a previdência social?

A Previdência Social no Brasil opera a partir da mesma congruência usada em


um seguro. Qualquer seguro funciona por conta da existência de subgrupos, alguns
superavitários, outros deficitários, estes são sustentados por aqueles. Assim, as
contribuições dos trabalhadores ativos prestam-se para custear os benefícios dos
trabalhadores inativos (aposentados, pensionistas e outros).
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As receitas da previdência são contribuições de empregadores (contribuição


sobre a folha de pagamento, de 20%), empregados (8% a 11% do salário) e a União
(com contribuições sociais e receitas do orçamento fiscal).
Entretanto, há vários anos a conta da previdência não fecha. A cada ano, mais
pessoas se aposentam e menos pessoas entram como contribuintes, reflexo do
envelhecimento da sociedade brasileira. Déficits cada vez maiores são registrados todos
os anos. A priori esta situação deve apenas piorar, segundo o economista Mansueto
Almeida, funcionário de carreira do IPEA- Instituto de Pesquisa Economica Aplicada e
hoje servidor do Ministério da Fazenda, em 2015 havia nove trabalhadores ativos para
um aposentado, em 2040, essa mesma relação cairá para apenas quatro trabalhadores
ativos por aposentado.
Para suprir esses déficits e garantir os benefícios previdenciários, o governo
utiliza receitas geradas pelas contribuições sociais voltadas para a seguridade social
(sistema que inclui, além da previdência, a saúde e a assistência social). São duas
contribuições principais, a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social) e a CSLL (Contribuição Social sobre Lucros Líquidos). Com o crescimento do
déficit, cogitaram-se várias ações para sanar esta situação alarmante.
Portanto, com o decorrer de varias constituições, foi sendo aprimorada e por fim
na Constituição da Republica Federativa do Brasil (CRFB) do ano de 1988, traz em seu
bojo o fim delineado na nova carta magna, institui-se um autêntico sistema nacional de
seguridade social, com a finalidade precípua de assegurar o bem-estar e a justiça sociais,
para que, desta forma, ninguém seja privado, ou seja, que todos os cidadãos sejam
assegurados, o principio da dignidade humana.

1.1.2 Conceito de seguridade social

A seguridade social é o conjunto de medidas proporcionado pela própria


sociedade com iniciação dos poderes públicos e da sociedade, com intuito de assegurar
os direitos à saúde, à previdência e à assistência social (CRFB/88, Art. 194, Caput).
A seguridade social pode ser conceituada como uma rede protegida pelo estado e
por particulares, com a contribuição de todos, que inclui parte dos beneficiários dos
direitos, estatuindo ações para o sustento de pessoas desprovidas, trabalhadores em
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geral e seus dependentes, viabilizando a manutenção de um padrão mínimo de vida


digna.
No entendimento de Santos (2012, p.41),

“É com a proteção dada por uns dos institutos componentes da


seguridade social que se garantem os mínimos necessários à
sobrevivência com dignidade, à efetivação do bem-estar, à redução
das desigualdades, que conduzem à justiça social.”

É necessária e obrigatória à intervenção estatal, seja de forma direta e com


controle, a qual deve assegurar o bem-estar da pessoa humana.
Nesse panorama, a seguridade social idealiza a erradicação da pobreza e da
desigualdade, com a contribuição entre os indivíduos.

1.2 Saúde

A Organização Mundial de Saúde (OMS) descreve a saúde como estado do mais


completo bem-estar físico, mental e social do ser humano, e não apenas a ausência de
enfermidade. Desta forma envolve condicionantes biológicos (como sexo, idade,
genética), o meio físico no qual o ser humano se insere (que envolve geografia,
distribuição de água potável, existência de rede de esgoto, moradia adequada), e o
ambiente sócio-econômico-cultural do indivíduo (por exemplo, emprego, renda,
educação, lazer e relacionamentos interpessoais).
De acordo com a Constituição Federal de 1988 (BRASIL,1988), esta prevista
nos art. 196 a 200 o direito à saúde. Ainda cuida deste mesmo instituto a Lei 8.080/90,
(BRASIL,1990a) a Lei 8.142/90 (BRASI,1990b) e a art.2º da Lei 8.212/91(BRASIL,
1991).
Conforme cita o enunciado do art. 196 da CRFB/88 (BRASIL,1988), a saúde é
direito de todos e dever do estado. Neste sentido, a prestação dos serviços na área da
saúde será devida independentemente de contribuição.
Porém, a saúde conta com politicas sociais e econômicas destinados para esse
fim, que tem em seu esboço reduzir os riscos de doenças, e conta ainda com acesso
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universal e igualitário ás ações e serviços para sua promoção, proteção e


recuperação (parte final do art.196), sendo repetido no art. 2º da lei 8.212/91 (BRASIL,
1991).
É de competência do Poder Público Federal regulamentar, fiscalizar e controlar
essa área, cabendo à execução das tarefas tanto os poderes públicos municipais e
estaduais quanto a terceiros. Como as pessoas físicas ou jurídicas de direito privado
art.197 da CF/1988 (BRASIL, 1988).
Consubstanciado em prestar serviços à população, foi criado o sistema único de
saúde (SUS), componente essencial para o exercício dos programas de prevenção,
proteção e recuperação da saúde.
Todavia, a saúde insere-se no sistema de seguridade social justamente por
amparar a população contra as possíveis doenças ou em face das já existentes na
sociedade, conferindo proteção a quem quer que necessite, sem exigir qualquer
contraprestação.

1.3 Assistência social na Constituição Federal de 1988

De acordo com a Carta Magna de 1988 é considerada um divisor de águas no


campo dos direitos de cidadania, conforme expresso em seu preâmbulo, a nova ordem
constitucional será destinada a garantir o exercício dos direitos sociais como um de seus
valores supremos.

“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia


Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático,
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade
e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna,
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
BRASIL. ” (Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988
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.A assistência social é uma área que combina dois aspectos: a saúde e as


necessidades sociais. Mais em especial, ela trata dos grupos que apresentam
necessidades especiais, sejam elas físicas, psíquicas, sensoriais ou sociais.
O objetivo da assistência social é melhorar a qualidade de vida dos grupos
especialmente vulneráveis, como idosos, a população prisional, os deficientes, os
doentes crônicos ou doentes mentais.
Em outros termos, trata-se de atender qualquer pessoa que esteja numa situação
de dependência para melhorar seu bem-estar integral.
A assistência vem disciplinada nos art. 203 e 204, da CF/1988 (BRASIL, 1988),
e no art. 4º, da Lei 8.212/91(BRASIL, 1991). Assim como a saúde, a assistência social é
aparelhada por legislação própria: a Lei Orgânica da Assistência (LOAS) – Lei 8.742/93
(BRASIL, 1993), que, além de disciplinar os direitos e deveres concernentes ao setor,
configura a democratização e descentralização das politicas sociais prevendo a
estruturação de conselhos composto pela comunidade.
Neste contexto, podendo ver o caráter universal da assistência social, conforme
artigo 203, CRFB/1988 (BRASIL, 1988), é prestar a assistência a quem dela necessite,
independentemente de sua contribuição.
No tocante ao conceito de assistência social podemos citar Balera (2014, p.27):

Como se verifica, a assistência social cumpre papel importantíssimo


no sistema de seguridade social, ao garantir proteção aos
desamparados que, mesmo não contribuindo para a manutenção do
sistema, nele terão vez, voz e lugar.

Portanto, são colocados como objetivos da assistência social a proteção à


família, à maternidade, à infância e à velhice: amparo às crianças e adolescentes
carentes; a promoção da integração ao mercado de trabalho; a habilitação e reabilitação
das pessoas portadoras de deficiência; e a promoção de sua integração a vida comutaria;
e a garantia de um salario mínimo de beneficio mensal à pessoa portadora de deficiência
e ao idoso que compõem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la
provida por sua família, conforme dispuser a lei.

1.4 Regime geral da previdência social


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O regime geral da previdência social, esta normatizada no art. 9º da Lei nº


8.213/91(BRASIL, 1991) e no art. 6º do Regulamento da Previdência Social, aprovado
pelo Decreto nº 3.048/99 (BRASIL, 1999).
Neste contexto estão juntos com os regimes próprios de previdência social dos
servidores públicos e militares, e o sistema complementar, a previdência social
brasileira.
Segundo o artigo 1º, da Lei 8.213/91 (BRASIL, 1991):

Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim


assegurar aos seus beneficiários meio indispensáveis de manutenção,
por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade
avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte
daqueles de quem dependiam economicamente.

A Constituição Federal garante regime público de previdência social, de caráter


obrigatório, para os segurados da iniciativa privada, ou seja, que não estejam
submetidos à disciplina legal dos serviços públicos civis e militares, previsto no art. 201
da CRFB/88, na redação dada pela Emenda Constitucional EC nº 20 (BRASIL, 1998):
A previdência social sua organização sob a forma de regime geral de caráter
contributivo e de filiação obrigatória observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial.
O Regime Geral da Previdência Social (RGPS) tem sua cobertura prevista no art.
201 da CF/1988 (BRASIL, 1988) e cobertura dos eventos de doenças, invalidez, morte
e idade avançada, proteção à maternidade, especialmente à gestante; proteção ao
trabalhador em situação de desemprego involuntário; salario família e auxilio reclusão
para os dependentes dos segurados de baixa renda; e pensão por morte do segurado,
homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
Segundo Santos (2012, p.132):

As contingências que têm previdenciária pelo RGPS estão


relacionadas no art. 201 da CF/88, quais sejam: cobertura dos
eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; proteção à
maternidade, especialmente à gestante; proteção ao trabalhador em
situação de desemprego involuntária; salário-família e auxilio
reclusão para os dependentes e segurados de baixa renda; e pensão
por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro dependente.
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As prestações do regime geral da previdência social estão divididas em


benefícios e serviços, sendo classificadas relativamente aos seus beneficiários diretos,
os segurados e os dependentes, da seguinte forma:
Quanto ao Segurado:
 Aposentadoria por tempo de contribuição;
 Aposentadoria por idade;
 Aposentadoria por invalidez;
 Aposentadoria especial;
 Auxilio doença
 Auxilio – acidente;
 Salario maternidade;
 Salario família.
Quanto ao dependente:
 Auxilio reclusão
 Pensão por morte
 Reabilitação profissional
 Serviço social

1.5 Previdência Privada

O regime privado “atua paralelamente à previdência social exercida pelo Estado,


sem, no entanto, substituí-la”. A previdência privada objetiva justamente a cobrir a
diferença necessária para que seja mantido o padrão de vida do segurado que não se
contenta apenas com os mínimos vitais assegurados pelo regime público, mediante
adesão aos planos de natureza contratual. Hermes Arrais de Alencar distingue a atuação
da previdência complementar em “implementar” e “suplementar”. É implementar
“sempre que o plano de previdência oferecido ao participante não atrelar sua fruição
ao gozo dos benefícios de regime obrigatório de previdência (RGPS ou RPSP) ”. O
plano suplementar “vincula a percepção dos benefícios dispostos no contrato em favor
do participante com a ocorrência de deferimento de benefício no regime obrigatório.”
Pela definição do autor, então, as entidades abertas oferecem os planos de natureza
24

implementar. E os de natureza suplementar são típicos das entidades fechadas (fundos


de pensão).
Súmula 291 do STJ ,(BRASIL,2004) A ação de cobrança de parcelas de
complementação de aposentadoria pela previdência privada prescreve em cinco anos
A terminologia “Previdência Privada”, no Brasil, tem por objetivo indicar o
espaço não coberto pela Previdência Social, de forma a propiciar ao participante
beneficio adicional ao disponibilizado pela previdência social, para manter sua renda
nos mesmos níveis de quando estava em plena condição laborativa.
A previdência complementar este previsto no art. 202 da CRFB/88 (BRASIL,
1988), sendo regulamentadas por Leis Complementares nº108 e 109 (BRASIL, 2001).
A Lei nº 108/2001 (BRASIL, 2001) regula a relação jurídica entre as entidades
componentes da administração publica com suas respectivas entidades fechada de
previdência complementar, ao passo que a Lei Complementar nº109/2001 (BRASIL,
2001) trás em seu condão regras gerais sobre a previdência complementar privada. O
regime de previdência privada é complementar e organizado de maneira autônoma do
Regime Geral da Previdência Social, sendo sua filiação de natureza facultativa,
regulamentado por Lei Complementar por determinação constitucional (AMADO,
2012, p.939).
O aspecto do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) no Brasil vem com o
proposito para o estudo da previdência privada. Dentre vários motivos, destaca-se a
diminuição da pressão social sobre o regime oficial, pois o valor máximo do beneficio
do RGPS induz o beneficiário à adoção de um regime alternativo, para manter o padrão
de vida aos se aposentar.
Os regimes privados são, também, autônomos em relação à concessão de seus
benefícios. Em interessante caso que tramitou pela Justiça Federal da 3a Região,
questionava-se a aplicabilidade, ao regime privado, do instituto da contagem recíproca
do tempo de serviço/contribuição. Ficou decidido que a contagem recíproca do tempo
de serviço só se configura entre regimes previdenciários públicos, ou seja, entre o RGPS
e o regime dos servidores públicos, podendo haver contagem de períodos de atividades
concomitantes para fins de aposentadoria pelo regime de previdência privada.

A autonomia da previdência privada tem sido reafirmada pelo STJ:


25

“(...) 3. A previdência privada possui autonomia em relação ao regime


geral de previdência social. Além disso, é facultativa, regida pelo Direito
Civil, de caráter complementar e baseada na constituição de reservas que
garantam o benefício contratado, sendo o regime financeiro de
capitalização. 4. A concessão de benefício oferecido pelas entidades abertas
ou fechadas de previdência privada não depende da concessão de benefício
oriundo do regime geral de previdência social, haja vista as especificidades
de cada regime e a autonomia existente entre eles. 5. Pelo regime de
capitalização, o benefício de previdência complementar será decorrente do
montante de contribuições efetuadas e do resultado de investimentos, não
podendo haver, portanto, o pagamento de valores não previstos no plano de
benefícios, sob pena de comprometimento das reservas financeiras
acumuladas (desequilíbrio econômico-atuarial do fundo), a prejudicar os
demais participantes, que terão que custear os prejuízos daí advindos. 6. O
tempo ficto (tempo de serviço especial) e o tempo de serviço prestado sob a
condição de aluno-aprendiz, próprios da previdência social, são
incompatíveis com o regime financeiro de capitalização, ínsito à previdência
privada (...)” (REsp 1.330.085/RS, 3a Turma, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, DJe 13.02.2015). J 5.22.3.

Os regimes privados se organizam de forma autônoma em relação ao RGPS,


com administração, gestão e cobertura próprias.

1.6 Coberturas do Plano de Beneficio por Incapacidade

Os benefícios por incapacidade se classificam em: auxílio-doença, auxilio-


acidente e aposentadoria por invalidez. Todos estes regulado pela Lei nº 8.213/91
(BRASIL, 1991), art. 18, inciso I, alíneas “a”, “e” e “h” e nos artigos 42,59 e 86.
Para ter direito a concessão dos benefícios por incapacidade, exceto o auxílio-
doença, é necessário que o segurado possua carência para receber o beneficio. A
carência nada mais que condição necessária para fazer jus do beneficio pelo segurado.
Assim dispõe o artigo 25 da Lei nº 8.213/91 (BRASIL, 1991):

Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de


Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência,
ressalvado o disposto no art. 26:
I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze)
contribuições mensais;
II - Aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e
aposentadoria especial: 180 contribuições mensais; (BRASIL, 2015).
26

Portanto para usufruir o beneficio o segurado deverá ter contribuindo pelo


período de 12 meses ininterruptos para preencher os requisitos legais, para receber o
valor do benefício.
Porém, existem exceções, ou seja, doenças que independem de carência para
concessão do beneficio, as quais se encontram em uma lista elaborada pelos Ministérios
da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social, em que se analisa a gravidade da
enfermidade.
De acordo com o artigo 26 da Lei 8.213/91(BRASIL, 1991) dispõe:

Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:


II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de
qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem
como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de
alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos
Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada três (três)
anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação,
deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que
mereçam tratamento particularizado.

Portanto, o segurado que sofrer algum acidente, estará dispensado de cumprir os


requisitos da carência e terá seu beneficio assegurado.
Conforme a lista de doenças prevista no artigo 151 da Lei 8.213/91(BRASIL,
1991) descrita a seguir:

Art. 151.  Até que seja elaborada a lista de doenças mencionada no inciso II
do art. 26, independe de carência a concessão de auxílio-doença e de
aposentadoria por invalidez ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for
acometido das seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação
mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna, cegueira,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de
Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado
avançado da doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência
imunológica adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com base em
conclusão da medicina especializada.

As doenças elencadas acima, se remetem a condição que o segurado estará


amparado pela previdência.

1.6.1 Auxilio- Doença


27

É concedido o auxílio-doença ao segurado que ficar incapacitado para o seu


trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. Não terá
direito ao beneficio ao segurado que se filiar ao RGPS e na época já́ era portador da
doença ou da lesão invocada como causa para sua concessão, exceto quando a
incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou
lesão. O período inicial de 15 dias é denominado “período de espera”. É disciplinado
nos artigos 59 ao 63 da Lei no 8.213/91 (BRASIL, 1991).
O auxílio-doença tem como natureza jurídica alimentar, como substituição do
salario, durante o período da incapacidade laborativa, esta disciplinado nos artigos 59
aos 64 da Lei 8.213/91 (BRASIL, 1991), porém é um beneficio temporário.

1.6.2 Auxilio-Acidente

É um beneficio previdenciário devido, como indenização ao segurado


empregado, salvo se domestico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial quando,
decorrente da consolidação das lesões de acidente de qualquer natureza, resultar sequela
definitiva que implique: redução da capacidade para o trabalho que habitualmente
exerciam; redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam e exija
maior esforço para o desempenho da mesma atividade que exerciam a época do
acidente; porem permita o desempenho de outra, após processo de reabilitação
profissional, nos casos indicados pela perícia medica do Instituo Nacional da
Seguridade Social (INSS). O anexo II do Decreto nº3. 048/99 (BRASIL, 1999) arrola
situações que dão direito ao auxilio-acidente.
28
29

Capítulo II
Princípios constitucionais da seguridade social

O INSS Instituto Nacional da Seguridade Social é conjunto de princípios, regras


e constituições integrado por ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade.
Assim a CRFB/88 traz em seus artigos os princípios relativos à Saúde - arts. 196 a 200
– a Previdência Social - art.201 – e por fim, os arts. 203 e 204, relativos à Assistência
Social.
Para reiterar o assunto Aragonês conceitua os princípios como conjunto
integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a
assegurar o direito relativo à̀ saúde, à previdência e à assistência social. Estão
contemplados neste o rol os seguintes princípios:

Princípios Contemplas as seguintes características


-universalidade: ampla proteção social;
O principio da universalidade da -cobertura (objetivo): contingências
cobertura e do atendimento sociais a serem tuteladas
-atendimento (subjetivo): destinatários da
proteção social
O principio da Uniformidade e -princípio geral da isonomia
equivalência dos benefícios e serviços às -Uniformidade: plano único de benefícios
populações urbanas e rurais -Equivalência: isonomia financeira das
prestações
-escolha política das contingências
abrangidas pela proteção social, bem
O Principio da Seletividade e
distributividade na prestação dos como os seus destinatários, visando
benefícios e serviços, irredutibilidade
harmonizar o conflito entre as ilimitadas
do valor dos benefícios.
demandas sociais e a escassez dos
recursos públicos, priorizando as
prestações de maior essencialidade.
-distributividade: grau de cobertura das
contingências, visando à redução das
desigualdades sociais.

-aplicação do direito da solidariedade, que


O Principio diversidade da base de
impõem a todos os seguimentos sociais,
financiamento
poder público, empresas e trabalhadores, a
30

contribuição na medida de sua


possibilidade. Sendo assim, para que o
sistema, não entre em colapso, a receita da
seguridade
social pode ser arrecadada por várias
fontes pagadoras.
-chama-se gestão da seguridade social
O Principio de caráter democrático e
quadripartite, com a participação de
descentralizado da gestão
administrativa, com a participação da representantes dos trabalhadores dos
comunidade, em especial de
aposentados e do poder público nos
trabalhadores, empresários e
aposentados. órgãos colegiados. Pois haverá
participação nos quadros da gestão
administrativa (seguridade, saúde,
previdência).
O Principio da uniformidade e -Contemplado no art. 7º da
equivalência dos benefícios e serviços às
CF/1988(BRASIL, 1988), que confere.
populações urbanas e rurais

-Pressupõe que os benefícios sejam


concedidos a quem necessite, e a razão
O Principio seletividade e
distributividade na prestação dos que se fundamenta a seguridade social,
benefícios e serviços
apontando os requisitos necessários para a
concessão de benefícios e serviços, é o
que este principia atende os que mais
precisam dos recursos que estão
disponíveis.
- em razão das prestações pecuniárias, que
O Principio da irredutibilidade do valor
por seu turno, não podem ter o valor
dos benefícios
inicial reduzido. Este principio equivale
ao da intangibilidade do salario dos
empregados
Visa principalmente a igualdade e
integridade de todo ser humano. É mais
O principio da dignidade humana
que um direito fundamental, é umas das
razões-ser do Estado, pilar que emana da
Constituição Federal/1988.
31

-Garante a isonomia material no custeio


(capacidade contributiva).
-Esse princípio fundamenta os regimes
O Principio na equidade na forma
participação no custeio diferencia dos de contribuição:
-Progressividade das alíquotas dos
empregados (8%%, 9% ou11%).
-Contribuição patronal diferencia da em
face da atividade econômica, utilização de
mão-de-obra, porte da empresa ou da
condição estrutural do mercado de
trabalho (art.195,§9º, CF/88);
-Fator Acidentário de Prevenção-FAP.

No entendimento de Balera (2014, p.34), ele tem como fundamento objetivo


sobre os princípios:

A seguridade social tem como propósito fundamental proporcionar aos


indivíduos e às famílias a tranquilidade de saber que o nível e a qualidade
de suas vidas não serão significativamente diminuídos, até onde for possível
evitá-lo, por nenhuma circunstância econômica ou social. O que interessa ao
sistema de seguridade social não é garantir o padrão de vida do indivíduo,
mas tão somente assegurar-lhe condições mínimas de sobrevivência digna.

Neste entendimento, se faz senhor que a seguridade social preza pela dignidade
mínima do segurado, no momento em que o mesmo busca este recurso.

2. Principio constitucional da dignidade da pessoa humana

Os Princípios são guias, forma de conduzir o sistema jurídico, ele pode ser
considerado como uma espécie de norma jurídica, com um valor fundamental no
ordenamento jurídico.
Os Princípios Constitucionais são o alicerce para qualquer individuo. Observa-se
que a Constituição Federal de 1988 estabeleceu em seu ordenamento jurídico o
principio da dignidade da pessoa humana como um principio fundamental, e em
32

decorrência disso, estabelece também direitos e mecanismos para estabelecer e garantir


estes direitos ao ser humano.
O principio da dignidade da pessoa humana aperfeiçoa principalmente a
igualdade e integridade do ser humano. É o pilar que emana da Constituição Federal de
1988.
O conceito da dignidade da pessoa humana é por si só complexo, em decorrência
das diversidades de valores existentes na sociedade.
Desta forma conceitua sobre o tema Ingo Wolfgang Sarlet (2010, p.60).

Temos por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva


de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito, e consideração
por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um
complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto
contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venha a
lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além
de propiciar e promover sua participação ativa co-responsável, nos destinos
da própria existência e da vida em comunhão dos demais seres humanos.

Esse posicionamento conduz a ideia de que a Dignidade é atributo de todas as


pessoas, pelo simples fato de todas possuírem a mesma natureza com isso a tornas
iguais entre si.
Toda a pessoa tem o direito de exigir que a sociedade respeite sua dignidade,
garantindo atendimento para que sejam supridas as suas necessidades básicas para que o
ser humano possua uma vida digna.
Em uma breve contextualização acerca dos princípios informadores da
previdência social, também elencados nos texto constitucional como “objetivos” do
sistema previdenciário, almejam alcançar a proteção de todas as pessoas que dele
participam. Para isso, coloca-se como destinatários (segurados e dependentes) dos ideais
de bem-estar e Justiça sociais consoante previsão do art. 193 da constituição Federal,
todavia, buscam estabelecer uma forma adequada e coerente escorada pela equidade de
participação no custeio do sistema e na diversidade.
33

Capítulo III
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

A aposentadoria por invalidez tem sua previsão legal nos artigos 42 e seguintes
da Lei no 8.213/91(BRASIL, 1991). Será́ concedida ao segurado que, estando ou não
fruindo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á́ paga.
Observa-se que a invalidez tem definição legal: incapacidade total e
impossibilidade de reabilitação para o exercício de atividade que supra a subsistência do
segurado. Trata-se da incapacidade que impede o segurado de exercer toda e qualquer
atividade que lhe garanta a subsistência, sem prognóstico de melhoria de suas condi-
ções, sinalizando que perdurará definitivamente, resultando na antecipação da velhice.
Somente será devida a aposentadoria por invalidez, se for constatada, através de
perícia médica, se o segurado se encontra incapacitado definitiva para o labor habitual
que exercia, independentemente do recebimento anterior do auxílio doença pelo mesmo.
Portanto assim que seja verificada a condição de incapacidade do segurado
mediante exame médico perícial a cargo da previdência social, podendo este, às suas
expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. Se o segurado não tiver
como ir ao local da perícia, o perito deverá ir até ele.
Importante frisar que a aposentadoria também poderá ser decorrente de doença
mental.

3.1 Carências do Beneficio

A carência desse beneficio é de 12 contribuições mensais, como regra geral. A


carência é dispensada nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como
nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das
doenças ou afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da
Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação,
mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que
mereçam tratamento particularizado.
34

3.2 Riscos sociais

O risco social desse beneficio é a invalidez. A necessidade social que dá́ ensejo
ao benefício é a incapacidade laboral permanente, decorrente da invalidez, o que impede
a subsistência do segurado e será́ preservado pela aposentadoria por invalidez.

3.3 Perícia médica na previdência social

A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da


condição de incapacidade mediante exame médico-perícial a cargo da previdência
social, podendo o segurado, as suas expensas, fazer-se acompanhar de medico de sua
confiança. A invalidez deve ser permanente no momento da perícia medica. Explica-se.
No ensejo da perícia medica, a conclusão do perito deve ser no sentido da existência de
incapacidade total e definitiva para o trabalho; entretanto, nada impede que, no futuro, o
segurado volte a ter aptidão laboral, hipótese em que o beneficio deve ser cancelado, daí
dizer-se que o mesmo é concedido sob condição resolutiva.
A verificação da incapacidade deve ser apurada em cada caso concreto, jamais
em relação ao “segurado médio”.
Aduz a jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça - STJ - que afirma a
necessidade de consideração das qualidades pessoais do segurado para a concessão do
beneficio:

PROCESSUAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.


ACÓRDÃO EMBASADO EM OUTROS ELEMENTOS ALÉM DO LAUDO
PERÍCIAL. POSSIBILIDADE. 1. A concessão da aposentadoria por
invalidez deve considerar além dos elementos previstos no art. 42 da Lei no
8.213/91, os aspectos socioeconômicos, profissionais e culturais do
segurado, ainda que o laudo perícial apenas tenha concluído pela sua
incapacidade parcial para o trabalho. Precedentes. 2. O Tribunal a quo
entendeu existir comprovação de que a ora agravada ficou incapacitada de
maneira permanente e definitiva para exercer suas atividades laborativas,
nada obstante o laudo perícial ter concluído pela incapacidade apenas
parcial. Inteligência da Sumula 83/STJ. 60
35

Nestes termos: A invalidez laborativa não decorre de mero resultado de uma


disfunção orgânica, mas sim da somatória das condições de saúde e pessoais de cada
segurado.

3.3.1- Perito Médico

Sendo a perícia médica, uma elementar para apurar o caso em concreto, devera
ser realizado por um profissional médico, devidamente habilitado.

3.3.2 Da Finalidade da perícia medica.

A Finalidade da perícia médica é apontar um parecer através de uma prova


técnica de natureza médica, visto que é um ato médico, a fim de esclarecer a situação de
quem pleiteia beneficio da previdência.
Insta esclarecer que na instancia ou tribunal os Magistrados podem dispor de
uma perícia médica, de oficio ou a requerimento das partes, para apurar sobre o estado
ou condição do individuo em relação a sua saúde.
A título de conhecimento, a perícia na esfera policial, ajuda na investigação e na
conclusão de inquéritos policiais, podendo através dessa perícia.

3.3.3 Modalidades de Perícia Médica

Conforme suscitado no tópico anterior, a perícia tem em seu condão produzir


provas para esclarecer fato ou condição, e sendo assim a perícia pode ser utilizada tanto
na área administrativa, judicial, médico legal, previdência e secundaria.
36

A perícia médica administrativa esta direcionada com os servidores públicos,


seja eles civis ou militares, e das esferas federal, estadual ou municipal, regidos pelo
estatuto ou regime próprio, e que contribuem.

3.3.4 Da conduta do perito médico

A perícia médica esta diretamente ligada ao que é de mais importante para o ser
humano, ou seja, a vida e a saúde.
Sendo de grande relevância para aquele que se sujeita a avaliação do perito, o
mesmo não pode se esquecer disso quando estiver exercendo o seu oficio, devendo ser
justo e cuidadoso na sua avaliação baseado nos fatos e na legalidade, devendo o mesmo
não se deixar envolver emocionalmente ou se submeter à pressão de gestores públicos,
pois se não fizer uma avaliação dentro do quadro apresentando, poderá estar intervindo
de forma danosa no resultado da perícia.

3.3.5 Da responsabilidade do perito médico

A responsabilidade, em uma analise jurídica, provem de uma obrigação legal,


esta tipificado, sendo assim, o descumprimento dessa obrigação, advém à
responsabilidade, que exigira da situação fática, ou do estado das coisas ou pessoas, a
responsabilização penal, ou ainda ambas as situações.
O perito médico esta obrigado a obedecer às normas que lhe são impostas, sejam
administrativas ou judiciais, pois o não cumprimento ou ofensa a essas normas serão
projetadas tanto nas esfera civil e penal.
O perito médico deve pautar sua atividade nos seguintes postulados éticos:

• Evitar conclusões intuitivas e precipitadas


• Falar pouco e em tom sério
• Agir com modéstia e sem vaidade
• Manter o sigilo exigido
• Ter autoridade, para ser acreditado.
37

• Ser livre para agir com isenção


• Não aceitar a intromissão de ninguém
• Ser honesto e ter vida pessoal correta
• Ter coragem para decidir
• Ser competente, para ser respeitado.

De acordo com Biscaia, a perícia se embasa nos termos dispostos a seguir (:


Biscaia, Leonardo, p.1, 2017).

A relação médico-paciente é fundamentada na confiança mútua, pilar mais


fundamental da relação terapêutica. Já a relação perito-períciando é muito
diferente, basicamente por ter finalidade distinta da relação assistencial. A
perícia médica visa à justiça, mesmo que contrariamente ao interesse da
saúde do períciando. Trata-se, aqui, de imparcialidade, princípio a ser
perseguido, embora utópico. Este é um dos grandes desafios do perito: lidar
com as próprias emoções e sentimentos de pena, compadecimento, ira,
antipatia, com interesses pessoais, econômicos ou políticos.

No Brasil, avalia-se que a medicina legal é matriz que engloba todos os atos
médicos, com a finalidade de um laudo administrativo, criminal ou judicial que tenha
como compromisso maior, refletir a verdade dos fatos constatáveis em um individuo.

3.4 Doença preexistente

A doença ou lesão de que o segurado já́ era portador ao filiar-se ao RGPS não
lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade
sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
Nesse sentido, é a jurisprudência (BRASIL, 2012):

Ementa: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.


INCAPACIDADE COMPROVADA. DOENÇA PREEXISTENTE À
FILIAÇÃO. AGRAVAMENTO PELO TRA- BALHO. CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO
É devida a Aposentadoria por Invalidez ao segurado considerado total e
permanente- mente incapacitado para qualquer atividade laborativa que lhe
garanta a subsistência. 2. Sendo tal incapacidade oriunda de moléstia
adquirida na infância, é ainda imperiosa a concessão do beneficio quando
38

sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.


A analise dessa circunstancia não é possível no Recurso Especial – Sumula
7/STJ. 3. Recurso não conhecido

Desta forma não será concedido à aposentadoria por invalidez, uma vez provada
que o segurado já era portador da doença à época de sua filiação da previdência social.

3.5 Renda mensal

A renda mensal da aposentadoria por invalidez é igual a 100% do salario de


beneficio art. 44, Lei 8.213/91(BRASIL, 1991).
No caso de ser concedida por transformação de auxílio-doença, a renda mensal
será́ de 100% do salario de beneficio que serviu de base para o calculo da renda mensal
inicial do auxilio doença, reajustado pelos mesmos índices de correção dos benefícios
em geral. É o que dispõe o § 7o do art. 36 do Regime da Previdência Social RPS
(BRASIL, 1999).
Importante salientar que o dispositivo não garante que a renda mensal seja a
mesma do auxílio-doença, mas que utilizará o mesmo salario de beneficio. Sendo assim,
se o valor do salario de beneficio que serviu de base para o auxílio-doença era R$
1.000,00, sua renda mensal será́ R$ 910,00 (91% x 1.000,00), enquanto a renda mensal
da aposentadoria por invalidez será́ de 100% do salario de beneficio do auxílio-doença
(R$ 1.000,00), reajustado pelos mesmos índices dos benefícios em geral.
Há flagrante desconformidade entre o § 7o do art. 36 do RPS (BRASIL, 1999).
e o § 5o do art. 29 da Lei 8.213/91(BRASIL, 1991), que reza: § 5o Se, no período
básico de calculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração
será́ contada, considerando-se como salario de contribuição, no período, o salario de
beneficio que serviu de base para o calculo da renda mensal, reajustado nas mesmas
épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um)
salario mínimo.
O entendimento da administração é o seguinte: se a aposentadoria por invalidez
originar-se pela transformação de auxílio-doença, a renda mensal da aposentadoria será́
de 100% do salario de beneficio do auxílio-doença cessado - art. 36, § 7o, RPS -
(BRASIL, 1999). Do contrario, se houver auxílio-doença intercalado entre períodos de
39

atividades, será́ calculado o salario de beneficio para a determinação da aposentadoria


por invalidez, considerando- -se como salario de contribuição, no período de gozo do
auxílio-doença, o salario de beneficio que deu origem à renda mensal deste (art. 29, §
5o, Lei 8.213/91).
Embora o Regulamento tenha trazido inovação em matéria de calculo de
beneficio, o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronunciou pela sua validade (RE
583.834/SC, DJe 14.02.2012).
Será́ acrescida de 25%, no caso de o segurado necessitar da assistência
permanente de outra pessoa. Tal acréscimo, previsto no art. 45 da Lei 8.213/91,
(BRASIL, 1991). decorre da chamada grande invalidez, ou seja, situações que
demandam gastos mais elevados com a manutenção do inválido. O Anexo I do RPS
(BRASIL, 1999). traz a relação de hipóteses que garantirão o adicional

3.6 Data de cessação do beneficio

A aposentadoria por invalidez, em que pese à existência de incapacidade


substancial e permanente que possibilitou sua concessão, é reversível, seja em função de
avanços na medicina que afastaram a incapacidade laborativa, ou mesmo de equivoco
no prognostico medico que concluiu pela sua permanência.
Conforme previsão legal, o segurado aposentado por invalidez está obrigado,
independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do beneficio, a submeter-se a
exame medico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional por
ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a
transfusão de sangue, que são facultativos art. 101, Lei 8.213/91(BRASIL, 1991).
Importante lembrar que a aposentadoria por invalidez tornava-se definitiva
quando o segurado completasse 55 anos de idade, deixando de estar obrigado a passar
pela perícia. Mas a Lei 9.032/95 (BRASIL, 1995) alterou esse panorama, no que
atualmente permanece, o que implica que o beneficio passe a ser provisório podendo
cessar a qualquer tempo.
O Segurado ao voltar voluntariamente à atividade, terá seu beneficio cancelado
automaticamente, a partir da data do retorno, pois é incompatível o trabalho remunerado
com o recebimento de aposentadoria por invalidez.
40

Caso haja o recebimento indevido pelo segurado que retornar à atividade


voluntariamente deverão ser devolvidos, conforme dispõe o § 2o do art. 154 e o art. 365
do RPS. (BRASIL, 1999). A primeira situação aplica-se aquele que tenha recebido
valores indevidamente em caso comprovado de má-fé, dolo ou fraude, devendo
devolver os valores de forma atualizada e de uma só́ vez ou mediante parcelamento,
independentemente de outras penalidades. Já́ o art. 365 (BRASIL, 1999). obriga a
empresa, mediante solicitação do INSS, a descontar da remuneração dos segurados a
seu serviço divida ou responsabilidade por eles contraída perante à seguridade social e
relativa a benefícios pagos indevidamente. Na hipótese de o aposentado julgar-se apto a
retornar ao trabalho, deverá submeter- -se à nova avaliação medica. Em caso de
verificação da recuperação da capacidade, há que se observar o seguinte procedimento
conforme art. 47, Lei 8.213/91(BRASIL, 1991):

I – quando a recuperação ocorrer dentro de cinco anos, contados da data do inicio da


aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o
beneficio cessará:
a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que
desempenhava na empresa quando se aposentou; ou.
b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença ou da
aposentadoria por invalidez, para os demais segurados;
II – quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após cinco anos, ou ainda quando o
segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente
exercia, a aposentadoria será́ mantida, sem prejuízo da volta à atividade: a) no seu valor
integral, durante seis meses contados da data em que for verificada a recuperação da
capacidade; b) com redução de 50%, no período seguinte de seis meses; c) com redução
de 75%, também por igual período de seis meses, ao termino do qual cessará
definitivamente.
Nesses períodos em que a aposentadoria por invalidez é mantida, mas com
previsão de termino, a prestação é designada por mensalidade de recuperação, que pode
ser integral ou reduzida.
O inciso I (BRASIL, 1991). trata de recuperação total e dentro de um lustro, com
duas situações. Na alínea “a”, o empregado tem direito de retornar à função que
desempenha na empresa quando da aposentadoria. É preciso conjugá-lá com o art. 475
da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), (BRASIL, 1943). o qual determina que o
41

empregado que for aposentado por invalidez terá́ suspenso o seu contrato de trabalho
durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do beneficio.
Na legislação anterior nº 3.807/1960 LOPS-Lei Orgânica da Previdência Social,
a aposentadoria por invalidez tornava-se definitiva após cinco anos. Porem hoje, já́ não
vigora o principio da definitividade, seja em relação aos cinco anos de afastamento ou
ao atingimento da idade de 55 anos, extinta pela Lei 9.032/1995, (BRASIL, 1960). que
obstava a exigência de realização de exame médico-perícial. Por isso, a qualquer tempo
pode o empregado voltar à função que exercia o que está consagrada na Sumula 160 do
TST (BRASIL, 1982), Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após cinco
anos, o trabalhador terá́ direito de retornar ao emprego, facultado, porem, ao
empregador, indenizá-ló na forma da lei.
Assim, uma vez garantida ao empregado à volta ao emprego, o beneficio cessa
de imediato. No período em que esteve recebendo aposentadoria por invalidez seu
contrato de trabalho ficou suspenso.
A alínea “b” do inciso I (BRASIL,1991). trata da situação dos demais segurados
que terão sua aposentadoria cessada após tantos meses quantos forem os anos de
afastamento. Dessa forma, a titulo de exemplo, pense em um contribuinte individual que
sofreu acidente de transito, acarretando lesões múltiplas que motivaram a concessão de
auxílio-doença e, depois, sua transformação em aposentadoria por invalidez. Ao termino
de quatro anos, requer nova avaliação perícial, que conclui pela recuperação total. Nesse
caso, perceberá o beneficio por mais quatro meses, ao cabo do qual será́ extinto. Por não
ser empregado e não ter garantido o retorno à atividade que desempenhava, concede-se
o beneficio por mais algum tempo a fim de que restabeleça suas funções profissionais.
No inciso II, há três situações disjuntivas: se a recuperação for parcial ou o
afastamento ocorrer após um quinquênio ou quando o segurado for declarado apto para
trabalho diverso do habitual. Nessas hipóteses, o beneficio será mantido, sem prejuízo
da volta à atividade, pelo valor integral, no primeiro semestre, e com redução de 50% e
75% nos semestres seguintes. De forma diferente do inciso I, “b”, (BRASIL, 1991). à
volta ao trabalho não impede o recebimento da mensalidade de recuperação.
Ilustro, imagine que segurado vitimado por cardiopatia grave entre em gozo de
auxílio-doença, posteriormente convertido em aposentadoria por invalidez. Seis anos
depois, ao se submeter a um transplante de coração, julga-se apto para voltar ao
trabalho. Tendo parecer medico favorável, ficará recebendo por 18 meses o beneficio da
aposentadoria por invalidez, pelo seu valor integral (mensalidade de recuperação
42

integral) e com redução de 50% e de 75% (mensalidade de recuperação reduzida) nos


três semestres que se seguirem à conclusão medica, respectivamente.
E aquele que já́ auferiu aposentadoria por invalidez e teve o beneficio extinto,
poderá́ requerê-ló novamente? Sim, é o que dispõe o RPS:
O segurado que retornar à atividade poderá́ requerer, a qualquer tempo, novo
beneficio, tendo este processamento normal.
43

Capítulo IV
REFORMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E SEUS POSSÍVEIS
REFLEXOS
.

O Brasil possui um grande desafio que é a sustentabilidade e manutenção do


sistema previdenciário.
O governo, ao propor uma nova reforma, deseja evitar um colapso no futuro que
afetaria diretamente o pagamento das aposentadorias, pensões e demais benefícios,
havendo risco de manter os mesmos.
Mensalmente são pagos, apenas no Regime Geral de Previdência Social
(RGPS) /INSS, cerca de R$ 35 bilhões., desse total, 58% vai para as 20,3 milhões de
aposentadorias pagas no Brasil. Já os outros 42% são destinados a pensões por morte e
benefícios relacionados a acidentes de trabalho e à Lei Orgânica da Assistência Social.
Diante desta situação em que o pais vivencia, podemos dizer que a Reforma da
Previdência se faz necessária pelas seguintes razões:
As despesas do INSS, que atualmente giram em torno de 8,6% do Produto
Interno Bruto (PIB), podem chegar a 18% em 2060, o que inviabilizaria a Previdência.
Podemos elencar que em 2018, o déficit do RGPS foi de R$ 195,2 bilhões.
O Comportamento na mudança do perfil da sociedade brasileira, que hoje está
vivendo mais, os ajustes se fazem necessários para a sustentabilidade da Previdência e
dos benefícios previdenciários. A reforma tem por objetivo promover a igualdade entre
os regimes dos trabalhadores de iniciativa privada e os servidores públicos.
Com a necessidade de realizar a reforma previdenciária no país, hoje já existe
um consenso entre as diferentes correntes políticas e a proposta já tem um formato em
votação.

4.1 Proposta de emenda à Constituição; PEC nº06/2019 e suas principais


alterações.
44

Em particular esta reforma já esta em fase de aprovação, faltando à apreciação


da votação do senado nacional, entre uma das mais abrangentes ate o momento. Iremos
tratar neste tópico de forma resumida das principais mudanças que possivelmente
ocorrera se aprovado.
O Primeiro ponto é a regra, é a questão da idade mínima para aposentadoria dos
trabalhadores da iniciativa privada que, conforme a nova regra será de 62(sessenta e
dois) anos para mulheres e 65(sessenta e cinco) anos para homens, será necessário ter
contribuído 20(vinte) ano. Na atual conjuntura a aposentadoria por idade, vigora na
seguinte condição 60(sessenta) anos para mulheres e 65(sessenta cinco) anos para.
homens, com tempo mínimo de contribuição de 15 (quinze) anos.
Nesta nova regra, existem 3 (três) formas para transição que são diferentes
aqueles que pretendem se aposentar por tempo de contribuição junto a Previdência
Social, sendo que o segurado deverá optar pela forma mais vantajosa que esta descrita
no texto da PEC 06/2019. Vejamos as regras: irá existir um sistema de pontos que irá
somar a idade ao tempo de contribuição daquele, qual seja o segurado que continuara a
ser de 30(trinta) anos para mulheres e de 35(trinta e cinco) anos para os homens; total
deverá ser 86(oitenta e seis) para as mulheres e 96 (noventa e seis) aos homens.
Portanto, a outra é sistema de pontos, os quais permanecem na mesma
quantidade da regra anterior, mas com uma idade mínima e o piso etário subirá 6(seis)
meses a cada ano. A ultima opção é destinada aqueles que faltam dois anos para cumprir
o tempo de contribuição que poderão escolher a aposentadoria sem idade mínima,
porem a eles serão aplicado o denominado fator previdenciário com pedágio de 50% do
tempo que esteja faltando.

4.2. Aposentadoria dos trabalhadores rurais

Em síntese os trabalhadores rurais que, atualmente já possuem regras diversas


dos trabalhadores comuns param se aposentarem passarão a ter, agora, a idade mínima
de 60(sessenta) anos para ambos os sexos. A diferença é que na regra atual as mulheres
se aposentam com 55 (cinquenta e cinco) anos, isto é com 5 anos a menos em relação
aos homens, porem com mudança passaria a exigir 20(vinte) anos de contribuição,
sendo que na regra atual o exigido é 15(quinze) anos, ainda sendo exigidos
R$600,00(seiscentos) de contribuição da família.
45

4.3 Aposentadoria para os servidores públicos

Foi definida a idade mínima de aposentadoria àqueles que exerçam o serviço


publico, sendo que subirá de 55(cinquenta e cinco) anos para as mulheres e de
60(sessenta) anos para os homens e passara a ser de 62(sessenta e dois) anos e de 65º
(sessenta e cinco) anos e, isso também valerá para aquelas pessoas que trabalhem no
setor privado. O tempo mínimo para ser contribuído passara de 35(trinta e cinco) anos
para os homens e 30(trinta) das mulheres e será de 25 (vinte cinco) anos e serão
exigidos 10(dez) anos no serviço publico com 5(cinco) anos no cargo em vigor.
Em relação à regra de transição, ela se resume em uma soma de pontos que ira
do ano de 2019 aos 2033. Isto é, para as mulheres o valor da soma da idade e do tempo
de contribuição subirá de forma gradativa de 86(oitenta e seis) anos no ano de 2019 para
100(cem) no ano de 2033 e com relação aos homens a evolução dos pontos será de
96(noventa seis) no ano de 2019 a 105 (cento e cinco) em 2028.

4.4 Aposentadoria dos professores, policiais e aos agentes penitenciários.

Em suma, em relação aos professores esses trabalhadores na iniciativa privada


terão a idade mínima de 60 (sessenta) anos e 30(trinta) anos de contribuição. Pois, esses
profissionais serão um dos mais afetados, haja vista que não existe requisito etário para
essa categoria de profissionais, exigindo-se, apenas, o tempo de contribuição de 25
(vinte cinco) anos para as mulheres de 30 (trinta) anos para os homens; nesta seara
dessa categoria que trabalhem no serviço publico, exigirá idade mínima de 60 (sessenta)
anos para ambos e 30(trinta) de contribuição cumulada com os 10 (dez) anos de serviço
publico e, pelo menos, 5 (cinco) anos no cargo. Hoje se exige 50 (cinquenta) anos para
as mulheres e 55(cinquenta e cinco) anos para os homens.
No caso dos policiais civis e federais e, também, aos agentes penitenciários e,
também, aos agentes penitenciários é proposta a idade mínima de 55 (cinquenta e cinco)
anos para ambos os sexo; homens e mulheres e é proposto aos profissionais dessa
categoria 30 (trinta) anos de contribuição aos homens enquanto que das mulheres serão
exigidos 25 (vinte e cinco) anos. Vale mencionar que esses profissionais não possuem
46

idade mínima atualmente. Agora ao agente penitenciário será concedido a denominada


aposentadoria especial.

4.5 Pensão por morte

Nesta proposta, serão igualadas as regras do serviço publico e privado e, porem,


este beneficio passara a ser de 60% (sessenta por cento) do que é previsto pelo teto do
INSS somado a 10% (dez por cento) por dependente e, com isso, cera___2 atingido o
valor do teto que atualmente é de R$5.839,45. Entretanto a regra é que as pensões
equivalem em 100% (cem por cento) da remuneração, que é usada como base de calculo
e é respeitado o teto do INSS.

4.6 APOSENTADORIAS POR INVALIDEZ POSSIVEL REDUÇÃO DE 40% DA


MEDIA SALARIAL

A Reforma da Previdência traz em seu bojo mudança bruscas para o calculo da


concessão da aposentadoria por incapacidade, com um fator de redução de 40% da
media apurada, estas mudanças irão impactar na vida dos trabalhadores que precisarão
do beneficio por invalidez, tendo em vista que além de estarem incapacitados para
exercerem sua atividade laboral, ainda terá seu beneficio reduzido, no momento mais
delicado de sua vida, pois neste período, o segurado esta muitas vezes em tratamento
médico, com despesas com remédios, para poder ser recuperar e retornar ao trabalho,
pois hoje é de 100% da media salarial, descartando 20% das menores contribuições e
considerando para apuração da media 80% dos maiores contribuições.
Podemos exemplificar alguém que venha a se acidentar ou contrair doença
incapacitante fora do ambiente de trabalho, passara a receber 60% sobre a média das
contribuições e, somente após 21º ano o segurado terá direito a ter acrescido 2% a mais
por ano de contribuição que ultrapassar o tempo mínimo. Neste caso, se o segurado es
tiver pago 21 anos de contribuição, sua aposentadoria por invalidez será de 62% da
media salarial.
47

Podemos aqui elencar o art. 20 da PEC 6/2019 (BRASIL, 2019):

Art. 20. Até que seja publicada a lei complementar a que se refere o § 1° do
art. 201 da Constituição, o valor da aposentadoria por incapacidade
permanente concedida aos segurados do regime geral de previdência social
corresponderá a 60% (sessenta por cento) da média referida no art. 16
deste.
Capítulo, com acréscimo de 2% (dois por cento) para cada ano de
contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição.
Parágrafo único. Nos casos de acidente de trabalho, doenças profissionais e
doenças do trabalho, o valor da aposentadoria a que se refere o caput deste
artigo corresponderá a cem por cento da referida média.

A PEC nº 06/2019(BRASIL, 2019). Encontra-se aprovada pela Câmara dos


Deputados, estando agora no Senado Federal para sua apreciação. Portanto se a mesma
for aprovada, aquele que forem pleitear a aposentadoria por incapacidade, já está
incluso nas alterações previstas na Emenda Constitucional.
Entretanto aqueles que já gozam do beneficio, não terá seu beneficio reduzido, tendo em
vista ser um direito adquirido fundamental, com previsão legal no art. 5º, XXXVI, da
CRFB/88, bem com na lei de introdução ao código civil, art. 6,§2º (BRASIL, 2015):
A Constituição Federal descreve: A lei não prejudicará o direito adquirido, o
ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
“A LICC Lei de Introdução Código Civil declara, in verbis: “Consideram-se
adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém que por ele, possa exercer
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição
preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem”.”.
A doutrina sobre o instituto é ampla e traz influência dos mais diversos
doutrinadores.
48

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente monografia trás em seu bojo todo o contexto da previdência social,


trazendo pormenorizados os fatos essenciais acerca da trajetória para se conceder o
benefício por incapacidade aos seus segurados que se encontram incapazes de sua
atividade laboral parcial ou total. Este beneficio pode ser como auxílio-doença, auxilio
acidente ou aposentadoria por invalidez.
Portanto para que o segurado possa ter direito a este beneficio é necessário que o
mesmo prove sua incapacidade, que será atestada por um medico-perito credenciada da
previdência social, que diante dos fatos expostos, dará a sua avaliação, concedendo ou
não o beneficio. Abarcamos sobre a postura do medico-perito, em sua questão ética na
avaliação de forma justa e congruente em relação ao segurado.
Elencamos ainda a sobre a Reforma da Previdência Social, que se encontra no
Senado Federal para sua aprovação, e com isso fazendo mudanças que irão afetar ao
beneficiário da aposentadoria por invalidez, de forma contundente, pois a mudança
diminui seu beneficio em momento delicado da vida do segurado que não pode exercer
de forma célere o desempenho de sua atividade laboral.
Tratamos também sobre a conduta do Medico-Perito, os critérios para avaliação
do segurado, bem como as penalidades que pode sofrer pelo seu mau desempenho e não
observância das regras a serem seguidas, pois é de suma importância essa fase na vida
do segurado no qual o mesmo será avaliado sobre a sua incapacidade laborativa,
momento este, que o mesmo se encontra fragilizado em decorrência de sua saúde
naquele momento debilitado.
A priori, o principio constitucional da dignidade da pessoa humana foi estudado
no presente trabalho com a finalidade de demonstrar a relação do principio com a
legislação previdenciária, este enlace criado pela Constituição da República Federativa
do Brasil que coloca a dignidade da pessoa humana como fundamento de todo
ordenamento jurídico, demonstrando o valor fundamental do principio ventilado. Desta
forma o principio como estudado, deve visar à proteção do ser humano, garantindo-lhe
uma vida digna e sustentável, não apenas do ponto de vista médico e econômico, mas
protegendo toda a gama de direitos relativos à dignidade do individuo.
49

Abordamos sobre a reforma da previdência social (PEC 06/2019), não se discute


a necessidade da evolução de todo regime jurídico visando a sua adaptação ao novo
contexto social e econômico do pais. Porem, as mudanças também devem respeitar o
contexto histórico ao longo do anos, eis que, em nosso país, o direito social a
previdência decorre da evolução legislativa constitucional, impulsionada pelas
expressões sociais e luta por melhores condições de vida (doença, morte, velhice). Uma
reforma no sistema previdenciário brasileiro é uma reforma que envolve o povo como
sendo um instrumento que deve ser respeitado.
50

REFERÊNCIAS

BISCAIA, Leonardo, Perícia Médica- 1;ed;-Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

BRAGANÇA, Kerlly Huback. Manual de Direito Previdenciário / Kerlly Huback


Bragança. – 8.a ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2012.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988.


Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>.

BRASIL. Decreto nº 3.048 de 06 de maio de 1999.Aprova o Regulamento da


Previdência Social e da outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm> acesso em 18 set 2019.

BRASIL. EC nº 20 de 1998. Modifica o sistema de previdência social, estabelece


normas de transição e dá outras providências. Disponível em :
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituição/emendas/emc/emc47.htm.Acessado
em 23 maio 2019.

BRASI. Lei 8.080 de .Dispoe sobre O SUS. Disponível em :


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm> acesso em 28 mai de 2019.
]
BRASIL. Lei 8.213 de julho de 1991.Dispoe sobre planos de benefícios da previdência
Social e dá outras providências.Disponivel em http://www.
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8213cons.htm> acesso em 23 maio 2019.

BRASIL. PEC nº 06: modifica o sistema de previdência social, estabelece regras de


transição e disposições transitórias, e dá outras providências. Disponivel em:
http:///www.camara.leg.br/proposições web/ficha de tramitação?
idproposições=2192459. Acessado em 23 maio de 2019.
51

BRASIL. Superior Tribunal da Justiça.Súmula nº291 in:________ Súmulas, São


Paulo: Associação dos Advogados do Brasil, 2004

BLOG/REFORMA-DA-PREVIDÊNCIA.https:Disponivel em
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IBRAHIM, Fabio Zambitte. Curso de Direito Previdênciário. 20ª edição, Revista


Atualizada. RIO DE JANEIRO: Editora Impetus, 2015.

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http://www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/regime-geral-rgps/ acesso em 25
maio 2019

SANTOS, Marisa Ferreira dos Direito previdenciário esquematizado / Marisa Ferreira


dos Santos. – 8. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. (Coleção esquematizado /
coordenador Pedro Lenza)

SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais.Porto


Alegre: Livraria do Advogado, 2010.

VIANNA, João Ernesto Aragonés Curso de direito previdenciário / João Ernesto


Aragonés Vianna. – 7. ed. – São Paulo: Atlas, 2014.

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