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Livro PCP
Livro PCP
Controle da Produção
Prof. John Jackson Buettgen
2011
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof. John Jackson Buettgen
B928p
242 p. il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-374-7
COD 658.5
Impresso por:
Apresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1- OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO....................1
VII
2.3.3 Desenvolver planos alternativos para eliminar as faltas..............................................49
2.3.4 Avaliar cada alternativa (quantitativa e qualitativamente)
e fazer uma escolha final....................................................................................................50
3 BALANCEAMENTO DA LINHA DE PRODUÇÃO.................................................................51
3.1 O SALBP........................................................................................................................................52
3.2 MÉTODO HEURÍSTICO DE HEGELSON E BIRNIE.............................................................55
3.3 MÉTODO HEURÍSTICO DE KILDRIDGE E WEBSTER........................................................57
LEITURA COMPLEMENTAR...........................................................................................................59
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................60
AUTOATIVIDADE.............................................................................................................................61
VIII
AUTOATIVIDADE.............................................................................................................................113
IX
2.3 SISTEMAS DE FLUXO PROGRAMADO................................................................................180
2.3.1 Sistema de estoque-base....................................................................................................180
2.3.2 PBC (Period Batch Control)..................................................................................................180
2.3.3 MRP (Materials Requirements Planning)............................................................................181
2.3.4 OPT (Optimized Production Technology)............................................................................182
2.4 SISTEMAS HÍBRIDOS................................................................................................................182
2.4.1 Sistema de controle MaxMin.............................................................................................182
2.4.2 Sistema CONWIP H...........................................................................................................183
2.4.3 Sistema kanban H.................................................................................................................184
2.4.4 Sistema DBR (Drum, Buffer, Rope – tambor, pulmão e corda)......................................184
2.4.5 Sistema DEWIP (Descentralized Work in Process)............................................................186
2.4.6 Sistema LOOR (Load Oriented Order Release)...................................................................186
2.4.7 Sistema POLCA (Paired-cell Overlapping Loops of Cards with Authorization)................186
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................187
AUTOATIVIDADE.............................................................................................................................188
TÓPICO 3 - ERPs.................................................................................................................................189
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................189
2 MRP – PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS.....................................190
3 MRP II – PLANEJAMENTO DOS RECURSOS DE MANUFATURA....................................192
4 MRP III – PLANEJAMENTO DOS RECURSOS DE MANUFATURA
COM USO DO KANBAN................................................................................................................192
5 ERP – PLANEJAMENTO DOS RECURSOS DA EMPRESA...................................................193
6 ERP INTEGRADO EM REDE........................................................................................................195
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................196
AUTOATIVIDADE.............................................................................................................................197
TÓPICO 5 - MRP/MRPII....................................................................................................................209
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................209
2 ENTENDENDO O MRP..................................................................................................................209
2.1 OBJETIVOS DO MRP..................................................................................................................209
2.2 PRINCÍPIO E LÓGICA DO MRP..............................................................................................210
2.3 HISTÓRICO DO MRP.................................................................................................................210
3 NECESSIDADES DE COMPRA E DE PRODUÇÃO – MRP...................................................214
3.1 POR QUE CALCULAR NECESSIDADES DE MATERIAIS..................................................215
3.2 EXPLOSÃO DAS NECESSIDADES BRUTAS..........................................................................216
3.3 ESCALONAMENTO TEMPORAL DOS ITENS.....................................................................217
3.4 CÁLCULO DAS NECESSIDADES LÍQUIDAS.......................................................................220
RESUMO DO TÓPICO 5...................................................................................................................222
AUTOATIVIDADE.............................................................................................................................223
X
TÓPICO 6 - JUST IN TIME E ORDENS DE PRODUÇÃO.........................................................225
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................225
2 SISTEMA DE PRODUÇÃO ENXUTA..........................................................................................225
2.1 FILOSOFIA...................................................................................................................................225
2.1.1 Eliminar desperdícios........................................................................................................226
2.1.2 Envolvimento de todos......................................................................................................228
2.1.3 Aprimoramento contínuo..................................................................................................229
2.2 OBJETIVOS DO LEAN MANUFACTURING...........................................................................229
2.3 FILOSOFIA LEAN MANUFACTURING...................................................................................229
2.4 REQUISITOS PARA O SUCESSO..............................................................................................231
2.5 TÉCNICAS ASSOCIADAS.........................................................................................................232
2.5.1 Práticas básicas do trabalho..............................................................................................232
2.5.2 Projeto em manufatura......................................................................................................233
2.5.3 Foco na operação................................................................................................................233
2.5.4 Máquinas simples e pequenas..........................................................................................233
2.5.5 Arranjo físico e fluxo..........................................................................................................233
2.5.6 Manutenção Produtiva Total (MPT)................................................................................233
2.5.7 Redução de set-up...............................................................................................................233
2.5.8 Envolvimento total das pessoas.......................................................................................233
2.5.9 Visibilidade..........................................................................................................................234
2.5.10 Fornecimento JIT...............................................................................................................234
2.5.11 Kanban.................................................................................................................................234
2.6 KANBAN – PROGRAMAÇÃO PUXADA DA PRODUÇÃO................................................234
2.6.1 Dimensionamento dos kanbans.........................................................................................235
LEITURA COMPLEMENTAR...........................................................................................................236
RESUMO DO TÓPICO 6 ..................................................................................................................238
AUTOATIVIDADE.............................................................................................................................239
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................................241
XI
XII
UNIDADE 1
OS FUNDAMENTOS DO
PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você estará apto a:
• estar com uma fundamentação teórica sólida que permita analisar critica-
mente a atribuição da responsabilidade pela gestão da demanda na orga-
nização.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos que lhe levarão à compreensão
dos fundamentos da Administração da Produção, necessários à gestão
de uma operação empresarial. Além disso, em cada um dos tópicos você
encontrará atividades que o ajudarão a consolidar os aprendizados sobre:
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Algum tempo atrás, eu li uma analogia muito interessante, em que o
domínio dos conceitos do planejamento da produção é equiparado às teorias de
Newton e da relatividade de Einstein. A relatividade ofereceu aos engenheiros
um nível de precisão nunca antes imaginado, contudo, é com base em Newton
que os projetos mecânicos são desenvolvidos. Essa diferença se deve ao fato da
relatividade se basear na velocidade da luz, enquanto Newton se mantém nas
baixas velocidades (FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010). Nessa analogia,
podemos imaginar quão fundamental é o conhecimento produzido por Einstein,
mas é essencial que o conhecimento seja adequadamente aplicado, como as
teorias de Newton.
3
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
4
TÓPICO 1 | CONCEITOS TEÓRICOS FUNDAMENTAIS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
Com as empresas ocorre o mesmo fenômeno. Buscam ser boas nos seis
objetivos de desempenho, mas sempre se destacarão em algum deles e é este que
as “marcará” no mercado em que atuam.
E
IMPORTANT
5
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
Sob esta nova ótica, as organizações passam a criar condições para que os
objetivos estratégicos estivessem mais conectados às necessidades e desejos dos
clientes. Para Fernandes e Godinho Filho (2010), isso passa por novos conceitos
como integração, escopo, flexibilidade, controle de variabilidade e simplicidade.
a) Classificação tradicional
7
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
UNI
Na literatura mais recente, o acrônimo LER (lesões por esforço repetitivo) tem
sido substituído por DORT (doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho).
8
TÓPICO 1 | CONCEITOS TEÓRICOS FUNDAMENTAIS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
E
IMPORTANT
Este sistema oferece serviço rápido, baixo custo, contudo não tem
flexibilidade. Tem grande dependência de uma previsão de excelência, gestão
inteligente de estoques e efetivo planejamento da capacidade produtiva.
UNI
10
TÓPICO 1 | CONCEITOS TEÓRICOS FUNDAMENTAIS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
UNI
Pense. Decidir o que faremos para o almoço de amanhã é muito mais fácil do
que o que faremos em um almoço que será realizado em seis meses.
11
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
FONTE: O autor.
E
IMPORTANT
12
TÓPICO 1 | CONCEITOS TEÓRICOS FUNDAMENTAIS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
13
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
h) controlar estoques;
c) coordenar projetos;
16
TÓPICO 1 | CONCEITOS TEÓRICOS FUNDAMENTAIS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
• Tempo de fluxo: por ser o tempo necessário para percorrer o fluxo, tem
influência nos leadtimes.
UNI
18
TÓPICO 1 | CONCEITOS TEÓRICOS FUNDAMENTAIS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
19
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
c) Conhecimento computacional:
• Softwares básicos.
• Sistemas de informação aplicados ao PCP (ex.: MRP etc.).
• Programação.
• Sistemas de apoio à decisão.
• Sistemas de simulação.
d) Conhecimento matemático:
• Matemática básica.
• Conhecimentos básicos e avançados em pesquisa operacional.
• Modelagem matemática aplicada ao PCP.
Peço a você, caro leitor, que não se assuste com o que acabou de ler.
Pode parecer um exagero, mas nem sempre todos esses conhecimentos serão
necessários. Diversos fatores determinarão o nível de sofisticação do PCP de uma
determinada organização, mas uma máxima poderia ser considerada: em PCP
o simples é bom. Ou seja, quando buscamos a simplicidade, sem ser simplistas,
estamos indo no caminho certo.
UNI
20
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
21
AUTOATIVIDADE
22
UNIDADE 1
TÓPICO 2
2.1 CARREGAMENTO
É a definição acerca da quantidade de trabalho que pode ser alocada a
um centro de trabalho. Ou seja, em uma determinada unidade de tempo, quanto
essa operação consegue produzir? A figura a seguir mostra que diversos eventos
“corroem” o tempo total que a operação teria disponível para produzir. Cada um
23
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
Mas essas 132 horas, ainda não são o tempo que a empresa efetivamente
produz. Há momentos de parada imprescindíveis para o processo produtivo,
denominados de “tempos inevitáveis”. Esses tempos não podem ser eliminados,
mas a sua redução deve ser um dos grandes trabalhos do gestor da produção.
Incluem coisas como troca de produtos a serem produzidos, regulagens dos
equipamentos, trocas de turno etc.
Uma vez descontados esses tempos inevitáveis, temos o tempo com o qual
efetivamente podemos contar para planejar a produção. Perceba que planejar
não é a mesma coisa que produzir. É para este tempo que o departamento de
Planejamento vai distribuir e dimensionar as tarefas a serem executadas.
Ainda assim, este não é o tempo que efetivamente gera produção. Ocorrem
momentos de paradas que não estavam previstos e que denominamos de “tempos
evitáveis”. Essas paradas se referem aos problemas de quebra de máquinas,
produção de segunda qualidade, falta de energia elétrica, enfim, situações que
não foram previstas, mas que poderiam ser evitadas se os gestores tivessem agido
proativamente. Imagine que a manutenção preventiva poderia evitar quebras de
máquinas. Um treinamento adequado poderia reduzir ou eliminar problemas de
24
TÓPICO 2 | VISÃO GERAL DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
qualidade, um gerador poderia evitar paradas por falta de energia. A área de PCP
sabe que isso pode ocorrer, mas desconsidera essa possibilidade. Não seria lógico
acobertar ineficiências. Se o gestor não atuar corretivamente sobre esses tempos,
ele não conseguirá atender ao que foi planejado. Isso faz com que os gestores
busquem a solução dos problemas.
2.2 SEQUENCIAMENTO
Determina a sequência em que as necessidades de clientes serão atendidas
pela empresa. Define a prioridade da execução das tarefas de acordo com os
critérios de sequenciamento definidos pela organização. Pode usar diversos
critérios, mas os principais são:
• LIFO (last in, first out): Também conhecido pelo acrônimo português UEPS
– o último a entrar é o primeiro a sair. Normalmente é usado por questões
práticas. No carregamento de um caminhão de entregas, as últimas caixas
colocadas no caminhão serão as primeiras a serem entregues.
• FIFO (first in, first out): Seu acrônimo português é PEPS – primeiro a entrar é
o primeiro a sair. É o atendimento do consumidor na ordem de chegada. Uma
fila de banco com uso de senha é um bom exemplo.
25
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
• Operação mais curta: Essa é uma típica opção para empresas com problemas
de fluxo de caixa. Operações rápidas podem ser rapidamente concluídas e
faturadas, se transformando em dinheiro.
2.3 PROGRAMAÇÃO
Algumas operações requerem um nível de detalhamento maior, inclusive
com um cronograma detalhado que mostre os momentos em que um determinado
trabalho deve começar e terminar. Normalmente está associado a produtos mais
complexos e operações com mix bastante variável.
UNI
Mix - Termo inglês cuja tradução literal seria “mistura”. Designa a variedade de
produtos que são produzidos por uma determinada empresa.
26
TÓPICO 2 | VISÃO GERAL DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
2.4 CONTROLE
Fernandes e Godinho Filho (2010, p. 102), ao refletirem sobre a missão do
controle de produção, afirmam que é a “atividade gerencial responsável por regular
(programar, coordenar, organizar, dirigir e monitorar), no curto prazo (geralmente até
três meses), o fluxo de materiais em um sistema de produção por meio de informações,
regras de controle e decisões para execução. Esse assunto será aprofundado no
momento em que discutirmos os Sistemas de Coordenação de Ordens.
27
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
3 PLANEJAMENTO AGREGADO
Praticamente, a totalidade das organizações produz mais do que um
único produto. Em muitas, a quantidade de produtos chega às centenas. Pode-
se facilmente imaginar a dificuldade extrema de estabelecer a demanda de cada
um desses produtos de forma precisa. Torna-se imperioso para a organização,
estabelecer uma metodologia para agrupar essas diferentes demandas, de forma
a se chegar a um número total que represente bem a demanda global da empresa.
A esse grande número total chamamos de demanda agregada.
28
TÓPICO 2 | VISÃO GERAL DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
29
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
E
IMPORTANT
30
TÓPICO 2 | VISÃO GERAL DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
31
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
33
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
A opção pela combinação de ações será baseada no custo por elas gerado,
tentando obter o mínimo custo possível. Neste sentido, os principais custos a
serem considerados, segundo Moreira (2008) são:
34
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• Uma visão geral das etapas que compõem o planejamento da produção, quais
sejam carregamento, sequenciamento, programação e controle da produção.
35
AUTOATIVIDADE
36
UNIDADE 1
TÓPICO 3
ESTUDO DA CAPACIDADE
1 INTRODUÇÃO
Você poderia perguntar: - Para que estudar a capacidade? Basta produzir
o que foi pedido e pronto. Quem dera fosse tão simples levar a cabo o processo
produtivo de um item qualquer. Reid e Sanders (2005) dizem que planejar a
capacidade é estabeler a taxa de saída que pode ser atingida por uma instalação.
Com base nessa definição, vamos tentar compreender porque é importante
estudar a capacidade de uma operação.
E
IMPORTANT
Planejar a capacidade é estabeler a taxa de saída que pode ser atingida por uma
instalação.
Reflita. Se a sua taxa de saída for menor do que a demanda, você não
conseguirá atender a todos os pedidos, gerando atrasos e descontentamentos
em seus clientes. Se essa taxa de saída for maior do que a demanda, terá uma
ociosidade excessiva em sua operação, agora gerando descontentamentos nos
acionistas. Em outras palavras, o gestor da produção está entre a “cruz e a espada”.
Deve identificar a taxa ideal para otimizar os resultados, tanto para clientes como
para a própria operação. Esse será o foco desse tópico.
37
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
2 PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE
• Que tipo de proteção será necessária para lidar com demandas incertas?
• Como devemos agir? Ampliar a capacidade antes que exista a demanda,
aguardar que a demanda exista ou esperar que ela estabilize?
38
TÓPICO 3 | ESTUDO DA CAPACIDADE
E
IMPORTANT
Mas fica a pergunta: - Em quanto tempo ela nos entrega esses 5.000
pãezinhos? Concluímos, portanto, que necessitamos de uma unidade de tempo
associada ao volume. Assim, estes mesmos autores afirmam que a máxima
quantidade de trabalho que pode ser realizada em uma operação em uma
determinada unidade de tempo, é o que chamamos de capacidade.
E
IMPORTANT
39
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
efetiva e capacidade real (também conhecida como produção real). Vejamos cada
uma delas:
Capacidade projetada
Capacidade efetiva
40
TÓPICO 3 | ESTUDO DA CAPACIDADE
E
IMPORTANT
41
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
E
IMPORTANT
Tempo de processo
Modelo Mix 1 Mix 2
Suponha que uma fábrica (horas)
de aparelhos de ar Luxo 1,5 2 1
condicionado produza três Padrão 1 3 2
modelos, com diferentes Econômico 0,75 2 4
tempos de processo. Demanda diária 7 7
A fábrica tem uma
Horas de processo 7,5(A) 6,5
disponibilidade de 800
Horas diárias por
horas semanais de pessoal
montador 8 8
de montagem.
Perceba como variações nas Quantidade de
proporções da demanda montadores 15 15
(mix) afetam a capacidade Horas semanais
da operação. disponíveis 800 800
Capacidade semanal 746,7 (B)
861,5
(A) (1,5hx2)+(1hx3)+(0,75hx2)
(B) (800h/7,5h)X7dias
FONTE: Adaptado de: Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 321).
2.2.3 Indicadores
Com base na tipologia de capacidade, alguns indicadores podem ser
cálculos. Desta forma, oferecem subsídios para tomadas de decisão.
E
IMPORTANT
por dia, durante 7 dias por semana. A capacidade semanal projetada, portanto,
pode ser determinda pela fórmula:
Mas, as coisas não param por aí. Também foram desperdiçadas 44 horas
com paradas evitáveis. Para estas, as perdas de produção foram as seguintes:
44
TÓPICO 3 | ESTUDO DA CAPACIDADE
E
IMPORTANT
45
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
UNI
46
TÓPICO 3 | ESTUDO DA CAPACIDADE
E
IMPORTANT
Onde:
D: número de unidades (clientes) previstas por ano.
p: tempo de processamento (em horas por unidade ou cliente).
N: número total de horas por ano durante as quais o processo opera.
C: reserva de capacidade desejada.
47
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
Onde:
Q: número de unidades em cada lote.
s: tempo de preparação (em horas) por lote.
D: número de unidades (clientes) previstas por ano.
N: número total de horas por ano durante as quais o processo opera.
C: reserva de capacidade desejada.
48
TÓPICO 3 | ESTUDO DA CAPACIDADE
E
IMPORTANT
50
TÓPICO 3 | ESTUDO DA CAPACIDADE
E
IMPORTANT
UNI
E
IMPORTANT
Uma linha de produção estará balanceada quando o tempo de ciclo for igual a
todos os tempos que o produto gasta em cada uma das estações. (FERNANDES; MORÁBITO,
1993 apud FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010, p. 260)
51
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
3.1 O SALBP
Vamos nos utilizar de um exemplo proposto por Fernandes e Godinho
Filho (2010) para melhor compreendermos o assunto. Suponha um produto que
necessite operações, como as demonstradas no quadro a seguir:
52
TÓPICO 3 | ESTUDO DA CAPACIDADE
53
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
b) uma tarefa não pode ser dividida entre duas ou mais estações;
j) os principais critérios de otimização são: (I) minimizar o tempo ocioso total para
um dado tempo de ciclo (o que é equivalente a minimizar o número de estações
de trabalho); (II) minimizar o tempo de ciclo para um dado número fixo de
estações de trabalho (o que é equivalente a maximizar a taxa de produção).
54
TÓPICO 3 | ESTUDO DA CAPACIDADE
55
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
56
TÓPICO 3 | ESTUDO DA CAPACIDADE
57
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
58
TÓPICO 3 | ESTUDO DA CAPACIDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
59
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu:
60
AUTOATIVIDADE
2 A produção pode ser medida com base nos seus produtos ou nos seus
insumos. O que orienta essa decisão?
61
62
UNIDADE 1
TÓPICO 4
GESTÃO DA DEMANDA
1 INTRODUÇÃO
Assim como a própria produção, a demanda de uma organização deve
ser gerenciada. Corrêa, Gianesi e Caon (2007) apontam algumas razões para isso:
• Empresas que têm sólidas relações de parceria com seus clientes têm condições
de negociar a quantidade e o momento da demanda, adaptando-a às suas
capacidades produtivas.
• Mesmo empresas que produzam itens que não são de consumo têm a
possibilidade de influenciar a demanda por meio de esforço de venda mediante
ações de indução de comportamento dos vendedores e representantes
comerciais (sistemas de cotas, comissões variáveis etc.)
63
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
UNI
Essa habilidade tem uma importância tão grande que lhe será dedicado um
tópico inteiro (unidade 2 - TÓPICO 2 - PREVISÃO DE DEMANDA).
Aqui reside uma das maiores falhas das organizações. A maior parte
do pessoal que tem contato direto com o cliente (vendedores e representantes
comerciais) foca seus esforços somente na venda, desprezando outra função de
extrema importância: obter informações sobre os clientes e o mercado, de forma
contínua e permanente.
64
TÓPICO 4 | GESTÃO DA DEMANDA
dados históricos e informações aleatórias obtidas por pessoal que tem pouco
contato com o cliente levam a previsões com alta margem de erro. Com isso
perdem a possibilidade de criar um forte elo de ligação entre previsão e o MRPII.
65
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
Área de Planejamento
66
TÓPICO 4 | GESTÃO DA DEMANDA
Área comercial
67
UNIDADE 1 | OS FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
UNI
69
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você viu:
70
AUTOATIVIDADE
71
72
UNIDADE 2
O ESSENCIAL NO PCP
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você estará apto a:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que em cada um
deles você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos
apresentados.
73
74
UNIDADE 2
TÓPICO 1
PREVISÃO DE DEMANDA
1 INTRODUÇÃO
Por que prever? A pergunta pode parecer tola, mas tenha certeza de uma
coisa: não é. Tentando buscar uma resposta vamos recorrer a Corrêa e Corrêa
(2006). Ao analisarem esta questão, os autores afirmam que muitos dos recursos
utilizados no processo produtivo têm materialidade física, como máquinas,
equipamentos, instalações, materiais e pessoas. Esses recursos têm uma
característica importante para os gestores, eles têm inércia decisória.
E
IMPORTANT
O gestor deve ter a clareza de visão acerca do futuro e não apenas do presente,
pois é lá que a decisão tomará efeito e também é para o futuro que ela deverá ser adequada.
75
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
c) Previsão de longo prazo: Períodos acima de três anos, sendo utilizadas para
planejamento de novos produtos, investimentos em capital, localização ou
expansão de instalações, pesquisa e desenvolvimento.
c) Terceiro, previsões de curto prazo tendem a ser mais exatas. Fatores que
influenciam a demanda podem variar a cada dia. Isso significa dizer que
quanto mais o horizonte de tempo se estende, maior a suscetibilidade a
erros. Previsões de venda, por exemplo, devem ser atualizadas regularmente,
mantendo seu valor e integridade.
76
TÓPICO 1 | PREVISÃO DE DEMANDA
ATENCAO
Outro aspecto que gera conflitos homéricos está relacionado com o fato
de acertar ou errar previsões. Se avaliarmos de forma fria as previsões, poder-se-
ia afirmar que elas SEMPRE estarão erradas. É de sua natureza, como afirmam
Corrêa e Corrêa (2006), afinal de contas são uma visão de futuro, portanto,
carregadas de incertezas. Eu não tenho uma bola de cristal que me dê certeza
sobre fatos futuros! Você tem?
77
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
ATENCAO
ATENCAO
78
TÓPICO 1 | PREVISÃO DE DEMANDA
ATENCAO
2) Selecionar itens a serem previstos: Para que linha de produtos ou produto estamos
prevendo? Que unidade de medida será utilizada?
5) Reunir dados necessários para fazer a previsão: Que dados deverão ser armazenados?
Onde essas informações serão armazenadas? Quem será responsável pela
coleta e manutenção desses dados?
Corrêa, Gianese e Caon (2007) ainda sugerem como deve ser a configuração
de um Sistema de Previsão, que é apresentado na figura a seguir. Os dados
iniciais que explicam as vendas (clima, renda per capita, volume de produção dos
clientes etc.), a sua história e os comportamentos atípicos (variações de preço,
modificações de produtos, entrada de concorrentes no mercado etc.), são tratados
estatisticamente em modelos temporais ou causais. Esses modelos estatísticos
podem ser encontrados em softwares específicos, facilmente adquiridos no
79
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
80
TÓPICO 1 | PREVISÃO DE DEMANDA
a) Previsões raramente são perfeitas. Afinal existem fatores externos que não
podem ser previstos ou controlados, mas que têm grande impacto no resultado
das previsões.
UNI
Agora que já sabemos que devemos ter em mãos para uma boa previsão,
vamos estudar as técnicas que podem ser aplicadas.
4 TÉCNICAS DE PREVISÃO
Quando falamos em técnicas de previsão, podemos considerar duas
abordagens distintas, sugeridas por Corrêa e Corrêa (2006) e apresentadas na
figura a seguir:
81
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
FONTE: Adaptado de: Sipper e Bulfin (1997 apud FERNANDES e GODINHO FILHO, 2010, p. 19).
83
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
demanda algo em torno de seis rodadas. Esse método resulta em previsões com
as quais a maioria concorda, mesmo que tenha discordado inicialmente.
UNI
Viés - Tendência geral ou determinada por forças externas (Ex.: o viés inflacionário
de certa medida econômica). No caso, os membros do grupo podem ter opiniões
influenciadas pelo meio externo. (HOUASSIS, 2009).
85
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
86
TÓPICO 1 | PREVISÃO DE DEMANDA
Aqui cabe uma observação importante acerca das previsões. Elas são
uma projeção para o futuro de um comportamento apresentado no passado. Ou
seja, se acredita que o futuro repetirá o passado. É importante perceber aqui o
poder de influência do gestor e a capacidade de alteração do futuro em função
de suas decisões.
E
IMPORTANT
• Tendência: Uma orientação geral, para cima ou para baixo, dos dados históricos.
Uma tendência de crescimento indica um aumento futuro da variável analisada.
O decréscimo indica uma redução dos níveis futuros, enquanto a ausência de
tendência indica a permanência dos níveis históricos encontrados. As vendas
de notebooks, por exemplo, tendem ao crescimento.
• Aleatoriedade: São variações das séries históricas que não foram influenciadas
pela variável em estudo, provocando “erros” na série. São incontáveis os
87
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
fatores que podem influenciar uma série temporal e esses fatores são totalmente
aletórios. A explosão do consumo de botas após uma enchente, por exemplo.
88
TÓPICO 1 | PREVISÃO DE DEMANDA
Onde:
V: Valor do período
P: Peso para o período
t: Período atual
n: Número de períodos calculados
89
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
Onde:
: Demanda real do último período
: Última Previsão
: Constante de Suavizamento
Corrêa e Corrêa (2006) explicam que (1-α) é a taxa exponencial com que
caem os pesos de ponderação dos dados históricos, de α referentes ao mês anterior
mais recente “t”. Para α(1-) para o mês anterior “t-1”, para α(1-)2 para o mês “t-2”
e assim por diante.
90
TÓPICO 1 | PREVISÃO DE DEMANDA
Onde:
a: coeficiente linear da reta (valor de dt quando x = 0)
b: coeficiente angular da reta (inclinação)
: ruído (erro aleatório)
t – k: períodos considerados para determinação da tendência
91
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
92
TÓPICO 1 | PREVISÃO DE DEMANDA
93
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
94
TÓPICO 1 | PREVISÃO DE DEMANDA
ou
95
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
96
TÓPICO 1 | PREVISÃO DE DEMANDA
Onde:
: variável dependente (vendas)
a: uma constante
x1 e x2: valores das duas variáveis independentes (folha de pagamento e
taxa média de juros)
b1 e b2: coeficientes das duas variáveis independentes
• Viés: indica a existência sistemática de erros para um mesmo lado. Isso pode se
apresentar na forma superdimensionamento (sempre errando para cima) ou de
subdimensionamento (sempre errando para baixo). De uma forma ou de outra,
isso sempre acontece em função de uma causa identificável, normalmente uma
variável desprezada no modelo. Essa causa deve ser identificada e incluída no
modelo.
97
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
4.3.1 Viés
Corrêa e Corrêa (2006) afirmam que o erro de viés pode ser acompanhado
através do sinal de rastreabilidade (tracking signal, em inglês). Para possibilitar a
compreensão, vamos retomar o exemplo de medial móvel de três períodos (MM3)
apresentado na Tabela a seguir.
98
TÓPICO 1 | PREVISÃO DE DEMANDA
E
IMPORTANT
4.3.2 Amplitude
Há diversas formas de se medir e acompanhar a amplitude dos erros das
previsões feitas. Corrêa e Corrêa (2006) sugerem duas mais populares, o erro
médio absoluto (EMA) e o erro médio quadrático (EMQ). Para demonstrar esses
métodos vamos retomar o exemplo de suavizamento exponencial apresentado
anteriormente na tabela 9.
TABELA 15 – CÁLCULO DE ERRO MÉDIO ABSOLUTO (EMA) E DE ERRO MÉDIO QUADRÁTICO (EMQ)
99
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
Portanto, escolher esses parâmetros pode ser um desafio, caso você não
tenha um ponto de partida. A esta atividade de escolha dos melhores parâmetros
chamamos de calibração. É aqui que entram os cálculos que fizemos até agora.
100
TÓPICO 1 | PREVISÃO DE DEMANDA
LEITURA COMPLEMENTAR
101
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
102
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu:
• Uma discussão acerca dos erros mais comuns da organizações e que levam a
previsões falhas.
103
AUTOATIVIDADE
6 Como se calibra um método de previsão para que ele seja o mais assertivo
possível?
104
UNIDADE 2 TÓPICO 2
PROGRAMA MESTRE DE
PRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Reid e Sanders (2005) vão nos auxiliar na definição de PMP – Programa-
Mestre de Produção. Para eles:
UNI
105
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
106
TÓPICO 2 | PROGRAMA MESTRE DE PRODUÇÃO
Objetivos do PMP
2) Fazer o melhor uso possível dos recursos produtivos (material, mão de obra,
máquina/equipamentos).
Para atingir esses objetivos, o PMP deve satisfazer a demanda dos clientes,
não exceder a capacidade da operação e atuar dentro dos limites impostos pelo
plano agregado.
107
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
UNI
108
TÓPICO 2 | PROGRAMA MESTRE DE PRODUÇÃO
E
IMPORTANT
109
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
110
TÓPICO 2 | PROGRAMA MESTRE DE PRODUÇÃO
Onde:
EPD: Estoque projetado disponível
DT: Demanda total
PMP: Programa Mestre de Produção
111
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu:
• Uma introdução teórica sobre o PMP, alertando para a sua importância e a sua
conexão com outras fontes de informação, como o PVP, por exemplo.
112
AUTOATIVIDADE
113
114
UNIDADE 2
TÓPICO 3
CONTROLE ESTATÍSTICO DO
PROCESSO
1 INTRODUÇÃO
As empresas de uma forma geral buscam resultados financeiros.
As OSCIPS (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público), mais
conhecidas como ONG (Organizações não governamentais), fogem dessa regra,
pois o que buscam não é lucro, mas sim, atendimento de alguma necessidade
de seu público-alvo.
E
IMPORTANT
116
TÓPICO 3 | CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
117
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
A primeira é a voz do cliente que traz a satisfação (ou não) do cliente com
o resultado do processo. Essa percepção do cliente é obtida através de medições
objetivas realizadas pela própria organização. A segunda, a voz do processo,
é resultado da análise dos indicadores escolhidos para medir desempenho ou
resultado. Esse desempenho deve ser obtido através de requisitos do processo
e que foram projetados com base nas expectativas dos clientes. Estes requisitos
devem ser monitorados continuamente e tratados estatisticamente. A figura a
seguir apresenta esta proposição.
E
IMPORTANT
118
TÓPICO 3 | CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
119
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
Como estamos lidando com pessoas e elas podem mudar de ideia ao longo
do tempo, é importante que estas necessidades e expectativas sejam validadas
com frequência. A única forma de fazê-lo é perguntando ao cliente. Isso nos
assegura permanentemente que estamos no caminho certo.
2 MELHORIA
Num mundo de mudanças constantes e muitas vezes drásticas, com
concorrentes cada vez mais competentes, é impossível para uma empresa
120
TÓPICO 3 | CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
Slack et al. (2002) sugerem que a melhoria contínua pode ser gerenciada
a partir de uma sucessão de aplicações do Ciclo PDCA, sugerido por Deming.
Através da análise da figura a seguir, podemos perceber que o final de uma
rodada do Ciclo PDCA corresponde ao início do ciclo seguinte. O Ciclo PDCA
será estudado detalhadamente em capítulos posteriores.
121
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
E
IMPORTANT
122
TÓPICO 3 | CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
4 CICLO PDCA
É uma ferramenta que objetiva organizar o pensamento do processo de
melhoria, tornando mais fácil tirar um processo de um estágio insatisfatório para
um estado desejado. Para tanto Deming, sugeriu o ciclo PDCA, um acrônimo
originário das palavras:
• Check: Medir ou avaliar o que foi feito, assim identificando a diferença entre o
que foi feito, em relação ao que foi planejado.
123
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
125
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
Cabe ao facilitador:
126
TÓPICO 3 | CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
5.3 FLUXOGRAMA
O fluxograma representa uma sequência de trabalho qualquer, de forma
detalhada (pode ser também sintética), em que as operações ou os responsáveis e
os departamentos envolvidos são visualizados nos processos.
Principais objetivos:
E
IMPORTANT
127
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
1) Defina o problema a ser estudado e o que se deseja obter (o que deve acontecer
ou o que deve ser evitado).
128
TÓPICO 3 | CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
129
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
5.5 HISTOGRAMA
Uma leitura atenta do histograma deve responder a questões como:
130
TÓPICO 3 | CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
FONTE: Autor.
131
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
133
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
FONTE: Autor.
134
TÓPICO 3 | CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
5.6 PARETO
No fim do século XIX, o economista sociopolítico Vilfredo Pareto observou
que havia uma distribuição desigual de riqueza e poder na população total.
Ele calculou matematicamente que 80% da riqueza estava em mãos de 20% da
população.
E
IMPORTANT
Poucas causas levam à maioria das perdas, ou seja, “Poucas são vitais, a maioria
é trivial”.
135
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
136
TÓPICO 3 | CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
137
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
138
TÓPICO 3 | CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
Média
Exercício
139
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
Mediana
140
TÓPICO 3 | CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
Desvio padrão
141
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
E
IMPORTANT
142
TÓPICO 3 | CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
143
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
144
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você viu:
145
AUTOATIVIDADE
146
UNIDADE 2
TÓPICO 4
TECNOLOGIA DE GRUPO E
MANUFATURA CELULAR
1 INTRODUÇÃO
Conceituação da tecnologia de grupo e da manufatura celular.
UNI
147
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
• Não são agrupadas por sua própria similaridade, mas pela sua capacidade de
em conjunto, completarem as tarefas necessárias a uma determinada família
de produtos.
UNI
148
TÓPICO 4 | TECNOLOGIA DE GRUPO E MANUFATURA CELULAR
Uma alteração desse arranjo físico para um leiaute celular, como mostra
a figura a seguir, faz uma “limpeza” nos fluxos, dando agilidade aos processos
empresariais.
149
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
Vale ressaltar que apenas a mudança de leiaute não é o suficiente para ex-
trair todos os resultados que podem ser obtidos a partir de uma célula de manu-
fatura. Há toda uma questão de mudança comportamental envolvida. Trabalhar
em célula requer outras competências pessoais, principalmente, a habilidade de
trabalhar em equipe.
150
TÓPICO 4 | TECNOLOGIA DE GRUPO E MANUFATURA CELULAR
UNI
UNI
151
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
E
IMPORTANT
UNI
152
TÓPICO 4 | TECNOLOGIA DE GRUPO E MANUFATURA CELULAR
UNI
153
UNIDADE 2 | O ESSENCIAL NO PCP
154
TÓPICO 4 | TECNOLOGIA DE GRUPO E MANUFATURA CELULAR
155
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você viu:
156
AUTOATIVIDADE
157
158
UNIDADE 3
SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
DA PRODUÇÃO (SAP)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você estará apto a:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em seis tópicos que abordam especificamente os
Sistema de Administração da Produção. Os temas são abordados de forma
que fique claro o que é significativo para a operação e que maximiza os re-
sultados. Além disso, em cada um dos tópicos você encontrará atividades
que o ajudarão a consolidar os aprendizados.
TÓPICO 3 – ERPS
TÓPICO 5 – MRP/MRPII
159
160
UNIDADE 3
TÓPICO 1
ADMINISTRAÇÃO INDUSTRIAL
INTEGRADA
1 INTRODUÇÃO
Ao se utilizar da expressão SAP (Sistemas de Administração da Produção),
estamos nos referindo de forma genérica aos sistemas de apoio às decisões táticas
e operacionais que os gestores de produção tomam diariamente, com o objetivo
de atingir os objetivos estratégicos da organização. Essas decisões envolvem
basicamente “o que”, “quanto” e “quando” produzir e comprar, além de “com
que” recursos produzir.
• JIT (Just In Time), baseado nas demandas presentes dos clientes como
disparador de processo produtivo.
• MRPII/ERP que se baseiam em cálculos de necessidades com base na demanda
futura de produto final.
• Sistema de programação com capacidade finita e suas técnicas de simulação
em computador.
E
IMPORTANT
Pode-se concluir que todas as decisões são tomadas no “presente” e seu efeito
sentido no “futuro”. O quão distante é esse futuro depende da inércia imposta por cada
decisão, podendo ser em curto, médio ou longo prazo. É importante reconhecer isso para
que a decisão seja tomada com a antecedência necessária.
162
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO INDUSTRIAL INTEGRADA
163
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
Reagir eficazmente
2 O SAP, A PRODUÇÃO E A
COMPETITIVIDADE DA EMPRESA
Antes de começar a discussão é necessário entender o conceito de
competitividade. Competitividade não tem uma definição precisa. Pelo contrário,
compreende tantas facetas de um mesmo problema que dificilmente se pode
estabelecer uma definição ao mesmo tempo abrangente e útil.
UNI
165
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
Velocidade de entrega
Confiabilidade de entrega
O mercado é cada vez mais marcado pela falta de fidelidade e por clientes
cada vez mais exigentes, uma empresa pode ter grande vantagem competitiva se
desenvolver a competência da flexibilidade.
166
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO INDUSTRIAL INTEGRADA
UNI
sine qua non – termo que se originou do latim para “sem o qual não pode ser”.
Refere-se a uma ação, condição ou ingrediente indispensável e essencial.
UNI
167
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
168
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO INDUSTRIAL INTEGRADA
169
RESUMO DO TÓPICO 1
170
AUTOATIVIDADE
171
172
UNIDADE 3
TÓPICO 2
SISTEMAS DE COORDENAÇÃO
DE ORDENS
1 INTRODUÇÃO
Como já vimos ao longo do texto, controle de produção é a gestão do
fluxo de materiais e informações no curto prazo, com a finalidade de assegurar o
cumprimento daquilo que foi planejado de forma agregada. Também vimos que
o Controle de Produção tem quatro atividades principais:
174
TÓPICO 2 | SISTEMAS DE COORDENAÇÃO DE ORDENS
6) Alocação de carga: Com base da etapa 4, são definidas as cargas por período
de tempo para os diferentes centros de produção.
175
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
5) Alocação das cargas, que nada mais é do que a compatibilização entre carga
e capacidade, de modo que nenhum centro produtivo receba uma carga
maior do que a sua capacidade. Esse procedimento evita atrasos nas entregas,
normalmente é o ponto de maior conflito entre clientes e fornecedores.
176
TÓPICO 2 | SISTEMAS DE COORDENAÇÃO DE ORDENS
UNI
177
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
Onde:
DL+T : Demanda durante o lead time de suprimento mais o período de
revisão T.
178
TÓPICO 2 | SISTEMAS DE COORDENAÇÃO DE ORDENS
180
TÓPICO 2 | SISTEMAS DE COORDENAÇÃO DE ORDENS
• O período não pode ser menor do que lead time mais curto dentre os componentes
a serem usados. O sistema não serve para itens de lead time muito longos.
• Lead time de suprimento muito longo também pode ser um problema. Se esse
tempo for muito longo o item deve ser controlado por outro sistema.
182
TÓPICO 2 | SISTEMAS DE COORDENAÇÃO DE ORDENS
183
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
185
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
186
RESUMO DO TÓPICO 2
187
AUTOATIVIDADE
188
UNIDADE 3
TÓPICO 3
ERPs
1 INTRODUÇÃO
Ao se falar de Planejamento e Controle da Produção uma questão
primordial nos vem à cabeça: - Como gerir o gigantesco volume de informações
geradas pela atividade empresarial?
Contudo, essa ideia não “nasceu pronta”, mas evolui ao longo dos tempos,
passando por diferentes fases, como é demonstrado na figura a seguir. Assim
sendo, para organizar didaticamente o nosso estudo, seguiremos a cronologia
desta evolução, analisando cada uma das etapas.
190
TÓPICO 3 | ERPs
191
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
192
TÓPICO 3 | ERPs
Mas, afinal de contas, quais as grandes vantagens que uma empresa tem
ao utilizar um ERP? Slack, Chambers e Johnston (2002) defendem que os ERPs
socializam a informação da organização:
E
IMPORTANT
193
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
194
TÓPICO 3 | ERPs
É claro que as coisas não são tão simples quanto possam parecer.
Dificuldades existem neste modelo. Organizações diferentes têm diferentes
necessidades de informação, o que precisa ser previsto durante a modelagem do
sistema.
195
RESUMO DO TÓPICO 3
• Uma introdução aos ERP, mostrando como estes são resultado de um processo
evolutivo contínuo.
• Uma análise de cada uma dessas fases históricas do ERP, até chegar aos dias
atuais.
196
AUTOATIVIDADE
4 Por que a visibilidade das informações oferecidas pelo ERP é benéfica para
a empresa?
6 Explique que impactos a internet poderia ter sobre uma empresa que adota
o ERP?
197
198
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos a administração das restrições, conheceremos
seus objetivos e princípios e como funciona o OPT.
Heizer e Render (2001) afirmam que identificar e tratar essas restrições está
entre as principais atribuições do gerente de produção. E vão além, oferecendo as
etapas deste trabalho:
199
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
O grande salto da administração das restrições veio com o livro The Goal:
A Process of Ongoing Improvement (A Meta: Um Processo de Melhoria Contínua),
escrito pelo Dr. Eliyahu Goldratt e seu parceiro Jeff Cox. O livro, no formato de
romance, popularizou a Teoria das Restrições.
A Teoria das Restrições é fundamentada em uma abordagem relativamente
recente, se comparada a outras como JIT, e conhecida pelo acrônimo OPT –
Optimezed Production Technology. Desenvolvida por um grupo de pesquisadores
israelenses, entre eles o próprio Dr. Eliyahu Goldratt, prega que os bons resultados
de uma organização podem ser obtidos através de uma série de procedimentos
heurísticos.
UNI
200
TÓPICO 4 | OPT (OPTIMIZED PRODUCTION TECHNOLOGY)
201
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
Tipo de Recurso
Preparação de máquinas
Princípio 4: Uma hora ganha num recurso gargalo é uma hora ganha
para o sistema global. Mostra que um tempo qualquer ganho no gargalo significa
ganho para o sistema total, pois ele não tem ociosidade, o que faz com que o
tempo ganho se transforme em tempo de processamento.
202
TÓPICO 4 | OPT (OPTIMIZED PRODUCTION TECHNOLOGY)
• Princípio 5: Uma hora ganha num recurso não gargalo não é nada, é só uma
miragem. Como pode ser percebido, o tempo ganho na preparação de um
processo não gargalo não significa ganho, apenas um aumento da ociosidade.
Esta ociosidade é característica exclusiva dos não gargalos. Isto acontece
porque a demanda continua reprimida pelo gargalo.
• Princípio 7: O lote de processamento deve ser variável e não fixo. Esse princípio
é uma dedução lógica do princípio 6 e 1. Como devemos balancear o fluxo,
o lote de processamento necessariamente precisa ser variável. O cálculo do
tamanho deste lote leva em conta os custos de carregar os estoques, os custos
de preparação, as necessidade de fluxo e a tipologia dos recursos (gargalo ou
não gargalo).
203
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
UNI
E
IMPORTANT
204
TÓPICO 4 | OPT (OPTIMIZED PRODUCTION TECHNOLOGY)
• Relaxar a RRC: Obter meios para aumentar a capacidade do gargalo para, por
consequência, aumentar a capacidade do fluxo.
• Voltar ao início para identificar a nova restrição: Uma RRC sempre existirá.
Quando uma tiver sido otimizada, outra tomará o seu lugar. É necessário
identificá-la e recomeçar o processo de melhoria.
Como foi possível perceber, a Teoria das Restrições nada mais é do que a
aplicação do bom senso nas operações produtivas. Vimos que ela tem a missão de
fazer a empresa ganhar dinheiro e um dos seus alvos principais são os estoques,
justamente o nosso tema do próximo tópico. Corrêa e Corrêa (2006) apresentam o
processo a ser seguido para que se obtenha sucesso no gerenciamento da técnica
OPT. Vejamos:
205
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Relaxar a RRC: Obter meios para aumentar a capacidade do gargalo para, por
consequência, aumentar a capacidade do fluxo.
• Voltar ao início para identificar a nova restrição: Uma RRC sempre existirá.
Quando uma tiver sido otimizada, outra tomará o seu lugar. É necessário
identificá-la e recomeçar o processo de melhoria.
Como foi possível perceber, a Teoria das Restrições nada mais é do que a
aplicação do bom senso nas operações produtivas. Vimos que ela tem a missão de
fazer a empresa ganhar dinheiro e um dos seus alvos principais são os estoques,
justamente o nosso tema do próximo tópico.
206
RESUMO DO TÓPICO 4
207
AUTOATIVIDADE
208
UNIDADE 3
TÓPICO 5
MRP/MRPII
1 INTRODUÇÃO
MRP (Material Requirements Planning) ou MRP II (Manufacturing Resources
Planning) são sistemas de administração da produção de grande porte, que têm
sido implantados em organizações ao redor do mundo, desde a década de 70 do
século passado.
2 ENTENDENDO O MRP
A intencionalidade residente neste capítulo é ofertar uma base teórica para
compreender a filosofia do sistema e adentrar de forma mais prática na questão
do dimensionamento das necessidades de compra e de produção.
209
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
UNI
210
TÓPICO 5 | MRP/MRPII
• produção em massa;
• produção intermitente;
• produção unitária.
211
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
Com isso, passou a ser possível avaliar a carga dos centros produtivos ao longo
do tempo, assegurando a viabilidade dos programas de produção, dando origem
ao MRP de Ciclo Fechado.
UNI
UNI
Apesar destes ajustes, o MRP ainda apresentou duas falhas que precisavam
ser corrigidas:
• O sistema não sugere o sequenciamento das ordens. Essa tarefa continua sendo
atribuição do supervisor de produção. A lógica de sequenciamento deve ser
adequada aos objetivos estratégicos, podendo ser data de entrega, tempo de
processamento etc.
212
TÓPICO 5 | MRP/MRPII
UNI
213
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
Para finalizar, um nível acima do PMP foi introduzido o S&OP (Sales &
Operations Planning) para estruturar um modelo mais acadêmico de planejamento
hierárquico. A figura a seguir apresenta esse modelo.
UNI
214
TÓPICO 5 | MRP/MRPII
• Demanda dependente: São itens cuja demanda pode ser calculada a partir
de algum evento sob controle do planejador. Os componentes e materiais se
encaixam nesta categoria. Esses eventos mencionados podem ser diversos,
como um pedido que se confirma ou um Plano Mestre de Produção que é
definido.
215
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
216
TÓPICO 5 | MRP/MRPII
219
TÓPICO 5 | MRP/MRPII
UNI
220
TÓPICO 5 | MRP/MRPII
221
RESUMO DO TÓPICO 5
• Uma explicação sucinta da função dos módulos que foram sendo agregados
ao longo do tempo.
222
AUTOATIVIDADE
4 O que fez com que somente a partir dos anos 70 tenha se difundido e
provocado interesse nas organizações?
6 O que vem a ser uma estrutura de árvore de produto e qual a sua importância
para o MRP?
223
224
UNIDADE 3
TÓPICO 6
1 INTRODUÇÃO
Corrêa e Corrêa (2006) apontam que o grande salto do Just In Time ocorreu
no Japão nos anos 70 do século passado, sendo creditada a sua criação à Toyota,
montadora japonesa de automóveis. A empresa buscava um sistema de produção
que pudesse coordenar, precisamente, a produção com a demanda específica de
diferentes modelos e cores de veículos com um mínimo de atraso.
2.1 FILOSOFIA
O Japão precisava de mudanças significativas e mudanças de tal ordem
só acontecem com mudanças de comportamento. Como o comportamento é em
sua essência a exteriorização do pensamento, seria necessário fazer as pessoas
pensarem diferente. Novos princípios deveriam nortear o pensamento do
colaboradores. Assim sendo, algumas práticas gerenciais passaram a fazer parte
do dia da organização, segundo Corrêa e Corrêa (2006):
225
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
E
IMPORTANT
• Eliminar desperdícios.
• Envolvimento de todos; e
• Aprimoramento contínuo.
• Tempo de espera: Todo o tempo que um recurso não é usado para gerar
valor porque está esperando alguma coisa (uma regulagem, um contenedor
para descarga, o lote que ainda não chegou para ser carregado etc.). Menos
óbvio, mas não menos importante, é o tempo em que os equipamentos estão
produzindo algo desnecessário naquele momento, deixando prioridades na
fila de espera.
226
TÓPICO 6 | JUST IN TIME E ORDENS DE PRODUÇÃO
• Processo: Projeto ruim dos componentes ou dos processos através dos quais
são produzidos podem acarretar grandes desperdícios de recursos, como
matérias-primas pouco aproveitadas, processos mal desenhados e demorados
etc.
Uma análise da figura a seguir nos faz compreender o efeito dos estoques
sobre os problemas. Como Toyoda Kiichiro pregava, a indústria deveria reduzir
os despedícios, que segundo ele, tinham nos problemas a sua maior causa. Como
você vê, a organização tem problemas por todos os lados e os estoques acabam
sendo uma forma de eliminar o efeito destes problemas sobre o processo. Isso
até pode parecer uma solução, mas não passa de uma ilusão, pois a causa do
problema continua lá, e no futuro a situação problemática poderá se repetir.
UNI
227
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
Com base nisso, Kiichiro sugere que se faça tudo que for necessário para
reduzir os estoques, pois cada vez que eles diminuem, problemas são expostos.
Uma vez expostos, precisam ser solucionados para evitar que o processo seja
impactado.
E
IMPORTANT
228
TÓPICO 6 | JUST IN TIME E ORDENS DE PRODUÇÃO
Significa também, dizer que eles serão o combustível de uma busca sem
fim. Para tentar dimensionar a importância deste aspecto, desta busca contínua e
incessante, utiliza-se a palavra japonesa kaizen, cujo significado é “aprimoramento
contínuo” ou “melhoria contínua”.
E
IMPORTANT
229
UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
FONTE: O autor.
• Troca rápida.
• Manutenção planejada.
230
TÓPICO 6 | JUST IN TIME E ORDENS DE PRODUÇÃO
FONTE: O autor.
232
TÓPICO 6 | JUST IN TIME E ORDENS DE PRODUÇÃO
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UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
2.5.9 Visibilidade
O gerenciamento visual tem por objetivo permitir que problemas,
melhorias ou qualquer informação relevante, sejam acessíveis e compreensíveis
a todos. Inclui publicação de medidas de desempenho, luzes coloridas de
sinalização, gráficos de controle, lista de verificação, exposição de produtos com
defeitos, kanbans, eliminação de divisórias nos arranjos físicos etc.
2.5.11 Kanban
Sistema de controle de ordens de produção que age como disparador da
produção dos centros produtivos em estágios anteriores do processo, coordenando
a produção de todos os itens de acordo com a demanda de produtos finais.
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TÓPICO 6 | JUST IN TIME E ORDENS DE PRODUÇÃO
Onde:
X: número total de kanbans;
D: demanda do centro consumidor por unidade de tempo;
Te: tempo de espera do lote no centro produtor;
Tp: tempo de processamento do lote no centro produtor;
C: tamanho do lote ou capacidade do contêiner (peças por kanban);
F: fator de segurança.
O número mínimo de cartões é obtido considerando F=0. Sugere-se que
tal decisão seja tomada quando a organização tiver total controle sobre seus
processos, pois esse controle diminuirá a necessidade de estoques de segurança.
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UNIDADE 3 | SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
O ESCRITÓRIO ENXUTO
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TÓPICO 6 | JUST IN TIME E ORDENS DE PRODUÇÃO
para realizar qualquer tarefa repetitiva. Assim, as atividades são sempre feitas da
maneira mais segura e eficiente. “Mas o funcionário do escritório tende a achar
que o seu trabalho, ao contrário das tarefas de um colega da linha de produção,
não está submetido a uma rotina”, diz José Roberto Ferro, presidente do Lean
Institute.
FONTE: HERZOG, Ana Luiza, 2003 apud CORRÊA; CORRÊA, 2006, p. 577.
237
RESUMO DO TÓPICO 6
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AUTOATIVIDADE
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240
REFERÊNCIAS
CORRÊA, Henrique Luiz; CORRÊA, Carlos A.. Administração de Produção e
Operações: Manufatura e Serviços. 2a ed. São Paulo: Atlas, 2006.
241
MARANHÃO, Mauriti; MACIEIRA, Maria Elisa Bastos. O processo nosso de
cada dia: Modelagem de processos de trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2004.
SLACK, Nigel at al. Administração da Produção. 2a ed. São Paulo: Atlas, 2002.
242