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Aula 04

Sociologia p/ ENEM 2016


Professores: Rafael D. Ferreira, Sergio Henrique
Ciências Humanas e
suas tecnologias
Sociologia
Tema: A pobreza no
Brasil.
Professor: Sérgio Henrique
SUMÁRIO
00. Bate papo inicial. Pág. 02
1. As desigualdades sociais no Brasil. Pág. 03
2. Etnia, Gênero e Classes Sociais. Pág. 07
3. Pobreza e coronelismo. Pág. 13
4. Como solucionar a pobreza? Pág. 14
- 4.1 Sugestões da ONU para o combate à pobreza. Pág. 15
5. Texto complementar. Pág. 19
6. Exercícios Resolvidos. Pág. 29
7. Exercícios Propostos. Pág. 44
8. Considerações finais. Pág. 81

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00. BATE PAPO INICIAL.
Olá amigo estudante. É com muita alegria que o recebo
novamente para falarmos de sociologia. Estudar as aulas anteriores, é
fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que
vamos tratar aqui. Leia com atenção seu texto de apoio e assista as
vídeo-aulas. Leia e releia e pratique exercícios. Aos poucos o conteúdo
básico vai ficar retido na sua memória. Claro que para isso é muito
importante você fazer suas próprias anotações, ou em forma de
resumo ou anotações nos exercícios, não importa, você escolhe. O
importante é estudarmos bastante e nos concentrarmos nos estudos.
Estimule sua disciplina e procure motivação pensando em seus sonhos.
Bons estudos.

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Tema: A pobreza no
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1. AS DESIGUALDADES SOCIAIS NO BRASIL.

Índice GINI:

Manteve a tendência a queda até 2011. De lá para cá a queda da


desigualdade está estacionada. O Índice Gini, que varia de 0 (igualdade
absoluta) até 1 (desigualdade absoluta) teve um aumento entre 2012
(0,496) e 2013 (0,498). A variação é muito pequena para afirmarmos
que a concentração de renda aumentou, mas indica a interrupção de
uma tendência de queda constante.

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16,7 milhões abaixo da linha da pobreza: 70 reais mensais. Há


pessoas nesta faixa de renda em todas as regiões do país.
Principalmente nas grandes regiões metropolitanas. Este percentual
representa 8,5% da população brasileira. Dos 16 milhões, 4,8 milhões
não tem renda. A maioria dos brasileiros em condição de miséria são
pardos ou negros. Tanto na zona urbana quanto na zona rural. 47,65%
da população brasileira abaixo da linha da miséria vive na zona rural,
mas somente 15,6% da população é rural, ou seja, a maior
porcentagem de extremamente pobres está na zona rural em que a
pobreza e as desigualdades são maiores.
A região que possui maior quantidade de miseráveis é a
nordeste, que representa quase 60% dos miseráveis existentes no
Brasil. A maior parcela vive no campo enquanto 43,6% vivem em áreas
urbanas. Na sequência temos o Sudeste com 2,72 milhões abaixo da
miséria, seguido pelo Norte, pelo Sul e Centro Oeste.

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Para que de fato possa calcular os rendimentos de quem se


incluem na linha da miséria, o IBGE realizou um recorte que considerou
os seguintes critérios: residência sem banheiro, sem ligação à rede
geral de esgoto, sem fossa séptica, sem distribuição de água, sem
energia elétrica, com pelo menos um morador de 15 anos ou mais de
idade analfabeto. Pois uma pessoa sem renda pode estar incluída numa
família que lhe dê suporte e não se enquadra nos padrões de pobreza
extrema.

A PNAD (pesquisa nacional por amostra de domicilio) aponta que


apesar da diminuição da desigualdade social estacionar nos níveis de
2011, o país apresentou avanços na escolaridade, na infraestrutura nos
domicílios e que a renda continua subindo no país. Contudo o
rendimento teve um aumento maior no topo da pirâmide que na base,
não contribuindo para diminuir a desigualdade. Quando comparamos o
1% mais rico com os 10% mais pobres, os mais ricos ganham quase
cem vezes mais que os mais pobres. Para melhorarmos o índice GINI
as pessoas com rendimentos mais baixos devem ter aumentos
superiores aos dos mais ricos, e não estamos observando este quadro
desde 2011.

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A diminuição da desigualdade que tem se verificado está
diretamente ligada aos investimentos sociais de combate à pobreza,
que colaboraram para a diminuição da natalidade e o aumento do
poder de compra do salário mínimo. Somos o 13° país em
investimentos sociais entre os países em desenvolvimento e entre os
BRICS é o Brasil o que mais investe no setor de amparo social.

A diminuição da natalidade resulta em impactos na diminuição


do índice GINI e em aumentos na qualidade de vida média da
população. A desigualdade social é um elemento que tende a diminuir
com o desenvolvimento dos países. A desigualdade social nos países
do norte europeu, Suécia e Noruega, é de no máximo 5 vezes. Estão
entre os 10 maiores desenvolvimentos humanos do mundo, com
pequenas desigualdades. O IDH, que calcula a saúde (expectativa de
vida), educação (escolaridade média) e renda per capta (PIB/POP –
omite as desigualdades) perde pontos se a desigualdade for maior.
Uma das novidades, desde 2010 temos o IDH-D. O último D é de
desigualdade. Quanto maior, menor o IDH.

Entre os países com renda per capta parecida, o Brasil é o que


possui maiores desigualdades.

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2. ETNIA, GÊNERO E CLASSES SOCIAIS.

O Abismo social entre brancos e negros:

No Brasil há discussões que levantam calorosos debates, como


por exemplo e elemento etnia e se ela se relaciona diretamente com a
pobreza. Alguns diriam: É claro que sim, pois a pobreza nitidamente
tem cor predominante afrodescendente (negros e mestiços com traços
nítidos). Outros afirmariam categoricamente que não, pois todos os
seres são iguais em capacidade independente da cor. Quem estaria
correto? Sociologicamente a resposta não é simples e é melhor que
procuremos o que há de razão ou problema em um ou outro
argumento.

Primeiramente é importante destacar que estamos não só diante


de um tema polêmico, mas também de difícil análise, pois as ciências
humanas possuem muitas variáveis. Por exemplo, o que define ser
negro? Seria a descendência ou a aparência? Que tom de pele podemos
considerar negra? Há uma relação direta entre etnia e pobreza? O IBGE
usa como critério a autodeclaração, ou seja, se você se declarar branco
é branco. Se se declarar negro é negro. Este critério em geral reflete a
realidade, mas muitos entrevistados declaram uma cor diferente da
evidente para alguns. Exemplo: Um mestiço pode se considerar mais
branco que negro enquanto para o recenseador mais negro que branco.
Não dá para adotar critérios homogêneos e irrefutáveis, então a
instituição optou pela auto declaração que de todas é a mais segura,
mesmo que haja pequenas distorções, como as auto declarações
ideológicas, quando alguém branco e loiro se declara negro por se
identificar com a causa ou a situação dos negros excluídos. Possui uma
conotação nitidamente militante de uma ideia, mas estatisticamente

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não vicia a amostragem macro da questão. Mesmo diante de tamanhas
dificuldades temos no Brasil um quadro que se não é tão drástico como
alguns sugerem, em geral é mais presente estatisticamente negros nas
camadas sociais mais baixas e brancos nas classes mais altas. Há
muitos brancos pobres, inclusive abaixo da linha da pobreza. Este
problema não é exclusividade dos afrodescendentes, no entanto são
maioria. Podemos realizar uma ligação histórica direta ao nosso
passado escravista. Há na sociedade elementos que se transformam
em ritmos diferentes, e não há dúvidas que a mentalidade e as
configurações sociais são as mais lentas. Há hoje uma mobilidade
social no país como nunca houve e o principal mecanismo de Ascenção
social que existe no Brasil é a educação. Quanto maior a escolaridade
maior a chance de conseguir progredir materialmente e em renda no
país. Mas ainda com todas as melhorias sociais pelas quais o país
passou ao longo do século XX ainda permanecem hoje grandes
contrastes sociais que podemos identificar o elemento étnico: Em
média os negros ocupam menos cargos de poder, majoritariamente
cargos de baixa remuneração ou desprestigiados, a escolaridade é
menor e o índice de criminalidade entre os negros é maior. Perceba
que a relação sociológica é a seguinte: A pobreza, principalmente a
extrema cria ambientes sociais sem regras sociais claras e regras
morais que a todo momento colocam o indivíduo diante de escolhas
que o colocam no limite da moral: Fazer um programa sexual por
alguns reais ou passar fome? Meu filho ficar sem remédio e comida ou
cometer algum crime? É o que o sociólogo Florestan Fernandes chama
de Anomia social, ou seja, a ausência de normas. Isso faz com que o
ambiente social degradado torne-se um lugar prolifico (fácil de

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proliferar) para vários problemas sociais de criminalidade ligada à
pobreza, como o tráfico de drogas, prostituição e roubos.

A maior parte da comunidade carcerária do Brasil é composta por


negros, vindos de ambientes sociais degradados pela anomia social e
pobreza extrema, analfabetos ou de baixa escolaridade, cujas
experiências profissionais ou são inexistentes, pois as oportunidades
são escassas e quanto mais pobre maior a dificuldade de
empregabilidade. A maior criminalidade cometida por negros não está
associada a um traço étnico, mas a um ambiente social que se formou
a partir dos bolsões de pobreza e aglomerados subnormais que
surgiram e se proliferaram desde a abolição da escravidão e o
problema se prolifera e é arrastado até hoje, permitindo observá-lo nos
índices sociais descritos. A maior comunidade carcerária negra também
não está relacionada a um traço étnico, mas a um perfil
socioeconômico mais fragilizado e sujeito a dilemas terríveis para
muitos como a decisão pelo crime, motivada geralmente pela revolta.
Além disso há o agravante do pensamento racista persistente no país
que muitas vezes associas, indevidamente claro, a criminalidade a
negritude, e é discussão notória nos meios de comunicação que é
muitos treinamentos das forças de defesa pública baseiam-se em perfis
estereotipados de criminosos, que liga o perfil étnico e social à
suspeita. Durante muito tempo no Brasil predominaram ideias racistas,
ligadas à uma linha de pensamento surgida na Europa do século XIX
que tentava diretamente associar a pobreza e a dependência de alguns
lugares no mundo, bem como a dominação dos países industriais
europeus, em critérios baseados em clima e “raça”. (Lembrando que
raça não existe, mas era um conceito usado na época). Era a corrente

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de pensamento chamada de Darwinismo Social, teoria pseudo
cientifica, racista, que justificava o imperialismo europeu na África e
Ásia, baseado numa pretensa superioridade dos povos de raça branca
europeia sobre os demais no mundo. Este pensamento inclusive
influenciou a imigração estrangeira no Brasil. Quando foi decretada a
lei Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico de africanos, um problema
se tornou premente: como substituir a mão de obra. Os primeiros
imigrantes que vieram para trabalhar nas lavouras brasileiras foram
chineses, contudo, influenciados pelas ideias do Darwinismo social, o
Estado passou a estimular a imigração europeia, principalmente
italianos e alemães, com o objetivo de branquear a população
brasileira, para leva-la ao desenvolvimento e ao progresso. É a
chamada teoria do branqueamento, que esteve muito presente nas
discussões intelectuais no início do século XX e muitos grandes
intelectuais brasileiros daquela época, eram conservadores, muitos
deles ligados às ideias fascistas racistas europeias, e defendiam que
muitos dos problemas de subdesenvolvimento do país eram em razão
da população mestiça com muita influência africana. Acreditavam que
quanto mais “pura” uma raça era melhor para o desenvolvimento dos
povos e a mestiçagem era algo negativo para nossa história e futuro.
Podemos citar Nina Rodrigues como um destes pensadores.

O primeiro grande livro de antropologia e sociologia que quebrou


definitivamente as ideias darwinistas na nossa produção intelectual foi
quando em 1933 foi lançado “Casa Grande e Senzala” do
pernambucano Gilberto Freyre. Ele é o primeiro a valorizar a
miscigenação do povo brasileiro, considerando-a virtuosa e colocando
o elemento cultural e social negro em primeiro plano na importância

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da formação da nossa cultura e sociedade. A ideia fundamental que o
povo brasileiro é uma síntese cultural entre europeus, africanos e
indígenas foi primeiramente lançada por Freyre, e hoje essa ideia que
nos parece familiar e até evidente, já foi objeto de discussões calorosas
sobre a identidade Brasileira. A obra de Gilberto Freyre é polêmica para
um grande grupo de intelectuais pois ele tanto valoriza a cultura
africana que chega a afirmar que no Brasil vivemos uma democracia
racial ideia fortemente combatida pelos sociólogos que o sucederam,
pois, questionamento fundamental é que como poderiam haver uma
democracia racial com a valorização e integração de todas as raças
numa sociedade estratificada e escravista? E ainda que após a abolição
não criou políticas públicas que integrassem o negro na sociedade,
fazendo com que a miséria se reproduzisse por gerações e nos
deixando diante de índices sociais contrastantes entre negros e
brancos.

Alguns sugerem que há décadas chegaram os italianos e alemães


empobrecidos e vindo de uma situação de calamidade pois o principal
fator que estimulava a saída dos europeus e que o continente passava
por guerras e todos os problemas que a população sofre em
decorrência dela. Mas chegados ao Brasil em três ou quatro gerações
conseguiram ascensão social e tornaram-se pequenos proprietários,
empresários e educaram seus filhos que se tornaram profissionais
liberais como médicos e advogados. A condições de negros e brancos
imigrantes não era parecida no fim do século XIX? Como um grupo
ascendeu e o outro não? Para responder estes questionamentos e a
ideia de democracia social defendida por Freyre, é que o sociólogo
Florestan Fernandes dedicou parte de sua obra acadêmica, entre

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elas um livro intitulado “a integração dos negros na sociedade de
classes”

A ideia fundamental é que numa sociedade racista (muito


influenciada pelo Darwinismo Social) em que o negro foi jogado
numa sociedade capitalista e concorrencial em formação, mas desde o
início contou com as desvantagens dos núcleos miseráveis em que
foram viver, em que predominam os problemas ligados à anomia
social, e que na competição por vagas, o branco sempre levava
vantagem. Como assim? Numa sociedade em que o negro está no grau
máximo da marginalidade (da escravidão para o abandono urbano)
prolifera o alcoolismo, prostituição e criminalidade em geral, e passam
a associar estes problemas à raça. Como se pudéssemos julgar os
negros como preguiçosos, propensos ao alcoolismo e às drogas. Ao
mesmo tempo há uma idealização da Europa e dos indivíduos brancos.
Imagine na hora de competir por uma vaga como um empregado
doméstico, ou outro trabalho qualquer. Havia a vantagem competitiva
do imigrante e a visão negativa sobre o negro que colaborou
profundamente para a perpetuação das desigualdades e uma menor
integração e mobilidade social.

As desigualdades podem ser observadas em vários recortes,


inclusive no de gênero. A cultura social brasileira formou-se a partir de
uma sociedade patriarcal, em que a figura do homem é enaltecida, e a
mulher colocada num lugar social de mãe e esposa. A maior
emancipação feminina vem com a industrialização e urbanização, mas
mesmo com avanços notáveis na sua condição social ainda
permanecem práticas de violência contra a mulher e cargos iguais
ocupados entre homes e mulheres, elas recebem salários mais baixos,

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além do que chamamos de dupla jornada, que além da jornada
profissional, ainda enfrenta uma jornada de trabalho familiar pesado.

3. POBREZA E CORONELISMO.

Por toda a América Latina temos um grande poder político


concentrado nos grupos de grandes proprietários rurais. No Brasil
tivemos uma sociedade tipicamente rural até a década de 50 então a
sociedade era organizada e regulada, basicamente pelo interesse e
poder político dos grandes fazendeiros em seus locais de maior
influência, o que chamamos de mandonismo local. No início da
república recebiam o título de Coronéis, daí o início do século XX, até
à era Vargas, o Brasil ser um local coronelista, ou seja, baseado no
poder de uma oligarquia (oligos=poucos, arquia=poder) agrária, que
concentra terras e reproduzem práticas sociais que perpetuam a
pobreza e as desigualdades. Há uma relação de dominação direta sobre
os dependentes, ou seja, de seus agregados e trabalhadores pobres da
fazenda, que formavam sua área de dominação, os currais eleitorais.
Predominavam as relações de clientelismo (os clientes seriam os
protegidos pelos coronéis, sejam parentes, empregados ou pessoas
próximas) e de dominação direta dos seus trabalhadores dependentes,
por exemplo através da corrupção forçada pelo voto de cabresto. Nos
ambientes rurais coronelista havia muita miséria e violência, e surgem
os arraiais religiosos de Canudos no Nordeste e Contestado no sul do
país, que são combatidos pelos coronéis, como uma ameaça ao seu

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domínio. Há também o que sociologicamente chamamos de Banditismo
social, que no Nordeste chamamos de cangaço e em outras regiões do
Brasil são conhecidos com jagunços ou capatazes.

4. COMO SOLUCIONAR A POBREZA?

1. ACABAR COM A FOME E A MISÉRIA

De acordo com PNUD: O Brasil foi um dos países que mais


contribuiu para o alcance global da meta A do ODM 1, reduzindo a
pobreza extrema e a fome não apenas pela metade ou a um quarto,
mas a menos de um sétimo do nível de 1990, passando de 25,5% para
3,5% em 2012. Isto significa que o país, considerando os indicadores
escolhidos pela ONU para monitoramento do ODM 1, alcançou tanto as
metas internacionais quanto as nacionais. Outro fator em que houve
mudanças foi o analfabetismo na extrema pobreza. Em 1990, a chance

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de uma família liderada por um analfabeto estar em situação de
pobreza extrema era 144 vezes maior que a de uma família liderada
por alguém com curso superior. Essa razão diminuiu em 2012 e passou
a ser de apenas 11:1.

Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população com renda


inferior a um dólar por dia e a proporção da população que sofre de
fome.

4.1 SUGESTÕES DA ONU PARA O COMBATE À POBREZA.

SUGESTÕES DE AÇÕES:

Procurar informações sobre direitos e deveres dos cidadãos, para


divulgá-los na comunidade e fiscalizar os órgãos competentes.

Atuar como capacitador voluntário, promovendo orientação


profissional para os pequenos negócios do bairro.

Elaborar e distribuir material orientando sobre o que é uma boa


alimentação.

Organizar e promover atividades de educação alimentar, visando o


aproveitamento integral dos alimentos.

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Aproveitar ao máximo os alimentos, cuidando de sua correta
conservação, usando receitas alternativas e promovendo o não
desperdício.

Fazer um Mural da Cidadania em escolas e locais públicos. Pesquisar


e divulgar ofertas de trabalho, cursos de capacitação profissional e
geração de renda e serviços à comunidade (saúde, documentos,
previdência, bolsa-família, etc).

Formar um grupo de mães de alunos que ensinem o melhor


aproveitamento dos alimentos, para evitar desperdícios.

Monitorar a merenda escolar e comunicar qualquer irregularidade ao


Conselho de Alimentação Escolar, ao Ministério Público ou ao Ministério
da Educação pelo telefone gratuito 0800 61 6161.

Buscar parcerias que ajudem a enriquecer a alimentação oferecida por


escolas e organizações sociais.

Fazer uma horta caseira e incentivar os vizinhos e as escolas do bairro


a fazerem o mesmo.

Sensibilizar supermercados, restaurantes e quitandas para o não


desperdício, informando-os sobre locais para onde podem ser
encaminhados os alimentos excedentes.

Valorizar o desenvolvimento local, comprando e promovendo o uso


de produtos do comércio solidário.

As primeiras políticas públicas de combate à pobreza e ao


racismo no Brasil são do início do século XXI. A partir da constituição

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de 1988 os direitos sociais passaram a ser garantidos e desde então
tem crescido os investimentos sociais e políticas de democratização e
transparência. As políticas de combate à pobreza além de raras,
quando ocorriam estavam ligadas muitas vezes à praticas
coronelísticas, ou populistas de manipulação da população eleitoral ou
instituições caritativas, principalmente de vinculações religiosas. Desde
o início da década de 90 políticas sociais estruturais passaram a ser
implementadas e o início do século XXI foi uma tendência latino-
americana de eleger governos progressistas ou esquerdistas que são
notoriamente mais ligados a projetos intervencionistas. Com um perfil
populacional em envelhecimento, ainda temos uma grande população
jovem, então são essenciais investimentos em educação, esporte e
políticas de primeiro emprego. Tudo só é possível se o Brasil manter
um ritmo estável de crescimento econômico.

 Cotas para negros e pobres nas universidades.


 Programas de habitação popular (minha casa minha vida).
 Bolsa família.
 Créditos ao pequeno produtor rural.

No Brasil as soluções sobre como enfrentar a pobreza e as razões


de suas existências são várias. Em geral grupos mais conservadores,
classificados como direita política, são mais rígidos quanto ao
comportamento social tradicional e religioso e são mais liberais quanto
à intervenção do Estado na economia, individualizam as razões da
pobreza (pensamento do tipo a causa da pobreza é do desempenho do
próprio pobre) e defendem políticas de crescimento econômico. Grupos
mais progressistas, classificados como esquerda ou centro esquerda
são mais liberais quando a condutas e liberdades individuai, como o

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direito ao aborto, descriminalização de entorpecentes, e casamento
homo afetivo e mais intervencionistas quanto ao papel do Estado.
Atualmente não há expressividade em uma esquerda ligada ao
pensamento socialista, poderoso até a década de oitenta, como reflexo
da guerra fria, mas uma tendência a um maior intervencionismo
estatal.

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5. TEXTO COMPLEMENTAR.

Serviços públicos para redução da pobreza e da desigualdade.

No presente, a questão que se coloca é se será possível continuar


reduzindo a pobreza em seu sentido mais abrangente, o que vai além
do aumento da renda pessoal dos mais pobres, sem reduzir de forma
mais drástica a desigualdade

por Mariana Dias Simpson, Francisco Menezes

Nos últimos doze anos, o Brasil venceu desafios que antes eram
vistos como fatalidades com as quais estávamos condenados a
conviver para sempre. Superamos a extrema pobreza e a fome. Por
outro lado, tem sido utilizada a imagem de que a vida melhorou
significativamente da porta de casa para dentro, enquanto do lado de
fora, seja nas ruas ou nos campos, persiste grande precariedade dos
serviços e bens públicos ofertados, acarretando enormes dificuldades

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ao dia a dia da população - principalmente das camadas mais pobres.
Se o governo reeleito declara que o Brasil sem Miséria se encerra tendo
cumprido sua missão, baseado na superação da extrema pobreza pelo
critério da renda, não há dúvida sobre a necessidade de continuar
avançando, abrindo um novo ciclo de enfrentamento da pobreza e da
desigualdade.
Nesse novo ciclo, os esforços devem se voltar prioritariamente para
melhorar a qualidade de vida de grande parte da população. E isso não
se faz com megaprojetos ou megaeventos, mas com um modelo de
desenvolvimento que priorize a cidadania e o direito ao acesso a
serviços públicos de qualidade e a cidades sustentáveis, com foco
especial na inclusão daqueles que vivem em situação de pobreza.
Não se trata de contrapor universalização e focalização. Trata-se
de realizar ações afirmativas porque a universalização não se confirma
na prática justamente pelas dificuldades de acesso daqueles que são
socialmente mais vulneráveis. Apesar dos preconceitos que a
prioridade sobre a correção de injustiças pode gerar - vide reações a
cotas e ao Bolsa Família -, o reconhecimento de que os mais pobres
são aqueles que, tradicionalmente, ficam por último faz que se
imponha aqui o preceito da equidade, uma vez que atender igualmente
os desiguais poderia resultar na manutenção de desigualdades, pondo
em xeque o objetivo maior da universalização de direitos.
Mesmo com os avanços na última década, o déficit ainda é de
grande monta, e a população mais pobre continua a sofrer duramente
o alijamento ou o reduzido acesso a serviços essenciais e, quando deles
dispõe, na maior parte das vezes a qualidade oferecida é
extremamente deficiente. Por exemplo, um trabalhador que more na
Baixada Fluminense e trabalhe no centro do Rio de Janeiro pode ter

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sua jornada para o trabalho acrescida de seis horas, pela precariedade
dos transportes. A crise hídrica do estado de São Paulo, por sua vez,
está castigando mais severamente os bairros pobres da capital. E os
homicídios em todo o país vitimam majoritariamente jovens negros e
pobres.
A redução da pobreza no Brasil foi fruto incontestável de um
05678162659 conjunto de políticas públicas, entre as quais se
destacaram aquelas voltadas para o crescimento da renda de
assalariados por meio da recuperação do valor real do salário mínimo;
as dirigidas para a expansão do emprego formal em um contexto de
crescimento econômico; as de acesso ao crédito, tanto no meio rural
como no urbano; e a consolidação de uma rede de proteção social que
tem à frente, com notável aplicação, o Bolsa Família. A desigualdade
também diminuiu, mas a uma velocidade bem mais lenta do que a
pobreza.
No presente, a questão que se coloca é se será possível continuar
reduzindo a pobreza em seu sentido mais abrangente, o que vai além
do aumento da renda pessoal dos mais pobres, sem reduzir de forma
mais drástica a desigualdade, ou seja, fazendo a pequena camada da
população, que se encontra no topo da pirâmide de renda, assumir de
forma crescente os custos de uma política distributiva, com sua nova
prioridade, focada no acesso a serviços e bens públicos de qualidade.
As manifestações ocorridas em junho de 2013, embora não
circunscrevendo suas demandas para os mais pobres, expressaram o
elevado grau de insatisfação com a maioria dos serviços urbanos,
demonstrando urgência nessa agenda. Pesquisas de opinião confirmam
esse descontentamento na maioria da população.

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Partindo do pressuposto de que a oferta de serviços públicos
de5678162659 qualidade é o próximo passo a ser dado no
enfrentamento da pobreza e da desigualdade no Brasil, o Instituto
Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e um conjunto de
organizações da sociedade civil1 vêm procurando aprofundar essa
discussão com o objetivo de incidir positivamente sobre as políticas
públicas que serão aplicadas nos próximos anos. Ao examinarmos os
setores de educação, saúde, assistência social, mobilidade,
saneamento básico, segurança pública e habitação, identificamos
questões comuns que atravessam e desafiam a prestação com
qualidade de todos esses serviços - questões que, se não forem
enfrentadas, poderão frustrar o esforço de superação definitiva da
pobreza no país.
O primeiro fator que verificamos como determinante na
resolução de impasses relacionados à prestação de serviços públicos
de qualidade está relacionado ao financiamento dos investimentos
necessários para fazer cumprir esse objetivo. Nesse aspecto, o desafio
do crescimento econômico e como ele será definido interferem
decisivamente nessa questão. Vale assim inverter os termos de como
o problema é apresentado: poderá ser o investimento em
infraestrutura física e social, no âmbito dos serviços, um dos motores
propulsores do crescimento? O projeto que ganhou a eleição para a
Presidência, inspirado no que se realizou nos dois governos de Lula e
no primeiro de Dilma Rousseff, teve como princípio a não separação do
econômico e do social. Cabe manter a aposta de que os investimentos
na área social, com preservação da renda, manutenção do emprego e
avanços na oferta de serviços e habitação de qualidade, foram

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compromissos-chave para a vitória nas urnas que precisarão ser
05678162659 cumpridos.
O país precisa continuar a crescer, mas esse crescimento precisa
ser inclusivo e não pode se dar a qualquer custo. Nos últimos anos,
temos visto a opção por investimentos que visam ao crescimento
econômico e ao mesmo tempo acabam por gerar mais exclusão.
Exemplos dessas contradições aparecem no próprio Minha Casa Minha
Vida, programa habitacional regressivo que deixa predominantemente
nas mãos das grandes empreiteiras a construção de milhões de
unidades habitacionais e coloca por terra preceitos básicos, como a
localização adequada em áreas com infraestrutura, saneamento
ambiental, transporte coletivo, equipamentos, serviços urbanos e
sociais, inviabilizando ainda mais o acesso a oportunidades de
desenvolvimento social e econômico para moradores que já eram
pobres, repetindo erros do passado de forma ainda mais perversa; a
construção de grandes empreendimentos, como portos e hidrelétricas,
que atraem grande número de trabalhadores sazonais e trazem sérios
impactos ambientais e sociais para as comunidades locais e, em
especial, para os mais vulneráveis, como mulheres e crianças; ou a
aprovação de um Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que
corretamente defende o desestímulo ao uso do carro particular e o
investimento em transporte público, enquanto o governo
contraditoriamente desonera a indústria automobilística com iniciativas
como a alíquota zero do IPI. São alguns exemplos de contradições de
políticas dentro de um mesmo projeto que se esforça e consegue fechar
bolsões de miséria aqui, enquanto abre outros acolá.
05678162659

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Enfrentar toda a precariedade em relação aos serviços e bens
públicos tem um custo orçamentário alto e mexe com interesses que
até hoje foram pouco contrariados. Medidas nessa direção
desencadeiam ruidosas resistências. Em todas as áreas referidas
constatam-se contradições que, se não forem superadas, encontrarão
em suas principais políticas barreiras intransponíveis. A aplicação de
políticas efetivas nessa direção invariavelmente implicará confrontos
com interesses privados que se valem da insuficiência e precariedade
dos serviços e bens públicos para garantir altas taxas de lucros, seja
na educação, na saúde, na habitação ou no transporte.
E assim apresentamos o segundo fator identificado como
desafiante ao conjunto de serviços examinados: a dicotomia entre o
público e o privado - ou melhor descrevendo, sua relação com parca
regulação. Há que se registrar o processo de privatização acelerado
desses serviços ocorrido na década de 1990, que pode ser identificado,
por exemplo, na transformação em negócio privado de parte dos
serviços que deveriam ficar na alçada do Sistema Único de Saúde
(SUS). Ou o grave exemplo da questão hídrica em São Paulo, onde
assistimos à socialização do financiamento e à privatização do lucro,
enquanto a população tem limitado acesso a um direito tão básico
como a água. Ou a investida de corporações sobre a educação no
período mais recente, com universidades sendo compradas por
grandes empresas no país e a fusão das duas maiores companhias do
setor, que criou o maior conglomerado educacional do mundo, avaliado
em cerca de R$ 12 bilhões.2 Vale lembrar ainda que, apenas até
o05678162659 segundo semestre de 2013, 1,2 milhão de estudantes
acessaram o ensino superior privado com recursos de bolsas de
estudos cedidas pelo governo federal por meio do ProUni, transferindo-

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se assim parte da verba pública para a educação privada. E, se a lógica
privada já permeia serviços públicos, na educação sua influência é
conceitual, sobre conteúdos programáticos.
No lastro da tomada dos serviços públicos pelo privado, impôs-
se a ideia de que este oferece a eficiência e que o público será sempre
precário. Os usuários de serviços privados vêm conhecendo essa farsa,
ainda que a opção pelo privado continue a ser feita (por razões óbvias)
pelas famílias que podem pagar, inclusive aquelas que acabam de
ascender à frágil “nova classe média”, apresentando ao setor privado
uma nova e significativa oportunidade de negócios. O fato é que a
prestação dos serviços públicos por empresas privadas traz uma
contradição insolúvel, já que sua finalidade última é o lucro, o que o
torna incompatível com a garantia de direitos. Os brasileiros se
defrontam no cotidiano com as consequências dessa situação de difícil,
mas necessária, reversão.
Um terceiro nó que se identifica no conjunto dos serviços públicos
são as dificuldades oriundas do chamado pacto federativo e as
atribuições destinadas a cada ente. É fato que em um país com as
dimensões continentais do Brasil, que resultam em 5.570 municípios,
torna-se indispensável a descentralização desses 05678162659
serviços. No entanto, da forma como hoje estão definidas as
responsabilidades e as dificuldades de uma execução integrada das
políticas, há que se proceder a várias redefinições. Em relação aos
estados, suas atribuições ficam pouco definidas e sem comprometê-los
com a efetiva articulação dos municípios.
Precisa ser discutida também a questão do repasse de recursos
aos municípios, dando mais a quem necessita mais. Os pisos atuais
não dão conta da complexidade do país. Sobressaem ainda dificuldades

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que vão desde incompatibilidades partidárias entre governos dos três
entes, com sabotagem a políticas nacionais para esses serviços, até
total desconhecimento e muitas vezes incapacidade para executá-las.
A descentralização é instrumental para que políticas sociais continuem
a atingir a escala que têm alcançado, mas a relação entre entes precisa
ser mais dialógica, e não apenas centrada no repasse de recursos. A
ideia de formação de consórcios de municípios, intersetoriais e
relacionados a cada serviço, poderá ser uma alternativa à atual
fragmentação municipalista.
Por fim, a questão da participação social junto a esses serviços
precisa ser reexaminada, diante da fragilidade que vem demonstrando.
Há diferenças entre aqueles cujos sistemas já estão constituídos, como
na saúde e na assistência social, e aqueles nos quais são dados passos
ainda muito preliminares na direção do controle social, como na
segurança pública e nos transportes. Aqui, porém, as dificuldades
parecem ser de natureza mais geral, com a desmobilização social que
prevaleceu nos últimos anos e a dificuldade de construção de uma
agenda unificada - isso aliado à incapacidade de comunicação por parte
do governo, inclusive 05678162659 daquilo que realiza de mais positivo.
As manifestações de 2013 tiveram na cobrança por serviços
públicos de qualidade uma de suas principais reivindicações. Essa
mobilização precisa ser reforçada, dando-se espaços a movimentos
que emergem como novas vanguardas das lutas populares, a exemplo
do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do Movimento
Passe Livre (MPL). Há que se ousar pensar além daquilo que já se
transformou nos espaços convencionais de participação, como os
conselhos e as conferências, em que pese a resistência insana da
maioria da Câmara dos Deputados ao tímido decreto de participação

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social do governo federal. Precisamos democratizar os espaços de
participação. O que faz a diferença é a população mobilizada
defendendo seus direitos, com qualidade da participação. E,
infelizmente, essa não foi uma opção privilegiada pelo governo, nos
últimos quatro anos, com a pouca disposição que demonstrou para
dialogar com movimentos sociais.
As questões apresentadas procuram discutir os desafios maiores
para a garantia universal de serviços públicos de qualidade. Ao mesmo
tempo, não se devem desconhecer as importantes e inúmeras
iniciativas que foram tomadas no âmbito do Brasil sem Miséria para
melhorar o acesso das populações mais pobres a esses serviços. Desde
a oferta de serviços de creches públicas, que chegou a 1 em cada 5
crianças do Bolsa Família matriculadas; de quase 60 mil escolas em
tempo integral no país, sendo 36 mil delas com maioria de alunos do
Bolsa Família; da presença de 05678162659 médicos nos municípios mais
pobres que até então nunca tiveram esses profissionais, graças ao
Programa Mais Médicos ou às 116 “lanchas sociais”, que levam serviços
de saúde, educação e assistência social para as distâncias mais
recônditas na região amazônica e no Centro-Oeste brasileiro. Mas, para
prosseguir e aprofundar essas e outras tantas iniciativas, será preciso
saber responder aos dilemas colocados pelas questões aqui
enunciadas.
Por outro lado, o acesso a serviços de qualidade não está
dissociado dos outros grandes desafios do país para os próximos anos.
Não é indiferente à própria renovação da política, à forma de fazer
política, por isso também a procedência e atualidade do debate sobre
a reforma política no país.

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Essas questões foram discutidas em oficina realizada pelo Ibase
em novembro, que reuniu especialistas e militantes dos temas dos
serviços públicos e da pobreza no Brasil,3 contribuindo
significativamente para a elaboração deste artigo. Nas páginas a
seguir, os desafios aqui descritos serão explorados com mais
profundidade por alguns dos que participaram da oficina.
Mariana Dias Simpson
Mariana Dias Simpson é pesquisadora do Ibase

Francisco Menezes é diretor do Ibase (Instituto Brasileiro de


Análises Sociais e Econômicas). 05678162659

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6. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS.

1. (Enem PPL 2015) A população negra teve que enfrentar sozinha o


desafio da ascensão social, e frequentemente procurou fazê-lo por
rotas originais, como o esporte, a música e a dança. Esporte,
sobretudo o futebol, música, sobretudo o samba, e dança, sobretudo
o carnaval, foram os principais canais de ascensão social dos negros
até recentemente. A libertação dos escravos não trouxe consigo a
igualdade efetiva. Essa igualdade era afirmada nas leis, mas negada
na prática. Ainda hoje, apesar das leis, aos privilégios e arrogâncias
de poucos correspondem o desfavorecimento e a humilhação de
muitos.

CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de


Janeiro:
Civilização Brasileira, 2006 (adaptado).

Em relação ao argumento de que no Brasil existe uma democracia


racial, o autor demonstra que
a) essa ideologia equipara a nação a outros países modernos.
b) esse modelo de democracia foi possibilitado pela miscigenação.
c) essa peculiaridade nacional garantiu mobilidade social aos negros.
d) esse mito camuflou formas de exclusão em relação aos
afrodescendentes.
e) essa dinâmica política depende da participação ativa de todas as
etnias.

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Resposta:
[D]

A noção de “democracia racial” foi utilizada para camuflar


a violência e a exclusão ainda vivida pelos negros no Brasil. O
argumento do texto serve justamente para contrapor o
chamado “mito da democracia racial”.

2. (Enem PPL 2014) Quem acompanhasse os debates na Câmara dos


Deputados em 1884 poderia ouvir a leitura de uma moção de
fazendeiros do Rio de Janeiro: “Ninguém no Brasil sustenta a
escravidão pela escravidão, mas não há um só brasileiro que não se
oponha aos perigos da desorganização do atual sistema de trabalho”.
Livres os negros, as cidades seriam invadidas por “turbas ignaras”,
“gente refratária ao trabalho e ávida de ociosidade”. A produção seria
destruída e a segurança das famílias estaria ameaçada. Veio a
Abolição, o Apocalipse ficou para depois e o Brasil melhorou (ou será
que alguém duvida?). Passados dez anos do início do debate em
torno das ações afirmativas e do recurso às cotas para facilitar o
acesso dos negros às universidades públicas brasileiras, felizmente é
possível conferir a consistência dos argumentos apresentados contra
essa iniciativa. De saída, veio a advertência de que as cotas
exacerbariam a questão racial. Essa ameaça vai completar 18 anos e
não se registraram casos significativos de exacerbação.

GASPARI. E. As cotas e a urucubaca. Folha de S. Paulo, 3 jun. 2009.

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O argumento elaborado pelo autor sugere que as censuras às cotas


raciais são
a) politicamente ignoradas.
b) socialmente justificadas.
c) culturalmente qualificadas.
d) historicamente equivocadas.
e) economicamente fundamentadas.

Resposta:
[D]

O autor desenvolve um raciocínio que relaciona a posição


contra as cotas com a posição contra a Abolição da Escravatura,
tecendo um paralelo de que ambos os argumentos não faziam
jus à realidade. Desta maneira, somente a alternativa [D] pode
estar correta.

3. (Enem 2013) A recuperação da herança cultural africana deve


levar em conta o que é próprio do processo cultural: seu movimento,
pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate
ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar
perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar
seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.
MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais.
Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.

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Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem
africana, como a capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas
a) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
b) perderam a relação com o seu passado histórico.
c) derivam da interação entre valores africanos e a experiência
histórica brasileira.
d) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos
no Brasil atual.
e) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em
relação aos europeus.

Resposta:
[C]

O candomblé e a capoeira são manifestações culturais que


possuem grande relevância na sociedade brasileira.
Compreender o processo histórico que permitiu o surgimento
dessas expressões é importante para ressignificar a história
nacional, valorizando a importância das culturas dos povos
africanos no Brasil. Assim, somente a alternativa [C] está
correta.

4. (Enem PPL 2012) Ao longo dos anos 1990, a luta pelas condições
de circulação por parte das pessoas com necessidades especiais foi
uma constante na sociedade. Tal mobilização ocasionou ações como o
rebaixamento das calçadas, construção de rampas para acesso a

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pisos superiores, para possibilitar o acesso ao transporte coletivo,
entre outras.
SOUZA, M. A. Movimentos sociais no Brasil contemporâneo:
participação e possibilidades das práticas democráticas. Disponível
em: http://ces.uc.pt. Acesso em: 30 abr. 2012.

As lutas pelo direito à acessibilidade, movidas, principalmente, a


partir dos anos de 1990, visavam garantir a
a) igualdade jurídica.
b) inclusão social.
c) participação política.
d) distribuição de renda.
e) liberdade de expressão.

Resposta:
[B]

A luta por direito à acessibilidade se inclui em demandas


por inclusão social. Na lei, as pessoas com deficiência já
possuem direitos especiais; no entanto, sua luta é para que
esses direitos se efetivem em políticas de assistência e inclusão
social, consolidando aquilo que se chama de cidadania real ou
material.

5. (Uel 2008) Analise a tabela a seguir:

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Número e Percentual de Pobres - Indigentes por cor, 1992 e 1999

Número Percentual

Variaçã
1992 1999 1992 1999
o%

84.459.00 75.195.00 100, 100,


Total -11,00
0 0 0 0

31.075.00 25.869.00
Brancos -16,75 37,0 34,4
0 0

Afrodescendente 53.191.00 49.012.00


-7,85 63,0 65,6
s 0 0

(IPEA, 2001. OLIVEIRA, L. F.; COSTA, R.R. Sociologia para jovens


do século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007. p. 144.

Os dados sobre a pobreza e a indigência segundo a cor ilustram os


argumentos dos estudos

a) de Gilberto Freyre sobre a natural integração dos negros na


sociedade brasileira, que desenvolveu a democracia racial.
b) de Caio Prado Junior sobre a formação igualitária da sociedade
brasileira, que desenvolveu o liberalismo racial.
c) de Sérgio Buarque de Holanda sobre a cordialidade entre as raças
que formam a nação brasileira: os negros, os índios e os brancos.
d) de Euclides da Cunha sobre a passividade do povo brasileiro,
ordeiro e disciplinado, que desenvolveu a igualdade de
oportunidades para todas as raças.
e) de Florestan Fernandes sobre a não integração dos negros no
mercado de trabalho cem anos após a abolição da escravidão.

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Resposta:
[E]

Somente a alternativa [E] está correta. Florestan


Fernandes fez uma análise sociológica bastante rica a respeito
da questão racial em seu livro A Integração do Negro na
Sociedade de Classes. De forma geral, podemos dizer que ele
questiona o mito da democracia racial ao apresentar diversos
fatores que demonstram como, mesmo após a abolição da
escravatura, o negro se manteve em uma situação de
segregação, que também é muito bem expressa na tabela
utilizada na questão acima.

6. (Unimontes 2014) Ao estudar as dimensões conceituais e


históricas das políticas sociais, especialmente no campo sociológico,
observa-se que o fenômeno da pobreza, desigualdades e exclusão
social tem-se constituído em objeto de preocupação no Brasil.
Considerando essa afirmação, marque a alternativa INCORRETA.
a) Tradicionalmente, as principais orientações das políticas
econômicas, aplicadas pelo Estado, direcionavam-se para o
combate à pobreza, através de programas de geração de trabalho e
renda e de ações comunitárias coordenadas pelos órgãos de
governo.
b) Até a década de 1970, os governos consideravam que o
crescimento econômico, por si só, poderia assegurar uma melhor
distribuição de renda no país.

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c) No Brasil, desigualdades, condições de pobreza, dificuldades de
acesso ao serviço público e necessidade de reconhecimento social
contribuem para o surgimento de novas manifestações populares e
acirramento de conflitos no espaço público.
d) Com as políticas de proteção social executadas pelo governo, nos
últimos anos, finalmente o Estado conseguiu incorporar plenamente
a população pobre na estrutura produtiva do capitalismo,
assegurando direitos e sua autonomia econômica.

Resposta:

[D]

É a única incorreta, pois ainda que a desigualdade tenha


diminuído nos últimos anos, a população pobre ainda não está
plenamente inserida na estrutura produtiva capitalista
contemporânea.

7. (Uem 2009) Leia o texto a seguir:

“Cada vez mais evidente, a pobreza é estigmatizada, quer pelo


caráter de denúncia da falência da sociedade e do Estado em relação
às suas funções junto à população, quer pelo contraste com a
abundância de produtos, quer pelo perigo iminente de convulsão
social que para ela aponta. A violência e a agressividade aumentam,
criando um clima de guerra civil nas grandes cidades, onde os índices
de criminalidade são alarmantes. Ao medo e à insegurança, gerados
na população, associa-se o preconceito e uma atitude de

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discriminação contra as camadas pobres da população, as favelas e
os centros das cidades.”

(COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São


Paulo: Moderna, 2005, p.256-257.)

Considerando o texto acima e os processos de exclusão social no


Brasil, é correto afirmar que
01) a estigmatização estabelece distinções sociais entre grupos
considerados dignos e outros associados com noções de vergonha,
desvio e criminalidade.
02) a população pobre é a principal responsável pelo crescimento da
criminalidade nos centros urbanos, aliando-se a organizações
ilegais e exaltando a “cultura da pobreza” em produções culturais
como o rap ou o hip hop.
04) o apelo ao consumo, feito pelas campanhas publicitárias
veiculadas nos meios de comunicação de massa, evidencia o
contraste entre uma sociedade construída nas propagandas e a
situação de carência e de exclusão de grande parte da população.
08) a principal causa da pobreza, sobretudo nos centros urbanos, é a
carência psicológica, ou seja, o sentimento de autodesvalorização
das populações pobres em relação às ricas.
16) é possível identificar, no perfil biológico da população de uma
determinada cidade, as justificativas para as condições precárias
de sobrevivência de certos grupos sociais.

Resposta:

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01 + 04 = 05.

Somente as afirmativas [01] e [04] são corretas. É um


erro considerar que a pobreza é resultado de um perfil biológico
específico e que a criminalidade é causada especialmente pelos
pobres. Na realidade, todos esses fatores estão relacionamos
com uma estrutura econômica de desigualdade, que cria não
somente o desejo pelo consumo, mas também barreiras para
ele. Assim, é criado um estigma contra aqueles que não
conseguem se inserir nessa lógica de consumo.

8. (Uel 2006) “Se a pobreza é questão de direitos e conquista de


cidadania, o que parece hoje estar em jogo é a possibilidade de que,
neste país, se dê a construção democrática de uma noção de bem
público, de interesse público e de responsabilidade pública que
tenham como medida os direitos de todos. Sabemos muito bem que é
esse o nó cego da tradição brasileira, construída em uma história
regida por um privativismo selvagem que faz da vontade privada a
medida de todas as coisas, recusa a alteridade e obstrui, por isso
mesmo, a dimensão ética da vida social pela obliteração de um
sentido de responsabilidade pública e obrigação social. Sabemos
também que o pouco que, nessa história, o país foi capaz de construir
está se erodindo por conta de uma crise do Estado, que desestrutura
as referências nas quais, durante décadas, para o bem ou para o mal,
se projetaram esperanças de progresso.”

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(TELLES, Vera da Silva. Pobreza, movimentos sociais e cultura
política. In: DINIZ, E; LOPES, J; PRANDI, S.L. (Orgs.) O Brasil no
Rastro da Crise. São Paulo: HUCITEC, 1994. p. 226.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre cidadania, é correto


afirmar:

a) A crise do Estado favorece a efetivação da cidadania, por


desestimular o privativismo e acentuar o caráter público das
instituições.
b) A tradição brasileira favorece a construção da cidadania, visto que
esta, como igualdade de direitos, sobrepôs-se socialmente.
c) A cidadania é um artefato humano e, como tal, precisa ser
construída e assegurada por quaisquer meios que os indivíduos
julgarem válidos.
d) No Brasil, a pobreza, enquanto evidência da desigualdade social,
tem sido abordada por meio da consolidada noção de
responsabilidade pública.
e) A falta de ações públicas que respeitem os direitos de todos
constitui o que é denominado de “nó cego da tradição brasileira”.

Resposta:
[E]

O texto da professora Vera da Silva Telles defende que a


construção democrática da noção de bem público tenha como
medida o bem de todos. Entretanto, o que ela observa a respeito

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da tradição brasileira é uma história regida por um privatismo
selvagem que obstrui a dimensão ética da vida social. Sobre o
Estado, ela percebe uma desestruturação das suas referências
que antes davam esperança de progresso. Sendo assim, a
construção da cidadania no Brasil não tem ocorrido graças a
essa tradição privatista e à crise do Estado. A única alternativa
que está de acordo com essa visão é a [E]. Todas as outras
contrariam esse argumento.

9. (Enem 2015) Voz do sangue

Palpitam-me
os sons do batuque
e os ritmos melancólicos do blue.

Ó negro esfarrapado
do Harlem
ó dançarino de Chicago
ó negro servidor do South

Ó negro da África
negros de todo o mundo

Eu junto
ao vosso magnífico canto
a minha pobre voz
os meus humildes ritmos.

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Eu vos acompanho
pelas emaranhadas áfricas
do nosso Rumo.

Eu vos sinto
negros de todo o mundo
eu vivo a nossa história
meus irmãos.

Disponível em: www.agostinhoneto.org. Acesso em: 30 jun. 2015.

Nesse poema, o líder angolano Agostinho Neto, na década de 1940,


evoca o pan-africanismo com o objetivo de
a) incitar a luta por políticas de ações afirmativas na América e na
África.
b) reconhecer as desigualdades sociais entre os negros de Angola e
dos Estados Unidos.
c) descrever o quadro de pobreza após os processos de
independência no continente africano.
d) solicitar o engajamento dos negros estadunidenses na luta armada
pela independência em Angola.
e) conclamar as populações negras de diferentes países a apoiar as
lutas por igualdade e independência.

Resposta:
[E]

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Uma das marcas do pan-africanismo foi a busca pela união
entre as populações negras para a luta pela descolonização da
África.

10. (Enem 2ª aplicação 2010)

A imagem retrata uma cena da vida cotidiana dos escravos urbanos


no início do século XIX. Lembrando que as atividades desempenhadas
por esses trabalhadores eram diversas, os escravos de aluguel
representados na pintura
a) vendiam a produção da lavoura cafeeira para os moradores das
cidades.
b) trabalhavam nas casas de seus senhores e acompanhavam as
donzelas na rua.

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c) realizavam trabalhos temporários em troca de pagamento para os
seus senhores.
d) eram autônomos, sendo contratados por outros senhores para
realizarem atividades comerciais.
e) aguardavam a sua própria venda após desembarcarem no porto.

Resposta:
[C]

Desde o século XVIII, percebe-se o aumento do número


de escravos urbanos, fato relacionado ao crescimento das
cidades na região aurífera. No século XIX, o desenvolvimento
urbano esteve associado ao desenvolvimento do café e
promoveu o crescimento de cidades como o Rio de Janeiro,
Santos, São Paulo e outras no interior. Apesar da maioria dos
escravos ainda se concentrar nas lavouras, as atividades
urbanas relacionadas principalmente ao comércio.

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7. EXERCÍCIOS PROPOSTOS.

1. (Enem cancelado 2009) Texto 1

Texto 2

A Constituição Federal no título VII da Ordem Social, em seu Capítulo


VII, Art. 226, § 7º, diz: “Fundado nos princípios da dignidade da
pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento
familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar
recursos educacionais e científicos para o exercício deste direito,
vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou
privadas”.

Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 21 set. 2008.

A comparação entre o tratamento dado ao tema do planejamento


familiar pela charge de Henfil e pelo trecho do texto da Constituição
Federal mostra que

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a) a charge ilustra o trecho da Constituição Federal sobre o
planejamento familiar.
b) a charge e o trecho da Constituição Federal mostram a mesma
temática sob pontos de vista diferentes.
c) a charge complementa as informações sobre planejamento familiar
contidas no texto da Constituição Federal.
d) o texto da charge e o texto da Constituição Federal tratam de duas
realidades sociais distintas, financiadas por recursos públicos.
e) os temas de ambos são diferentes, pois o desenho da charge
representa crianças conscientes e o texto defende o controle de
natalidade.

2. (Enem cancelado 2009) O Ministro da Saúde disse em audiência


pública em 2009 que é justo acionar na Justiça o gestor público que
não provê, dentro de sua competência e responsabilidade, os bens e
serviços de saúde disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS).
Mas observou que a via judicial não pode se constituir em meio de
quebrar os limites técnicos e éticos que sustentam o sistema.
Segundo o ministro, a Justiça não pode impor o uso de tecnologias,
insumos ou medicamentos, deslocando recursos de destinações
planejadas e prioritárias e — o que surpreende muitas vezes — com
isso colocando em risco e trazendo prejuízo à vida das pessoas.

Disponível em: http://www.stf.jus.br. Acesso em: 7 maio 2009.

A preocupação do ministro com o acionamento da justiça para


garantia do direito à saúde é motivada

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a) pelos conflitos entre as demandas dos pacientes, as possibilidades
do sistema e as pressões dos laboratórios para incorporar novos e
caros medicamentos à lista do SUS.
b) pelas decisões judiciais que impedem o uso de procedimentos e
medicamentos ainda não experimentados ou sem a necessária
comprovação de efetividade e custo-benefício.
c) pela falta de previsão legal da garantia à assistência farmacêutica
ao conjunto do povo brasileiro, o que gera distorções no SUS.
d) pelo uso indiscriminado de medicamentos pela população
brasileira, sem consulta médica, medida que foi garantida por
decisão judicial.
e) pelo descompromisso ético de profissionais de saúde que indicam
apenas tratamentos de alto custo, fragilizando o SUS.

3. (Enem cancelado 2009) O Cafundó é um bairro rural situado no


município de Salto de Pirapora, a 150 km de São Paulo. Sua
população, predominantemente negra, divide-se em duas parentelas:
a dos Almeida Caetano e a dos Pires Pedroso. Cerca de oitenta
pessoas vivem no bairro. Dessas, apenas nove detêm o título de
proprietários legais dos 7,75 alqueires de terra que constituem a
extensão do Cafundó, que foram doados a dois escravos, ancestrais
de seus habitantes atuais, pelo antigo senhor e fazendeiro, pouco
antes da Abolição, em 1888. Nessas terras, seus moradores plantam
milho, feijão e mandioca e criam galinhas e porcos. Tudo em pequena
escala. Sua língua materna é o português, uma variação regional
que, sob muitos aspectos, poderia ser identificada como dialeto
caipira. Usam um léxico de origem banto, quimbundo principalmente,

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cujo papel social é, sobretudo, de representá-los como africanos no
Brasil.

Disponível em: <http://www.revista.iphan.gov.br>. Acesso em: 6


abr. 2009 (adaptado).

O bairro de Cafundó integra o patrimônio cultural do Brasil porque


a) possui terras herdadas de famílias antigas da região.
b) preservou o modo de falar de origem banto e quimbundo.
c) tem origem no período anterior à abolição da escravatura.
d) pertence a uma comunidade rural do interior do estado de São
Paulo.
e) possui moradores que são africanos do Brasil e perderam o laço
com sua origem.

4. (Enem 2003)

(Folha de SP, 29/06/03)

O gráfico e a frase, tirados de um jornal, estão ambos relacionados à

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evolução média da violência no Estado de São Paulo. A associação
entre estas duas linguagens - a gráfica e a escrita - permite concluir
que, percentualmente,
a) a capital tornou-se mais rica.
b) as cidades do interior enriqueceram e "atraíram" roubos.
c) a região metropolitana enriqueceu e o crime se estabilizou.
d) diminui, em geral, a criminalidade no Estado.
e) diminui especialmente a incidência de roubos no Estado.

5. (Enem 2002) Good-bye

"Não é mais boa noite, nem bom dia


Só se fala good morning, good night
Já se desprezou o lampião de querosene
Lá no morro só se usa a luz da Light
Oh yes!"

A marchinha "Good-bye", composta por Assis Valente há cerca de 50


anos, refere-se ao ambiente das favelas dos morros cariocas. A
estrofe citada mostra
a) como a questão do racionamento da energia elétrica, bem como a
da penetração dos anglicismos no vocabulário brasileiro, iniciaram-
se em meados do século passado.
b) como a modernidade, associada simbolicamente à eletrificação e
ao uso de anglicismos, atingia toda a população brasileira, mas
também como, a despeito disso, persistia a desigualdade social.

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c) como as populações excluídas se apropriavam aos poucos de
elementos de modernidade, saindo de uma situação de exclusão
social, o que é sugerido pelo título da música.
d) os resultados benéficos da política de boa vizinhança norte-
americana, que permitia aos poucos que o Brasil se inserisse numa
cultura e economia globalizadas.
e) o desprezo do compositor pela cultura e pelas condições de vida
atrasadas características do "morro", isto é, dos bairros pobres da
cidade do Rio de Janeiro.

6. (Enem 2001) O gráfico compara o número de homicídios por


grupo de 100.000 habitantes entre 1995 e 1998 nos EUA, em estados
com e sem pena de morte.

Com base no gráfico, pode-se afirmar que


a) a taxa de homicídios cresceu apenas nos estados sem pena de
morte.
b) nos estados com pena de morte a taxa de homicídios é menor que
nos estados sem pena de morte.
c) no período considerado, os estados com pena de morte
apresentaram taxas maiores de homicídios.

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d) entre 1996 e 1997, a taxa de homicídios permaneceu estável nos
estados com pena de morte.
e) a taxa de homicídios nos estados com pena de morte caiu pela
metade no período considerado.

7. (Ufpb 2012) Leia as estrofes da canção “Homenagem ao


Malandro”, de Chico Buarque de Holanda:

Mas o malandro pra valer -não espalha


Aposentou a navalha
Tem mulher e filho e tralha e tal
Dizem as más línguas que ele até trabalha
Mora lá longe e chacoalha
Num trem da Central

Essas estrofes apresentam um personagem histórico e uma visão do


trabalho. Sabe-se que, ao longo da história do Brasil, as
representações sociais sobre o trabalho e não trabalho são
divergentes e polêmicas. Sobre essas representações, identifique as
afirmativas corretas:
( ) O ideário dos colonizadores portugueses, oriundos da nobreza
lusitana, contribuiu para uma visão negativa do trabalho.
( ) A escravidão é um elemento importante para o entendimento
do trabalho manual como algo estigmatizado.
( ) A visão bíblica do cristianismo influenciou na percepção do
trabalho como castigo, disseminada na população brasileira.

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( ) O ideário de desvalorização do trabalho manual pode ser
encontrado, também, em setores médios e populares da
sociedade brasileira.
( ) A recusa em realizar toda e qualquer forma de trabalho explica
a pobreza das camadas populares na atualidade.

8. (Uff 2011) “Miséria é imoral. Pobreza é imoral. Talvez seja o maior


crime moral que uma sociedade possa cometer.”

BETINHO

O Bolsa Família é um programa de transferência de renda, cujo


objetivo é auxiliar famílias em situação de pobreza. Sobre esse
projeto pode-se afirmar
a) que houve uma redução de quinze pontos percentuais no número
de pobres da população rural brasileira, entre 2003 e 2008, como
indicam dados das Nações Unidas.
b) que é considerado, por muitos, o mais importante projeto de
transferência de renda do mundo, criado pela primeira vez por
Getúlio Vargas, tido até hoje como o “pai dos pobres”.
c) que o sucesso do programa pode ser verificado pela diminuição do
êxodo rural da população pobre brasileira.
d) que foi um dos programas responsáveis pela concentração da
população miserável no campo, segundo os dados da Fundação
Getúlio Vargas.
e) que desestimula a agricultura familiar, já que os contemplados não
são constrangidos a trabalhar, em razão do auxílio dado pelo
governo.

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9. (G1 - cftmg 2011) Analise os dados referentes ao Brasil em 1997.

Sudeste Nordeste
Analfabetismo 8,6% 29,4%
Analfabetismo funcional 24,5% 50%
Mortalidade infantil 25% 59%

Brancos Negros Pardos


Renda até um salário mínimo 33,6% 58% 61,5%
Renda média (em salários mínimos) 4,9 2,4 2,2

Fonte: CARVALHO. Jose Murilo. Cidadania no Brasil. Rio de Janeiro:


Civilização Brasileira,
2001. p.208.
Pode-se concluir que a(o)
a) salário de negros e pardos é superior ao dos brancos.
b) desigualdade e sobretudo de natureza regional e racial.
c) analfabetismo atinge igualmente ambas as regiões geográficas do
país.
d) pobreza abrange os diferentes segmentos da população de forma
indiscriminada.

10. (Ufmg 2007) Leia estes versos:

"Morreu na chegada do hospital

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Um camarada que foi tão legal
Agora 'Dade Deus' ainda chora
O camarada de outrora.

Morreu, foi pro reino da glória


Está sentado junto de Nossa Senhora
O povo o queria de coração
E a sociedade o acusava de bandidão

Não sou bandido


E posso provar
Defendo a área
Dade Deus, o meu lugar."
Augusto, setembro de 1979.

ZALUAR, Alba. "A máquina e a revolta": as organizações


populares e o significado da pobreza. São Paulo: Brasiliense, 1985. p.
136.

Considerando-se os aspectos da violência urbana apontados nessa


letra de samba, é CORRETO afirmar que

a) a disputa por posições entre grupos de traficantes evolui para a


mobilização e a arregimentação temporárias de trabalhadores e
outros membros da comunidade.
b) a eventual proeminência social atingida por alguns criminosos
pode ser explicada, entre outros fatores, pela relativa fragilidade
das instituições do Estado nas periferias urbanas.

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c) a explosão da violência urbana deve ser associada ao início da
redemocratização do País, quando grupos de periferia fugiram a
qualquer forma de controle social.
d) a formação de organizações criminosas foi legitimada pelas
comunidades a elas ligadas, em virtude dos rendimentos financeiros
que estas sempre auferiram do tráfico.

11. (Uel 2006) "O sentimento que experimento ao avistar de longe a


favela da Rocinha esparramada no morro é idêntico ao de ter visto
pela primeira vez, na África do Sul, o bantustão de Soweto, o gueto 0
0formado a pulso pelo regime racista do apartheid a partir dos anos
de 1950. Lá está a sudoeste de Joanesburgo, o aglomerado de
barracos também de madeira, zinco e papelão, lá está o gigantesco
Soweto, o maior núcleo urbano da África do Sul, tão sólido quanto a
Rocinha parece definitiva. No Rio de Janeiro, meu medo não é da
'violência' nem do 'crime': é medo da estratificação social e da
pobreza irredutível".

(FELINTO, Marilene. Movimento Viva Rio ou a calamidade


pública no Rio de Janeiro. In: "Caros Amigos", ano VIII, n. 7, p. 6,
abr. 2005.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto


afirmar:

a) A exclusão na cidade do Rio de Janeiro difere daquela que ocorre


no sistema do "apartheid" da África do Sul, pois, nessa cidade
brasileira, seu fundamento está circunscrito à questão racial.

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b) Soweto e Rocinha constituem-se em exemplos de bairros de
maioria negra, cujos altos índices de pobreza foram equacionados
pela forte atuação de políticas públicas.
c) A autora adverte sobre a existência de situações sociais similares
entre o Brasil e a África do Sul, apesar de a Legislação brasileira ser
politicamente oposta à sul-africana no que se refere aos
dispositivos legais relativos à discriminação.
d) A África do Sul e o Brasil foram os últimos países a extinguir a
escravidão, processo resultante de políticas públicas internacionais
que elevou a situação econômica da população negra.
e) A autora defende a necessidade de eliminação do regime de
"apartheid" brasileiro como solução para os problemas de exclusão
social no país.

12. (G1 - cps 2006) Considere os trechos do samba-enredo da


Escola de Samba Mangueira, do Carnaval de 2000, no Rio de Janeiro.

Axé, mãe África / De onde herdei o sangue azul da realeza / Sou


guerreiro de Oyó
(...)
No Rio de lá / Luxo e riqueza / No Rio de cá / Lixo e pobreza
(...)

Desejei liberdade / 500 anos Brasil / E a raça negra não viu / O


clarão da igualdade / Fazer o negro respirar felicidade / Sonho ou
realidade / Uma dádiva do céu (do céu, do céu) / Vi o morro da
Mangueira / Sambar de porta-bandeira / A princesa Isabel
(Autores do Samba: Marcelo D'Aguiã, Bizuca, Gilson Bermini e

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Valter Veneno - Adaptado)

Os versos do samba-enredo da Mangueira podem ser interpretados


como

a) uma crítica às estruturas políticas e sociais do Brasil porque


continuam segregando extensos setores da população por critérios
raciais.
b) uma exaltação à conquista da liberdade e da igualdade social que
os negros alcançaram ao longo dos 500 anos de Brasil.
c) um repúdio dos sambistas aos patrocinadores das escolas de
samba por exigirem que eles enalteçam os heróis nacionais.
d) uma constatação da transformação social que trouxe benefícios
econômicos e jurídicos à população afro-brasileira.
e) uma homenagem ao povo brasileiro que superou os problemas de
discriminação social praticando a democracia racial.

13. (Uff 2005) "Além da evidente fragilização das condições de


trabalho e de vida das maiorias, a destituição de direitos - ou, no
caso brasileiro, a recusa de direitos que nem mesmo chegaram a se
efetivar - significa também a erosão das mediações políticas entre o
mundo social e as esferas públicas (...) E isso muda tudo no que diz
respeito à questão social. Pois, no cenário político atual, há um
deslocamento da pobreza, como questão e como figuração pública de
problemas nacionais, de um lugar politicamente construído (...), para
o lugar da não-política"

(TELLES, Vera da Silva. "Pobreza e Cidadania". SP, Editora 34,


2001, p. 155).

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Com base no texto é possível afirmar que:

a) a destituição de direitos sociais, no Brasil contemporâneo, pode ser


explicada, fundamentalmente, pela falta de organização política dos
desempregados ou pobres;
b) o deslocamento da pobreza como o lugar da não-política significa
que os pobres perderam, na atualidade brasileira, o direito de
votar;
c) o deslocamento da pobreza, mencionado no texto, refere-se à sua
transformação em uma questão de responsabilidade exclusiva do
Estado brasileiro;
d) a destituição de direitos sociais no Brasil contemporâneo decorreu,
exclusivamente, da globalização e suas repercussões sobre a
economia do país;
e) o deslocamento da pobreza aludido no texto, de um lugar
politicamente construído para o lugar da não-política, significa que
a pobreza tornou-se responsabilidade de todos, através, por
exemplo, da realização de atividades filantrópicas.

14. (Uel 2005) "Tá relampiano, cadê Neném? Tá vendendo drops no


sinal pra alguém. [...]

Todo dia é dia, toda hora é hora, / Neném não demora pra se
levantar / Mãe lavando roupa, pai já foi embora, / E o caçula chora
pra se acostumar / Com a vida lá de fora do barraco, / Ai que
endurecer um coração tão fraco, / Pra vencer o medo do trovão, Sua
vida aponta a contramão.

Tudo é tão normal, todo tal e qual, / Neném não tem hora pra ir se

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deitar, / Mãe passando roupa do pai de agora, / De um outro caçula
que ainda vai chegar, / É mais uma boca dentro do barraco, / Mais
um quilo de farinha do mesmo saco, / Para alimentar um novo João
Ninguém, / E a cidade cresce junto com Neném." (Composição de
Lenine. Relampiano. Álbum "Na pressão". BMG, 1999.)

O debate em torno das condições de vida das crianças e jovens está


na ordem do dia. Com base na letra da canção e nos conhecimentos
sobre o tema, é correto afirmar:
a) Para o compositor a infância abandonada é um estado natural,
cuja conexão com o mundo do trabalho na rua facilita a transição
para a vida adulta.
b) A frase "Ai que endurecer um coração tão fraco / Pra vencer o
medo do trovão é uma crítica velada à visão romântica da infância,
que apregoava a inocência e a livre criação dos filhos de famílias
pobres.
c) Os "Nenéns" vendendo drops nos sinais das grandes cidades, que
abandonam seus lares de dia só retornando para dormir, formam
uma subcultura autônoma e de rejeição ao mundo do adulto.
d) Ao afirmar que "a cidade cresce com Neném", o compositor
reconhece que as estratégias do Estado para coibir a perambulação
das crianças pelas ruas são eficazes, tornando-as indivíduos que
progridem junto com as cidades.
e) A crise da família, a inadequação do lar, as deficiências da escola,
o mundo da criminalidade e da pobreza são "mais um quilo de
farinha do mesmo saco" que produzem a realidade dessa infância
no Brasil.

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15. (Ufrrj 2004) O texto a seguir é uma crítica do escritor Eduardo


Galeano em determinado aspecto da situação do mundo na
atualidade.

Segundo informou o jornal The Times of India, uma Escola do Crime


está funcionando com sucesso na cidade de Muzaffarnagar, (...). Ali
se oferece aos adolescentes uma formação de alto nível para ganhar
dinheiro fácil, (...) o educador Susheel Mooch tem a seu cargo o
curso mais sofisticado que inclui (...) Sequestros, Extorsões e
Execuções. (...). Segundo os diretores esta escola surgiu para dar
resposta a uma necessidade do mercado e para cumprir uma função
social (...). Temo que tenham razão. (...) O que será dos professores
das escolas tradicionais (...)? Quantos (...) poderão reciclar-se
adaptando-se às exigências da modernidade? Consta-me que são
incapazes de matar uma mosca. O que esses inúteis vão ensinar no
mundo de amanhã?

GALEANO, E. "O Teatro do Bem e do Mal", Porto Alegre: L &


PM, 2002.

O elemento motivador da crítica de Galeano seria

a) a incapacidade da Escola hoje em atender as demandas da


sociedade que permitam superar um quadro de pobreza em
grandes parcelas da humanidade.
b) a violência que atinge a todos e para a qual é melhor estar
preparado e bem armado, evitando suas consequências nefastas.

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c) o despreparo do professor no mundo de hoje, frente às rápidas
mudanças que ocorrem nos campos social e tecnológico, as quais
não são passadas para os jovens.
d) a liberdade de imprensa que, utilizada de forma indevida, acaba
por incentivar a juventude a uma vida criminosa e desregrada.
e) a lógica do mercado capitalista, na qual, como tudo se torna
mercadoria, até a criminalidade pode ser estimulada sem
preocupações éticas ou morais.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parênteses (V) se for
verdadeiro ou (F) se for falso.

16. (Ufpe 1995) "É desconfortável para o orador falar a homens que
comem e mais desconfortável ainda a homens que têm fome, se não
se trata dos meios de satisfazê-la" - Tobias Barreto, discurso em
Mangas de Camisa, setembro de 1877.

( ) No Brasil, mais de 20% da população vivem abaixo da linha de


pobreza, gerando um clima de fome e de violência.
( ) No continente africano, a crise de alimentos deve-se a
catástrofes climáticas, mas também às lutas tribais.
( ) A formação da Comunidade Econômica Europeia evitou que a
fome se espalhasse pela Europa Ocidental, após a Segunda
Guerra Mundial.

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( ) As guerras e os bloqueios econômicos entre as nações têm
sido fatores decisivos no aparecimento desse fenômeno entre os
povos. Biafra, Iugoslávia e Cuba são exemplos.
( ) O crescimento urbano nas cidades gerou muita contradição em
relação à moradia, mas resolveu o problema da fome.

17. (Ufmg 1994) Leia o texto.

"As classes pobres e viciosas (...) sempre foram e hão de ser sempre
a mais abundante causa de todas as sortes de malfeitores: são elas
que se designam mais propriamente sob o título de classes perigosas;
pois quando mesmo o vício não é acompanhado pelo crime, só o fato
de aliar-se à pobreza no mesmo indivíduo constitui um justo motivo
de terror para a sociedade. O perigo social cresce e torna-se de mais
a mais ameaçador, à medida que o pobre deteriora a sua condição
pelo vício e, o que é pior, pela ociosidade."

(BRASIL, ANAIS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS. 1888, vol.3,


p.73.)

Essa visão da pobreza e do ócio era difundida no Brasil na segunda


metade do século XIX e está relacionada com a dinâmica de
transformação social em curso nesse período.

Todas as alternativas apresentam expressões dessa dinâmica social,


EXCETO:

a) A articulação de novas estratégias políticas pela elite.


b) A consolidação da burguesia industrial.
c) A constituição de um mercado de mão de obra livre.

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d) A emergência de segmentos sociais urbanos.
e) A formação de uma nova aristocracia rural.

18. (Espcex (Aman) 2015) “Em 1989, o coeficiente de Gini atingiu no


Brasil um pico de 0,636. Depois disso, apresentou reduções quase
constantes, registrando 0,543 em 2009.”

O coeficiente de Gini é um importante indicador socioeconômico que


revela em um país o grau de
a) escolaridade de sua população.
b) desigualdade de renda.
c) desenvolvimento humano da população.
d) qualificação de sua mão de obra.
e) pobreza de sua população.

19. (Uerj 2015)

Nos gráficos, estão indicadas mudanças que afetaram a sociedade


brasileira em um período que inclui os Governos Militares (1964-

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1985) e o restabelecimento do regime democrático de 1985 aos dias
de hoje.
Analisando o primeiro e o segundo gráficos, conclui-se que os
Governos Militares favoreceram, respectivamente, a ocorrência de:
a) redução da pobreza e estabilização do deficit público
b) diminuição do poder aquisitivo e incremento da dívida externa
c) crescimento da riqueza nacional e elevação da concentração de
renda
d) expansão do desenvolvimento econômico e elevação da
remuneração salarial

20. (G1 - cftmg 2014) Sobre a questão das desigualdades sociais no


Brasil, afirma-se que

I. a equalização social entre as regiões brasileiras confirma a eficácia


dos projetos de interiorização industrial.
II. o predomínio de impostos diretos no país inviabiliza o incremento
da arrecadação de recursos aplicados na melhoria dos serviços
públicos.
III. as disparidades sociais no país incluem as questões raciais e de
gênero, dentre outros fatores.
IV. a concentração fundiária contribui na manutenção do elevado
índice de Gini do país.

Estão corretas apenas as afirmativas:


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.

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d) III e IV.

21. (Cefet MG 2014) Sobre a organização do espaço agrário mundial


afirma-se:

I. A jardinagem é uma técnica utilizada no Sudeste Asiático e


caracteriza-se pela mesclagem do uso intenso de mão de obra e
técnicas modernas de adubação e irrigação.
II. O sistema plantation monocultural contribui para a concentração
fundiária em países de baixo índice de desenvolvimento humano.
III. O modelo dos cinturões agrícolas nos Estados Unidos implicou o
elevado índice de Gini.
IV. A disseminação globalizada dos transgênicos tem ampliado o
superávit nos países de economia predominantemente primária.
V. O rigor climático na Europa restringe a produção agrícola aos
países localizados na região mediterrânea.

Estão corretas apenas as afirmativas:


a) I e II.
b) I e IV.
c) II e V.
d) III e IV.
e) III e V.

22. (G1 - cftmg 2013) A questão a seguir refere-se à distribuição de


renda das pessoas ocupadas no trabalho: Brasil 2001 a 2008.

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Estatísticas
1 2 3 4 5 6 7 8
Todos os setores
% da renda
apropriada pelos
50% mais pobres 14,8 15,0 15,5 16,0 16,3 16,5 17,2 17,6
5% mais ricos 33,0 32,8 32,4 31,7 32,1 31,7 30,7 30,4
1% mais ricos 13,3 12,9 12,7 12,7 13,0 12,8 12,3 12,3
0,56 0,56 0,55 0,54 0,54 0,54 0,52 0,52
Índice de Gini
6 3 5 7 4 1 8 1
Agricultura
% da renda
apropriada pelos
16,2 16,5 16, 16,5 16,3 16,1 16,7 17,3
50% mais pobres
1
37,2 37,7 37, 36,7 37,7 36,8 34,7 33,8
5% mais ricos
9
18,6 19,0 19, 17,8 20,0 19,1 15,6 16,0
1% mais ricos
6
0,56 0,56 0,5 0,55 0,56 0,55 0,54 0,53
Índice de Gini
2 3 67 8 1 7 5 5
Indústria
% da renda
apropriada pelos
18,9 18,3 18, 19,6 19,5 19,6 20,5 21,0
50% mais pobres
6

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30,4 31,0 30, 28,5 30,0 30,3 28,6 27,4
5% mais ricos
3
12,7 12,3 12, 11,4 12,6 13,0 11,6 11,1
1% mais ricos
1
0,50 0,51 0,5 0,48 0,49 0,49 0,47 0,46
Índice de Gini
3 3 08 6 4 4 5 4

HOFFMANN, R.; NEY, M. G. Estrutura fundiária e propriedade agrícola


no Brasil: grandes regiões e unidades da federação. Brasília: Ministério
do Desenvolvimento Agrário, 2010.

A partir da análise da tabela, é INCORRETO inferir que a(o)


a) acúmulo de capital pela elite industrial mantém-se superior ao do
grupo ruralista.
b) concentração de rendimentos tende a decrescer ao longo do
período em todos os setores.
c) desigualdade de renda entre os trabalhadores rurais é maior que a
dos empregados industriais.
d) evolução dos dados revela a necessidade da continuidade das
políticas de reforma agrária no país.

23. (Uesc 2011) O Brasil tem obtido resultados positivos na tentativa


de melhorar seus indicadores socioeconômicos, porém estes ainda
são insatisfatórios, principalmente se analisados em nível regional.
Em relação aos indicadores socioeconômicos do Brasil, marque V nas
afirmativas verdadeiras e F, nas falsas.

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( ) A estrutura dos impostos, desequilibrada e injusta, figura entre
as principais causas da concentração de renda.
( ) O país detém, no Índice de Gini, uma posição das mais
elevadas, o que caracteriza um quadro de grande desigualdade.
( ) O principal problema para a queda contínua do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) do país é a saúde, pois esse
índice leva em conta a expectativa de vida das pessoas ao
nascer.
( ) A renda per capita, quando calculada separadamente de outros
indicadores, proporciona uma melhor avaliação da situação de
pobreza e das desigualdades regionais.

A alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo,


éa
a) V – V – F – F.
b) V – F – F – V.
c) F – V – V – F.
d) F – F – F – V.
e) V – F – V – V.

24. (G1 - cftmg 2011) O gráfico abaixo apresenta o resultado do


seguinte questionamento: “Como são os conflitos entre os grupos
sociais no Brasil?”

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A partir da análise desse gráfico, é possível inferir que


a) a ampliação do crescimento vegetativo tende a reduzir confrontos
etários.
b) o sistema de cotas para minorias étnicas contribuiu para a
generalização de dados.
c) a maioria dos entrevistados revela uma igualdade de poderes no
interior das empresas.
d) o índice de Gini da renda brasileira respalda a existência de um
conflito subentendido.

25. (Espm 2010) Leia o texto:

Um dos aspectos mais marcantes da sociedade brasileira é a


combinação de elevados níveis de pobreza à altíssima desigualdade
social. Trata-se de um nível muito alto, uma vez que, na média, a
renda da população brasileira é superior à recebida por quase três
quartos da população mundial e, na maioria dos países com renda

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per capita semelhante à brasileira, os níveis de pobreza são
notadamente inferiores.

(O que faz os ricos, ricos. Marcelo Medeiros. 2005)

De acordo com o texto e seus conhecimentos prévios, pode-se aferir


que:
a) o IDH brasileiro é baixo.
b) o coeficiente de Gini é alto.
c) o PIB per capita alcança a cifra de dois dígitos.
d) o PIB brasileiro é baixo.
e) a concentração de renda aumentou nos últimos anos.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:


A concentração fundiária no Brasil

O que é o índice de Gini?

É uma medida de grau de concentração de terra (existem outras).


Também pode medir a concentração de renda. Varia de zero a um.
Quanto mais próximo de zero, mais igualitária é a distribuição de
terra. Para um país atingir o índice zero, seria preciso que todos os
fazendeiros tivessem exatamente a mesma quantidade de terra. Para
atingir o índice um, toda a terra do país teria que pertencer a um
único dono.

Fonte: Estudo, O Brasil desconcentrando suas terras, Do Ministério do


Desenvolvimento Agrário.

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"O índice de Gini (...) oscilou entre 0,831 e 0,854 no período. Quanto
mais próximo de um, maior é a concentração, ou seja, mais terras
nas mãos de poucos proprietários." A série mostra que, em 1999, a
região Sul teve a menor concentração (índice 0,716).
(Folha de S. Paulo, 13 de julho de 2003.)

26. (Pucmg 2004)

Fonte: Estudo "O Brasil desconcentrando suas terras", Do Ministério


do Desenvolvimento Agrário.

Baseado nessas informações assinale a afirmativa CORRETA.

a) A concentração de terras no Brasil variou expressivamente no


período considerado, indicando avanços consistentes no processo
de redistribuição de terras.
b) Considerando-se o período 1967-1999, pode-se afirmar que se
verificou um aumento na concentração fundiária brasileira, o que

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pode representar um indicador do aumento da concentração de
renda.
c) Avaliando-se as condições tendenciais, pode-se afirmar que se
registra uma nítida tendência à desconcentração de terras no país,
o que, em longo prazo, repercutirá no aumento do mercado
consumidor interno nacional.
d) As pequenas variações entre os períodos indicam, em última
instância, as prioridades que as administrações concedem à
resolução da questão agrária brasileira e ao ritmo constante do
processo de redistribuição de terras.

27. (Pucmg 2004)

Fonte: Estudo "O Brasil desconcentrando suas terras", Do Ministério


do Desenvolvimento Agrário.

Com referência à estrutura fundiária regional brasileira, assinale a


afirmativa CORRETA.

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a) As menores concentrações fundiárias no Sul do País podem ser
explicadas pelo processo histórico de colonização, que parcelou a
terra e possibilitou acessibilidade a uma parcela maior de
indivíduos.
b) Os maiores índices de urbanização da região Sudeste justificam os
maiores índices de concentração fundiária do País.
c) O intenso processo migratório em direção ao Centro-Oeste e Norte
do País tem gerado um maior acesso à terra e, consequentemente,
uma menor concentração fundiária nesses espaços.
d) A substituição do antigo sistema colonial agro-exportador do
Nordeste pelo sistema agroindustrial fez desaparecer os conflitos de
terra na região.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[B]

O texto da Constituição Federal estabelece autonomia das famílias


quanto ao planejamento familiar com o auxílio do Estado no que lhe
compete. Porém, de acordo com a charge, a sociedade não está
devidamente esclarecida quanto à importância do planejamento
familiar.

Resposta da questão 2:
[A]

A questão caracteriza-se como interpretação de texto a partir de


informações sobre contendas envolvendo o Ministério da Saúde no
Brasil e a Justiça com relação ao Sistema Único de Saúde (SUS). A
menção do ministro sobre imposição de tecnologias, insumos ou
medicamentos pela Justiça, supõe a relação do fragmento com
afirmação da alternativa correta das pressões dos laboratórios para
incorporar novos e caros medicamentos à lista do SUS.

Resposta da questão 3:
[B]

As informações contidas no fragmento utilizado na questão e bem


como a alternativa correta, sustentam a existência de comunidades
com características muito peculiares no interior paulista, no caso o

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bairro do Cafundó em Salto do Pirapora, evidenciando-se assim a
diversidade cultural existente no estado.

Resposta da questão 4:
[B]

A frase e o gráfico partem de uma ideia discutível, mas devem ser


analisados do ângulo proposto. Se o número de roubos aumentou no
interior e diminuiu na capital e região metropolitana, conclui-se que o
interior enriqueceu e passou a atrair maior quantidade de marginais,
atrás dessa riqueza.

Resposta da questão 5:
[B]

A composição da década de 50 retrata a ideia de modernidade da


época, marcada pelo ingresso de capitais e de indústrias estrangeiras,
responsáveis, não apenas pelo desenvolvimento, mas pela introdução
de novos hábitos e vocábulos; palavras de origem anglo-americana
que foram incorporadas ao vocabulário nacional, mesmo que em áreas
periféricas, como o “morro”, citado na canção.

Resposta da questão 6:
[C]

A questão exige a interpretação do gráfico apresentado e tem como


propósito uma reflexão sobre a pena de morte, partindo da ideia de
que sua existência não garante a redução dos homicídios, pois nos

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Estados que adotam tal legislação a taxa de homicídios continua maior
do que nos Estados que não a adotam.

Resposta da questão 7:
V – V – V – V – F.

Ao longo da história as camadas populares, entendidas como a grande


massa ou os setores mais pobres da população, se dedicaram a
diferentes formas de trabalho e, enquanto grupo, não tiveram sua
situação modificada. Vale lembrar que no período colonial – que
corresponde a cerca de 3 séculos da História do Brasil – o trabalho
representou a pior forma de vida existente, destinada a escravos. A
associação do trabalho à escravidão contribuiu para caracterizar o
“trabalho” como algo sem valor do ponto de vista social.

Resposta da questão 8:
[A]

Conhecimento atual, porém factual. Foi criado e adotado pelo governo


Lula, porém não inibiu o êxodo rural. Existem críticas ao programa,
como o fato de desestimular o trabalho de uma forma geral, porém
existe apoio, pois garante renda alimentação mínima a famílias em
situação de extrema pobreza.

Resposta da questão 9:
[B]

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A análise da tabela permite concluir a existência de forte desigualdade
entre as regiões destacadas, bem como entre os grupos sociais,
definidos a partir da cor da pele, normalmente denominada “racial”.
Destaca a situação precária do nordeste e das populações negra e
parda.

Resposta da questão 10:


[B]

Resposta da questão 11:


[C]

Resposta da questão 12:


[A]

Resposta da questão 13:


[E]

Resposta da questão 14:


[E]

Resposta da questão 15:


[E]

Resposta da questão 16:


VVFVF

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Resposta da questão 17:
[B]

Resposta da questão 18:


[B]

O coeficiente de Gini ou Índice de Gini mede a desigualdade social,


quanto mais próximo de 0, menos desigual (melhor distribuição de
renda). Quanto mais próximo de 1, mais desigual (pior a distribuição
da renda). Portanto, de 1989 para 2009, ocorreu uma pequena
melhora na distribuição de renda.

Resposta da questão 19:


[C]

A análise dos gráficos indica, como mencionado corretamente na


alternativa [C], o aumento da riqueza promovido pelo crescimento
econômico sem, contudo, ter ocorrido a distribuição do volume
financeiro entre as classes sociais, intensificando a concentração de
renda no país.
Estão incorretas as alternativas:
[A], com a desigualdade social a pobreza aumenta;
[B], porque com o aumento do volume financeiro a dívida externa se
reduz;
[D], porque com o aumento da desigualdade social a remuneração
salarial cai.

Resposta da questão 20:

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[D]

[I] INCORRETA. O espaço brasileiro apresenta grande desigualdade


entre as regiões e, portanto, não há equalização social.
[II] INCORRETA. Embora haja incidência de impostos diretos no país
(IPVA, IPTU, IRPF) o que inviabiliza a melhoria dos serviços públicos
é a ingerência do Estado centralizador, burocrático e com forte carga
de corrupção.
[III] CORRETA. As disparidades no tocante à questão social no país
abrangem as diferenças de gênero, raça, poder de compra.
[IV] CORRETA. A falta de acesso à terra ou a baixa produtividade da
agricultura familiar contribui para a manutenção da desigualdade
social, medida pelo Coeficiente de Gini.

Resposta da questão 21:


[A]

I. CORRETA: A jardinagem é uma técnica típica do sudeste asiático,


caracterizando-se pela abundância da mão de obra em vales fluviais
resultando em elevada produtividade agrícola.
II. CORRETA: O sistema plantation foi o modelo implantado pelo
colonizador europeu nas colônias tropicais, cuja produção
monocultora era feita em latifúndios, situação que originou e
postergou a concentração fundiária nessas regiões.
III. INCORRETA: Os belts registram elevada produção agrícola e,
portanto, não implicam em desigualdade social, indicador
mensurado pelo índice de Gini.
IV. INCORRETA: Embora tenha ocorrido a disseminação dos

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transgênicos, a disseminação não resultou em superávit para os
países subdesenvolvidos que são exportadores agrícolas.
V. INCORRETA: A região mediterrânea registra temperaturas amenas
e elevada produção agrícola.

Resposta da questão 22:


[A]

O Brasil é um dos países com pior distribuição de renda no mundo. No


setor industrial, o 1% mais rico concentra 11,1% da renda (2008). Mas
a concentração de renda no setor agrícola é maior, o 1% mais rico
concentra 16% da riqueza (2008).

Resposta da questão 23:


[A]

As afirmativas incorretas são: terceira (o Índice de Desenvolvimento


Humano do Brasil tem melhorado nos últimos anos devido a elevação
da renda per capita, aumento da expectativa de vida e elevação da
escolaridade) e quarta (a renda per capita permite ter uma ideia do
nível de renda em um país, no entanto, como é a divisão do PIB pela
população, não permite aferir o grau de desigualdade social e
disparidades regionais em um país).

Resposta da questão 24:


[D]

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O índice de Gini é um indicador utilizado pela ONU para determinar a
desigual distribuição de renda de um país. Considerando que o Brasil
ainda apresenta uma grande desigualdade social, o indicador mensura
um conflito subentendido que é a diferença do poder de compra entre
as classes sociais, tornando a alternativa [D] correta. Estão
incorretas as alternativas: [A], pois o crescimento vegetativo do
Brasil tem apresentado índices decrescentes e não crescentes; [B] e
[C], pois o gráfico não traz os dados mencionados na afirmativa.

Resposta da questão 25:


[B]

O indicador que mede desigualdade social através da distribuição da


renda é o Índice de Gini. Quanto mais próximo de 1 (mais desigual),
quanto mais próximo de 0 (menos desigual). O Brasil apresenta má
distribuição de renda, porém, a desigualdade está se reduzindo um
pouco a partir da década de 2000.

Resposta da questão 26:


[B]

Resposta da questão 27:


[A]

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Muito bem, querido estudante. Se chegou até aqui é um bom sinal: o


de que tentou praticar todos os exercícios. Não se esqueça da
importância de ler a teoria completa e sempre consultá-la. Não esqueça
dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcança-los.
Você sabe que com uma boa nota no ENEM poderá escolher uma ótima
universidade e também seu curso dos sonhos. Lembre-se sempre de
suas motivações: ter um bom emprego, estudar numa instituição de
prestigio e várias coisas mais, pois elas vão te dar a energia que você
precisa para encarar o desafio de estudar muito e fazer uma excelente
nota no ENEM. Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca
mais se contentará em rastejar”. Te encontro na nossa próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.

Até logo...

Prof. Sérgio Henrique Lima Reis.

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