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OBJETIVO: Esta aula tem por objetivo explicar aos estudantes de Administração e Direito duas
teorias que marcaram o início do estudo “científico” da Antropologia e os primeiros passos da sua
compreensão das diferenças culturais.
O evolucionismo foi influenciado pela teoria da seleção natural de Charles Darwin que se
consistia na tentativa de explicar a diversidade de espécies de seres vivos através da evolução. No
entanto, a teoria de evolução empregada pelos etnólogos deve mais a outro autor, o sociólogo e
filósofo Herbert Spencer, cujo conceito de evolução difere em importantes aspectos daquela
desenvolvida por Darwin. Mesmo assim, posteriormente, a abordagem Spenceriana ficou conhecido
como ‘darwinismo social’.
Os étnologos evolucionistas consideravam a sociedade européia da época como o apogeu
do processo evolucionário. Portanto, este pensamento estava inserido em uma visão etnocêntrica
que coloca a organização sócio-políco-econômica européia como grau máximo de civilização.
Entretanto, mesmo considerando esse pressuposto, a antropologia cultural da época não se tornou
uma pseudociência racista.
A tese evolucionista apoiava o princípio da unidade psíquica da humanidade de Adolf
Bastian, e defendia a existência de apenas uma espécie humana idêntica inicial (monogenismo), que
se desenvolve tanto em suas formas tecno-econômicas como nos seus aspectos sociais e culturais. A
evolução ocorre em ritmos desiguais, de acordo com as populações e localizações geográficas,
passando pelas mesmas etapas, para alcançar o nível final de "civilização". Assim, a proposição
básica era de que o desenvolvimento humano seguiu estágios. Em cada étapa a experiência humana
acumulava, levando a formação cultural cada vez mais avançada. Esta ideia - de que a experiência
humana acumula - foi inspirada no raciocínio empírico de John Locke e outros filósofos do
‘empirismo’ do Séc XVIII.
Dois argumentos davam suporte ao evolucionismo: movimento unilinear e o determinismo
tecnológico ou social. Segundo a tese evolucionista, haveria um caminho só a ser trilhado por todas
as sociedades, numa trajetória vista como obrigatória, seguindo uma única linha ascendente, de
estágios mais simples aos mais complexos (do mais selvagem ao mais civilizado). O determinismo
social e cultural defende que o indivíduo é determinado pelo meio sócio-cultural, portanto define o
estagio de maior evolução de uma sociedade, pelo grau de complexidade de sua tecnologia; já o
determinismo biológico defende que a biologia é que determina o indivíduo, implicitamente os
sujeitos de pele mais alva seriam os mais evoluídos. Os evolucionistas culturais clássicos não
pregaram esta postura abertamente, sendo os antropólogos físicos e os biólogos do Sec.XIX os
maiores defensores desse ‘racismo cientîfico’.
Os tópicos de interesse dessa corrente teórica eram basicamente casamento, família e
organização sócio-política; religião, magia e outros sistemas ideológicos; relação indivíduo-
sociedade. Interessavam-se, portanto no estudo das tecnologias, idéias e formas de organização
social.
O método científico usado na antropologia (etnologia) é a comparação de dados, retirados
1 Escrito pelas autoras Marina Rute Pacheco & Dilaze Mirela Fonseca. Retirado de
http://ant1mcc.blogspot.com/2009/04/difusionismo-e-evolucionismo.html
das sociedades e contextos sociais, classificados de acordo com o tipo (religioso, de parentesco,
etc), determinado pelo pesquisador. Os dados coletados lhe serviriam para comparar as sociedades
entre si, fixando-as num estágio específico, inscrevendo estas experiências numa abordagem linear,
diacrônica, de modo a que todo costume representasse uma etapa numa escala evolutiva.
Não se pode generalizar e atribuir as características acima a todos os autores que foram
adeptos a essa corrente. Apesar da maioria dos pensadores evolucionistas terem trabalhado em
gabinetes, um dos mais conhecidos: Lewis H. Morgan realizou pesquisas com algumas tribos dos
Estados Unidos. Morgan compreendeu que grande parte da complexidade da cultura nativa
americana em pouco tempo seria destruída como conseqüência do fluxo de europeus, por isso
considerava tarefa crucial documentar a cultura tradicional e a vida social desses nativos. Outros
pensadores importantes para o evolucionismo cultural são: Edward Burnett Tylor, considerado o pai
do conceito moderno de cultura; John Lubbock, primeiro a rejeitar a cronologia bíblica que dizia
que o mundo teria uns meros 6 mil anos: introduziu os termos paleolítico e neolítico, Velha e Nova
Idades da pedra, hoje reconhecidas como períodos-chave do passado pré-histórico. A partir do
estudo desses pesquisadores podemos perceber a relação existente entre arqueologia e etnologia que
resultou na quebra do historicismo universal.
2. Difusionismo
BIBLIOGRAFIA
ERIKSEN, Thomas .H. & Nielsen, Finn S. História da Antropologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007
LAPLANTINE, F. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003. [1988]
www.antropologia.com;
www.wikipedia.org.