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CÓDIGO DE TRÂNSITO

BRASILEIRO
Medidas Administrativas,
Penalidades e Crimes

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
Medidas Administrativas, Penalidades e Crimes
Estêvão Gonçalo

Sumário
Medidas Administrativas, Penalidades e Crimes. . .................................................................... 3
Penalidades....................................................................................................................................... 3
Medidas Administrativas............................................................................................................... 8
Processo Administrativo............................................................................................................... 11
Crimes de Trânsito......................................................................................................................... 14
Disposições Finais..........................................................................................................................21
Resumo............................................................................................................................................. 25
Questões de Concurso.................................................................................................................. 30
Gabarito............................................................................................................................................49

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Medidas Administrativas, Penalidades e Crimes
Estêvão Gonçalo

MEDIDAS ADMINISTRATIVAS, PENALIDADES E CRIMES


Seja bem-vindo(a) de volta! Já superamos boa parte do nosso material do Código de Trân-
sito, agora vamos ver o restante do CTB, até o final. Vou separar a aula pelos capítulos como
havia feito anteriormente e lembrando que, mesmo sendo um pouco mais cansativo, a leitura
do Código continua sendo importante.

Penalidades
A autoridade de trânsito (dentro de suas competências e circunscrição) aplicará as seguin-
tes penalidades:
• advertência;
• multa;
• suspensão do direito de dirigir;
• cassação da CNH;
• cassação da PPD;
• frequência obrigatória em curso de reciclagem.

Veja que compete somente à autoridade de trânsito, ou seja, ao diretor-geral do órgão apli-
cador da sanção. A aplicação das penalidades não dispensa as punições de ilícitos penais dos
crimes de trânsito e, por fim, a imposição das penalidades deverá ser comunicada aos órgãos
ou entidades executivos de trânsito.
As penalidades poderão ser impostas ao condutor, proprietário, embarcador e transporta-
dor, nas seguintes formas:
• Condutor: responsável pelas infrações decorrentes de atos praticados na direção
do veículo;
• Proprietário: responsável pelas infrações relativas à regularização do veículo, suas con-
dições para circulação e à habilitação compatível dos condutores;
• Embarcador: este será responsabilizado quando houver excesso de peso nos veículos
de carga quando for único remetente da carga e o peso na nota fiscal for menor que o
aferido em balança (neste caso, o embarcador colocou mais carga do que o declarado);
• Transportador: será responsável quando houver vários embarcadores diferentes e a
soma das notas der excesso de peso;
• Embarcador e transportador: a responsabilidade será solidária quando houver a nota
fiscal de um único embarcador e com excesso de peso.

Uma maneira de entender a relação entre embarcador e transportador é entender quando


um está “enganando” o outro. Veja que, quando somente um é responsabilizado, não teria
como o outro saber previamente do excesso. E quando a responsabilidade for solidária a am-
bos, quer dizer que os dois eram aptos a perceber o excesso de peso.
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Quando não for possível identificar o infrator, o principal condutor ou o proprietário do


veículo terá prazo de 30 dias após a notificação de autuação para apresentação, na forma
definida pelo CONTRAN. Após o prazo, não havendo condutor identificado, será considerado
responsável pela infração o principal condutor e, na falta deste, o proprietário. (Prazo atualiza-
do pela Lei n. 14.071/20).
Se a identificação não ocorrer dentro do prazo e o veículo for de pessoa jurídica (perten-
cente a algum tipo de empresa), será expedida nova multa adicional ao proprietário, sendo que
o valor será multiplicado pelo número de infrações iguais cometidas no período de 12 meses.
O principal condutor será indicado pelo proprietário junto ao órgão executivo de trânsito
(DETRAN). Sendo aceita a indicação, o principal condutor que terá seu nome inscrito no RENA-
VAM (registro de veículos) em campo próprio.
O principal condutor será excluído do RENAVAM quando houver transferência de
propriedade:
• mediante requerimento próprio ou do proprietário;
• a partir da indicação de outro principal condutor.

As multas classificam-se, de acordo com a sua gravidade, em quatro categorias, têm puni-
ção nos respectivos valores e são computados os seguintes números de pontos:
• Gravíssima: valor de R$ 293,47 e sete pontos;
• Grave: valor de R$ 195,23 e cinco pontos;
• Média: valor de R$ 130,16 e quatro pontos;
• Leve: valor de R$ 88,38 e três pontos.

Acredito que decorar o valor das multas não é tão importante quanto a pontuação, mas
também não são números difíceis. Lembrando que se admite o uso de fatores multiplicadores
específicos. Nesse caso, a multa é considerada agravada.

Exemplo: a multa do art. 165 é gravíssima x10, ou seja, R$ 2.934,70.

Sobre a pontuação, não se perdem pontos, estes são somados ao prontuário do infrator.
Não se esqueça de que a pontuação acompanhará a respectiva responsabilização, conforme
mostrei logo antes.
Se as infrações forem cometidas por passageiros de serviço de transporte rodoviário de
longa distância, com uso de ônibus, em linha intermunicipal, interestadual ou internacional, por
fretamento e turismo ou de qualquer modalidade, não se aplicará a pontuação ao motorista
identificado, salvo situações regulamentadas pelo CONTRAN, como quanto ao uso de cinto de
segurança.
Ainda, não se atribui pontuação ao condutor identificado no cometimento das infrações,
conforme segue:
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• Art. 221: portar no veículo placas de identificação em desacordo com especificações e


modelos estabelecidos pelo CONTRAN;
• Art. 230, VII: conduzir o veículo com a cor ou característica alterada;
• Art. 230, XXI: conduzir veículo de carga, com falta de inscrição de tara e demais previs-
tas no CTB;
• Art. 232: conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório referidos neste
Código;
• Art. 233: deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de trinta dias, junto ao órgão
executivo de trânsito, nas hipóteses do art. 123;
• Art. 240: deixar o responsável de promover a baixa do registro de veículo irrecuperável
ou definitivamente desmontado;
• Art. 241: deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de habilitação do
condutor;
• Puníveis de forma específica com suspensão do direito de dirigir.

Ao órgão com circunscrição sobre a via onde ocorrer a infração cabe a imposição e arre-
cadação das multas. As multas de infração cometida em Unidade da Federação diversa da do
licenciamento serão arrecadas e compensadas na forma estabelecida pelo CONTRAN.
Quando o veículo for registrado em Unidade da Federação distinta daquela em que se co-
meteu a infração, o órgão responsável por seu licenciamento poderá ser comunicado, que
providenciará a notificação, na forma estabelecida pelo CONTRAN. Para veículos licenciados
no exterior, é obrigatória a quitação antes da saída do Brasil, respeitado o princípio da recipro-
cidade, como vimos na segunda aula.
A suspensão do direito de dirigir aplicar-se-á:
Sempre que o condutor atingir, segundo os critérios de pontuação por infração, no período
de 12 meses, a seguinte contagem:
• 20 pontos, caso constem 2 ou mais infrações gravíssimas na pontuação;
• 30 pontos, caso conste 1 infração gravíssima na pontuação;
• 40 pontos, caso não conste nenhuma infração gravíssima na pontuação.

Neste caso, o prazo será de 6 meses a 1 ano. Havendo reincidência no intervalo de 12


meses, de 8 meses a 2 anos.

Exemplo: condutor atingiu 22 pontos em 12 meses, com duas infrações gravíssimas cometi-
das, suspensão no intervalo de 6 meses a 1 ano.

Por transgressões às normas do CTB, cujas infrações preveem, de forma específica, a pe-
nalidade de suspensão do direito de dirigir. Neste caso, os prazos serão:
• O prazo definido na própria tipificação;

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• De 2 meses a 8 meses, se não houver prazo definido;


• Havendo reincidência no período de 12 meses, de 8 meses a 18 meses (um ano e meio),
se a reincidência não der causa à cassação.

Exemplo: infração do art. 165 (embriaguez), suspensão por 12 meses, período definido pela
própria tipificação.
Exemplo: infração do art. 173 (corrida), suspensão de 2 a 8 meses.

A imposição da suspensão do direito de dirigir elimina a pontuação prevista, para fins de


contagem subsequente.
Condutor que exerce atividade remunerada ao veículo, quanto à suspensão por soma de
pontos, estará sujeito ao limite de 40 pontos em 12 meses, independentemente da natureza
de qualquer infração cometida. Ainda, é facultada a participação em curso preventivo de re-
ciclagem sempre que, no intervalo de 12 meses, atingir 30 pontos, conforme regulamentação
do CONTRAN. Concluído o curso de reciclagem, o condutor terá eliminados os pontos, para
fins de contagem subsequente. O motorista que realizar o curso não poderá optar por outro no
período de 12 meses.
O processo de suspensão do direito de dirigir com relação a infrações que prevejam, de
forma específica, essa penalidade será instaurado concomitantemente ao processo de aplica-
ção da penalidade de multa, sendo, ambos, de competência do órgão autuador (o responsável
por aplicar a multa).
O condutor que tenha sido notificado da penalidade de suspensão do direito de dirigir e
seja flagrado dirigindo veículo automotor está sujeito à infração do art. 162, II (dirigir com a ha-
bilitação cassada ou suspensa). Essa hipótese é prevista no caso de o condutor não entregar
a habilitação ao órgão de trânsito, mesmo assim, a penalidade será considerada vigente para
todos os efeitos.
Pessoa Jurídica concessionária ou permissionária de serviço público tem o direito de ser
informada sobre a pontuação por multa de seus motoristas que exerçam atividade remunera-
da, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
A cassação da habilitação ocorrerá:
• Quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer veículo.
• No caso de reincidências, no prazo de 12 meses, das infrações:
− Art. 162, III: Dirigir veículo com a habilitação de categoria diferente da do veículo;
− Art. 163: Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições do art. 162;
− Art. 164: Permitir que pessoa nas condições do art. 162 tome posse do veículo e
passe a conduzi-lo;
− Art. 165: Dirigir sob a influência de álcool ou outra substância psicoativa que deter-
mine dependência;
− Art. 173: Disputar corrida;

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− Art. 174: Promover, na via, competições, eventos, exibição e demonstração de perícia,


ou deles participar, como condutor, sem permissão da autoridade com circunscrição;
− Art. 175: Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra perigosa, mediante
arrancada, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus.

Ainda, caberá a cassação da habilitação quando condenado, o condutor, por crime


de trânsito.
Após o intervalo de 2 anos de cassação da habilitação, poderá ser requerida a reabilitação,
sendo necessária a realização de todos os exames necessários à habilitação.
Caso a habilitação seja expedida de maneira irregular, a autoridade promoverá seu
cancelamento.
É assegurada, tanto para a cassação quanto para a suspensão do direito de dirigir, a ampla
defesa no processo administrativo interposto pela autoridade. As penalidades serão aplicadas
por decisão fundamentada da autoridade.
Quando o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, devem ser aplicadas,
cumulativamente, as respectivas penalidade.
A advertência por escrito deverá ser imposta à infração de natureza leve ou média, pas-
sível de multa, caso o infrator não tenha cometido nenhuma outra infração nos últimos 12
meses. (Atualizado pela Lei n. 14.071/20).

A Lei n. 14.071/20 tornou a aplicação da advertência por escrito em ato vinculado, ou seja, não
cabe mais à autoridade decidir se aplica a advertência ou a multa. O condutor cumpriu todos
os requisitos, recebe a advertência de maneira automática.

O infrator será submetido a curso de reciclagem:


• pela suspensão do direito de dirigir;
• quando se envolver em acidente grave para o qual haja contribuído independentemente
de processo judicial;
• quando condenado judicialmente por delito de trânsito;
• a qualquer tempo, se constatado que o condutor coloca em risco a segurança do trânsito;

Fica criado o Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), administrado pelo órgão
máximo executivo de trânsito da União (DENATRAN), com a finalidade de cadastrar condutores
que não cometeram infração de trânsito sujeita à pontuação nos últimos 12 meses, conforme
regulamentação do CONTRAN.
O cadastro junto ao RNPC será mediante autorização prévia e expressa do potencial
cadastrado.
O RNPC será atualizado mensalmente e as anotações de informações independem de au-
torização e comunicação ao cadastrado.

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Será excluído o cadastrado:


• mediante solicitação;
• quando for atribuída pontuação ao cadastrado;
• quando for suspenso o direito de dirigir do cadastrado;
• quando a CNH do cadastrado for cassada ou estiver vencida há mais de 30 dias;
• quando o cadastrado estiver cumprindo pena privativa de liberdade.

A consulta ao RNPC é garantida a todos os cidadãos, nos termos da regulamentação do


CONTRAN e a União, os Estados, o DF e os Municípios poderão utilizar o RNPC para conceder
benefícios fiscais ou tarifários aos condutores cadastrados, na forma da legislação específica
de cada ente federativo.

Medidas Administrativas
A autoridade ou seus agentes, dentro de suas competências e circunscrição, deverão ado-
tar as seguintes medidas administrativas:
• retenção do veículo;
• remoção do veículo;
• recolhimento da CNH/PPD;
• recolhimento do Certificado de Registro;
• recolhimento do CLA (CRLV);
• transbordo do excesso de carga;
• realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecente
ou que determine dependência física ou psíquica;
• recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio das
vias (a restituição do animal ocorrerá somente mediante pagamento de multas e encar-
gos devidos);
• realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prática de
• primeiros socorros e de direção veicular.

Veja que agora, diferente das penalidades, os agentes também podem aplicar as medidas
quando forem competentes para tanto. As medidas administrativas não dispensam a aplica-
ção das penalidades e têm caráter complementar a estas.
Estamos no art. 269 e o § 3º tem uma informação interessante: são documentos de ha-
bilitação a CNH e a PPD. Então fique ligado, porque, aparentemente, esse parágrafo esque-
ceu da ACC.
Aos animais soltos na via que sejam recolhidos aplica-se, no que couber, as regras relati-
vas à remoção e ao leilão de veículos.
Quando se tratar de documento digital, as medidas relativas ao seu recolhimento, seja qual
for, serão realizadas mediante registro no RENACH ou RENAVAM, conforme o caso, na forma
estabelecida pelo CONTRAN. (Incluído pela Lei n. 14.071/20).
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DICA!
Uma dica sobre as medidas administrativas: com exceção do
transbordo, todas as outras começam com RE.

Fecho a primeira parte deste tópico copiando o § 1º do art. 269:

Art. 269, § 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas e coercitivas


adotadas pelas autoridades e seus agentes terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à inco-
lumidade física da pessoa.

O veículo será retido nos casos previstos no CTB, quando a irregularidade puder ser sanada
no local da infração. Este será liberado assim que regularizado o problema.
Não sendo sanável no local, o veículo que tenha condições de segurança para circular po-
derá ser liberado e entregue a condutor habilitado, com recolhimento do CLA (CRLV), mediante
entrega de recibo e prazo razoável para regularização, não superior a 30 dias. O condutor será
considerado notificado para tal finalidade na ocasião do fato. (Alterado pela Lei n. 14.071/20).
Assim que o condutor apresentar à autoridade o veículo regularizado, o documento será
devolvido. Se não for feita a regularização no prazo, será incluída restrição administrativa no
RENAVAM por órgão executivo de trânsito do Estado/DF, que só será retirada quando compro-
vada a regularização, estando, ainda, passível de remoção, o veículo não regularizado.
A retenção também poderá não ser imediata, a critério do agente, nos casos de veículos
de transporte coletivo transportando passageiros, produtos perigosos ou perecíveis e que te-
nham condições de segurança.
Quando for aplicada a retenção para apresentação de condutor habilitado, não compa-
recendo este, o veículo será removido ao depósito (este é o § 4º do art. 270, algumas vezes
mencionado no capítulo sobre infrações). Também será aplicada a remoção quando o veículo
não apresentar as condições de segurança necessárias ao recolhimento do CRLV.
O veículo será removido nos casos previstos no CTB, para depósito fixado pelo órgão com
circunscrição sobre a via. Os serviços de remoção, depósito e guarda do veículo poderão ser
realizados diretamente pelo órgão ou por particular contratado mediante licitação. Cabe ao
proprietário do veículo o pagamento dos custos desse serviço.
O veículo somente será restituído após o pagamento das multas, taxas e despesas de re-
moção e estada e outros encargos previstos. E o proprietário ou condutor deverá ser notifica-
do, no ato da remoção, sobre as providências necessárias à sua restituição.
A liberação também está condicionada ao reparo de equipamento obrigatório que não es-
teja em perfeito estado de funcionamento. Admite-se que o veículo seja liberado para reparo
com prazo definido e na forma transportada (no guincho).
Caso o proprietário ou condutor não esteja presente no momento da remoção, a autori-
dade deverá expedir notificação ao proprietário por meio postal ou tecnológico que assegure

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sua ciência no prazo de 10 dias. Não obtendo sucesso, admite-se notificação por edital. A no-
tificação devolvida por endereço desatualizado ou recusa será considerada recebida. Por fim,
veículos licenciados no exterior serão notificados por edital.
Para o pagamento de despesas de remoção e estada, será contabilizado o número de dias
que o veículo permanecer no depósito, limitado a 6 meses ao todo. Se o serviço for prestado
por particular, o pagamento poderá ser feito diretamente ao contratado, ainda assim, o respec-
tivo ente da federão pode estabelecer cobrança de taxa instituída em lei.
Se o proprietário de veículo removido comprovar administrativa ou judicialmente remoção
indevida ou abuso no período em depósito, deverá haver ressarcimento das quantias pagas.
Não caberá remoção nos casos em que a irregularidade for sanada no local. (Alterada pela
Lei n. 14.071/20)
O recolhimento da CNH ou PPD ocorrerá mediante recibo nos casos previstos no CTB e
quando houver suspeita de adulteração ou falsificação.
O recolhimento do CRV ocorrerá mediante recibo nos casos previstos no CTB, quando hou-
ver suspeita de adulteração ou falsificação e quando não for transferida sua propriedade no
prazo de 30 dias, após sua alienação (venda).
O recolhimento do CLA ocorrerá mediante recibo, além dos casos previstos no CTB, quan-
do houver suspeita de adulteração ou falsificação, se o licenciamento estiver vencido e, como
vimos antes nesta aula, quando, na retenção do veículo, a irregularidade não puder ser sana-
da no local.
O transbordo da carga com peso excedente é condição necessária para prosseguir via-
gem. Será efetuado às expensas do proprietário do veículo, sem prejuízo da multa e quando
não for possível fazê-lo, o veículo será recolhido ao depósito, sendo liberado após regulariza-
ção completa, inclusive financeira (como também já vimos).
Mudando um pouco de assunto, mas, ainda, dentro das medidas administrativas, qualquer
concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar (ar dos pulmões) sujeita o
condutor às penalidade do art. 165. As margens de tolerância serão definidas pelo CONTRAN
quando houver apuração com uso de aparelho medidor.
O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fis-
calização poderá ser submetido a teste, exame, perícia ou outro procedimento que, por meios
técnicos ou científicos, permita certificar influência de álcool ou substância psicoativa que
determine dependência.
Admite-se a prova testemunhal, imagem, vídeo, constatação ou qualquer outro meio de
prova admitido em direito.
À recusa em submeter-se a qualquer dos procedimentos previstos aplica-se a infração do
art. 165-A.
Por fim, encerrando as medidas administrativas, temos duas abordagens que não estão
entre as previstas no art. 269, mas estão aqui.

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Veículo que se evadir da fiscalização relativa à pesagem obrigatória, além da aplicação do


art. 209 das infrações, será obrigado a retornar ao ponto de evasão.
Em caso de acidente com vítima, evolvendo veículo equipado com registrador instantâneo
de velocidade e tempo (cronotacógrafo), somente o perito oficial poderá retirar o disco ou a
unidade armazenadora do registro.
A seguir temos uma atualização recente, uma lei de 2019 incluiu o artigo 278-A ao CTB.
Acredito que o artigo não foi colocado no local certo, o ideal seria estar no capítulo referente
aos crimes, pois não há qualquer medida administrativa aqui, mas vamos em frente.
O artigo 278-A prevê que o condutor que use um veículo para cometer crime de recepta-
ção, descaminho ou contrabando (previstos no Código Penal) e seja condenado por decisão
transitada em julgado (sem direito a recurso) terá o documento de habilitação cassado ou será
proibido de obter a habilitação por prazo de 5 anos. O condutor que requeira a reabilitação de-
verá se submeter a todos os exames necessários à habilitação, na forma do CTB.
Caso o condutor seja preso em flagrante na prática desses crimes, o juiz poderá, a qual-
quer tempo da investigação ou ação penal, havendo necessidade de garantir a ordem pública,
como medida cautelar, de ofício (iniciativa própria) ou a requerimento do Ministério Público ou
representação da autoridade Policial, decretar a suspensão da habilitação (CNH ou PPD) ou a
proibição da obtenção, em decisão motivada.

Processo Administrativo
O processo administrativo ocorrerá para julgar as autuações e penalidades. Vamos adiante.
Ocorrendo infração prevista na legislação, deverá ser preenchido auto de infração,
constando:
• tipificação da infração;
• local, data e hora do cometimento;
• caracteres da placa de identificação, marca e espécie e outros elementos julgados ne-
cessários à identificação;
• prontuário do condutor, sempre que possível;
• identificação do órgão e da autoridade ou agente autuador ou equipamento;
• assinatura do infrator, sempre que possível.

A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente, por meio de
aparelho ou equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnológico
disponível. Aqui o legislador quis dizer que o agente ou a autoridade deve ver e confirmar a
infração sendo cometida, ou o equipamento deve registrar o fato.
Quando não for possível a autuação em flagrante (com abordagem do infrator), o agen-
te relatará o fato observado à autoridade no auto de infração para aplicação das penalida-
des cabíveis.

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O agente da autoridade competente para lavrar o auto poderá ser servidor civil, estatutário
ou celetista ou, ainda, Policial militar designado pela autoridade de trânsito, no âmbito de sua
competência.
A autoridade de trânsito julgará a consistência do auto de infração e aplicará a penalidade
cabível, no âmbito de sua circunscrição.
O auto será julgado insubsistente e arquivado:
• se considerado inconsistente ou irregular;
• se, no prazo máximo de 30 dias, não for expedida a notificação da autuação.

A seguir começaremos a tratar do julgamento das autuações e penalidades, entre os art. 281
a 290. Cabe destacar que tivemos diversas alterações pela Lei n. 14.071/20, inclusão de ma-
neira expressa da defesa prévia, estabelecimento de prazos para julgamento de recursos e mu-
danças para adequação do fato do CONTRAN não julgar mais recursos em segunda instância.
Na notificação de autuação e no auto de infração, quando este valer como notificação,
deverá constar o prazo para apresentação de defesa prévia, que não será inferior a 30 dias,
contados da data de expedição da notificação. (Incluído pela Lei n. 14.071/20)
Indeferida a defesa prévia, ou não apresentada no prazo, será aplicada a penalidade e ex-
pedida da notificação (de penalidade) ao proprietário ou ao infrator, no prazo máximo de 180
dias do cometimento da infração, por remessa postal ou qualquer outro meio tecnológico hábil
que assegure a ciência da imposição da penalidade. (Alterado pela Lei n. 14.071/20)
Caso apresentada a defesa prévia em tempo hábil, o prazo para aplicação da penalidade e
expedição da notificação será de 360 dias. (Incluído pela Lei n. 14.071/20)
O descumprimento de qualquer um dos prazos acima implicará a decadência do direito de
aplicar a penalidade. (Incluído pela Lei n. 14.071/20)
A notificação devolvida por desatualização de endereço será considerada válida.
A notificação a pessoal de missões diplomáticas, consulares e organismos internacio-
nais será remetida ao Ministério das Relações Exteriores para as providências e cobrança, no
caso de multa.
Sempre que a penalidade de multa for imposta ao condutor, ainda assim, o proprietário
deverá ser notificado, pois este é o responsável pelo pagamento.
A notificação (de penalidade) conterá data do fim do prazo para recurso não inferior a
30 dias. No caso de penalidade multa, a data será a mesma para o vencimento do pagamen-
to do valor.
O órgão autuador do SNT deverá oferecer ao proprietário ou ao condutor autuado a opção
de notificação por meio eletrônico, na forma definida pelo CONTRAN. Caso o usuário opte por
este meio, será considerado notificado 30 dias após a inclusão da informação no sistema ele-
trônico. (Alterado pela Lei n. 14.071/20).
O proprietário e o condutor autuado deverão manter seus respectivos cadastros atualiza-
dos no órgão executivo de trânsito de registro.

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CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
Medidas Administrativas, Penalidades e Crimes
Estêvão Gonçalo

O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do vencimento em 80% do seu valor
(20% de desconto).
Se o infrator optar pelo sistema de notificação eletrônica e decidir não apresentar defesa
prévia ou recurso, reconhecendo o cometimento da infração, poderá efetuar o pagamento de
60% do valor, em qualquer fase do processo, até o vencimento da multa (40% de desconto).
(Incluído pela Lei n. 14.071/20).
O pagamento da multa não implica renúncia ao questionamento administrativo, respeitada
a opção pelo desconto do sistema de notificação eletrônica.
A multa não paga até o vencimento, após a instância administrativa, será acrescida de
juros de mora equivalentes à taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) para
títulos federais acumulada mensalmente (do mês subsequente ao da consolidação até o mês
anterior ao pagamento) e de 1% relativamente ao mês em que o pagamento for efetuado. Não
incidirá cobrança moratória nem qualquer restrição, inclusive para licenciamento e transferên-
cia, enquanto não for encerrada a instância administrativa de julgamento.
O Sistema de Notificação Eletrônico deverá disponibilizar, na mesma plataforma, campo
destinado à apresentação de defesa prévia e de recurso, quando o condutor não reconhe-
cer o cometimento da infração, na forma regulamentada pelo CONTRAN. (Incluído pela Lei n.
14.071/20).
Os recursos interpostos perante a autoridade serão encaminhados à JARI, que deve jul-
gá-los em até 30 dias. A autoridade deve remetê-los dentro de 10 dias úteis e, se o entender
intempestivo, assinalará o fato no despacho de encaminhamento à Junta.
O recurso não terá efeito suspensivo. A autoridade poderá, contudo, conceder o efeito
suspensivo ao recurso que não seja julgado dentro do prazo, de ofício ou por solicitação do
recorrente.
Não serão exigidos, para efeito de admissibilidade, tanto na apresentação da defesa prévia
quanto do recurso, documentos ou cópias de documentos emitidos pelo próprio órgão autua-
dor. (Incluído pela Lei n. 14.071/20)
O recurso poderá ser interposto, no prazo legal, sem o recolhimento do seu valor. No caso
de não provimento do recurso, aplica-se a regra acerca da mora que mencionei anteriormente.
Agora, se o infrator pagar a multa antes, apresentar recurso e a penalidade for julgada impro-
cedente, a importância paga deverá ser devolvida, atualizada por índice legal de correção.
Se a infração for cometida em local diferente do licenciamento do veículo, o recurso pode-
rá ser apresentado junto ao órgão de trânsito de domicílio. A autoridade que receber o recurso
deverá remetê-lo à que impôs a penalidade, acompanhado das cópias dos prontuários que
forem necessários.
Das decisões da JARI cabe recurso no prazo de 30 dias da publicação ou notificação da
decisão e este deverá ser julgado no prazo de iguais 30 dias. O recurso poderá ser interposto

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CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
Medidas Administrativas, Penalidades e Crimes
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pelo responsável pela infração no caso de não provimento e pela autoridade que impôs a pe-
nalidade no caso de provimento.
O recurso será apreciado por:
• Na penalidade imposta por órgão da união: por colegiado especial integrado pelo Coor-
denador-Geral da JARI, pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por mais um
Presidente de Junta. Quando houver apenas uma Junta, por seus membros. (Alterado
pela Lei n. 14.071/20);
• Na penalidade imposta por órgão estadual, municipal ou do DF: pelos CETRAN e CON-
TRANDIFE, respectivamente.

É encerrada a instância administrativa mediante o julgamento da segunda instância de


recurso; a não interposição do recurso no prazo legal; ou o pagamento da multa, com reco-
nhecimento da infração e requerimento de encerramento do processo, sem apresentação de
defesa ou recurso.
Esgotados os recursos, as penalidades serão cadastradas no RENACH.
Jovem, encerro aqui a parte do processo administrativo, que é um pouco morosa, mas já
estamos quase encerrando nossa aula, falta pouco.

Crimes de Trânsito
Chegamos ao capítulo que trata sobre os crimes. De fato, é o assunto comumente mais
cobrado em provas de carreiras policiais, mas cuidado, pois todo o CTB é importante, principal-
mente quando a maior parte itens da sua prova é só sobre esse tema. O capítulo é dividido em
duas seções, a primeira com disposições gerais e processuais e a segunda tratando sobre os
crimes em espécie. Vamos seguir a ordem apresentada.
Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, aplicam-se as normas gerais
do Código Penal e do Processo Penal, se o CTB não dispuser de modo diverso, bem como a Lei
n. 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais), no que couber.
Aplicam-se, aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa, os arts. 74, 76 e 88 da Lei n.
9.099/1995 (já, já vou falar mais sobre isso), exceto se o agente estiver:
• sob influência de álcool ou substância psicoativa que determine dependência;
• participando, em via pública, de corrida, disputa, competição ou exibição e demonstração
de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;
• transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h.

Nessas hipóteses, a ação é pública incondicionada, ou seja, não depende de que o ofendi-
do represente contra o agente, será instaurado inquérito.
O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes do art. 59 do Código Penal, dando especial
atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias do crime.

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Medidas Administrativas, Penalidades e Crimes
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Brevemente, sobre os artigos da Lei n. 9.099/1995 que são mencionados, o art. 74 trata da
composição dos danos civis pelo juiz. O art. 76 trata da proposição, pelo Ministério Público,
da aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas. Já o art. 88 informa que ações
penais relativas a lesões corporais leves e lesões culposas dependem de representação. E
lembre-se de que, para os demais crimes que forem de menor potencial ofensivo, a Lei n. 9.099
é aplicada normalmente.
A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir pode ser
imposta isolada ou cumulativamente. Estas terão duração de 2 meses a 5 anos.
Essa suspensão é de caráter penal, diferente da suspensão administrativa, que ocorre em
caso de multas. Quando se tratar de crime de trânsito, a aplicação será pelo Juiz em decorrên-
cia de condenação ou como medida cautelar, não há que se falar de autoridade de trânsito. O
mesmo vale para a proibição, que impedirá o processo de habilitação.
Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autorida-
de judiciária, em 48 horas, a Permissão Para Dirigir (PPD) ou Carteira Nacional de Habilitação
(CNH). A suspensão ou proibição em pauta não se iniciará enquanto o sentenciado estiver
recolhido a estabelecimento prisional, em decorrência de condenação penal.
Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, de ofício, ou a requerimento do Mi-
nistério Público, ou representação da autoridade Policial, o juiz poderá decretar, em decisão
motivada, a suspensão ou proibição de se habilitar como medida cautelar.
Da decisão de suspensão, medida cautelar ou do indeferimento de requerimento do Minis-
tério Público, cabe recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
A suspensão ou proibição de habilitação será comunicada pela autoridade judiciária ao
CONTRAN e ao órgão de trânsito do estado (DETRAN) do domicílio do indiciado/réu.
Se o réu for reincidente na prática de crime previsto no CTB, o juiz aplicará a penalidade
de suspensão da PPD ou CNH, sem prejuízo das demais sanções (continuamos falando da
suspensão penal, agora obrigatória em caso de reincidência).
A multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima,
ou de seus sucessores, de quantia calculada com base no § 1º do art. 49 do Código Penal
(no mínimo 10, no máximo 360 dias-multa), sempre que houver prejuízo material resultan-
te do crime.
A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo. Aplicando-se os arts. 50 a
52 do CP (principais fatos: prazo de 10 dias para ser pago, podendo ser em parcelas e suspen-
sa se sobrevém doença mental ao condenado). Por fim, na indenização civil do dano, o valor
da multa reparatória será descontado.
São fatores que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito o condutor come-
ter a infração penal:

I – com dano potencial para duas ou mais pessoas ou grande risco de grave dano patrimonial a
terceiros;

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Medidas Administrativas, Penalidades e Crimes
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II – utilizando veículos sem placas, com placas falsas ou adulteradas;


III – sem possuir PPD ou CNH;
IV – com PPD ou CNH de categoria diferente da do veículo;
V – quando a profissão exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de cargas;
VI – utilizando veículo com equipamentos ou características adulteradas que afetem sua segurança
ou seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade especificados pelo fabricante;
VII – sobre a faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.

No caso de acidente que resulte vítima, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá
fiança se o condutor prestar pronto e integral socorro àquela.
Chegamos aos crimes em espécie, vou trabalhar nos mesmos moldes das infrações, item
a item. Ao final de cada item, colocarei as jurisprudências mais recentes, se houver.
Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302).
Pena – detenção de dois a quatro anos e suspensão ou proibição de se obter PPD ou CNH.
Aumento de 1/3 à metade se o agente:

I – não possuir PPD ou CNH.


II – praticá-lo em faixa de pedestres ou calçada.
III – deixar de prestar socorro, quando possível sem risco pessoal, à vítima do acidente.
IV – no exercício de profissão ou atividade, conduzindo veículo de transporte de passageiros.

DICA!
Existem um macetinho para lembrar as majorantes, os 4P em
destaque.

Se o agente conduz veículo sob a influência de álcool ou de outra substância psicoativa


que determine dependência, a pena é reclusão de cinco a oito anos e suspensão ou proibição
de se obter PPD ou CNH.
Não há homicídio doloso no CTB. O código prevê que todo homicídio na direção do veículo,
em que seja aplicado o crime do art. 302, será culposo (existe a possibilidade de se aplicar o
homicídio do CP, art. 121, em uma situação em que o veículo é usado como arma e outra que
veremos em breve).

Tema 486 – STF (RE n. 607107). A suspensão do direito de dirigir de motorista profissio-
nal que cometa o crime do art. 302 é constitucional e não resulta em violação do direito
ao trabalho, pois não é direito absoluto.
Resp n. 1.481.023 – STJ. O homicídio culposo, pelo princípio da consunção, absorve o
crime de dirigir sob efeito de álcool ou substância psicoativa (art. 306).

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Informativo n. 537 – STJ. A majorante do exercício da profissão de transporte público de


passageiros se aplica ao motorista profissional em veículo de passageiros, mesmo que
este esteja vazio.

Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 303).


Pena – detenção de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter
PPD ou CNH.
Aumento de 1/3 à metade: em qualquer das hipóteses do § 1º do art. 302, ou seja, as mes-
mas 4P do homicídio culposo.
Se o agente conduz veículo com a capacidade psicomotora alterada em razão da influ-
ência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência e causar lesão
corporal grave ou gravíssima, a pena é reclusão de dois a cinco anos e suspensão ou proibição
de se obter PPD ou CNH.

Resp n. 1.629.107 e Resp. 1.688.517 – STJ. não se aplica o princípio da consunção entre
a lesão corporal e a embriaguez/substância psicoativa, ou seja, o crime não é absorvido,
haverá concurso de crimes. Já já vou explicar melhor isso.
Informativo n. 796 – STF. Com relação ao crime de conduzir veículo sem possuir habili-
tação, este vai ser absorvido pela lesão corporal.

Vamos lá, como vai funcionar a questão de não ser absorvido o crime do art. 306 (em-
briaguez) na lesão corporal culposa, mas ser absorvido no homicídio culposo. Acontece que
todos os julgados são anteriores à última atualização do CTB (de 2017) quanto a estes crimes.
Assim sendo, na época, a embriaguez não era nem majorante, nem qualificadora, neste caso,
caberia tanto o concurso de crimes quanto a absolvição. Entendeu o Poder Judiciário que, no
homicídio culposo o consumo de álcool foi causa necessária ao cometimento do crime, assim
sendo absorvido. Já na lesão corporal culposa, o entendimento foi contrário, que o crime do
art. 306 foi cometido assim que o condutor assumiu a direção do veículo e que a lesão corpo-
ral somente ocorreu em circunstância posterior. Ainda não houve decisão com base na legis-
lação como se encontra atualmente. O esperado é que esse posicionamento mude no caso de
lesão grave e gravíssima, em que a alteração da capacidade se torna uma qualificadora, mas
na lesão leve será preservada a possibilidade de concurso de crimes.

Fique ligado, no caso da qualificadora do crime de homicídio culposo, art. 302, conforme apa-
rece escrito, é possível concluir que a mera influência já caracteriza o crime qualificado. Já,
em se tratando da lesão corporal culposa, art. 303, para que se configure a qualificadora, é
necessário que seja comprovada a alteração da capacidade psicomotora, além, é claro, da le-
são grave ou gravíssima. Isso quer dizer que, na lesão corporal, o condutor tem que apresentar
índices que tipifiquem o crime. Se, por exemplo, o condutor soprar o etilômetro e o valor

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configurar apenas infração de trânsito, não há que se falar de lesão corporal culposa qualifica-
da, veja cada parágrafo:

Art. 302, § 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência:
Penas reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Art. 303, § 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das
outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora
alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine depen-
dência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.

Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima


ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade
pública (art. 304).
Pena – detenção de seis meses a um ano ou multa, se o fato não constituir elemento
mais grave.
Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que sua omissão seja
suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.
Este é um crime subsidiário, portanto só é punível, nesse caso, o condutor que esteja en-
volvido em acidente, mas não tenha dado causa ao acidente, pois do contrário se aplicaria, em
caso de lesão, o art. 303 ou, em caso de morte, o art. 302.
No caso do parágrafo único (texto do item 36.2), o objetivo do legislador foi evitar a inércia
“justificada” pelo condutor no caso de alguém iniciar o socorro à vítima ou se acreditar que a
vítima já está morta ou não teve qualquer lesão.
Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente para fugir à responsabilidade penal
ou civil que lhe possa ser atribuída (art. 305).
Pena – detenção de seis meses a um ano ou multa.

Informativo n. 923 do STF. Em decisão recente, foi estabelecido que esta tipificação é
constitucional e não fere o direito a não autoincriminação.

Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência


de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência (art. 306).
Pena – detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
PPD ou CNH.
As condutas serão constatadas por:

I – concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior
a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar;
II – sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo CONTRAN, alteração da capacidade psi-
comotora.

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A verificação poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia, toxicológico, exame clínico,
perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito, observado o direito à
contraprova. O CONTRAN disporá sobre a equivalência entre os distintos testes para efeito de
caracterização deste crime.

O art. 306 recebeu uma alteração muito recente: Poderá ser empregado qualquer aparelho
homologado pelo INMETRO para se determinar a alteração da capacidade por influência de
álcool ou substância psicoativa. Tal norma já está mirando um eventual drogômetro.

Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veí-


culo automotor imposta com fundamento no CTB (art. 307).
Pena – Detenção de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idên-
tico prazo de suspensão ou de proibição.
Nas mesmas penas incorre o condenado que deixar de entregar, no prazo estabelecido no
§ 1º do art. 293, a PPD ou CNH.
O prazo previsto no art. 293 é aquele que mencionamos, 48 horas para entregar o docu-
mento à autoridade judiciária.

AgRg HC 443.003/RS – STJ. Tal crime somente se aplica à violação da suspensão de


âmbito penal, não sendo imputável ao condutor que seja flagrado dirigindo veículo com
a suspensão do direito de dirigir, penalidade administrativa imputada pela Autoridade de
Trânsito, segundo o art. 261.

Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou compe-


tição automobilística ou ainda exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
não autorizada, gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada (art. 308).
Pena – Detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
PPD ou CNH.
Se resultar lesão corporal de natureza grave e as circunstâncias demonstrarem que o agen-
te não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena será reclusão de 3 a 6 anos,
sem prejuízo das outras penas previstas.
Se resultar morte e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado
nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena é de reclusão de 5 a 10 anos, sem prejuízo das ou-
tras penas previstas.
Muita atenção, as qualificadoras apenas se aplicam se a conduta do agente foi culposa.

Informativo n. 645 do STF. Cabe a aplicação deste crime em concurso com o homicídio
do Código Penal (art. 121), quando caracterizado o dolo eventual.

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Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida PPD ou CNH ou, ainda, se cassado
o direito de dirigir, gerando perigo de dano (art.309).
Pena – detenção de seis meses a um ano ou multa.
Lembre-se de que é pré-requisito que haja perigo de dano concreto, como direção perigosa,
ameaçando veículos ou pedestres, pela contramão etc., ou dano de fato, se não for condição
em que este é absorvido, por exemplo, dano material contra patrimônio privado ou público.
Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com a ha-
bilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde fí-
sica ou mental ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança (art. 310).
Pena – Detenção de seis meses a um ano, ou multa.
Apesar de estreita correlação com as infrações administrativas relativas a entregar, confiar
e permitir (art. 163, 164 e 166), que estudamos na última aula, aqui nem todas as mesmas con-
dutas estão abarcadas. Ficam de fora os casos em que há categoria diferente da do veículo,
habilitação vencida há mais de 30 dias e sem usar lentes corretoras ou adaptação necessária
à condução de veículo.

Súmula n. 575 do STJ. É crime de perigo abstrato, independe de dano.

Diferentemente da tipificação anterior, aqui não é necessário gerar perigo de dano concre-
to, a mera conduta consuma o fato. Faz sentido quando você observa que entregar veículo a
pessoa nas condições do art. 306, que é de perigo abstrato, está tipificado nesse artigo.
Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hos-
pitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos ou onde
haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano (art. 311).
Pena – Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Veja que não há necessidade de medição da velocidade, basta que esta seja incompatível,
comprometendo a segurança. Também é necessário o perigo de dano presente.
Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência do
respectivo procedimento Policial preparatório, inquérito ou processo penal, o estado de lugar,
de coisa ou pessoa, a fim de induzir a erro o agente Policial, perito ou juiz (art. 312).
Pena – Detenção de seis meses a um ano ou multa.
No Código Penal existe a Fraude Processual, aqui no CTB está tipificada a fraude proces-
sual no âmbito do trânsito. A conduta deve ter o dolo (conduta intencional) de enganar algum
dos agentes mencionados e está tipificada mesmo antes da chegada de qualquer autoridade
Policial no local de acidente.
Encerramos os crimes em espécie, são 9 tipos penais no CTB.
Fecharemos o capítulo tratando das penas restritivas de direito.

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Para os crimes relacionados no CTB, quando o juiz aplicar a substituição de pena privativa
de liberdade por restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviços à comunidade
ou a entidades públicas, em uma das seguintes:

I – trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras uni-
dades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito.
II – trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais públicos que recebem vítimas de acidente
de trânsito e politraumatizados.
III – trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de trânsito.
IV – outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas
de acidentes de trânsito.

O objetivo do legislador foi colocar o infrator penal mais próximo da realidade das pesso-
as que se envolvem em acidentes com vítimas, com o objetivo de ajudar a produzir a cons-
cientização.
A Lei n. 14.071/20 incluiu ao CTB o art. 312-B, estabelecendo que, nos crimes qualificados
dos artigos 302 e 303 (homicídio culposo sob influência e lesão corporal culposa grave ou
gravíssima, com alteração da capacidade, respectivamente), não se aplica o disposto no inciso
I do caput do art. 44 do Código Penal. Isso quer dizer que as penas restritivas de direito não
substituem as privativas de liberdade no caso em pauta.

Disposições Finais
Chegamos ao último capítulo do CTB, são um pouco mais de 25 artigos. O capítulo com-
pleto envolve, também, as disposições transitórias, mas não vou abordá-las, pois, do ano de
vigência do CTB, 1997, até hoje, todas as disposições transitórias já produziram seus efeitos
e não têm mais efetividade.
Então vou explicitar apenas as disposições finais conforme forem surgindo.
Os valores de multas presentes no CTB poderão ser corrigidos monetariamente pelo CON-
TRAN, respeitado o limite de variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) no exercício anterior.
Esta foi uma norma inserida em 2016, juntamente com a atualização dos valores das mul-
tas que vimos antes, deixando de ser feita a cobrança em UFIRs e aplicando-se valores em
unidade de moeda circulante.
Os valores atualizados serão divulgados sempre com no mínimo 90 dias de antecedência
de sua aplicação.
A receita arrecadada com a cobrança de multas será aplicada, exclusivamente, em sina-
lização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.
O percentual de 5% do valor das multas de trânsito arrecadadas será depositado, mensal-
mente, na conta de fundo de âmbito nacional destinado à segurança e educação de trânsito
(FUNSET). O DENATRAN é responsável pela administração desse fundo.

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O órgão responsável deverá publicar, anualmente, na rede mundial de computadores, da-


dos sobre a receita arrecadadas com multas e sua destinação.
Os órgãos do SNT poderão integrar-se para a ampliação e o aprimoramento da fiscalização
de trânsito, inclusive por meio do compartilhamento da receita arrecadada com multas.
Os documentos relativos à habilitação, ao registro e ao licenciamento de veículos e autos
de infração deverão ser armazenados por, no mínimo, 5 anos pelos órgãos. Admitem-se ar-
quivamento e armazenamento digital, desde que garantida sua autenticidade e fidedignidade,
confiabilidade e segurança das informações, sendo dispensada, nesse caso, a sua guarda fí-
sica. Os documentos em versão digital deverão ter certificação digital com validade jurídica
ICP-Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas).
A Semana Nacional de Trânsito será comemorada anualmente no período entre 18 e 25
de setembro.
O art. 326-A do CTB entrou em vigor recentemente. Nele está previsto que a atuação dos
integrantes do SNT em relação à segurança no trânsito deverá se voltar ao cumprimento de
metas anuais de redução de índice de mortos por grupo de veículos e de habitantes, apurados
por Estado. Os dados e ações serão detalhados por vias federais, estaduais e municipais.
Ao final do prazo de dez anos, ou seja, ao final de 2028, o objetivo ter reduzido pela metade
o índice de mortos por veículo e por habitante, com base nos dados do ano de 2018. As deci-
sões que definirem as metas anuais estabelecerão margens de tolerância.
As metas serão fixadas pelo CONTRAN para cada unidade da Federação mediante propos-
tas dos CETRAN, CONTRANDIFE e DPRF. Estas serão submetidas após ouvida a sociedade em
consulta ou audiência pública.
As propostas serão encaminhadas ao CONTRAN até o dia 1º de agosto acompanhadas de
relatório analítico. As metas fixadas serão divulgadas em setembro, durante a Semana Nacio-
nal de Trânsito, assim como o desempenho de cada UF (absoluto e relativo). Também serão
divulgadas classificações ordenadas das Unidades da Federação e suas evoluções e relatório
sobre o cumprimento do objetivo.
O CONTRAN definirá as fórmulas para apuração dos índices e metodologia de coleta e tra-
tamento de dados, ouvidos os órgãos do SNT. Os dados coletados serão tratados e consolida-
dos pelo respectivo órgão executivo de trânsito do Estado/DF e repassados ao órgão máximo
executivo de trânsito da União (DENATRAN).
Dentre os dados consolidados pelo órgão executivo de trânsito no âmbito das circuns-
crições, serão considerados, inclusive, os coletados pela PRF, pelo órgão rodoviário da União,
pela Polícia militar, pelo órgão rodoviário do Estado/DF, pelos órgãos rodoviário e de trânsito
dos Municípios.
Os índices serão calculados pelo DENATRAN para cada UF. Índices parciais poderão ser
usados pelos CETRAN, CONTRANDIFE e CONTRAN para recomendar aos integrantes do SNT
alterações nas ações, nos projetos e programas em desenvolvimento, com o objetivo de atingir
as metas fixadas.
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O CONTRAN elaborará e divulgará, também durante a Semana Nacional de Trânsito, duas


classificações ordenadas dos Estados/DF, uma referente ao ano e a outra considerando a evo-
lução do desempenho, assim como relatório a respeito do cumprimento das metas.
Seguindo, o veículo removido a qualquer título e não reclamado pelo proprietário dentro de
60 dias será avaliado e levado a leilão, preferencialmente eletrônico.
O veículo poderá ser classificado em conservado, quando apresentar condições de segu-
rança para trafegar, ou sucata, quando não apresentar essas condições.
Quando não houver oferta igual ou superior ao valor da avaliação, no leilão seguinte o ve-
ículo será arrematado pelo maior lance, desde que por valor não inferior a 50% da avaliação.
O veículo que for levado a leilão duas vezes e não for arrematado será leiloado como sucata.
É vedado o retorno à circulação de veículo leiloado como sucata.
Os valores arrecadados em leilão serão utilizados para custeio do leilão, dividindo-se o
custo entre os veículos arrematados de maneira proporcional, em seguida, nesta ordem: para
as despesas com remoção e estada, os tributos vinculados ao veículo, os credores trabalhis-
tas, tributários e de crédito, as multas devidas ao órgão responsável pelo leilão, as demais
multas conforme a cronologia e os demais créditos conforme a preferência legal.
Valores não quitados de débitos serão informados aos credores. Se quitados os débitos,
ainda houver saldo remanescente, o valor será depositado em conta do órgão responsável
pelo leilão e ficará à disposição do proprietário, que deverá ser notificado em, no máximo, 30
dias. O valor deverá ser reclamado no prazo de 5 anos, do contrário, será transferido em defini-
tivo para o fundo da arrecadação de multas.
Após o leilão, os débitos restantes ficam desvinculados do veículo. Se o dono anterior
reouver o veículo de qualquer forma, os débitos voltam a ser vinculados.
Se houver restrição Policial ou judicial sobre o veículo removido, a autoridade será notifica-
da para a retirada do bem do depósito, mediante quitação das despesas de remoção e estada
ou autorização do leilão. Se não houver manifestação da autoridade dentro de 60 dias, o órgão
de trânsito pode promover o leilão.
Os veículos, sucatas, materiais inservíveis que estiverem no depósito há mais de 1 ano
poderão ser destinados à reciclagem, independente de restrições. Os veículos irrecuperáveis
queimados, adulterados, estrangeiros e os sem possibilidade de regularização, respeitado o
prazo mínimo de 60 dias, também serão destinados à reciclagem quando a autoridade julgar
essa medida apropriada. A venda será realizada por lote de tonelagem, condicionando-se a
entrega do material à completa descaracterização do bem e a destinação à reciclagem side-
rúrgica, vedado aproveitamento de peças.
Os condutores profissionais de veículos de transporte individual ou coletivo de passagei-
ros de linhas regulares e de escolares deverão, para exercer a atividade, apresentar certidão
negativa criminal relativa a homicídio, roubo, estupro e corrupção de menores, renovável a
cada cinco anos.

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Os estabelecimentos onde se executem reformas ou recuperação de veículos e que com-


prem, vendam ou desmontem veículos são obrigados a possuir livro de registro de seu movi-
mento de entrada e saída e de uso de placas de experiência, conforme os modelos aprovados e
rubricados pelos órgãos de trânsito. Os livros poderão ser substituídos por sistema eletrônico,
na forma regulada pelo CONTRAN.
Os livros terão suas páginas numeradas e todas as folhas autenticadas pelo órgão de
trânsito, contendo data de entrada do veículo, nome, endereço e identidade do proprietário ou
vendedor e do comprador, data da saída ou baixa, no caso de desmontagem, características do
veículo que constem no seu certificado de registro e número da placa de experiência.
A entrada e a saída do veículo terão data e hora registradas. As autoridades de trânsito e
policiais terão acesso ao livro sempre que solicitarem, não podendo retirá-los do estabeleci-
mento. A falta de escrituração dos livros, atraso, fraude e recusa em exibi-los serão punidas
com a multa prevista para as infrações gravíssimas, independente de demais sanções legais.
Os componentes do SNT proporcionarão aos membros do CONTRAN, CETRAN e CON-
TRANDIFE, em serviço, facilidades para o cumprimento de sua missão, fornecendo informa-
ções, permitindo a inspeção de serviços e atendendo às requisições.
Os CETRAN terão suporte técnico e financeiro dos Estados e Municípios que os compõem
e o CONTRANDIFE, do Distrito Federal.
As montadoras, encarroçadoras, os importadores e fabricantes, ao comerciarem veículos
automotores de qualquer categoria, são obrigados a fornecer manual contendo as normas de
circulação, infrações, penalidades, direção defensiva, primeiros socorros e Anexos do CTB.
Chegamos ao fim das nossas aulas de Código de Trânsito! Vencemos alguns longos tre-
chos burocráticos, outros mais interessantes, mas todos são bem importantes, então fique
sempre ligado.
A seguir, vamos dar continuidade com os resumos e algumas questões!

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RESUMO
PENALIDADES

TIPO APLICAÇÃO

Infração média e leve, de maneira automática, não tendo sido


Advertência cometida outra infração nos últimos 12 meses.

Infração gravíssima: 7 pontos e R$ 293,47.


Multa Infração grave: 5 pontos e R$ 195, 47. Infração média: 4 pontos e R$
130,16. Infração leve: 3 pontos e R$ 88,38.

Atingindo 40 pontos sem infração gravíssima,


Atingindo 30 pontos com 1 infração gravíssima,
Atingindo 20 pontos com 2 infrações gravíssimas:
Suspensão 6 meses a 1 ano.
Reincidência, 8 meses a 2 anos.
Por multa que a cause: 2 a 8 meses. Reincidência, 8 a 18 meses.
Ou prazo definido.

Infrator conduzir veículo com habilitação suspensa. Reincidência nos


Cassação 162, III; 163; 164; 165; 173; 174 e 175. Condenação judicial.

Suspensão do direito de dirigir. Causador de acidente grave.


Frequência em Condenação judicial.
curso Condutor que coloca a segurança em risco.

MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

TIPO APLICAÇÃO

Retenção Casos previstos no CTB quando a irregularidade puder ser sanada.

Casos previstos no CTB.


Remoção Casos de retenção em que a irregularidade não puder ser sanada e
comprometerem a segurança ou não houver condutor habilitado.

Recolhimento de Casos previstos no CTB.


CNH Suspeita de fraude ou adulteração.

Casos previstos no CTB.


Recolhimento de Suspeita de fraude ou adulteração.
CRV Não transferida a propriedade no prazo de 30 dias.

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Casos previstos no CTB.


Recolhimento de Casos de retenção em que a irregularidade não puder ser sanada
CRLV e houver segurança e condutor habilitado. Suspeita de fraude ou
adulteração. Licenciamento vencido.

Transbordo Carga excedente.

Teste de
alcoolemia e Condutor que seja alvo de fiscalização.
substâncias
Recolhimento de Animais soltos nas vias e faixa de domínio.
animais
Exames de Processo de habilitação e relacionados.
aptidão

Principal condutor:
• Indicado pelo proprietário do veículo;
• Será excluído do cadastro RENAVAM:
− quando houver transferência de propriedade;
− mediante requerimento próprio ou do proprietário;
− a partir da indicação de outro principal condutor.

Pagamento de multa:
• até o vencimento: 80% do valor.
• Pelo SNE + até o vencimento + abrindo mão de recursos: 60% do valor.

Segunda instância de recurso:


• Penalidades da União: Colegiado especial. Havendo só uma JARI, pelos membros.
• Penalidades estaduais, municipais e distritais: CETRAN/CONTRANDIFE.

CRIMES

TIPOS PENAS OBS.

Aumento de 1/3 à metade:


não possuir PPD ou CNH.
Em faixa de pedestres ou calçada. Deixar
de prestar socorro, quando possível.
Detenção de 2 a 4
Art. 302. Exercício da profissão de transporte de
anos e suspensão
Homicídio passageiros.
ou proibição de
culposo. Se sob efeito de álcool ou substância
habilitação.
psicoativa:
reclusão de 5 a 8 anos e suspensão ou
proibição de habilitação.
Absorve o art. 306.

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CRIMES

Aumento de 1/3 à metade nos mesmos


casos do art. 302.
Detenção de 6 meses Se com a capacidade alterada em virtude
Art. 303. a 2 anos e suspensão de álcool ou substância psicoativa
Lesão corporal ou proibição de e causar lesão grave ou gravíssima:
culposa. habilitação. reclusão de 2 a 5 anos e suspensão ou
proibição de habilitação.
Não absorve o art. 306.

Art. 304. Detenção de 6 meses


Deixar de prestar a 1 ano ou multa
socorro se não constituir
à vítima. elemento mais grave.

Art. 305.
Afastar-se do
local do acidente Detenção de 6 meses
para fugir à a 1 ano ou multa.
responsabilidade
penal ou civil.
Art. 306. Detenção de 6
Conduzir veículo meses a 3 anos e
com capacidade multa e suspensão
psicomotora ou proibição de
alterada. habilitação.

Detenção de 6 meses
Art. 307. a 1 ano e multa e
Violar a Nas mesmas penas incorre quem: deixa
nova suspensão
suspensão ou de entregar PPD ou CNH no prazo de 48
ou proibição de
proibição de horas (art. 293, § 1º) à autoridade.
habilitação por
habilitação. igual período.

Art. 308. Se resultar lesão corporal


Participar de corrida, grave, sem dolo: reclusão de
de disputa ou de Detenção de 6 meses a 3 3 a 6 anos.
competição ou anos e multa e suspensão Se resultar morte, sem dolo:
de exibição ou de ou proibição de habilitação. reclusão de 5 a 10 anos.
demonstração de perícia Admite dolo eventual em
em manobra em via concurso com CP, art. 121.
pública e não autorizada.

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Art. 309.
Dirigir veículo sem PPD
ou CNH ou cassada a Detenção de 6 meses a 1 Necessário perigo de dano
habilitação, gerando ano ou multa. concreto.
perigo
de dano.
Art. 310.
Permitir, confiar ou
entregar direção a
pessoa não habilitada, Detenção de 6 meses a 1 Não é necessário perigo
com suspensão, cassada ano ou multa. concreto de dano.
ou sem condições físicas
ou mentais ou por
embriaguez.
Art. 311.
Trafegar em velocidade
incompatível com
a segurança nas
proximidades de escolas, Detenção de 6 meses a 1
hospitais, estações de ano ou multa.
passageiros, logradouros
estreitos ou locais com
muitas pessoas, gerando
perigo.
Art. 312.
Inovar artificiosamente Aplica-se mesmo antes de
em caso de acidente com Detenção de 6 meses a 1
se iniciar
vítima a fim de induzir ano.
qualquer procedimento.
a erro agente Policial,
perito ou juiz.

Suspensão penal ou proibição de habilitar-se: duração de 2 meses a 5 anos.


Penas alternativas:
• trabalho, aos fins de semana, em equipe de resgate a vítimas de trânsito;
• trabalho em unidade de pronto-socorro pública que recebe vítimas de trânsito e politrau-
matizados;
• trabalho em clínica de recuperação de vítimas de trânsito;
• outras atividades de resgate, atendimento e recuperação de vítimas de trânsito.

Crimes de contrabando, descaminho ou receptação usando veículo:


• Condenado: habilitação cassada ou proibida por 5 anos;
• Em flagrante: suspensão penal como medida cautelar de ofício ou a pedido devidamen-
te motivada.

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Jovem, encerro aqui o resumo, tentei focar no que mais cai de todo o conteúdo que estu-
damos. Agora vamos fazer aquela tradicional bateria de exercícios!

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) Tendo em vista que constitui infração de
trânsito a inobservância de qualquer preceito do CTB, estando o infrator sujeito às penalidades
e às medidas administrativas pertinentes, julgue os itens que se seguem, acerca das infrações
e dos crimes previstos no CTB.
Constituirá circunstância agravante da penalidade a prática dos crimes de trânsito por ocu-
pante do cargo de analista judiciário, na especialidade de segurança, quando em situação de
serviço e na condução de veículo transportando passageiros.

Existem circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito (art. 298),
sendo uma delas quando a profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte
de passageiros ou de carga. Veja que o exemplo da questão coloca justamente esse caso.
Certo.

002. (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Acerca de aspectos diversos do processo


penal brasileiro, o próximo item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva
a ser julgada.
Ana, conduzindo veículo automotor em via pública, colidiu com o veículo de Elza, que conduzia
regularmente seu automóvel. Elza sofreu lesões leves em seus braços e pernas, comprovadas
por exame pericial. Ana trafegava à velocidade de 85 km/h, quando o máximo permitido para
a via era de 40 km/h. Na delegacia de polícia, Elza fez constar na ocorrência Policial que não
desejava representar criminalmente contra Ana. Ficou demonstrado ainda, durante o inquéri-
to Policial, que Ana não conduzia o veículo sob efeito de álcool e também não participava de
corrida não autorizada pela autoridade competente. Ana foi denunciada pelo MP pelo delito de
lesão corporal culposa (art. 303 do CTB). Argumentou o representante do parquet que o delito
era de ação penal pública incondicionada, haja vista que Ana trafegava a uma velocidade su-
perior ao dobro da permitida para a via. Nessa situação, agiu acertadamente o MP ao oferecer
denúncia contra Ana com respaldo no CTB.

Esta é uma questão com interdisciplinaridade. É necessário saber que, pela Lei n. 9.099/1995,
a prática de lesão corporal leve dependerá de representação para o prosseguimento da ação
penal. Em seguida, é preciso lembrar que o CTB restringe a possibilidade de aplicação da Lei n
9.099/1995, é um rol taxativo que inclui:
• estar sob influência de álcool ou substância que determine dependência;
• participando de corrida, disputa ou competição, exibição ou demonstração de perícia
em manobra em via pública; e
• em velocidade superior à máxima permitida em 50 km/h.
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Veja que a velocidade máxima da via em questão é 40 km/h; logo, para afastar a aplicabilidade
dos juizados especiais, a velocidade deveria ser superior a 90 km/h. Assim o MP não poderia
oferecer a denúncia sem representação.
Errado.

003. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Com relação à


atividade do motorista profissional, ao cometimento de infração de trânsito por condutor habi-
litado em país estrangeiro e ao crime de trânsito advindo da conduta de dirigir sob a influência
de álcool, julgue os próximos itens.
Considere a seguinte situação hipotética.
Lauro foi autuado pelo cometimento de infração de trânsito, por dirigir sob a influência de álco-
ol, tendo sido punido com multa e suspensão do direito de dirigir por doze meses. Além disso,
foram-lhe impostas as medidas administrativas de recolhimento do documento de habilitação
e retenção do veículo. Na oportunidade, a infração foi comprovada mediante a constatação,
por agente da autoridade de trânsito, dos sinais de alteração da capacidade psicomotora, nos
termos da legislação pertinente. Ato contínuo, mediante a concordância do infrator, foi colhida
amostra para a realização de exame de sangue que, ao seu final, apresentou resultado tipifica-
dor do cometimento de crime de trânsito.
Nessa situação hipotética, se Lauro for punido com detenção pela prática de crime de trânsito,
tal punição elidirá tanto as punições quanto as medidas administrativas relacionadas à infra-
ção de trânsito.

Conforme o art. 269, § 2º, as medidas administrativas não elidem (cessam, anulam) a aplicação
de penalidades. Já o art. 256, § 1º, diz que a aplicação das penalidades não elide as punições
dos ilícitos penais (crimes). Por fim, voltando à aula anterior, o art. 161 diz que o infrator está
sujeito às penalidades, medidas administrativas e punições previstas nos crimes de trânsito.
Não há, portanto, qualquer possibilidade de se deixar de aplicar alguma das medidas previstas.
Errado.

004. (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO/2013) Com base na legislação da PRF, julgue os


itens que se seguem.
A autoridade de trânsito, na esfera de suas atribuições, poderá aplicar, quando cabível, pena-
lidade consistente na frequência obrigatória em curso de reciclagem, sem prejuízo das puni-
ções originárias de ilícitos penais decorrentes de crimes de trânsito.

Casos previstos de frequência obrigatória em curso de reciclagem (art. 268):


• quando suspenso o direito de dirigir.

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• quando o infrator houver se envolvido em acidente grave para o qual haja contribuído,
independentemente de processo judicial.
• condenado judicialmente por crime de trânsito.
• a qualquer tempo, se constatado que o condutor coloca em risco a segurança do trânsito.

E a aplicação das penalidades não causa qualquer prejuízo às punições de crimes de trânsito.
Certo.

005. (CESPE/PC-ES/DELEGADO DE POLÍCIA/2011) Em relação à legislação que instituiu o


Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens subsequentes.
É admissível a denominação de crime de trânsito para a conduta de dano cometida com dolo,
a exemplo daquele que, intencionalmente, utiliza o seu veículo para a prática de um crime.

Não existe de dano doloso no CTB. Guarde isso, mais uma vez: Não existe crime de dano do-
loso no CTB.
Errado.

006. (CESPE/PC-ES/DELEGADO DE POLÍCIA/2011) Os crimes de entregar a direção de ve-


ículo automotor a pessoa não habilitada e de falta de habilitação se aperfeiçoam com a sim-
ples conduta, sem que se exija prova da efetiva probabilidade de dano.

Atenção, aqui temos dois crimes: entregar a direção a pessoa não habilitada (art.310) e dirigir
sem habilitação (art. 309). Apenas o primeiro caso é de mera conduta, não exigindo o dano
concreto. O segundo caso, art. 309, exige que haja dano concreto para restar tipificado.
Errado.

007. (CESPE/PC-ES/DELEGADO DE POLÍCIA/2011) Considere a seguinte situação hipotética.


Cláudia, penalmente responsável, ao dirigir veículo automotor sem habilitação, em via pública,
atropelou e matou um pedestre.
Nessa situação hipotética, Cláudia responderá por homicídio culposo em concurso material
com o delito de falta de habilitação.

Não há concurso, o crime de homicídio culposo (art. 302) absorve a conduta de não possuir
habilitação como um agravante. Cláudia responderá por homicídio culposo e a pena será au-
mentada de 1/3 à metade.
Mesmo que você não se lembre disso, o concurso Material exige Mais de uma conduta; logo,
de qualquer forma, não estaria certo.
Errado.

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008. (CESPE/PC-ES/DELEGADO DE POLÍCIA/2011/ATUALIZADA) Considere a seguinte si-


tuação hipotética.
Lúcio, penalmente responsável, ao dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, deu en-
sejo ao capotamento do veículo e à morte de um dos passageiros. Logo após o acidente, Lúcio
foi conduzido à delegacia de polícia, onde se recusou a submeter-se ao teste do bafômetro.
Nessa situação hipotética, Lúcio será punido pela figura do homicídio culposo em sua forma
simples, sem a figura cumulativa da embriaguez ao volante.

O gabarito anterior era certo, mas hoje esta questão estaria incorreta. Hoje a embriaguez pode
ser verificada mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova
testemunhal ou outros meios. Logo, a mera recusa em submeter-se ao etilômetro não afasta a
tipificação da embriaguez. Assim, Lúcio seria autuado pelo crime de homicídio culposo qualifi-
cado, com pena de reclusão de 5 a 8 anos e suspensão ou proibição de habilitação.
Errado.

009. (CESPE/PC-ES/DELEGADO DE POLÍCIA/2011) No caso de réu reincidente em crime de


trânsito, é obrigatório que o magistrado, ao julgar a nova infração, fixe a pena prevista no tipo,
associada à suspensão da permissão ou habilitação de dirigir veículo automotor.

Segundo o art. 296 do CTB, a aplicação da penalidade de suspensão ou proibição de habi-


litação em caso de reincidência em crime de trânsito será obrigatória, sem prejuízo das de-
mais sanções.
Certo.

010. (CESPE/MPU/TÉCNICO/2010) Com relação a infrações e crimes de trânsito, julgue os


itens a seguir, de acordo com o CTB.
Pratica crime em espécie o condutor que se recusa a entregar à autoridade de trânsito ou a
seus agentes, mediante recibo, os documentos exigidos por lei, para averiguação de sua au-
tenticidade.

Não existe esse tipo penal no CTB, há apenas a infração de trânsito.


Errado.

011. (CESPE/DETRAN-DF/ANALISTA/ADVOCACIA/2009) Acerca do que dispõe a Lei n.


9.503/1997, Código de Trânsito Brasileiro (CTB), julgue o item.
Considere que Gustavo conduza o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a sinalização
do local aponta como limite máximo a velocidade de 50 km/h e, de forma culposa, tenha atro-
pelado Maria, que teve lesão corporal leve. Nesse caso, Gustavo deverá responder por crime de
lesão corporal culposa, desde que haja representação da vítima.

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Já vimos uma questão semelhante, mas agora está afastada a aplicação dos juizados crimi-
nais especiais (Lei n. 9.099/1995), pois a velocidade do condutor excedeu a máxima em mais
de 50 km/h (o limite seria 100 km/h).
Errado.

012. (CESPE/DETRAN-DF/AGENTE DE TRÂNSITO/2009) Considere a seguinte situação


hipotética.
Após cometer várias infrações de trânsito que, juntas, totalizaram mais de vinte pontos, Lean-
dro teve a sua carteira de habilitação apreendida pelo agente de trânsito em uma operação de
fiscalização.
Nessa situação, o agente de trânsito agiu corretamente.

O agente de trânsito somente é competente para aplicar de imediato as medidas administrati-


vas e não há qualquer medida de preveja esta atitude do enunciado. O processo de suspensão
da habilitação enseja a ampla defesa e o contraditório; logo, enquanto não houver transitado a
decisão, o condutor pode dirigir normalmente.
Errado.

013. (CESPE/PRF/POLICIAL/NÍVEL MÉDIO/2004) Do motorista infrator pode ser exigida a


participação em curso de reciclagem, a qualquer tempo, entre outras hipóteses, se for consta-
tado que ele está pondo em risco a segurança do trânsito.

Essa questão tem um pequeno detalhe que a torna incorreta. Das situações que admitem sub-
meter o condutor a curso de reciclagem, a única que é a qualquer tempo é justamente ao que
coloca em risco a segurança do trânsito; logo, o “entre outras” torna a questão incorreta.
Errado.

014. (CESPE/PRF/POLICIAL/NÍVEL MÉDIO/2004) Não constitui crime alterar o local do aci-


dente para que haja socorro de vítimas.

Alterar o local do acidente com vítima somente é crime quando o ator tem a intenção de induzir
a erro o agente Policial, o perito ou o juiz. Em casos que envolvem a segurança das pessoas,
como prestar socorro às vítimas, ou evitar que ocorra um segundo acidente, não há crime ao
se alterar o local do acidente.
Certo.

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015. (CESPE/PRF/POLICIAL/NÍVEL MÉDIO/2004) O CTB, em seu art. 311, censura a con-


duta de trafegar em velocidade incompatível com a segurança nos locais considerados pelo
legislador como perigosos, elegendo essa conduta como criminosa e impondo-lhe a pena de
detenção de 6 meses a 1 ano ou multa. Acerca desse assunto, julgue os itens que se seguem.
Velocidade incompatível é aquela desenvolvida acima da máxima permitida para o local de
acordo com a sinalização das placas.

A velocidade incompatível não necessariamente é limitada pelo limite máximo da via, o concei-
to está muito mais ligado à direção defensiva. Por exemplo, se houver, no local, chuva ou algu-
ma interseção em nível, a velocidade compatível certamente será menor que a máxima da via.
Errado.

016. (CESPE/PRF/POLICIAL/NÍVEL MÉDIO/2004) O CTB, em seu art. 311, censura a con-


duta de trafegar em velocidade incompatível com a segurança nos locais considerados pelo
legislador como perigosos, elegendo essa conduta como criminosa e impondo-lhe a pena de
detenção de 6 meses a 1 ano ou multa. Acerca desse assunto, julgue os itens que se seguem.
Para a consumação do delito tipificado no referido artigo, é necessário que ocorra dano, ou
seja, as pessoas sejam lesionadas ou mortas em virtude da velocidade incompatível.

Esse crime é de perigo de dano concreto, ou seja, é necessário que haja o risco real de dano,
mas não necessariamente o dano em si. Inclusive, no caso de haver lesão ou morte, há tipifica-
ção própria nos arts. 302 e 303.
Errado.

017. (CESPE/PRF/POLICIAL/NÍVEL MÉDIO/2004) Os efeitos do álcool sobre condutores de


veículos automotores têm dado causa a sérios prejuízos advindos de acidentes de trânsito.
Com relação à embriaguez no trânsito, julgue os itens a seguir.
A embriaguez pode ser constatada por provas técnicas e periciais, como exame de sangue e
teste em bafômetro e, ainda, por prova testemunhal.

Não vamos perder tempo debatendo se a questão estava certa em 2004, mas uma coisa é fato:
hoje ela está correta. Admite-se, conforme o art. 306, § 2º, prova técnica (exames de alcoo-
lemia), pericial, exame clínico, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova admitidos
em direito.
Certo.

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018. (CESPE/PRF/POLICIAL/NÍVEL MÉDIO/2004) O excesso de velocidade é causa de au-


mento de pena nos delitos de trânsito.

O excesso de velocidade não é causa de aumento de pena previsto. O rol dos incisos do art.
298 é taxativo:
• com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave
• dano patrimonial a terceiros;
• utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
• sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
• com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do
veículo;
• quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de pas-
sageiros ou de carga;
• utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características
que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velo-
cidade prescritos nas especificações do fabricante;
• sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
Errado.

019. (CESPE/PRF/POLICIAL/NÍVEL MÉDIO/2004) Considere a seguinte situação hipotética.


Por meio de equipamento de detecção provido de registrador de imagem, verificou-se que um
veículo transitava em velocidade superior à máxima permitida para o local. Posteriormente,
constatou-se que o veículo estava registrado em nome de uma representação de organismo
internacional. Nessa situação, a autoridade de trânsito deverá remeter, no prazo máximo de 30
dias, contados da data do cometimento da infração, a Notificação da Autuação ao proprietá-
rio do veículo, na qual deverão constar a tipificação, o local, a data e a hora do cometimento
da infração.

Quando o veículo pertencer a missões diplomáticas, repartições consulares e representação


de organismo internacional, a notificação será remetida ao Ministério das Relações Exteriores,
não ao proprietário.
Errado.

020. (CESPE/PRF/POLICIAL/NÍVEL MÉDIO/2004) Considere a seguinte situação hipotética.


Gustavo, motorista devidamente habilitado, levou seu primo Wilson a um churrasco na casa de
um amigo comum, onde o primeiro bebeu um pouco além da conta. Porém, apesar de ter cons-
ciência de que Wilson não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nem Permissão para

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Dirigir, Gustavo sabia que o primo tinha habilidade para dirigir e, percebendo que seus reflexos
estavam alterados pelo álcool, Gustavo repassou a Wilson as chaves do carro e pediu que ele
os levasse de volta para casa.
Nessa situação, Gustavo incorreu não apenas na prática de uma infração gravíssima às leis
de trânsito, mas também em um crime que pode ser punido com pena restritiva de liberdade.

O crime do art. 310 de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa
não habilitada é de perigo abstrato, estando tipificada a mera conduta.
Certo.

021. (CESPE/PRF/POLICIAL/NÍVEL MÉDIO/2004) Se, após obter sua Carteira Nacional de


Habilitação (CNH), um jovem motorista, no decorrer de um mês, cometer duas infrações de
natureza gravíssima, uma de natureza grave e 5 de natureza média, sua CNH será automatica-
mente cassada pelo órgão competente.

Não existe penalidade automática, toda penalidade enseja ampla defesa e contraditório. Tam-
bém não existe cassação por pontos.
Errado.

022. (CESPE/PRF/POLICIAL/NÍVEL MÉDIO/2004) Constitui crime modificar o estado


do lugar, das coisas ou das pessoas para eximir de responsabilidade o verdadeiro culpado
do acidente.

A questão é antiga e poderia ser melhor escrita, mas acho que dá para entender que o objetivo
é identificar que, para eximir o verdadeiro culpado, necessariamente o juiz, o agente Policial ou
o perito tem que ser induzido a erro, assim tipifica-se o art. 311. Um detalhe importante: esse
crime não é próprio, ou seja, qualquer pessoa pode cometer o crime, mesmo que não esteja
envolvida no acidente.
Certo.

023. (CESPE/TJ-PR/JUIZ DE DIREITO/2017/ADAPTADA) Considerando a jurisprudência do


STF e do STJ em relação aos crimes de trânsito, julgue o item.
Dirigir automóvel na via pública sem possuir permissão para dirigir ou habilitação é crime de
perigo concreto, cuja tipificação exige a prova de geração do perigo de dano.

Perfeitamente o entendimento com relação ao crime do art. 309.


Certo.

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024. (CESPE/TJ-PR/JUIZ DE DIREITO/2017/ADAPTADA) Considerando a jurisprudência do


STF e do STJ em relação aos crimes de trânsito, julgue o item.
O crime de omissão de socorro à vítima atropelada por imprudência do motorista não se veri-
fica quando se constata que a morte ocorreu instantaneamente.

Vimos que o parágrafo único do art. 304 mantém tipificado o cometimento da infração, mesmo
que a omissão seja suprida por terceiros ou que trate de morte instantânea ou ferimentos leves.
Errado.

025. (CESPE/TJ-PR/JUIZ DE DIREITO/2017/ADAPTADA) Considerando a jurisprudência do


STF e do STJ em relação aos crimes de trânsito, julgue o item.
A embriaguez ao volante é crime de perigo concreto, em que a ingestão de bebida alcoólica e
a condução perigosa do automóvel geram perigo de dano.

O crime de embriaguez ao volante não depende de perigo concreto, a mera conduta já tipifica
o fato. É necessária a constatação da conduta, que pode ser por exame de sangue, ar alveolar,
exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova.
Errado.

026. (CESPE/TJ-PR/JUIZ DE DIREITO/2017/ADAPTADA) Considerando a jurisprudência do


STF e do STJ em relação aos crimes de trânsito, julgue o item.
O fato de dirigir perigosamente automóvel sem ser habilitado, vindo a causar lesões corporais
em transeunte, implica dois crimes praticados em concurso formal.

Já mencionamos esse assunto, o crime menor é absorvido como um agravante do crime maior.
No caso, há cometimento somente da lesão corporal culposa, com aumento da pena de 1/3 à
metade pelo fato de o condutor não ser habilitado.
Errado.

027. (CESPE/PC-RN/AGENTE DE POLÍCIA/2009/ADAPTADA) Um motorista dirigia seu ve-


ículo automotor pelas ruas de sua cidade sob a influência de cocaína. Com os reflexos com-
prometidos, atropelou uma pessoa que passava pela faixa de pedestres, tendo, no entanto,
prestado imediato socorro à vítima, que sofreu apenas ferimentos leves. A perícia constatou
que o condutor transitava em velocidade superior à máxima permitida para a via, estabelecida
em 50 km/h.
A partir dessa situação hipotética e com base na Lei n. 9.503/1997 — CTB, julgue o item.
Como se trata de infração de menor potencial ofensivo, não deverá ser instaurado inquérito
para a apuração do fato, mas tão-somente a lavratura de termo circunstanciado.

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O condutor estava 50 km/h acima da velocidade máxima e sob influência de substância psico-
ativa que cause dependência, logo é afastado o juizado especial (art. 291, § 1º, I e III), portanto
deverá ser instaurado o inquérito, não sendo bastante o termo circunstanciado.
Errado.

028. (CESPE/PC-RN/AGENTE DE POLÍCIA/2009/ADAPTADA) Um motorista dirigia seu ve-


ículo automotor pelas ruas de sua cidade sob a influência de cocaína. Com os reflexos com-
prometidos, atropelou uma pessoa que passava pela faixa de pedestres, tendo, no entanto,
prestado imediato socorro à vítima, que sofreu apenas ferimentos leves. A perícia constatou
que o condutor transitava em velocidade superior à máxima permitida para a via, estabelecida
em 50 km/h.
A partir dessa situação hipotética e com base na Lei n. 9.503/1997 — CTB, julgue o item.
Havendo composição dos danos civis entre o condutor e a vítima do atropelamento, o acordo
a ser homologado acarretará a renúncia ao direito de queixa ou representação.

Mais uma vez, a banca cobra a correlação com a Lei n. 9.099/1995 e, novamente, esta foi
afastada pelo fato de o condutor estar em velocidade superior à máxima em 50 km/h e sob
influência de substância psicoativa que cause dependência.
Errado.

029. (CESPE/PC-RN/AGENTE DE POLÍCIA/2009/ADAPTADA) Um motorista dirigia seu ve-


ículo automotor pelas ruas de sua cidade sob a influência de cocaína. Com os reflexos com-
prometidos, atropelou uma pessoa que passava pela faixa de pedestres, tendo, no entanto,
prestado imediato socorro à vítima, que sofreu apenas ferimentos leves. A perícia constatou
que o condutor transitava em velocidade superior à máxima permitida para a via, estabelecida
em 50 km/h.
A partir dessa situação hipotética e com base na Lei n. 9.503/1997 — CTB, julgue o item.
O fato narrado só se tornou criminoso em razão do atropelamento, uma vez que a simples
condução de veículo automotor em via pública sob influência de cocaína, ao contrário da influ-
ência de álcool, não é crime.

O art. 306 tipifica a conduta de dirigir sob efeito de álcool ou outra substância psicoativa que
determine dependência, é um crime de perigo abstrato, não havendo necessidade de se com-
provar o perigo de dano e sua mera conduta já resta como tipificada.
Errado.

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030. (CESPE/PC-RN/AGENTE DE POLÍCIA/2009/ADAPTADA) Um motorista dirigia seu ve-


ículo automotor pelas ruas de sua cidade sob a influência de cocaína. Com os reflexos com-
prometidos, atropelou uma pessoa que passava pela faixa de pedestres, tendo, no entanto,
prestado imediato socorro à vítima, que sofreu apenas ferimentos leves. A perícia constatou
que o condutor transitava em velocidade superior à máxima permitida para a via, estabelecida
em 50 km/h.
A partir dessa situação hipotética e com base na Lei n. 9.503/1997 — CTB, julgue o item.
Não será imposta prisão em flagrante ao condutor do veículo pelo crime de trânsito, no entanto
deverá ser instaurado inquérito Policial para a investigação da infração penal.

Sobre o inquérito policial, todo crime de lesão corporal cometido com velocidade 50 km/h su-
perior à máxima da via terá ação pública incondicionada (com instauração de inquérito). Agora,
de fato, o condutor que presta integral socorro à vítima de trânsito não terá imposta a prisão
em flagrante, nem será exigida fiança (art. 301 do CTB).
Certo.

031. (CESPE/PRF/POLICIAL/2019/Q1038874) Ao final de uma festa, Godofredo e Antônio


realizaram uma disputa automobilística com seus veículos, fazendo manobras arriscadas, em
via pública, sem que tivessem autorização para tanto. Nessa contenda, houve colisão dos veí-
culos, o que causou lesão corporal culposa de natureza grave em um transeunte.
Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro,
julgue os itens a seguir.
Godofredo e Antônio estão sujeitos à pena de reclusão, em razão do resultado danoso da con-
duta delitiva narrada.

Ambos, em virtude da lesão de natureza grave, cometeram o crime do art. 308 na versão quali-
ficada (§1º), estando sujeitos à reclusão de 5 a 10 anos, sem prejuízo das demais penas (multa
e suspensão ou proibição de se obter a habilitação.
Certo.

032. (CESPE/PRF/POLICIAL/2019/Q1038873) Ao final de uma festa, Godofredo e Antônio


realizaram uma disputa automobilística com seus veículos, fazendo manobras arriscadas, em
via pública, sem que tivessem autorização para tanto. Nessa contenda, houve colisão dos veí-
culos, o que causou lesão corporal culposa de natureza grave em um transeunte.
Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro,
julgue os itens a seguir.
Godofredo e Antônio responderiam por crime de trânsito independentemente da lesão corporal
causada, pois a conduta de ambos gerou situação de risco à incolumidade pública.

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O crime de disputa (art. 308) precisa gerar situação de risco. No caso em questão, como houve
um acidente, mesmo que não houvesse a lesão corporal, estaria configurado o dano.
Certo.

033. (CESPE/PRF/POLICIAL/2019/Q1038875) Ao final de uma festa, Godofredo e Antônio


realizaram uma disputa automobilística com seus veículos, fazendo manobras arriscadas, em
via pública, sem que tivessem autorização para tanto. Nessa contenda, houve colisão dos veí-
culos, o que causou lesão corporal culposa de natureza grave em um transeunte.
Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro,
julgue os itens a seguir.
Por se tratar de lesão corporal de natureza culposa, é vedada a instauração de inquérito Policial
para apurar as condutas de Godofredo e Antônio, bastando a realização dos exames médicos
da vítima e o compromisso dos autores em comparecer a todos os atos necessários junto às
autoridades Policial e judiciária.

Todo crime de lesão corporal culposa, no CTB, quando cometido em disputa de corrida/exibi-
ção de manobra não autorizada será de ação pública incondicionada, portanto com instaura-
ção de inquérito.
Errado.

034. (CESPE/PRF/POLICIAL/2019/Q1038887) Com base no disposto no Código de Trânsito


Brasileiro, julgue os próximos itens.
Para que uma concessionária de serviço público de transporte de passageiros conheça a pon-
tuação de infrações atribuída a um motorista de seu quadro funcional, que, no exercício da
atividade remunerada ao volante, tenha tido seu direito de dirigir suspenso, ela deve ter autori-
zação do respectivo empregado, uma vez que essa informação é personalíssima.

Segundo o § 8º do art. 261, a pessoa jurídica concessionária ou permissionária de serviço


público tem o direito de ser informada da pontuação atribuída aos motoristas do seu quadro
funcional, que exerçam atividade remunerada ao volante, na forma do CONTRAN.
Errado.

035. (CESPE/PRF/POLICIAL/2019/Q1038879) Em cada um dos itens que se seguem, é apre-


sentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser julgada,
com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.

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Alfredo, conduzindo seu veículo automotor sem placas, atropelou um pedestre. Alessandro,
dirigindo um veículo de categoria diversa das que sua carteira de habilitação permitia, causou
lesão corporal culposa em um transeunte, ao atingi-lo. Nessas situações, as penas impostas
a Alfredo e a Alessandro serão agravadas, devendo o juiz aplicar as penas-base com especial
atenção à culpabilidade e às circunstâncias e consequências do crime.

Tanto Alfredo quanto Alessandro cometeram crimes de trânsito em condições que são consi-
deradas agravantes genéricas, presentes no art. 298. São as situações que sempre agravam:
• Dano potencial para duas ou mais pessoas ou grande risco de grave dano patrimonial a
terceiros;
• Utilizando veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
• Sem possuir PPD ou CNH;
• Com PPD ou CNH de categoria diferente da do veículo;
• Quando a profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passa-
geiros ou de carga;
• Utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características
que afetem a segurança ou seu funcionamento, de acordo com os limites de velocidade
prescritos pelo fabricante;
• Sobre faixa de trânsito temporária ou permanente destinada a pedestres.
Certo.

036. (CESPE/PRF/POLICIAL/2019/Q1038876) Em cada um dos itens que se seguem, é apre-


sentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser julgada,
com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.
Dirigindo seu veículo automotor, Luciano atropelou um transeunte, causando-lhe ferimentos
leves. Luciano não prestou socorro à vítima nem solicitou auxílio da autoridade pública. Nes-
sa situação, a conduta de Luciano será considerada atípica caso um terceiro tenha prestado
apoio à vítima em seu lugar.

O crime tipificado pelo art. 304, da omissão de socorro, deixa expresso no parágrafo único que,
mesmo que a omissão seja suprida por terceiro, ou seja vítima com ferimento leve, ou morte
instantânea, ainda assim, incidem as penas previstas.
Errado.

037. (CESPE/PRF/POLICIAL/2019/Q1038877) Em cada um dos itens que se seguem, é apre-


sentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser julgada,
com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.

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Felipe, ao violar a suspensão para dirigir, foi flagrado e autuado pela autoridade competente,
em operação de fiscalização, conduzindo seu veículo automotor em via pública. Nessa situ-
ação, Felipe responderá por crime de trânsito e poderá receber como pena nova imposição
adicional de suspensão pelo dobro do primeiro prazo, sendo vedada a substituição de pena
privativa de liberdade por restritiva de direito, em razão da natureza da infração.

O prazo de suspensão adicional será idêntico ao anterior e não existe a proibição de aplicação
de pena restritiva de direito. Cabe destacar que, recentemente, jurisprudência do STJ confir-
mou que este crime (art. 307) somente será cometido se for violada a suspensão penal, esta-
belecida por juiz de direito.
Errado.

038. (CESPE/PRF/POLICIAL/2019/Q1038878) Em cada um dos itens que se seguem, é apre-


sentada uma situação hipotética de crime de trânsito, seguida de uma assertiva a ser julgada,
com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.
Lucas, motorista de ônibus, quando dirigia seu coletivo, atropelou e matou, culposamente, uma
pedestre. Sávio, ao conduzir seu veículo em um passeio com a família, atropelou culposamen-
te, na faixa de pedestre, uma pessoa, que faleceu no mesmo instante. Severino, ao dirigir seu
veículo, atropelou culposamente uma transeunte que estava na calçada; ela morreu em segui-
da. Nessas situações, Lucas, Sávio e Severino responderão por crime de trânsito, cujas penas
poderão, pelas circunstâncias fáticas, ser aumentadas até a metade, e suas habilitações para
dirigir deverão ser suspensas.

Em todos os casos, foram cometidos o crime de homicídio culposo (art. 302) majorado (§1º),
com aumento de pena de 1/3 à metade. A única condição majorante que ficou de fora foi o
cometimento do crime por condutor que não possui PPD ou CNH.
Certo.

039. (CESPE/PRF/POLICIAL/2019/Q1038886) Em cada um dos itens que se seguem, é apre-


sentada uma situação hipotética relativa a infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro,
seguida de uma assertiva a ser julgada.
Márcio conduzia seu veículo automotor produzindo fumaça em níveis superiores aos legal-
mente permitidos. Nessa situação, conforme o nível de fumaça exalada, a conduta de Márcio
pode configurar tanto infração administrativa como crime de trânsito.

Não existe crime relativo à emissão de poluentes, nem do ar, nem sonoros, já a infração existe
e está no art. 231, III.
Errado.

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040. (CESPE/PRF/POLICIAL/2019/Q1038880) Wellington, maior e capaz, sem habilitação


ou permissão para dirigir veículo automotor, tomou emprestado de Sandro, também maior e
capaz, seu veículo, para visitar a namorada em um bairro próximo àquele onde ambos resi-
diam. Sandro, mesmo ciente da falta de habilitação de Wellington, emprestou o veículo.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue os itens que se seguem, à luz do Códi-
go de Trânsito Brasileiro.
Sandro responderá por crime de trânsito somente se a condução de Wellington causar peri-
go de dano.

O crime de Wellington, dirigir sem possuir habilitação (art. 309) depende de comprovação de
perigo. No caso de Sandro, em contrapartida, entregar ou confiar o veículo a pessoa não habi-
litada (art. 310) é considerado um crime de perigo abstrato, não dependendo de perigo efetivo,
sendo cometido por mera conduta.
Errado.

041. (CESPE/PRF/POLICIAL/2009/Q338476) Acerca do processo administrativo referente à


aplicação de penalidades por infrações de trânsito, julgue os próximos itens.
Em relação à lavratura do auto de infração é a notificação da penalidade que completa o ato.

O auto de infração de trânsito será lavrado quando houver infração comprovada pelo agente ou
por equipamento ou outro meio regulamentado pelo CONTRAN. Quando ou auto for consisten-
te e, havendo defesa prévia, se esta for indeferida, será expedida a notificação de penalidade.
Então, não há qualquer correlação ao que é proposto no item em questão.
Errado.

042. (VUNESP/MOTORISTA/CRO-SP/2015) A partir da notificação de penalidade, após uma


infração, o proprietário do veículo poderá recorrer
a) à Circunscrição Regional de Trânsito.
b) ao Departamento Estadual de trânsito.
c) ao Departamento Nacional de Trânsito.
d) ao Conselho Nacional de Trânsito.
e) à Junta Administrativa de Recursos de Infrações.

O recurso em primeira instância é sempre à JARI, sigla para o nome apresentado na letra e.
Letra e.

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043. (VUNESP/MOTORISTA/CÂMARA DE ITATIBA/2015/ADAPTADA) A penalidade de sus-


pensão do direito de dirigir, de acordo com o art. 261 do Código de Trânsito Brasileiro, será
aplicada, quando o infrator atingir a contagem de 20 pontos no período de 12 meses, pelo
prazo mínimo de
a) seis meses até o máximo de um ano.
b) dois meses até o máximo de um ano.
c) três meses até o máximo de dois anos.
d) um ano até o máximo de dezoito meses.
e) um ano até o máximo de três anos.

A questão foi adequada à legislação atual. O objetivo da banca é analisar a suspensão sem
qualquer caso de reincidência, o período mínimo será, conforme o inciso I do § 1º do art. 261,
de seis meses (já temos a questão resolvida, portanto sequer resta dúvida quanto ao prazo
máximo incluir a reincidência), já o máximo será de um ano. Para nos mantermos estudando,
em casos de reincidência no período de 12 meses, passa a ser de oito meses a dois anos.
Letra a.

044. (VUNESP/AGENTE DE TRÂNSITO/DETRAN-SP/2013/ADAPTADA) Às infrações, o CTB,


no art. 256, estabelece as seguintes penalidades:
a) advertência verbal, multa, suspensão da Carteira Nacional de Habilitação, cassação da Per-
missão para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilitação, pontuação na Carteira Nacional de
Habilitação.
b) advertência verbal, multa, suspensão da Carteira Nacional de Habilitação, cassação da Per-
missão para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilitação, prisão administrativa.
c) advertência por escrito, multa, suspensão do direito de dirigir, cassação da Carteira Nacional
de Habilitação ou da Permissão para Dirigir, frequência obrigatória em curso de reciclagem.
d) advertência por escrito, multa, suspensão do direito de dirigir, cassação da Per-
missão para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilitação, remoção do veículo.
e) multa, suspensão da Carteira Nacional de Habilitação, cassação da Permissão para Dirigir
ou da Carteira Nacional de Habilitação, frequência obrigatória em curso de reciclagem, prisão
em flagrante.

A adaptação aqui foi a mera exclusão da apreensão. Restam as seguintes penalidades (art.
256): advertência por escrito, multa, suspensão do direito de dirigir, cassação da CNH/PPD e
frequência obrigatória em curso de reciclagem.
Letra c.

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Medidas Administrativas, Penalidades e Crimes
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045. (VUNESP/AGENTE DE TRÂNSITO/DETRAN-SP/2013) Para a suspensão do direito de


dirigir, por pontuação, será instaurado processo administrativo para aplicação da penalidade
com seguinte fórmula:
a) ao ultrapassar 20 pontos, o restante permanecerá em saldo para o período seguinte de 12
meses em outro processo.
b) será instaurado um único processo quando a somatória dos pontos atingir 20 pontos no
período de 18 meses.
c) será instaurado um único processo quando a somatória dos pontos, no período
de 12 meses, atingir 20.
d) serão instaurados processos distintos quando a somatória dos pontos, no período de 18
meses, atingir 20.
e) será instaurado um único processo quando a somatória dos pontos atingir 15 pontos no
período de 12 meses.

A suspensão do direito de dirigir se dará mediante processo quando o infrator atingir a soma
de 20 pontos no período de 12 meses e, conforme o § 3º do art. 261, a imposição da penalida-
de de suspensão elimina os 20 pontos para contagens subsequentes.
Letra c.

046. (VUNESP/AGENTE DE TRÂNSITO/DETRAN-SP/2013/ADAPTADA) Aplicada a suspen-


são do direito de dirigir por transgressões às normas estabelecidas no CTB, cujas infrações
preveem, de forma específica, esta penalidade, no caso de reincidência no período de 12 me-
ses, o prazo da nova penalidade é de
a) 8 meses a 18 meses.
b) 6 meses a 1 ano.
c) 1 ano a 2 anos.
d) 8 meses a 2 anos.
e) 3 meses a 15 meses.

No caso de suspensão por infrações que prevejam essa penalidade diretamente, o prazo inicial
será de 2 a 8 meses e, em caso de reincidência no período de 12 meses, o período passa a ser
de 8 a 18 meses.
Letra a.

047. (VUNESP/AGENTE DE TRÂNSITO/DETRAN-SP/2013) De acordo com o artigo 258 do


CTB, as infrações punidas com multa classificam-se de acordo com sua gravidade em
a) duas categorias.

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b) três categorias.
c) quatro categorias.
d) cinco categorias.
e) seis categorias.

São quatro naturezas: leve, que computa 3 pontos ao infrator; média, 4 pontos; grave, 5 pontos;
e gravíssima, 7 pontos.
Letra c.

048. (VUNESP/PAPILOSCOPISTA/PC-SP/2013/ADAPTADA) A penalidade de suspensão do


direito de dirigir quando o condutor atingir a soma de 20 pontos no período de 12 meses, não
se tratando de reincidência, será aplicada pelo prazo mínimo de
a) sessenta dias até o máximo de cento e oitenta dias.
b) seis meses até o máximo de um ano.
c) dois meses até o máximo de um ano.
d) um mês até o máximo de dois anos.
e) um mês até o máximo de dezoito meses.

Quando o infrator atingir a soma de 20 pontos no período de 12 meses, a suspensão do direito


de dirigir ocorrerá pelo período de 6 meses a 1 ano. Em caso de reincidência, dentro de 12 me-
ses, o novo prazo será de 8 meses a 2 anos.
Letra b.

049. (VUNESP/PAPILOSCOPISTA/PC-SP/2013) Dispõe o Código de Trânsito Brasileiro que,


em caso de acidente com vítima, envolvendo veículo equipado com registrador instantâneo
de velocidade e tempo, quem poderá retirar o disco ou unidade armazenadora do registro é o
a) perito oficial encarregado do levantamento pericial.
b) delegado de plantão que registrar a ocorrência.
c) o proprietário do veículo ou, se este estiver impossibilitado, o seu representante legal ou
alguém por ele autorizado.
d) papiloscopista Policial de plantão na Delegacia onde for registrado o acidente de trânsito.
e) Policial militar que atender a ocorrência.

Somente o perito oficial encarregado do levantamento pericial poderá retirar o disco do crono-
tacógrafo, é a previsão do art. 279.
Letra a.

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050. (VUNESP/OFICIAL DE TRANSPORTES/DETRAN-SP/2013/ADAPTADA) Nos termos do


art. 293 do CTB, a penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a ha-
bilitação para dirigir veículo automotor tem a duração de
a) 3 (três) meses a 5 (cinco) anos.
b) 3 (três) meses a 4 (quatro) anos.
c) 2 (dois) meses a 4 (quatro) anos.
d) 2 (dois) meses a 5 (cinco) anos.
e) 1 (um) mês a 2 (dois) anos.

Essa é a suspensão penal da habilitação (em caso de crime de trânsito). Para diferenciar da
penalidade, lembre-se de que normalmente vai aparecer o texto completo: “suspensão ou proi-
bição de se obter a permissão ou a habilitação”. Nesse caso, a pena é imposta pelo juiz e terá
prazo de 2 meses a 5 anos.
Letra d.

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GABARITO
1. C 18. E 35. C
2. E 19. E 36. E
3. E 20. C 37. E
4. C 21. E 38. C
5. E 22. C 39. E
6. E 23. C 40. E
7. E 24. E 41. E
8. E 25. E 42. e
9. C 26. E 43. a
10. E 27. E 44. c
11. E 28. E 45. c
12. E 29. E 46. a
13. E 30. C 47. c
14. C 31. C 48. b
15. E 32. C 49. a
16. E 33. E 50. d
17. C 34. E

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Estêvão Gonçalo
Bacharel em Ciências Econômicas, Agente de Trânsito Rodoviário do DER/DF desde 2012 e Instrutor de
Trânsito. Certificado em Identificação Veicular e Documental e Gestão de Trânsito. Ministra, dentro do DER/
DF, capacitação para fiscalização de pesos e dimensões de veículos de transporte de carga.

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