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Unidade 1 Controle de Constitucionalidade

Ação declaratória de Constitucionalidade – Lei 9868/99 (ADC)

1. Introdução:
Art. 13. Podem propor a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal:
(Vide artigo 103 da Constituição Federal)

I - o Presidente da República;

II - a Mesa da Câmara dos Deputados;

III - a Mesa do Senado Federal;

IV - o Procurador-Geral da República.

-Conceito e objeto- A ADC possui como intuito a confirmação da constitucionalidade da lei ou ato
normativo federal, exclui-se neste caso a discussão sobre lei ou ato normativo estadual e municipal,
assim como, abrange as outras proibições relativas ao objeto da ADI (Súmulas, súmulas vinculantes e
etc.)
Obs. Efeito dúplice: A ADC possui efeito dúplice, ou seja, caso o STF não concorde com a
constitucionalidade da norma, consequentemente estará declarando a inconstitucionalidade da lei, não
sendo necessário, neste caso, a interposição da Ação direta de inconstitucionalidade.
2. Características:
A) Rol de legitimados: difere daqueles descritos na ADI, sendo mais restrito e apenas legitimando os
seguintes sujeitos: Presidente da República, Mesa da Câmara dos Deputados Federais, Mesa do
Senado Federal, e Procurador Geral da República.
B) Efeitos: Erga Omnes (Contra todos), Ex Tunc (Retroativo), e Vinculante (Art. 52, inciso X da CF –
Suspensão do efeito vinculante pelo Senado Federal, nos casos de decisões do STF que reconheçam
a inconstitucionalidade).
Obs. I. Há a possibilidade de modulação (modificação) dos efeitos, caso o plenário do STF decida por
2/3 dos seus ministros (8 Ministros);
Obs. II. A modulação de efeitos representa a modificação no que tange a retroatividade da decisão,
através do voto de 2/3 dos ministros, o STF pode estabelecer um prazo específico de retroatividade,
pautado no princípio da ponderação de valores.
Obs. III. O princípio da ponderação de valores é uma técnica hermenêutica (interpretação), que leva em
consideração os valores de justiça, para que a decisão tente favorecer as duas partes de equilibrada, ou
pelo menos buscar um equilíbrio.
C) Intervenção de Terceiros: só há possibilidade do amicus curiae, o qual é um terceiro especializado no
assunto discutido, o qual não possui um interesse direto no processo.
D) Não há possibilidade de desistência.
E) Medida Liminar:
Obs.I Conceito – A medida liminar possui um efeito provisório, pois antecipa
parcialmente a decisão definitiva no processo, é um pedido pautado na urgência da
causa, pois, caso no deferido naquele momento, poderá causar um prejuízo ainda
maior para as partes, ou uma parte.
Obs. II Medida Liminar na ADC- Poderá ser deferida pelo relator do processo, a qual
tem o efeito de suspensão dos processos em trâmite no país, que discutem a mesma
controvérsia discutida na ADC, pelo prazo de 180 dias.
3. Recursos:
- Regra: Não há possibilidade recursal;
- Exceção: Embargos declaratórios.
Arguição de Descumprimento Preceito Fundamental –ADPF

1. Introdução – Conceito e Objeto:


Base normativa: LEI N. 9.882, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1999.
Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo
Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder
Público.

Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito fundamental:

I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal,
estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição; (Vide ADIN 2.231-8, de 2000)
Obs. OBJETO: O objeto da ADPF é mais amplo que da ADI e da ADC, pois há a possibilidade de aceitação de
legislação e ato normativo Municipal, assim como, recepção das normas anteriores a CF de 1988.
II – (VETADO)

Art. 2º Podem propor arguição de descumprimento de preceito fundamental:

I - os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade;


Obs. I: Conceito: A arguição de descumprimento de preceito fundamental não possui uma
definição precisa, uma vez que, a lei que a regulamenta não traz um parâmetro específico
que a defina, deste modo, abre-se o leque de interpretações da conceituação de forma
doutrinária, mas principalmente de modo jurisprudencial.
Obs. II: Conceito de preceito fundamental: de acordo com a jurisprudência, o preceito
fundamental possui uma interpretação subjetiva, que deve ser analisado caso a caso, para
parte da doutrina possui a seguinte conotação:
A) Elementos essenciais da estrutura do Estado – refere-se as questões da organização
política e administrativa do Estado, de acordo com o que disciplina os arts. 18 ao 36,
todos da CF (Estruturas da União, dos Estados Membros, dos Municípios e do Distrito
Federal).
B) Direitos fundamentais (Arts. 5 ao 17 da CF): os direitos fundamentais mobilizam os
seguintes temas: Direitos individuais e coletivos; Direitos Sociais; Nacionalidade; Direitos
Políticos e Partidos Políticos.
Obs. III. Relevante fundamento da controvérsia: o legitimado (Art. 103 da CF e do Art. 2 da
Lei 9868/99) que propõe a ADPF, deve em sua argumentação jurídica demonstrar a
importância da discussão, relevância e urgência do assunto.
2. Objeto:
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou
municipal, incluídos os anteriores à Constituição; (Vide ADIN 2.231-8, de 2000)
Obs. OBJETO: O objeto da ADPF é mais amplo que da ADI e da ADC, pois há a possibilidade de aceitação de legislação e
ato normativo Municipal, assim como, recepção das normas anteriores a CF de 1988.

OBJETO DA ADPF
1. Lei ou ato normativo:
OBJETO DA ADI
OBJETO DA ADC - Federal;
1. Lei ou ato normativo:
1. Lei ou ato normativo: - Estadual;
- Federal;
- Federal; - Municipal.
- Estadual;
2. Tratados internacionais 2. Atos normativos
2. Tratados internacionais
ratificados e promulgados. anteriores a Constituição
ratificados e promulgados.
Federal de 1988.
3. Tratados internacionais
ratificados e promulgados.

Obs. Princípio da subsidiariedade (ADPF é uma medida subsidiária): a ADPF é um mecanismo do controle subsidiário,
pois, nas discussões das ações, privilegia-se a interposição da ADI e da ADC como primeira razão, caso, não caiba tais
mecanismos, utiliza-se a ADPF de forma subsidiária para discutir a questão.
Obs. Atos anteriores à CF de 1988.
I. A ADPF é o único mecanismo do controle que realiza recepção e também a mutação constitucional;
Princípio da Supremacia da Constituição: ele estabelece que a nova ordem constitucional é a responsável e o parâmetro
supremo de um país e de sua soberania, a tal ponto, que nenhum legislação existente enquanto a constituição produz os
seus efeitos, poderá declinar em sentido contrário, caso isto ocorra, tal lei será retirada do ordenamento através da sua
revogação total ou parcial, ou declaração de inconstitucionalidade. Através de tal princípio, há os seguintes fenômenos:

Recepção: é o filtro constitucional de legislações anteriores com redução do texto (revogação) parcial ou total;

Mutação: é o filtro constitucional de legislações anteriores sem redução do texto, mas com mudança no sentido das palavras
de forma restritiva ou extensiva.

Repristinação: ocorre quando lei A, é revogada por lei B, e a lei C revoga a lei B revogadora, ressurgindo de forma expressa a
Lei A, que foi revogada anteriormente pela Lei B.

Desconstitucionalização: é aceitar a constituição anterior como norma infraconstitucional na produção de efeitos, tal
fenômeno não é aceito no ordenamento jurídico brasileiro.

3. Legitimados: São os mesmos da ADI de acordo com o rol estabelecido no art. 2º da Lei 9868/99 e art. 103 da CF.

4. Características: Vide Ação direta de inconstitucionalidade.


Processo e Julgamento das Ações do Controle de Constitucionalidade – Lei 9868/99 e Lei 9882/99

1ª Fase - Protocolo da petição inicial pelos legitimados: no protocolo da petição inicial, o


legitimado deverá apresentar em seu texto os seguintes requisitos:
A) Lei ou ato normativo que reside a controvérsia jurídica;
B) Fundamentos jurídicos que comprovem a controvérsia;
C) Pedidos em relação as questões que envolvem o controle;
D) Obs. Na petição inicial também deve está o pedido de deferimento liminar (antecipação
provisória), caso requerido pelo legitimado;
E) A petição também pode ser instruída com conteúdo probatório.
F) OBS. Os legitimados que necessitam comprovar a pertinência temática, devem apresenta-la
na petição, caso ausente, pode ser passível de indeferimento.
Legitimados que necessitam demonstrar a pertinência temática são: Governadores, Mesas da
Assembleia legislativa ou da câmara distrital, e as entidades de classes de âmbito nacional.

2ª Fase - Distribuição da ação para o relator: há o sorteio eletrônico do processo para algum
ministro da suprema corte, o qual é responsável pelo trâmite processual, até o julgamento da ação.
3ª Fase – Análise da petição inicial pelo relator: o relator poderá tomar as seguintes
posturas em relação ao pedido inicial nas ações de controle:
A) Deferimento;
B) Inépcia da petição inicial: representa que o legitimado deixou de cumprir algum
requisito, sendo a petição inepto, perdendo os seus efeitos e consequentemente o
processo sendo arquivado.
C) Emendar a petição inicial: ocorre quando constatado o erro na petição inicial, neste
caso o relator determina um prazo para que o legitimado que protocolou a ação,
altere a petição no que foi apontado pelo relator do processo.
D) Deferimento ou indeferimento do pedido liminar.

4ª Fase – Pedido de informações suplementares pelo relator: ocorre quando o relator


requisita provas e informações suplementares, no prazo de 30 dias, aos seguintes
sujeitos:
A) O legitimado da ação;
B) O órgão ou pessoa responsável pelo ato normativo ou lei que está sendo discutida
na ação do controle de constitucionalidade.
5ª Fase - oitiva sucessiva do Procurador geral da república e do procurador do órgão que produziu
a lei ou ato normativo contrário a CF, pelo prazo de 15 dias.
PGR- Autoridade máxima do Ministério Público, atua em âmbito federal, e quando não for o
legitimado da ação do controle, ele também atuará no processo, mas como custos legis (fiscal da lei);

Poder Executivo ou legislativo Federal– Advogado Geral da União;


Poder Executivo ou Legislativo Estadual – Procurador Geral do Estado;
Poder Executivo ou Legislativo Municipal – Procurador Geral do Município.

6ª Fase – Pedido realizado pelo relator ao ministro presidente do STF para o julgamento da Ação –
o presidente do STF é o responsável pela pauta de julgamento.

7ª Fase – Distribuição da Ação para os demais ministros – os ministros podem requisitar novamente
informações suplementares pelo prazo de 30 dias.
- O Ministro também pode realizar o pedido de vista, que representa a análise mais detidas dos
autos, dependendo do caso, pode ser remarcado a data do julgamento.
8ª Fase – O julgamento da ação.

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