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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS, NATURAIS E EDUCAÇÃO


DEPARTAMENTO DE FÍSICA

Relatório 5
Dilatação Linear

Relatório apresentado a disciplina Física


Experimental II, desenvolvida pelos
alunos Gabriel Montoro Temporim, Lucas
Corsini Comar, Rômulo de Souza Leite e
Vitor de Oliveira Silva do curso de
Licenciatura em Física da Universidade
Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).
Professor Orientador: Ms. Tiago Carrara

Uberaba
2019
Sumário

1. Introdução teórica .................................................................................................... 3

2. Objetivos ................................................................................................................. 6

2.1. Objetivo Geral ................................................................................................... 6

2.2. Objetivos Específicos ........................................................................................ 6

3. Experimental ........................................................................................................... 7

4. Discussão de resultados ....................................................................................... 8

5. Considerações Finais ............................................................................................ 10

Referências ............................................................................................................... 11

Apêndice 1 ................................................................................................................ 12
1. Introdução teórica
A dilatação térmica acontece quando se adiciona energia através de calor,
consequentemente aumento na temperatura, aos materiais (RESNICK; HALLIDAY;
KRANE, 2003). A dilatação térmica está relacionada com o coeficiente de dilatação
linear (𝛼), este coeficiente varia de material para material, ele define a facilidade com
a qual o material dilata ou contrai (NUSSENZVEIG, 2002). A tabela 1 mostra o
coeficiente de dilatação linear para alguns materiais.

Tabela 1 – Coeficientes de dilatação linear


Substância α (10–6 /°𝐶)
Gelo (a 0°C) 53
Chumbo 29
Alumínio 23
Latão 19
Concreto 12
Aço 11
Vidro (comum) 9
Diamante 1,2
Fonte: HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2012 (adaptado)

Um exemplo clássico de dilatação térmica é o do pote de vidro com tampa de


metal. Às vezes pode ser difícil retirar a tampa do pote e podemos usar a dilatação
térmica a nosso favor. O coeficiente de dilatação linear do metal é maior que a
dilatação do vidro, com isso, quando jogamos água quente no pote a tampa feita de
metal dilata mais que o pote feito de vidro e isso afrouxa a mesma facilitando a
abertura do pote.
A dilatação térmica pode ser subdividida em três: Dilatação linear, superficial e
volumétrica.
A dilatação linear é aquela que acontece ao longo do comprimento do material
e depende da variação da temperatura e de um coeficiente de dilatação linear, o qual
cada material possui um valor específico (LUIZ, 2007). Podemos então encontrar a
fórmula geral para a dilatação linear como:
Figura 1: Dilatação Linear.

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Fonte: Autores, 2019.

∆𝐿 = 𝛼. 𝐿0 . ∆𝑇

𝐿 = 𝐿0 + 𝛼. 𝐿0 . ∆𝑇

𝐿 = 𝐿0 (1 + 𝛼. ∆𝑇) (1)

O Coeficiente de dilatação linear 𝛼 é dado, no Sistema Internacional em 𝐾 −1 .


A dilatação superficial é a dilatação em duas dimensões. Para determinar a
dilatação superficial de um objeto basta multiplicar a dilatação térmica de um lado com
o outro (notas de aula).

Figura 1: Dilatação Linear.

Fonte: Autores, 2019.

𝐿1 = 𝐿01 (1 + α. ∆T)

𝐿2 = 𝐿02 (1 + 𝛼. ∆𝑇)

𝐿1 . 𝐿2 = 𝐿01 (1 + α. ∆T) 𝐿02 (1 + 𝛼. ∆𝑇)

𝐴 = 𝐴0 (1 + 2𝛼. ∆𝑇 + 𝛼 2 . ∆𝑇 2 )

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Como o termo 𝛼 2 . ∆𝑇 2 é próximo de zero pode-se retira-lo da equação (TIPLER,
2012). Resultando em:

𝐴 = 𝐴0 (1 + 2𝛼. ∆𝑇) (2)

A dilatação volumétrica é a dilatação de todos os lados de um sólido ou a


dilatação de um líquido. Para calcular a dilatação volumétrica multiplicamos a
dilatação superficial e a linear e encontra-se como resultado, com alguns ajustes nos
cálculos:

𝑉 = 𝑉0 (1 + 3𝛼. ∆𝑇) (3)

É interessante notar que o coeficiente de dilatação linear este presente nas


equações 1, 2 e 3. Com isso as letras gregas X, X são definidas:

2𝛼 = 𝛽 (4)

3𝛼 = 𝛾 (5)

Abaixo segue a descrição e a análise da prática experimental, voltada a


demonstrar empiricamente os conceitos físicos supracitados. Todos os cálculos de
propagação de erros deste relatório foram baseados no livro de Piacentini et al. (2012),
“Introdução ao laboratório de Física”, as equações para estes cálculos estão
presentes no apêndice 1.

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2. Objetivos
2.1. Objetivo Geral

Estudar o processo de dilatação térmica. De modo a demonstrá-lo


experimentalmente.

2.2. Objetivos Específicos

• Analisar os processos de dilatação térmica;


• Calcular o coeficiente de dilatação linear para o ferro, o alumínio e o latão
• Comparar os valores encontrados experimentalmente com os valores
padronizados.

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3. Experimental
O experimento proposto consiste em observar, testar e calcular a dilatação
ocorrida em três barras de diferentes materiais sendo eles latão,alumínio e aço, e com
diferentes coeficientes de dilatação linear.
A montagem experimental utilizada foi uma base de sustentação metálica, que
fora acoplado a um corpo de prova com um relógio comparador com precisão de 0,01
mm fixo na base, ligado a um balão de destilação com líquido através de um tubo de
látex de 40 cm, um termômetro com resolução de 1,0 °C na rolha do balão de
destilação para poder medir com maior precisão a variação de temperatura, uma trena
para auxiliar nas medições e uma lamparina para aquecer o líquido dentro do balão
de destilação.
Após concluído a montagem experimental, será medido o tamanho de ambas
as hastes e seus valores, e será iniciado o experimento, que inicialmente será
aquecido o líquido até que entrasse em estado de ebulição, logo em sequência o seu
vapor segue em direção ao corpo de prova que é oco e o vapor o aquecerá, assim
ocorrendo a dilatação linear que será medida pelo relógio comparador, e assim será
repetido o procedimento com as outras barras e será calculado a dilatação de ambos
os materiais.

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4. Discussão de resultados

De acordo com o procedimento experimental descrito no item 3 deste relatório.


A temperatura inicial da água e do ambiente foram aferidas em 28 ± 0,5 °C. A
lamparina foi acesa de modo a deixar a água entrar em ebulição. A temperatura de
ebulição da água foi aferida em 92 ± 0,5 °C para as três experiências.
Aferiu-se o comprimento inicial e final das barras, que estão dispostos na tabela
2.
Tabela 2 - Comprimento inicial e final das barras
Comprimento Inicial (L0 ) ∆L = L0 − L
Material
em mm (mm)
Ferro 520 ± 0,5 0,43 ± 0,005
Alumínio 520 ± 0,5 0,83 ± 0,005
Latão 520 ± 0,5 0,68 ± 0,005
Fonte: Autores, 2019

Como a barra utilizada é oca é possível aproximar o sistema físico para


dilatação linear, portanto utilizando a equação 1 é possível isolar o coeficiente de
dilatação linear 𝛼.
𝐿 = 𝐿0 (1 + 𝛼. ∆𝑇)

∆𝐿 = 𝛼. 𝐿0 . ∆𝑇

∆𝐿
𝛼= (6)
𝐿0 . ∆𝑇
Utilizando a equação 6 é possível calcular o coeficiente de dilatação linear para
os três metais estudados.
Ferro:
0,43 ± 0,005
𝛼𝐹 =
520 ± 0,5 . 64 ± 1,0
𝛼𝐹 = 12,9 10−6 ± 3,6 10−7

Alumínio:
0,83 ± 0,005
𝛼𝐴 =
520 ± 0,5 . 64 ± 1,0

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𝛼𝐴 = 24,9 10−6 ± 5,6 10−7

Latão:
0,68 ± 0,005
𝛼𝐿 =
520 ± 0,5 . 64 ± 1,0
𝛼𝐿 = 20,4 10−6 ± 4,9 10−7

Os valores encontrados experimentalmente podem ser comparados com os


valores encontrados na literatura, estes valores estão dispostos na tabela 3.

Tabela 3 – Tabela para comparação entre o coeficiente de dilatação


medido e o tabelado.
Coeciente de
Coeciente de dilatação linear
Material dilatação linear
obtido experimentalmente
bibliografia
(10–6 /°𝐶)
(10–6 /°𝐶)
Ferro 12,9 10−6 ± 3,6 10−7 12
Alumínio 24,9 10−6 ± 5,6 10−7 23
Latão 20,4 10−6 ± 4,9 10−7 19
Fonte: Autores, 2019 e RESNICK; HALLIDAY; KRANE, 2003

É possível notar que os valores obtidos estão bem próximos aos valores encontrados
na bibliografia. Os erros entre estes valores não passam de 9%. Isto se dá ao fato que os
instrumentos utilizados eram de boa resolução e o procedimento experimental foi seguido
fielmente ao roteiro disponibilizado.

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5. Considerações Finais
As dificuldades encontradas no experimento decorrem do fato da água demorar
a entrar em ebulição, e também pela extrema sensibilidade do relógio de medição da
dilatação da barra. Pode também considerar que como o laboratório não é totalmente
fechado, pode ter interferências significativas na variação de temperatura da barra,
através das correntes de convecção vindas pela janela. Isso tudo pode contribuir para
uma menor precisão na medição do coeficiente linear de dilatação de cada barra.
Uma maneira de reduzir as falhas do experimento, seria deixar o laboratório
todo fechado, e cada grupo realizar o experimento um de cada vez, para ter-se o
menos possível de interferência externa.
No entanto, mesmo assim o experimento teve bons resultados, já que o
coeficiente de dilatação linear encontrados para os 3 materiais ficarem bem próximos
do valor tabelado. Obtendo-se 24,9 . 10−6 /°𝐶 para o alumínio, com valor tabelado de
23 . 10−6 /°𝐶 ; 20,4 . 10−6 /°𝐶 para o latão, cujo valor tabelado é 19 . 10−6 /°𝐶; e
12,9 . 10−6 /°𝐶 para o ferro, cujo valor tabelado é 12 . 10−6 /°𝐶 . Obtendo um erro
experimental menor do que 10% do valor tabelado.

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Referências

BUSSAB, Wilton O, MORETTIN, Pedro A. Estatística Básica. 6. ed. São Paulo:


Saraiva, 2010.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física. 10.


ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2012. v. 2.

LUIZ, Adir Moysés. Física 2: gravitação, ondas e termodinâmica: teoria e


exercícios. São Paulo: Livraria da Física, 2007.

NUSSENZVEIG, H Moysés. Curso de Física Básica. 4. ed. São Paulo: Blucher,


2002. V. 2.

PIACENTINI, J et al. Introdução ao laboratório de Física. 4. ed. Florianópolis:


Ufsc, 2012

RESNICK, Robert; HALLIDAY, David; KRANE, Kenneth S. Física II. 5. Ed. Rio de
Janeiro, 2003.

TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros. 8. ed. Rio
de Janeiro: Ltc, 2012.

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Apêndice 1

Cálculos de propagação de erros:


Adição:
(𝑥 ± ∆𝑥) + (𝑦 ± ∆𝑦) = (𝑥 + 𝑦) ± (∆𝑥 + ∆𝑦)
Subtração:
(𝑥 ± ∆𝑥) − (𝑦 ± ∆𝑦) = (𝑥 − 𝑦) ± (∆𝑥 + ∆𝑦)
Multiplicação:
(𝑥 ± ∆𝑥) . (𝑦 ± ∆𝑦) = (𝑥. 𝑦) ± (𝑥. ∆𝑦 + 𝑦. ∆𝑥)
Divisão:
(𝑥 ± ∆𝑥) 𝑥 𝑥. ∆𝑦 + 𝑦. ∆𝑥
=( )±( )
(𝑦 ± ∆𝑦) 𝑦 𝑦2

Coeficiente de Deformação
O coeficiente de determinação mede a qualidade do modelo proposto para
representar o fenômeno físico. Esta grandeza pode variar entre 0 e 1, sendo o melhor
valor para descrever o sistema (BUSSAB, MORETTIN; 2010). Este coeficiente pode
ser escrito:
SQR (∑ni=1(xi − x̅)yi )²
R2 = = n
SQT ∑i=1(xi − x̅)² ∑ni=1(yi − y̅)²

Em que:
SQR é a soma dos quadrados da regressão;
SQT é a soma dos quadrados totais;
(xi , yi ) são os pontos amostrais;
x̅ média das coordenadas abscissas;
x̅ média das coordenadas ordenadas.

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