Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Administração e Ciências Contábeis: Reconhecimento pelo Decreto Federal Nº 76177/75 - D.O. 02/09/75
Ciências Econômicas: Reconhecimento através de Portaria Ministerial Nº 242/91 - D.O. 22/02/91
Sistemas de Informação: Reconhecimento através de Portaria Nº 4.562 - D.O. 29/12/05
Direito: Reconhecimento através de Portaria Nº 895 - D.O. 20/11/08
Engenharia de Produção: Autorização através da Portaria n° 1.687 – D.O. 25/11/09
Rua Professor Felipe Tiago Gomes, 173 – Vila Bueno – 37.006.020 – Varginha – Minas Gerais
(35) 3690-8900 / 3690-8958 (fax)
http//www.faceca.br = E-MAIL: faceca@faceca.br
Curso de DIREITO
Disciplina: Comunicação Jurídica (COJ) – 3º Período
Professora: Lenise Grasiele de Oliveira
Argumentação
MEDEIROS (2004: 166 – 179) (184 – 188)
l Introdução
2 Expedientes da Argumentação
Como se estrutura um texto argumentativo? Esse tipo de discurso é muito comum na vida
cotidiana: aparece nos textos jurídicos, na publicidade, nos artigos jornalísticos, nos comentários
políticos e económicos, literários, sobre música, teatro, artes plásticas. Em todas essas
manifestações, há ideias, pontos de vista, debates, discussões.
A marca do texto argumentativo é convencer ou persuadir por meio de um conjunto de
recursos oferecidos pela língua. Compreender como funciona a linguagem é antes de tudo
tornar-se cidadão, tendo em vista que os discursos "podem igualmente libertar ou oprimir,
manipular ou revelar como é feita a manipulação" (CITELLI, 1994, p. 8). Para confirmar essa
ideia, observamos que os regimes democráticos ou totalitários mantêm-se pelo uso da
linguagem persuasiva, que é argumentativa. Os mais diversos interesses de classe são
defendidos mediante argumentos que têm em vista convencer o receptor. A linguagem serve
para atingir determinados objetivos, ela defende intenções.
A propaganda, um artigo jornalístico, uma peça forense, um discurso, uma monografia
têm em vista convencer o receptor mediante variados recursos oferecidos pela língua. A
persuasão é a marca distintiva desse tipo de comunicação. A linguagem, portanto, não é
neutra nem ingênua; ela cumpre objetivos e realiza intenções.
A produção de sentidos resulta do esforço humano para estabelecer redes de
comunicação para informar, convencer, explicar, transmitir emoções.
Vimos que a língua possui variantes que são utilizadas segundo as necessidades do
emissor. Há ocasiões em que utiliza uma variante mais “culta”, porque a situação é formal e
exige determinadas formas verbais e rejeita outras. No entanto, em outras ocasiões, pode-se
optar por uma variante distensa, despreocupada com os rigores gramaticais e adequada para
situações informais. Isso não significa que uma seja melhor ou pior que a outra. São apenas
diferentes e se aplicam a uma sitação e não à outra. Veja-se, por exemplo, uma mesma
notícia veiculada por diferentes empresas de comunicação. Varia a linguagem conforme o
canal utilizado: Veja, Isto É, Época, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Diário de São Paulo,
Agora. E ainda considerem-se as variantes do jornalismo eletrônico (Internet). Conforme o
veículo de comunicação utilizado, a linguagem será mais ou menos formal, mais ou menos
tensa. Há canais que preferem a variante familiar, a que se coloca equidistantemente dos
extremos: nem popular nem excessivamente formal.
Dependendo, pois, da situação, o emissor escolhe a variante que é mais eficaz para
atrair o leitor e persuadi-lo. Utiliza a variante mais eficaz para a criação de certos efeitos que
contribuirão para convencer, persuadir, alcançar seus objetivos. Argumentos e provas servem
para validar a ideia que se quer defender.
O texto argumentativo defende um ponto de vista, que é formado por experiências
acumuladas, educação familiar, amizades, leituras, informações obtidas, desenvolvimento da
capacidade de compreender e elaborar uma mensagem de modo que a outra pessoa
entenda o que se deseja transmitir. O ponto de vista serve para manter a unidade do texto.
A visão que se tem do mundo é constituída pela formação discursiva. Não há um
ponto de vista que seja essencialmente original e individual, livre das circunstâncias
econômicas, sociais e culturais que o envolvem. As opiniões são resultado de concepções de
todo um grupo, do meio em que se vive. Ensina Citelli (1994, p. 18) que, "mesmo quando
emitimos opiniões, o fazemos no geral, orientados por concepções que tendem a ser cifradas
nos discursos com os quais convivemos". A originalidade discursiva tende a zero, enquanto sua
característica fundamental é a paráfrase, a repetição. É ilusória, portanto, a autoria de um
discurso. Somos, quando muito, autores de textos, mas o discurso não é nosso; pertence a
uma formação discursiva que, por sua vez, pertence a uma ideologia1.
Os atos de linguagem apóiam-se em um conjunto de valores e experiências sociais,
produto do ambiente cultural, da situação econômica que se vive. Entre o que se fala e o
interesse de uma classe social a que se pertence há correspondência. Vejamos um exemplo
prático: o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra. Podemos defender o movimento ou criticá-
lo, dependendo da formação discursiva a que nos filiemos. Dentro de uma formação discursiva
de defesa de valores humanos, como direito ao trabalho, à vida e, portanto, direito de
1
Para uma maior compreensão do conceito de Discurso, cf. obras de Mikhail Bakhtin.
FACULDADE CENECISTA DE VARGINHA
Administração e Ciências Contábeis: Reconhecimento pelo Decreto Federal Nº 76177/75 - D.O. 02/09/75
Ciências Econômicas: Reconhecimento através de Portaria Ministerial Nº 242/91 - D.O. 22/02/91
Sistemas de Informação: Reconhecimento através de Portaria Nº 4.562 - D.O. 29/12/05
Direito: Reconhecimento através de Portaria Nº 895 - D.O. 20/11/08
Engenharia de Produção: Autorização através da Portaria n° 1.687 – D.O. 25/11/09
Rua Professor Felipe Tiago Gomes, 173 – Vila Bueno – 37.006.020 – Varginha – Minas Gerais
(35) 3690-8900 / 3690-8958 (fax)
http//www.faceca.br = E-MAIL: faceca@faceca.br
3 Implícitos
Os expedientes argumentativos mais comumente utilizados são o pressuposto e o
subentendido.
Diana Barros (1988, p. 99) afirma que "Ao enunciador é oferecida a possibilidade
linguística de jogar com conteúdos implícitos, para fazer passar os valores e deles
convencer o enunciatário."
3.1 Pressupostos
A pressuposição pode ser estudada de duas formas distintas:
a) para uns, os pressupostos são vistos como condições de emprego, lógico ou não.
Exemplo: "Roberto continua triste." Roberto era triste antes é condição de verdade
(emprego lógico ou condição para que o enunciado atinja o fim pretendido, para
que a afirmação "Roberto é triste" se realize e a informação passe). Para Ducrot,
houve dois atos de linguagem: o de afirmar a tristeza atual de Roberto e o de
pressupor sua tristeza anterior. O autor utiliza, para explicar a pressuposição, a
teoria dos atos de fala. Ora, descrever a pressuposição como um ato de fala
equivale a introduzir o implícito entre o enunciador e o enunciatário;
b) para outros, os pressupostos são elementos do conteúdo, parte integrante do
sentido.
3.2 Subentendido
Diana Barros (1988, p. 102) conceitua:
"O subentendido é uma opção de organização do discurso, que se oferece ao
enunciador, e que leva o enunciatário a interpretar o discurso da forma que o enunciador
pretende."
Os subentendidos, como todos os implícitos, têm caráter manipulador. Outra característica
dos subentendidos é a possibilidade de o enunciador escapar da responsabilidade do dizer.
Na pressuposição, o enunciador pode sempre atribuir o conteúdo pressuposto ao "senso
FACULDADE CENECISTA DE VARGINHA
Administração e Ciências Contábeis: Reconhecimento pelo Decreto Federal Nº 76177/75 - D.O. 02/09/75
Ciências Econômicas: Reconhecimento através de Portaria Ministerial Nº 242/91 - D.O. 22/02/91
Sistemas de Informação: Reconhecimento através de Portaria Nº 4.562 - D.O. 29/12/05
Direito: Reconhecimento através de Portaria Nº 895 - D.O. 20/11/08
Engenharia de Produção: Autorização através da Portaria n° 1.687 – D.O. 25/11/09
Rua Professor Felipe Tiago Gomes, 173 – Vila Bueno – 37.006.020 – Varginha – Minas Gerais
(35) 3690-8900 / 3690-8958 (fax)
http//www.faceca.br = E-MAIL: faceca@faceca.br
4 Tipos de Argumento
O autor de um texto argumentativo pode socorrer-se de algumas técnicas de
elaboração de sua peça, como: