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A Ética de Aristóteles

Parte 1

Prof. Dr. Pedro Leite


Filosofia - UFPel
Ética Política

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1. Ética

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Características
Teleologia
Eudaimonia
Virtude
Prudência

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Teleologia (telos) - Fim
Toda arte e toda investigação, bem como toda ação e
toda escolha, visam a um bem qualquer; e por isso foi
dito, não sem razão, que o bem é aquilo a que as coisas
tendem.
tudo finalidade

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Qual é fim?
Se existe para todas as coisas que fazemos, algum fim que desejamos por si
mesmo e tudo o mais é desejado por causa dele; e nem toda coisa escolhemos visa
uma outra (porque se fosse assim, o processo se repetiria até o infinito e inútil e
vazio seria o nosso desejar), é evidente que tal fim deve ser o bem, ou melhor, o
sumo bem.

Eudaimonia Prof. Dr. Pedro Leite


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Através do que alcançamos este fim?

Virtudes

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Aristóteles

Ética dasVirtudes

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Virtude
Ética Nicomaqueia (Livro I, 13): (...) a virtude humana (excelência da alma) é o
objeto de estudo do político, cuja finalidade básica é tornar o homem bom e
honesto. Sendo a virtude humana uma excelência da alma, é necessário, para o
político, um certo conhecimento desta, da mesma maneira que o médico possui
conhecimento do corpo (EN 1102a16-25).

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Divisão da alma

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Divisão da alma

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Alma Humana
Possui duas partes (EN 1102a28):
(i) uma parte racional;
(ii) uma parte irracional.
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(ii) A parte

irracional

é dupla:
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(a) A primeira parte da alma irracional é a alma

vegetativa; parte comum a todos os seres vivos, isto é,

a nutrição e o crescimento;

E não possui nada em comum com o princípio

racional, com a razão.


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(b) A segunda parte da alma irracional é a parte
apetitiva, ou desejante, que de um certo modo participa
da razão, ou seja, participa do princípio racional.
Essa parte sofre uma influência da alma racional por
meio de admoestações, censuras e exortações; escutando-
a e obedecendo-a, como se escuta e se obedece ao pai e
aos amigos.
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Parte racional Razão

Alma humana Apetitiva (desejante)


Parte irracional
Vegetativa

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A parte irracional, que é dupla, participa por meio da
parte apetitiva da razão.
Mas, não possui por si mesma o princípio racional.
O princípio racional apresenta-se sob dois aspectos:
(a) possuir a razão e o exercício do pensamento;
(b) Obediência à razão.
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Esses dois aspectos, acabam por revelar os dois diferentes tipos
de virtudes:

1. virtude intelectual (parte puramente racional)

Possui a razão e o exercício do pensamento.

2. virtude moral (parte irracional que participar da racional)

Obedece à razão.
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Da parte que possui a razão originam-se as:

Virtudes Intelectuais

(a sabedoria, a prudência, a inteligência, a ciência e a arte).

Somente podem ser adquiridas pelo ensinamento.

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Da parte que obedece a razão surgem as:

Virtudes Morais
(são virtudes morais, dentre outras, a justiça, a temperança, a coragem,
a liberalidade, a magnificência, a indulgência).
Somente poderão ser adquiridas pelo hábito.
Agindo continuadamente de modo virtuoso, adquiriremos uma
disposição (hexis) de caráter virtuosa.
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PARTE VIRTUDES
RACIONAL RAZÃO INTELECTUAIS

ALMA
HUMANA

PARTE APETITIVA VIRTUDES MORAIS


IRRACIONAL

VEGETATIVA
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Virtude
e
Mediedade
(meio termo)
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O QUE É A VIRTUDE?
Definição: Gênero e diferença específica
Os três tipos de fenômenos engendrados na alma:
(i) as paixões;
(ii) as capacidades;
(iii) e as disposições.
Qual desses fenômenos especifica o que é a virtude?
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Paixão:
Toda a inclinação que vêm em conjunto com o prazer e a dor: o
apetite, a cólera, o temor, a audácia.
Capacidade:
Possibilidade que todos os homens possuem de experimentar as
paixões.
Disposição:
Conduta boa ou má em face das paixões. Prof. Dr. Pedro Leite
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São descartadas: paixões e capacidades:

(a) virtudes e vícios não podem ser identificados com as


paixões;

(b) nem a capacidade de experimentar tais paixões tem seu


princípio num processo de escolha deliberada.

Gênero das virtudes: disposição

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É uma disposição de que tipo?

[...] toda “virtude”, para a coisa da qual é “virtude”, tem como


efeito, ao mesmo tempo, colocar esta coisa em bom estado e lhe
permitir bem executar sua obra própria [...] Se, então, se dá o
mesmo em todos os casos, a excelência, a virtude do homem,
será igualmente uma disposição pela qual um homem torna-se
bom e pela qual também sua obra tornar-se-á boa.
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(EN 1106a15-23) Filosofia - UFPel
A disposição em questão, que torna bom o homem e sua obra,
deve ser a que leva o homem a agir para evitar o excesso e a
falta, buscar o “meio” nas ações, meio [mediedade] em relação
a nós, não à coisa, pois “sentir estas emoções no momento
oportuno, no caso e a respeito das pessoas que convêm, pelas
razões e da maneira que é necessário, é ao mesmo tempo meio e
excelência (EN 1106b 21-23).
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Desta forma, a virtude é uma espécie de mediedade, no
sentido em que busca um “meio”, a saber, agir com
mediedade diante das paixões.

Excesso – Mediedade – Falta


(Virtude)

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Excesso – Virtude – Carência

Temeridade – Coragem – Covardia

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Virtude:
É uma disposição de escolher por deliberação,
consistindo em uma mediedade relativa a nós,
disposição determinada pela razão, isto é, como
determinaria o homem prudente.
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Virtude:
Então, Aristóteles define a virtude como uma
disposição (seu gênero) de agir segundo a
mediedade (sua diferença específica), relativa a
nós (às nossas circunstâncias).
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Dois conceitos importantes:

escolha deliberada (prohairesis)

prudência (phronêsis)
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