Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CLUBE DO LIVRO
Aprender a viver (2006), de Luc Ferry
Encontro 5 – Cap. 5 – Filosofia Pós-Moderna: Nietzsche
Prof. Vitor Lima
ENCONTRO 5
FILOSOFIA PÓS-MODERNA: NIETZSCHE
Sumário
1. Nietzsche ................................................................................................................................. 2
1.1 Vida e obras...................................................................................................................... 2
1.2 Pluralismo, perspectivismo e experimentalismo ......................................................... 3
1.3 Tragédia ática: espírito dionisíaco e apolíneo ............................................................. 4
1.4 A noção de valor e o procedimento genealógico........................................................ 5
1.4.1 O procedimento genealógico .................................................................................. 6
1.4.2 Perspectivas avaliadoras a partir de valores (avaliação) ................................... 7
2. A pós-modernidade para Luc Ferry .................................................................................... 9
2.1 Theoria: genealogia, forças ativas e forças reativas ................................................ 10
2.1.1 Epistemologia como genealogia .......................................................................... 10
2.1.1 Ontologia como forças ativas e reativas ............................................................. 11
2.2 Ética: o grande estilo ..................................................................................................... 13
2.3 Salvação: eterno retorno e amor fati .......................................................................... 13
3. Guia de leitura para o Encontro 6...................................................................................... 15
Bibliografia ................................................................................................................................. 16
1. Nietzsche
1.1 Vida e obras
Demolidor dos valores tradicionais e anunciador do homem que ainda está por
vir, Friedrich Nietzsche (1844-1900) é um pensador cuja obra deixou marca decisiva na
modernidade e no início da contemporaneidade.
Estudou Filologia Clássica em Bonn e em Leipzig. Aos vinte e quatro anos,
tornou-se professor de Filologia na Universidade de Basiléia. Nesse período encontra
Richard Wagner, em cuja obra musical via o instrumento apto para renovar a cultura
contemporânea. Logo, porém, ele se afastará do artista e de Schopenhauer, cujo Mundo
como vontade e representação havia lido alguns anos antes1.
Em 1879, Nietzsche deixa a Universidade por motivos de saúde – mas também
porque a Filologia não era seu “destino”, como declarou em certa ocasião – e inicia sua
peregrinação de pensão em pensão, entre Suíça, Itália e França meridional. Em 1882,
conhece Lou Salomé, jovem russa de 24 anos; enamora-se e pretende desposá-la; ela,
porém, rejeita-o e se casa com Paul Rée, amigo e discípulo de Nietzsche.
Em 1883, em Rapallo, Nietzsche concebe sua obra mais importante: Assim falou
Zaratustra, trabalho que terminou, entre Roma e Nice, dois anos depois. Acredita ter
encontrado morada satisfatória em Turim. Mas, no dia 3 de janeiro de 1889, é acometido
por uma enfermidade psíquica e, segundo se conta, lança-se ao pescoço de um cavalo
cujo dono o espancava diante de sua casa.
Entregue primeiro aos cuidados da mãe e depois aos da irmã, Nietzsche morre
dia 25 de agosto de 1900, sem poder ficar inteirado do sucesso que estavam tendo os
livros que ele havia impresso à própria custa.
Sua obra principal pode ser assim enumerada:
1
Nietzsche havia dedicado a Wagner o Nascimento da tragédia, vendo em Wagner “seu insigne
precursor no campo de batalha”. No entanto, porém, ele vinha amadurecendo sua separação
tanto de Wagner quanto de Schopenhauer, como é testemunhado por obras como Humano,
demasiado humano (1878), Aurora (1881) e A gaia ciência (1882). Schopenhauer “não é outra
coisa que o herdeiro da tradição cristã”; o seu é “o pessimismo dos que renunciam, dos falidos e
dos vencidos”; é, justamente, o pessimismo resignado do romantismo, fuga da vida. Por outro
lado, Wagner – deve admitir Nietzsche – não é de fato o instrumento da regeneração da música;
ele – escreve Nietzsche em O caso Wagner (1888) – “lisonjeia todo instinto niilista (-budista) e o
camufla com a música, bajulando toda cristandade [...]”. Wagner é uma doença: “est um
névrose”. O afastamento de seus dois “mestres” comporta (ou caminha paralelamente com) o
afastamento de Nietzsche em relação ao idealismo (que cria um “antimundo”), ao positivismo
(com sua louca pretensão de dominar a vida com pobres redes teóricas), aos redentores
socialistas, e ao evolucionismo (“mais afirmado que provado”). O desmascaramento, porém, não
termina aqui. E justamente em nome do instinto dionisíaco, em nome do homem grego sadio do
século VI a.C., que “ama a vida”, Nietzsche anuncia a “morte de Deus” e desfere um ataque
decisivo contra o cristianismo.
2
Marton, Scarlet. Nietzsche: das forças cósmicas aos valores humanos. São Paulo: Brasiliense, 1990.
Portanto o que Nietzsche se propõe a fazer como ele próprio diz é uma crítica
dos valores morais, ou seja, é questionar o valor dos valores morais.
exaltação corajosa dos valores vitais. O filósofo individua o segredo desse mundo grego
no espírito de Dionísio: o deus é símbolo da força dionisíaca, instintiva e da saúde, de
uma humanidade em pleno acordo com a natureza. A arte grega, todavia, deve seu
desenvolvimento não só a essa divindade, mas também a Apolo, à força apolínea:
visão de sonho, senso da medida e de equilíbrio.
Se o apolíneo se exprime nas artes figurativas, o dionisíaco explode na música.
Os dois instintos caminham um ao lado do outro, “no mais das vezes em aberta
discórdia”, até quando, “por causa de um milagre metafísico da ‘vontade’ helênica”,
aparecem acoplados, gerando a obra de arte, igualmente dionisíaca e apolínea, que é
a tragédia ática.
Eis, porém, que chega Eurípedes, que procura eliminar da tragédia o elemento
dionisíaco em favor dos elementos morais e intelectualistas. E surge Sócrates, com sua
presunção de dominar a vida com a razão. Nesse momento, para Nietzsche, inicia a
decadência da cultura grega. Sócrates e Platão são “sintomas de decadência, os
instrumentos da dissolução grega, os pseudogregos, os antigregos”. Sócrates –
continua Nietzsche – “foi apenas alguém longamente enfermo”. Foi hostil à vida.
Destruiu o fascínio dionisíaco. A racionalidade a todo custo é uma doença.
Porém o que é vida para Nietzsche? Foi apenas a partir de Assim falou
Zaratustra que Nietzsche identifica vida e vontade de potência, e a vida vai aparecer
como uma vontade orgânica, ou seja, ela própria não unicamente do homem, mas de
todo ser vivo. Esse afeto de vontade de potência não se trata de livre-arbítrio. Acontece
ao nível do organismo. Toda célula quer expandir-se o quanto pode. O mesmo com
tecidos. O mesmo com órgãos. Portanto, cada ser vivo microscópico que constitui
qualquer organismo quer mais potência. Isso faz com que se deflagrem em luta.
Essa luta, entretanto, é sempre vista de uma maneira bastante positiva, porque
a vontade de potência se exerce na medida em que encontra resistência. O obstáculo
se converte, portanto, em estímulo3.
Nietzsche vai dizer que o mundo, seja matéria inerte, seja matéria orgânica, é
constituído por forças plurais que estão permanentemente em luta, em combate. O
conceito de vontade de potência vê o seu âmbito de atuação ampliado. Se antes ele
dizia respeito unicamente ao organismo, agora ele passa a dizer respeito a tudo o que
existe – toda força quer exercer-se sempre mais. Vida é vontade de potência. Enquanto
caso particular da vontade de potência presente no mundo inteiro, a vida vai servir de
parâmetro nesta avaliação.
Para trazer mais concretamente uma outra definição de vida, em Para além de
bem mal, Nietzsche escreve:
“[...] a vida é essencialmente uma apropriação, uma violação, uma sujeição de tudo aquilo que é
estranho e fraco, significa opressão, rigor, imposição das próprias formas, assimilação, ou pelo
menos, na sua forma mais suave, um aproveitamento [...] Também uma corporação, na qual como
indicamos mais acima, os indivíduos se tratam como iguais (isto acontece em toda aristocracia
sadia) – deve, embora represente um corpo vivo e não um corpo moribundo, fazer nas próprias
relação com os outros corpos tudo aquilo que são obrigados a abster-se os seus componentes
nas suas relações recíprocas: essa deverá ser a vontade de dominação, desejará crescer,
aumentar, atrair, adquirir predomínio – não já pela moralidade ou imortalidade, mas unicamente
porque ‘vive’ e porque a vida é a vontade de potência.” (Além do bem e do mal, §259)
A partir daí nós compreendemos o ataque que Nietzsche faz a moral cristã,
entendendo que a moral cristã expressa a negação da própria vida.
3
A respeito da relação entre Nietzsche e o nazismo, Scarlett Marton afirma que entre as diferentes apropriações e
utilizações que foram feitas do filósofo – judeus, cristãos, ateus, extrema-esquerda, extrema-direita, políticos.
discurso pós-moderno, vários se apropriaram – também se apropriou do filósofo o nazismo. Porém, nada mais
contrário à palavra de ordem nazista – ou seja, a solução definitiva da questão judia – que o conceito de vontade de
potência. Isso porque a luta que é deflagrada por essa vontade de potência não visa ao extermínio e ao aniquilamento.
A luta reveste um caráter agonístico. É um antigo tema encontrado lá nos pré-socráticos, basicamente em Heráclito,
o tema do pólemos, do combate. Para que o combate ocorra, é necessário que existam antagonistas. Para que ele
perdure, é imprescindível que os beligerantes não sejam aniquilados.
Observação dos
kósmos e Pratica do amor em
mandamentos divinos
lógos encarnado – Deus e o amor de Deus
Cristãos atitude humilde de fé
inscritos na Bíblia,
para alcançar a vida
inspirada pelo lógos
diante de Deus eterna pessoal
encarnado.
Engajamento em
Sem kósmos e sem Dignidade humana e religiões seculares,
lógos encarnado – individualismo como empreendimentos
Modernos atitude de construção negação da natureza humanos: revolução
da realidade via egoísta, rumo a (progressismo), nação
cognição humana princípios universais (nacionalismo) e
ciência (cientificismo)
Luc Ferry
• Antropocentrismo
• Racionalidade
A primeira ideia diz que o ser humano é o conceito central, de onde partem as
concepções éticas, políticas e metafísicas – na célebre frase de Protágoras: “o homem
é a medida de todas as coisas”. Descartes, Rousseau e Kant são os principais alvos.
A segunda ideia diz que a capacidade discursiva não só é o traço distintivo dos
humanos, como também apresenta, caso desenvolvida, um poder emancipador graças
ao qual é possível rumar à liberdade e à felicidade tanto individuais, quanto coletivas.
A figura central, que sintetiza os ataques ao humanismo-antropocentrismo e ao
iluminismo-racionalismo é Nietzsche – segundo identifica Luc Ferry. Mas, por que
passar novamente de uma visão de mundo a outra?
Os medievais trocaram o lógos impessoal dos antigos pelo lógos pessoal dos
cristãos, mantendo a ideia de kósmos organizado, harmônico e hierárquico. Os
modernos, em contrapartida, abandonaram a noção de kósmos e criticaram a
autoridade religiosa – com ela a salvação pela fé no lógos encarnado. Trocaram-na pelo
ideal humanista e pelas ideias de racionalidade e liberdade humanas, centrados na
premissa de que o homem é fundamentalmente diferente dos outros animais –
distingue-se por sua perfectibilidade e não está limitado à sua natureza (Rousseau),
portanto é livre para agir moralmente e negar o próprio egoísmo, rumo a princípios
universais (Kant). Nesse cenário, a salvação se dá por tripla via: revolução (comunismo),
preservação e exaltação da nacionalidade (nacionalismo), descoberta e inovação
científicas (cientificismo). Por sua vez, todo esse prédio teórico se fundamenta na
sacralização do espírito crítico que opera via dúvida metodológica que de tudo duvida,
inclusive desconsiderando a tradição (Descartes).
Esse espírito crítico que desconsidera a tradição irá se voltar contra seus
criadores. Isso porque o humanismo não ultrapassou a estrutura religiosa fundamental,
isto é, a dicotomia mundo/além-do-mundo. Vale dizer, continuou a acreditar que alguns
valores são superiores à vida, e que o real deve ser julgado pelo ideal. Eis o
fundamento da crítica nietzscheana:
“Melhorar a humanidade? Eis a última coisa que eu prometeria. Não esperem de mim que eu erija
novos ídolos! Que os antigos aprendam antes quanto custa ter pés de barro! Derrubar ‘ídolos’ –
é assim que chamo todos os ideais – esse é meu verdadeiro ofício. É inventando a mentira
de um mundo ideal que tira o valor da realidade, sua significação, sua veracidade... A mentira do
ideal foi até agora a maldição que pesou sobre a realidade, a própria humanidade se tornou
mentirosa e falsa até o mais fundo de seus instintos – até a adoração dos valores opostos àqueles
que poderiam lhe garantir um belo crescimento, um futuro...” (NIETZSCHE, Ecce Homo, prefácio
apud FERRY, 2006, p. 177)
A tese mais profunda de Nietzsche é que não existe ponto de vista exterior, nem
superior à vida – e estar na vida implica fazer parte do jogo de forças que constituem o
fundamento do real.
Nesse sentido, Nietzsche fará seu ataque à tradição seguindo uma metodologia:
a de identificar intenções morais implícitas nos ideais, procedimento que ele chama de
genealogia – e que Ferry chama de desconstrução. Para Nietzsche, todo juízo sobre
a realidade é um sintoma que por vezes esconde uma forma de vida e não pode ser
entendido sem se remeter a essa forma de vida. É nesse sentido que Nietzsche será
visto como filósofo da suspeita – um desconstruidor do humanismo clássico, junto com
Freud e Marx:
“Juízos, juízos de valor sobre a vida, a favor ou contra, nunca podem ser, em última instância,
verdadeiros: não possuem outro valor senão o de sintomas – em si, tais juízos são
imbecilidades. É, pois, necessário estender os dedos para tentar apreender essa fineza
extraordinária que reside no fato de que o valor da vida não pode ser avaliado. Não por um
vivente, pois ele é parte, e até mesmo objeto de litígio; não por um morto, por uma outra razão. Da
parte do filósofo, ver no valor da vida um problema significa uma dúvida contra ele, um ponto de
interrogação em relação à sua sabedoria, uma falta de sabedoria” (NIETZSCHE, Crepúsculos dos ídolos,
O caso Sócrates, § 2 apud FERRY, 2006, p. 185)
Nietzsche pensa o mundo de modo diferente dos estoicos: tanto o reino orgânico,
quanto o inorgânico são compostos por um tecido de forças caóticas e não redutíveis a
uma unidade. Nesse sentido, há uma ruptura não só com os antigo e medievais, mas
também com os modernos. Todos procuram, ainda que não aceitem a ideia de kósmos
como uma ideia que fundamente a realidade, encontrar unidade, coerência e ordem no
mundo, nem que seja nele projetando a racionalidade humana, como faz Kant com suas
formas a priori da sensibilidade e do entendimento.
O mundo pós-moderno é o de Picasso (1881-1973) e Schönberg (1874-1951), o
moderno é o de Michelangelo (1475-1564) e de Mozart (1756-1791). Em outras
palavras, é desestruturado e fragmentado, não estruturado e unitário.
Nesse sentido, em vez de buscar a ordem na realidade, Nietzsche propõe
entendê-la por meio da distinção de duas forças, pulsões, instintos: de um lado, as
forças ativas; de outro lado, as forças reativas.
Forças Filosofia e
Democracia
Vontade de Lógica do não Julgamento Rejeição do
reativas Ciência verdade e da negação contra o outro mundo sensível
A vontade de poder, assim, é aquela que quer intensidade, que quer evitar
dilaceramentos internos que diminuem a intensidade um do outro, porque anulam um
ao outro.
Os maiores contraexemplos à tal vontade são os sentimentos de culpa e de
remorso, que se volta contra nós mesmos, contra nossas próprias ações e, em vez de
nos impulsionar, apequena. Analogamente, apresenta-se o herói pintado pelo
romantismo, dilacerado e enfraquecido por seus conflitos internos – Mollière,
Schumann e Brahms são autores arquetípicos.
O maior exemplo da vontade de poder e do grande estilo é o atleta que que
desempenha suas atividades com simplicidade e sem esforço aparente. Isso acontece
porque nele as forças em jogo no movimento estão perfeitamente integradas, de modo
a cooperar sem resistência – logo, sem reação. Analogamente, apresenta-se o herói
pintado pelo classicismo, possuidor de todos os dons, todos os desejos violentos e
contraditórios, mas de tal modo que caminhem juntos, sob o mesmo jugo, com frieza,
lucidez, dureza, lógica – Corneille, Mozart e Rameau são autores arquetípicos.
Se não existem mais além, nem kósmos nem divindade, se os ideais fundadores
do humanismo estão comprometidos, como distinguir não apenas o bem do mal, como
distinguir mais profundamente ainda o que vale ser vivido do que é apenas medíocre?
Bibliografia
FERRY, Luc. Aprender a viver. Tradução de Vera Lucia dos Reis. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2007.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém.
Tradução, notas e posfácio de Paulo César de Souza. 1ª ed. 2ª reimp. São Paulo:
Companhia de Bolso, 2018.
__________________. Além do bem e do mal ou o prelúdio de uma filosofia do futuro.
Tradução de Márcio Pugliesi. São Paulo: Hemus Editora, 1981.
__________________. A Gaia Ciência. Tradução de Márcio Pugliesi, Edson Bini e
Norberto de Paula Lima. São Paulo: Hemus Editora, 1981.
__________________. Genealogia da Moral. Tradução, notas e posfácio de Paulo
César de Souza. 1ª ed. 11ª reimp. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
__________________. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo.
Tradução, notas e posfácio de J. Guinsburg. 1ª ed. 3ª reimp. São Paulo: Companhia das
Letras, 2007.
REALE, Giovanni, ANTISERI, Dário. História da Filosofia (vol. 56) – de Nietzsche à
Escola de Frankfurt. Coleção História da Filosofia. Tradução de Ivo Storniolo. 1ª ed.
[2008]. 2ª reimpressão [2016]. São Paulo: Paulus, 2016.
SCARLETT, Marton. Friedrich Nietzsche: uma filosofia a marteladas. 3ª Ed. São
Paulo: Brasiliense, 1984.
________________. Nietzsche: das forças cósmicas aos valores humanos. São
Paulo: Brasiliense, 1990.