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QUESTAO 46 -

Analise as seguintes afirmações relacionadas aos conceitos básicos de hardware e


software

I. O barramento PCI de 64 vias, também conhecido como “PCI 64”, suporta 64 bits
para dados e pode operar a 33 MHz ou 66 MHz. Fisicamente, diferencia-se do
barramento PCI tradicional por um “chanfro” delimitador. Outra diferença é que o PCI
64 não dispõe de tecnologia plug-and-play.

II. O barramento AGP é uma interface que permite a comunicação direta do adaptador
de vídeo com a memória RAM. Para estes adaptadores de vídeo, o processo de
armazenamento de dados de texturas utiliza a memória RAM.

III. Para o caso de um monitor de vídeo, a tecnologia plug-and-play serve para agilizar
a sua configuração. O protocolo conhecido como “DDC” permite ajustar a taxa de
atualização, que corresponde ao número de vezes por segundo em que a imagem é
renovada. Baixas taxas de atualização podem provocar desconforto visual para os
usuários.

IV. Para um conjunto formado por um monitor e um adaptador de vídeo, a memória de


vídeo e a resolução são diretamente proporcionais ao número máximo de cores que
podem ser apresentadas. Para uma mesma memória, quanto maior a resolução, maior
será o número máximo de cores que o adaptador poderá produzir.

Indique a opção que contenha todas as afirmações verdadeiras.

a) I e II

b) II e III

c) III e IV

d) I e III

e) II e IV

- RESOLUCAO –

I. FALSO: O Barramento PCI, originalmente criado em largura de 32 bits, deu “frutos”


(ou filhos)... O PCI-64 é uma variação deste barramento, só que com largura de 64
bits. Não é muito comum, mas existe.

Esse barramento, com exceção na largura e da freqüência (pode chegar a 66MHz,


contra 33MHz do PCI original), é idêntico ao PCI Original... Incluindo no fato de ser
Plug-And-Play... Outra coisa que é diferente entre os dois, claro, é o formato do
encaixe deles... O PCI64 apresenta um slot maior que o slot do PCI original (quase o
dobro do tamanho) e não apenas “um chanfro” como a questão fala.

II. VERDADEIRO: O Barramento AGP permite a conexão direta da placa de vídeo AGP
com a memória RAM. Parte dos dados da imagem exibida pela placa de vídeo é
armazenada na Memória RAM da própria placa de vídeo (como o Frame Buffer, que
serve para construir as imagens na sua forma real – em 2D). Outra parte
(componentes da imagem 3D, como o Z-Buffer, o Alpha, os efeitos de Fog e Blur) são
armazenados na RAM principal mesmo (ou eram, visto que as novas placas de vídeo
aceleradas no AGP já usam, quase que exclusivamente, sua própria memória para
armazenar tais dados – afinal, a memória de vídeo é bem mais rápida que as
memórias RAM atuais!)

Engraçado que esse conhecimento é, até para quem é da área de info, algo meio
“segredo”... Os caras escolheram direitinho essa questão para que ninguém
respondesse mesmo...

Vamos destrinchar a questão...

A parte que fica na memória principal do computador (RAM) é formada por vários
componentes usados na construção da imagem tridimensional:

Z-Buffer: Responsável por determinar o ângulo de construção da imagem 3D de


acordo com o eixo Z (profundidade) da imagem, pois, claro, a imagem do monitor é
2D (bidimensional) que simula um ambiente 3D.. o Z-Buffer é o responsável por isso!

Alpha Blending: Efeitos de Transparência (translúcidos), muito usados em jogos com


gráficos de excessiva qualidade!

Fog: efeitos de névoa (fumaça) – usado em vários jogos;

Blur: efeitos de desfocagem – para gerar a impressão de distância;

A parte que é armazenada na própria memória de vídeo da placa de vídeo é o Frame


Buffer, que é a parte dos dados armazenados da imagem que a constrói em forma
linear (pixel a pixel), como ela deve realmente aparecer na tela. O Frame Buffer é
usado em todas as imagens que o computador exibe: de janelas do Windows a filmes
e, claro, passando pelos jogos 3D!

Hoje isso é meio “esquisito”, porque, como falei mais acima, porque, na maioria das
placas de vídeo atuais, as imagens 2D e 3D são armazenadas quase que inteiramente
nas próprias memórias das placas de vídeo! (isso, claro, quando a placa de vídeo tem
memória suficiente!)...

Atenção: Agora, não espero mais nada, segue um aviso para a prova de Técnico da
Receita Federal! O AGP está se tornando obsoleto porque já está sendo usado (eu
mesmo uso em meu micro desktop) um barramento chamado PCI-Express 16 (que
chega a ser duas vezes mais rápido que o AGP 8x!).

III. ERRADA!!: O protocolo DDC (Display Data Channel) permite que um monitor de
vídeo qualquer mande dados sobre seu modelo e fabricante, além de taxas de
atualização e varredura suportadas por esse equipamento, mas a redação da questão
fala em ajuste desse valor...

Ora, na verdade, o DDC permite que a placa de vídeo (e consequentemente o sistema


operacional) obtenha informações sobre o monitor que está sendo conectado. O
resultado disso é que o sistema operacional vai “descobrir” qual é o monitor que está
conectado na máquina automaticamente.

Também como resultado do DDC, o Windows vai apresentar, na opção vídeo do painel
de controle, apenas as configurações de atualização e freqüências horizontal e vertical
que o monitor conseguirá exibir (NÃO HÁ CONFIGURACAO, HÁ APENAS A
INFORMAÇÃO AO SISTEMA OPERACIONAL DO QUE O MONITOR CONSEGUE EXIBIR)...

Quer dizer, o Monitor não fica configurado automaticamente, ele apenas diz ao
Windows o que ele agüenta, configurar, mesmo, efetivamente, é o usuário que faz,
escolhendo tais valores (freqüências, varredura, taxa de atualização) no próprio item
VIDEO do painel de controle.

IV. FALSO: A memória de vídeo tem uma capacidade medida em bytes. Essa memória,
existente na placa de vídeo, tem por função armazenar os pixels da imagem e
representar as cores de cada um desses pixels..

Ora, quanto mais resolução, mais pixels... Quanto mais pixels, mais bytes
consumidos... Então:

Se a memória não aumenta, quando aumentamos a resolução, gastamos mais bytes


para armazenar aquela imagem, logo, restam menos bytes da memória para as cores.
Em suma, quando mais resolução, menos cores (se considerarmos que estamos
lidando com a mesma quantidade de memória de vídeo).

A recíproca também é verdadeira: quanto mais cores sendo apresentadas, menos


bytes sobram para a resolução! Portanto, quanto mais cores, menor será a resolução!

- RESPOSTA: Não há resposta, visto que a III, considerada CERTA no gabarito oficial,
está ERRADA! –

- QUESTAO 47 –

Em relação ao processo de configuração do BIOS de um computador é correto afirmar


que a opção

a) Reserved memory address é utilizada para habilitar a porta paralela, reservando


automaticamente um espaço de memória para ela.

b) DMA channel 1/2/3/4 possibilita a instalação de placas AGP que não sejam PnP.

c) Latency timer estabelece o período máximo que um dispositivo PCI poderá se


apoderar do sistema sem ser interrompido.

d) Fast BOOT é utilizada para configurar o Overclock, definindo-se um fator de


multiplicação para a velocidade da CPU.

e) External cache é utilizada para especificar que existe um dispositivo de


armazenamento adicional conectado à porta USB do computador, que será utilizado
como memória cache para a CPU.

- RESOLUCAO –

Em primeiro lugar, estamos nos deparando com uma questão no mínimo atípica. A
questão fala da configuração do BIOS do computador. Na verdade, gostaria de
discorrer sobre o próprio enunciado, visto que as configurações citadas não pertencem
ao BIOS.

O BIOS é um programa que realiza a inicialização do computador através de processos


definidos (roteiros) a serem seguidos. O BIOS é, portanto, uma coleção de operações
realizadas em seqüência para que o computador possa estar pronto para o trabalho.

As configurações aqui descritas pertencem a um programa conhecido como SETUP, ou


CMOS SETUP, que permite configurar os parâmetros básicos a serem lidos pelo BIOS
para lidar com a placa-mae e seus componentes... Mas chamar o SETUP de BIOS é um
erro comum (infantil, mas comum)... Só não deveria ser cometido por uma instituição
como essa! Daí uma excelente chance para RECURSO...

Quero dizer: as opções mostradas aqui são vistas perfeitamente no programa


conhecido como SETUP (ou CMOS SETUP). Os dados alterados por meio desse
programa são armazenados numa memória volátil pequena na placa-mae, essa
memória é o CMOS.

Tudo o que foi perguntado aqui está nos menus do SETUP e são as configurações de
cada pequeno parâmetro no funcionamento básico da placa-mãe.

a) ERRADO: Essa opção (Reserved Memory Access) configura endereços a serem


acessados por placas de expansão ISA (antigas) que não possuem Plug And Play. Essa
configuração é, no mínimo, OBSOLETA (pergunte a qualquer técnico que monta
micros... eles vão dizer que não usam isso há tempos)... PERGUNTA IMBECIL!

b) ERRADO: essa opção do CMOS SETUP é usada para configurar os canais DMA
(acesso direto à memória) das placas de expansão ISA/PCI. OUTRA QUESTAO
IMBECIL!

c) CONFUSA/DÚBIA: Há uma opção Latency Timer para PCI sim, e se for ela a ser
referida pela questão, está certo! MAS... Em alguns SETUP de certos modelos de placa
mãe, a opção se chama Latency Timer (PCI Clocks), sem falar que há uma opção
chamada Latency Timer para a CPU, que permite definir como a CPU vai responder às
requisições de processos que chegarem até ela... E isso não tem nada a ver com PCI!!!

Como há possibilidade de interpretação dúbia dessa alternativa, sugiro ANULAÇÃO


DESSA QUESTÃO!

d) ERRADO: Fast BOOT é uma opção do CMOS SETUP Que permite diminuir os testes
realizados pelo BIOS no computador, a fim de fazê-lo buscar o sistema operacional
mais rapidamente, sem demorar tanto no processo que o antecede.

e) ERRADO: Cache EXTERNA AO GABINETE??!? Só se for de brincadeira... External


cache permite definir a Cache L2 (apesar de hoje ela ser totalmente interna ao
processador). Talvez, hoje em dia, essa opção tenha conotação de servir para habilitar
ou desabilitar a cache L3 (que ainda é externa ao processador na maioria dos casos).

Bom, eu sugiro a ANULACAO DESSA QUESTAO simplesmente porque ela é IMBECIL!


Que coisa horrível escolher esse assunto, buscado detalhes sobre os quais muitos
técnicos têm dúvidas! Essa questão foi simplesmente absurda!
Sei que é difícil, por pura intransigência da ESAF, eles anularem essa... Mas que a letra
C não foi definida como merece, ah não foi mesmo!

- RESPOSTA: NÃO HÁ, mas a C é a menos ERRADA, embora deixe dúvidas ainda! –

- QUESTÃO 48 –

Em um sistema operacional, o kernel é

a) um computador central, usando um sistema operacional de rede, que assume o


papel de servidor de acesso para os usuários da rede.

b) a técnica usada para permitir que um usuário dê instruções para a máquina, usando
instruções gráficas.

c) o processo de intervenção do sistema operacional durante a execução de um


programa. Tem como utilidade desviar o fluxo de execução de um sistema para uma
rotina especial de tratamento.

d) o núcleo do sistema, responsável pela administração dos recursos do computador,


dividindo-os entre os vários processos que os requisitam. No caso do Linux, o Kernel é
aberto, o que permite sua alteração por parte dos usuários.

e) um pedido de atenção e de serviço feito à CPU.

- RESOLUCAO –

Essa não tem nem o que demorar, o Kernel é o CENTRO DE UM SISTEMA


OPERACIONAL. O Kernel do Linux é aberto (open-source), ou seja, os usuários têm
acesso irrestrito ao código fonte desses Kernel, podendo alterá-lo livremente.

- RESPOSTA: D – O Gabarito Preliminar está Correto

- QUESTAO 49 –

No sistema operacional Linux, o comando

a) pwd mostra a senha de sua conta.

b) mkdir destrói um diretório.

c) shutdown –r +5 faz com que o sistema reinicie após cinco minutos.

d) who mostra a versão do Linux e a quantidade de memória do computador.

e) ls lista os usuários conectados na máquina via rede.

- RESOLUCAO –
Essa também é fácil para quem estudou um pouco de linux... é uma questão bastante
simples que sai por eliminação, mesmo quem não tem certeza da resposta CERTA:

a) ERRADO: o comando pwd permite que seja visto o diretório atual em que o usuário
está trabalhando! (essa eu avisei em sala – poderia cair algo entre pwd e passwd, não
foi?)

b) ERRADO: mkdir (Make DIrectory) cria um diretório vazio!

c) CERTO: era só deduzir, embora eu não tenha falado sobre o +5 (Sempre dei o
exemplo com a clausula “now”) – mas eu falei que “shutdown –h” desliga o
computador e “shutdown –r” reinicia a máquina! A clausula +5 indica que o ato
ocorrerá em CINCO MINUTOS.

d) ERRADO: who mostra QUEM está logado naquele momento no sistema (o nome de
todos os usuários atualmente logados e em que terminal estão).

e) ERRADO: ls lista os arquivos e diretórios dentro de um determinado diretório


(funciona como o DIR do DOS).

- RESPOSTA: C – O Gabarito Oficial está CERTO

- QUESTAO 50 -

Em relação aos recursos do Painel de Controle do Windows é correto afirmar que

a) a opção Vídeo exibe as propriedades de vídeo e permite alterar a resolução da tela.

b) para saber a identificação de um computador na rede deve-se usar o recurso


Opções de acessibilidade.

c) para configurar uma rede doméstica ou conectar-se à Internet deve-se utilizar o


recurso Adicionar ou remover programas.

d) a inversão das funções dos botões direito e esquerdo do mouse é feita por meio do
recurso Opções de acessibilidade.

e) a solução de problemas que possam estar ocorrendo no hardware pode ser feita por
meio do recurso Soluções de hardware.

- RESOLUCAO –

Essa é muito simples: A letra A está CORRETA, não há o que discutir... Essa foi uma
questão simples de Painel de Controle...

Inclusive, pegadinhas para as quais eu alertei em exercícios anteriores foram vistas


aqui como a do Opções de Acessibilidade como sendo algo relacionado às redes, mas
na verdade esse ícone do painel de controle serve para ajustar o Windows para
portadores de necessidades especiais.
A inversão dos botões do mouse está no ícone MOUSE, o ícone ADICIONAR E
REMOVER PROGRAMAS é para instalar ou desinstalá-los. A solução de problemas de
hardware pode ser encontrada no ícone SISTEMA (o ícone citado na questão não
EXISTE!).

- RESPOSTA: A – O Gabarito está Correto

- QUESTAO 51 -

O Microsoft Excel possui uma maneira rápida e fácil de localizar e trabalhar com um
subconjunto de dados em uma lista, exibindo somente as linhas que atendem aos
critérios especificados para uma coluna. Para acessar esse recurso deve-se clicar no
menu Dados e depois em

a) Classificar

b) Consolidar

c) Filtrar

d) Personalizar

e) Validação

- RESOLUCAO –

Essa também é muito fácil... Para mostrar apenas alguns itens de uma listagem (por
um determinado critério) usa-se o comando FILTRAR no menu DADOS. Por exemplo
para mostrar apenas as linhas que apresentam um determinado nome (Joao, José,
etc...), usa-se a opção FILTRAR para mostrar apenas as linhas de Joao ou José.

- RESPOSTA: C – O Gabarito Oficial está Correto

- QUESTAO 52 -

Analise as seguintes afirmações relacionadas à segurança e à proteção de documentos


no Microsoft Word, em suas versões mais recentes:

I. Para proteção contra vírus de macro não é necessário instalar um software antivírus
especializado, pois o Word já possui todos os recursos para esse tipo de vírus.

II. Para evitar vírus de macro, o Word permite que o usuário assine digitalmente um
arquivo ou macros usando um certificado digital.

III. No Word, é possível exigir que os usuários abram um documento como somente
leitura. Se um usuário abrir um documento como somente leitura e o alterar, essa
pessoa não poderá salvar esse documento com modificações, em hipótese alguma.

IV. No Word, é possível proteger um formulário quando ele está sendo usado e,
também, proteger a versão final para evitar que usuários façam alterações à medida
que o preenchem.

Indique a opção que contenha todas as afirmações verdadeiras.

a) I e II

b) II e III

c) III e IV

d) I e III

e) II e IV

- RESOLUCAO –

I. FALSO: Qualquer questão que diga que o anti-virus é dispensável está errada! E o
Word não sabe nem mesmo cuidar direito de seus documentos, como vai então cuidar
para evitar vírus? Essa é boa demais! Tem gente que vai pensar: "Ei, mas o Word tem
uma proteção que desativa Macros" - mas esse recurso é inefetivo quando as macros
maliciosas sao assinadas digitalmente por quem quer que seja... Entao seria
necessário, para fazer as macros rodarem livremente no Word, assinar esses códigos e
o Word vai cair direitinho... Um Antivirus seria capaz de detectar o código virótico em
si, pelo seu "jeitão" de vírus... TODA QUESTAO QUE DIZ QUE O ANTIVIRUS É
DESNECESSÁRIO É FALSA!

II. VERDADEIRO: Pode-se assinar qualquer documento. A Assinatura digital garante


que o arquivo não foi alterado e que foi escrito realmente por quem diz tê-lo escrito.
Como a assinatura num arquivo qualquer, o Word não abriria arquivos que foram
alterados (ou seja cujo conteúdo não “bate”com a assinatura). Essas opções se
encontram em FERRAMENTAS/OPCOES/SEGURANCA. Se a assinatura da Macro "bater"
com a assinatura devida, o Word nao verá problemas em abrir a Macro (que pode ter
sido criada e assinada maliciosamente).

III. FALSO: Uma pessoa poderá SALVAR COMO... usado outro nome e o arquivo novo
será criado com base neste anterior que era somente leitura!

IV. VERDADEIRO: Isso é encontrado em FERRAMENTAS / PROTEGER DOCUMENTO.

- RESPOSTA: E – O Gabarito Oficial está Correto.

- QUESTAO 53 -

Em relação aos conceitos de organização e de gerenciamento de arquivos e pastas é


correto afirmar que

a) uma pasta constitui um meio de organização de programas e de documentos em


disco e pode conter apenas arquivos.

b) uma pasta compartilhada pode ser acessada por qualquer usuário da rede,
independente de senha.

c) a forma mais eficiente para armazenar arquivos, visando à localização posterior, é


criar uma única pasta e, nela, salvar todos os arquivos que forem sendo criados ou
copiados. Isso evita que tenham que ser abertas várias pastas para procurar um
determinado arquivo, agilizando em muito na sua localização.

d) a pesquisa de arquivos no Windows pode ser feita levando-se em conta diversos


critérios. O critério mais utilizado, por ser mais simples e prático, é o tamanho do
arquivo.

e) no sistema operacional Windows, a pasta, geralmente localizada em um servidor de


arquivos, que os administradores podem atribuir a usuários individuais ou grupos, é
denominada pasta base. Os administradores utilizam as pastas base para consolidar os
arquivos dos usuários em servidores de arquivos específicos com a finalidade de
facilitar o backup. As pastas base são usadas por alguns programas como a pasta
padrão para as caixas de diálogo Abrir e Salvar como.

- RESOLUCAO –

Essa é meio que uma armadilha... Muita gente marcou a letra A por não conhecer o
termo descrito na letra E (a certa)...

A letra A está ERRADA porque uma pasta não pode conter apenas arquivos – mas
outras pastas também!

A letra E fala de uma tal de pasta base. Em uma rede, uma pasta base é o diretório
que foi atribuído a um usuário para que tudo o que ele abra ou salve aponte
diretamente para aquela pasta em questão. É como a MEUS DOCUMENTOS do
Windows... tente abrir ou salvar qualquer documento do Word ou do Excel, a janela
que se abrirá para salvar ou abrir será apontada para que diretório? Sim! MEUS
DOCUMENTOS!

O Termo pasta base é muito usado pela galera que administra Windows corporativos
em rede (Windows NT Server, Windows 2000 Server, etc...). Esse termo é usado em
ambiente de rede, nao se ouve (ou lê) falar em PASTA BASE com esse nome nos
micros stand alone (isolados), mas normalmente em Domínios Windows.

Foi meio estranha a alternativa, mas está CERTA!

Agora... Pensando bem... Enquanto escrevia esse comentário, me veio à mente algo
interessante (poderia ser um RECURSO, mas seria forçar a barra!)...

Vejam só: Na letra A, não falaram em Sistema Operacional Windows, portanto, a letra
A não se refere a ele... Aí vem a parte boa: No Linux, as pastas (diretórios) são
arquivos também (arquivos de diretórios) ou seja, se considerarmos a questão da letra
A em relação ao linux, ela está certa: pois as pastas (diretórios) contém ARQUIVOS
somente (sendo que alguns são arquivos comuns e alguns são arquivos de diretórios –
ou seja, outras pastas)...

Essa pode ser uma chance, mas acho difícil alguém engolir!

- RESPOSTA: E – O Gabarito Oficial está Certo!


- QUESTAO 54 -

Analise as seguintes afirmações relacionadas aos conceitos básicos de Segurança da


Informação:

I. O IP spoofing é uma técnica na qual o endereço real do atacante é mascarado, de


forma a evitar que ele seja encontrado. É normalmente utilizada em ataques a
sistemas que utilizam endereços IP como base para autenticação.

II. O NAT, componente mais eficaz para se estabelecer a segurança em uma rede, é
uma rede auxiliar que fica entre a rede interna, que deve ser protegida, e a rede
externa, normalmente a Internet, fonte de ataques.

III. O SYN flooding é um ataque do tipo DoS, que consiste em explorar mecanismos de
conexões TCP, prejudicando as conexões de usuários legítimos.

IV. Os Bastion host são equipamentos que atuam com proxies ou gateways entre duas
redes, permitindo que as requisições de usuários externos cheguem à rede interna.

Indique a opção que contenha todas as afirmações verdadeiras.

a) I e II

b) II e III

c) III e IV

d) I e III

e) II e IV

- RESOLUCAO –

I. VERDADEIRO: O Ataque de IP Spoofing consiste em enviar pacotes IP com o


endereço IP do remetente falso. Isso faz com que o atacante não consiga ser
descoberto facilmente... Esse ataque faz uso de uma fraqueza no protocolo IP (ele não
se importa com o remetente, somente com o destinatário do pacote).

II. FALSO: NAT é um protocolo, não uma rede! NAT é um protocolo que permite que
um único endereço IP válido na internet seja usado por diversos computadores em
uma LAN com seus endereços IP internos (chamados coloquialmente de endereços
falsos). O NAT está instalado nos roteadores das redes e traduz os pacotes enviados
por máquinas internas para que esses pacotes saiam para a internet com o endereço
válido (normalmente atribuído ao próprio roteador).

III. VERDADEIRO: O Ataque de SYN Flooding (inundação SYN) consiste em iniciar uma
comunicação TCP com um servidor, mas não concluí-la... O servidor (otário) vai ficar
esperando por esse estabelecimento de conexão, e simplesmente não aceitará
conexões de outros usuários até que aquela conexão falsa ser estabelecida (mas o
intuito do atacante é justamente esse... não estabelecer a conexão). DoS é o nome
dado a qualquer tipo de ataque que faz o ALVO parar de responder (DoS significa
Denial of Service – Negação de Serviço).

IV. FALSO: Bastion Host é um firewall mais especializado. É um termo que designa um
firewall que é capaz de analisar muito mais criteriosamente uma comunicação com a
rede interna... Enquanto que o firewall normal (filtro de pacotes) analisa e bloqueia
mensagens por critérios de baixo nível como as portas ou o IP remetente, os Bastion
Host (firewall Proxy – Intermediário) conseguem analisar até a camada de aplicação
para determinar o nível de malícia de uma comunicação.

ESSA FOI CHATA!!! NÃO TENHAM DUVIDAS!! Eles querem auditores de ADUANA ou
Analistas de SEGURANCA?!?! Eita!

- RESPOSTA: D – Gabarito está Correto

- QUESTAO 55 –

O processo de cifragem e decifragem são realizados com o uso de algoritmos com


funções matemáticas que protegem a informação quanto à sua integridade,
autenticidade e sigilo. Quanto aos algoritmos utilizados nos processos de cifragem,
decifragem e assinatura digital é correto afirmar que

a) o uso da assinatura digital garante o sigilo da mensagem independentemente do


tipo de chave utilizada.

b) os algoritmos RSA para assinatura digital fazem o uso de chave simétrica.

c) os algoritmos de chave simétrica têm como principal característica a possibilidade


de utilização de assinatura digital e de certificação digital, sem alteração da chave.

d) a criptografia de chave simétrica tem como característica a utilização de uma


mesma chave secreta para a codificação e decodificação dos dados.

e) a assinatura digital é obtida com a aplicação do algoritmo de Hash sobre a chave


pública do usuário que deseja assinar digitalmente uma mensagem.

- RESOLUCAO –

Essa é impossível ERRAR! No resumo que dei de Segurança e Certificação Digital tem
tudo isso!

a) FALSO: Assinatura digital não garante sigilo (confidencialidade), GARANTE A


AUTENTICIDADE (identidade do remetente).

b) FALSO: RSA não é algoritmo que usa chaves simétricas (RSA é de criptografia
ASSIMÉTRICA)... e claro que usa chaves ASSIMÉTRICAS...

c) FALSO: Assinatura Digital e Certificação Digital usam recursos de Chaves


Assimétricas, ou seja, da criptografia de chaves públicas (que usa um par de chaves).

d) VERDADEIRO: tem o que contestar?


e) FALSO: A assinatura é um processo que consiste em aplicar a CHAVE PRIVADA do
usuário matematicamente no HASH da mensagem.

- RESPOSTA: D – O Gabarito está CORRETO

- QUESTAO 56 -

É muito comum, durante a navegação na Internet, o usuário deparar com sites que se
utilizam de cookies, que são

a) arquivos que alguns sites criam no seu próprio servidor para armazenar as
informações recolhidas sobre a visita do usuário ao site.

b) arquivos de texto que alguns sites criam no computador do usuário para armazenar
as informações recolhidas sobre a sua visita ao site.

c) vírus especializados em roubar informações pessoais armazenadas na máquina do


usuário.

d) servidores de correio eletrônico que alguns sites utilizam para permitir uma
resposta automática a determinadas consultas feitas pelos usuários.

e) sistemas de segurança utilizados por sites seguros para garantir a privacidade do


usuário.

- RESOLUCAO –

Essa também é muito simples!

Um cookie é um arquivo de texto colocado no computador do usuário por um site da


web para que aquele computador do usuário seja reconhecido num próximo acesso e
que a página já consiga se adequar às configurações e preferências daquele usuário.

- RESPOSTA: B – O Gabarito está Correto

- QUESTAO 57 -

Analise as seguintes afirmações relacionadas à segurança na Internet:

I. Um IDS é um sistema de segurança que tem como principal objetivo bloquear todo o
tráfego, que utilize o protocolo http, aos servidores WWW de uma corporação.

II. Uma VPN é formada pelo conjunto de tunelamento que permite a utilização de uma
rede pública para o tráfego de informações e, com o auxílio da criptografia, permite
um bom nível de segurança para as informações que trafegam por essa conexão.

III. Configurando um firewal, instalado entre uma rede interna e a Internet, para
bloquear todo o tráfego para os protocolos HTTP, SMTP, POP e POP3, os usuários da
referida rede interna terão acesso à Internet, com um nível de segurança aceitável, a
sites como os de bancos, servidores de e-mail e de entidades que utilizem sites
seguros.

IV. O firewal é um programa que tem como objetivo proteger uma rede contra acessos
e tráfego indesejado, proteger serviços e bloquear a passagem de conexões
indesejáveis, como por exemplo, aquelas vindas da Internet com o objetivo de acessar
dados corporativos ou seus dados pessoais.

Indique a opção que contenha todas as afirmações verdadeiras.

a) I e II

b) II e III

c) III e IV

d) I e III

e) II e IV

- RESOLUCAO –

I. FALSO: Um IDS é um sistema (programa) instalado num computador da rede para


detectar movimentos suspeitos (pacotes com características específicas) que possam
significar um processo de invasão à rede.

II. VERDADEIRO: Em resumo, uma VPN é uma rede privada (acesso restrito) que usa
a estrutura física de uma rede pública para criar canais seguros de comunicação
(túneis) através de criptografia... É como duas pessoas gritarem segredos uma para
outra numa sala de cinema... é possível? SIM! É só elas falarem uma língua que
ninguém na sala entenda!

III. FALSO: Se for bloqueado o serviço do protocolo HTTP, não será possível acessar
sites de bancos, como a questão descreve!

IV. VERDADEIRO: definição perfeita de firewall.

- RESPOSTA: E – O Gabarito Oficial está CORRETO

- QUESTAO 58 -

Analise as seguintes afirmações relacionadas à segurança e uso da Internet:

I. Engenharia Social é um termo que designa a prática de obtenção de informações por


intermédio da exploração de relações humanas de confiança, ou outros métodos que
enganem usuários e administradores de rede.

II. Port Scan é a prática de varredura de um servidor ou dispositivo de rede para se


obter todos os serviços TCP e UDP habilitados.
III. Backdoor são sistemas simuladores de servidores que se destinam a enganar um
invasor, deixando-o pensar que está invadindo a rede de uma empresa.

IV. Honey Pot é um programa implantado secretamente em um computador com o


objetivo de obter informações e dados armazenados, interferir com a operação ou
obter controle total do sistema.

Indique a opção que contenha todas as afirmações verdadeiras.

a) I e II

b) II e III

c) III e IV

d) I e III

e) II e IV

- RESOLUCAO -

I. VERDADEIRO: Engenharia Social é “enganar os usuários bestas” para obter


informações que permitam proceder com o ataque (como senhas, horários de
funcionamento, nomes dos usuários, etc.).

II. VERDADEIRO: Port Scan é uma técnica para enviar diversos pacotes a diversas
portas de um sistema, a fim de saber se o mesmo responderá a algumas delas. Se a
resposta for enviada, o invasor deduz que aquela porta está aberta... Eu só acho que o
termo certo seria “todas as portas TCP e UDP” e não “todos os serviços” porque o Port
Scan procura por portas que permitam uma resposta (independentemente de elas
estarem ou não associadas a qualquer serviço ou protocolo).

III. FALSO: Essa definição é de Honey Pot (um micro falso que atrai os invasores como
MOSCAS no MEL – daí o nome)... Esse micro finge ser importante e os caras invadem
o micro achando que estão abafando... é possível até rastrear os invasores enquanto
eles “invadem” o honey pot!

IV. FALSO: essa é a definição de Backdoor (eles apenas inverteram)... Um backdoor é


um “buraco” (colocado propositalmente por um programador) para que o sistema
tenha essa falha que ele conhece... Ele pode usa-la para diversos fins (como invadir o
sistema instalado, faze-lo parar de funcionar caso o cliente não pague pelo sistema,
etc.)

- RESPOSTA: A – O Gabarito está Correto!

- QUESTAO 59 -

Analise as seguintes afirmações relacionadas aos conceitos básicos de redes de


computadores, seus componentes, protocolos, topologias e servidores:

I. No modelo OSI, a camada de aplicação é responsável pelo endereçamento dos


pacotes, convertendo endereços lógicos em endereços físicos, de forma que os pacotes
consigam chegar corretamente ao destino. Essa camada permite que duas aplicações
em computadores diferentes estabeleçam uma sessão de comunicação. Nesta sessão,
essas aplicações definem como será feita a transmissão de dados e coloca marcações
nos dados que estão sendo transmitidos.

II. O SMTP permite que um usuário, utilizando uma máquina A, estabeleça uma sessão
interativa com uma máquina B na rede. A partir desta sessão, todas as teclas
pressionadas na máquina A são repassadas para a máquina B como se o usuário
tivesse um terminal ligado diretamente a ela.

III. O DNS é particularmente importante para o sistema de correio eletrônico. Nele são
definidos registros que identificam a máquina que manipula as correspondên¬cias
relativas a um determinado domínio.

IV. O FTP permite que um usuário em um computador transfira, renomeie ou remova


arquivos remotos.

Indique a opção que contenha todas as afirmações verdadeiras.

a) I e II

b) II e III

c) III e IV

d) I e III

e) II e IV

- RESOLUCAO -

I. FALSO: A camada que traduz endereços lógicos em endereços físicos é a terceira


camada (Camada de REDE) que, em se tratando de TCP/IP (embora a questão fale de
OSI), está relacionada ao protocolo ARP, que traduz endereços IP (lógicos) para
endereços MAC (físicos). A camada de aplicação traz os protocolos que conversam
diretamente com o usuário – como os protocolos de correio eletrônico (e-mail) e
outros afins.

II. FALSO: Essa definição é do TELNET. O Protocolo SMTP é usado para enviar correio
eletrônico, simplesmente.

III. VERDADEIRO: O DNS permite que os servidores de e-mail tenham nomes, sendo
possível a existência dos endereços fulano@empresa.com.br (se não houvesse DNS,
seria, provavelmente, fulano@200.241.34.12 – pensa no stress!!!)

IV. VERDADEIRO: Através do FTP, pode-se acessar remotamente um servidor e “pintar


o sete” com os arquivos contidos lá!

- RESPOSTA: C – O Gabarito está Correto!


- QUESTAO 60 -

Analise as seguintes afirmações relacionadas aos conceitos básicos de redes de


computadores, seus componentes, protocolos, topologias e servidores:

I. Cabos de rede crossover têm seus pinos de transmissão e de recepção invertidos e


são normalmente utilizados para conectar certos tipos de dispositivos de rede, como,
por exemplo, hubs. Também podem ser utilizados para conectar diretamente os
adaptadores de rede de duas máquinas.

II. O SSL é um protocolo de segurança que protege transações na Internet.

III. Os servidores de correios eletrônicos hospedados em DMZs utilizam o protocolo


Bluetooth para a autenticação de usuários, garantindo, para os demais usuários, que
cada um é quem diz ser.

IV. As redes sem fio de longo alcance, isto é, distâncias superiores a 250 metros,
utilizam a tecnologia bluetooth para garantir o transporte seguro entre seus
componentes.

Indique a opção que contenha todas as afirmações verdadeiras.

a) I e II

b) II e III

c) III e IV

d) I e III

e) II e IV

- RESOLUCAO –

I. VERDADEIRO: Cabos Cross (UTP Cruzados) têm os pinos 1 invertido para 3 e 2 para
6 numa das pontas. É usado para ligar hubs ou para ligar diretamente duas placas
(adaptadores) de rede! Os pinos 1 e 2 ENVIAM DADOS, 3 e 6 RECEBEM DADOS.

II. VERDADEIRO: O SSL é um protocolo que usa o algoritmo de criptografia 3DES para
estabelecer uma sessão criptografada entre as páginas da Internet – como dos bancos
– e os usuários.

III. FALSO: DMZ é “Zona Desmilitarizada”, ou, uma área numa rede de computadores
que é protegida por firewall. Os servidores de uma DMZ têm que ter acesso à Internet,
mas esse acesso é controlado para evitar invasões. Uma DMZ normalmente apresenta
dentro dela o servidor de e-mails da empresa e o servidor de páginas da mesma (é
claro que esses têm que ter acesso à Internet). E bluetooth é uma forma de
comunicação sem-fio para curtas distâncias (10 metros no máximo!)

IV. FALSO: Eu disse: CURTAS DISTÂNCIAS... 10 Metros no máximo!!!

Bom, pessoal... por hoje é só (são 01:09 da manha da terça e eu cumpri meu papel)..
Eu estava realmente estressado com essa prova! Muitos e-mails dizendo que ela foi
feia e tal e eu sem te-la visto (pense no meu stress – eu vivencio isso com vocês até o
fim!!!)... Embora muitos alunos (presenciais e on-line) e muitas pessoas que
compraram o livro tenham enviado e-mails para agradecer seus resultados...

Alunos com até 13 questões certas... (Até agora nenhum com as 15, mas a prova foi
feia mesmo!)... Espero ter ajudado a vocês, meus amigos... E espero que os recursos
ajudem!

Parabéns ao Beto Cadilhe, de Minas, com 9 questões, parabéns à Christiane, do Rio de


Janeiro, com suas 11 questões! Parabéns ao Thiago Rodrigues com 13 certas (eu
Thiago, eu sou “culpado” pelo seu desempenho não! Vc foi o único culpado!)... A
vocês, amigos, eu tenho tudo a agradecer pelas palavras de carinho em seus e-mails!
Fiquei lisonjeado e muito feliz (estava até meio depressivo com o resultado da maioria,
mas suas palavras me serviram de consolo inimaginável!)

Aos que atingiram menos, mas passaram do mínimo, não se preocupem... Dá para
passar sim! A prova levou a maioria a menos que o mínimo! Analisem, porém, as
outras matérias também! Mandem-me e-mails dizendo seus resultados! Estou
esperando!

Deus está sempre com vocês! Recorram a Ele! Ele está aí, em vossos corações,
esperando apenas que vocês o requisitem!

Abraços,

para imprimir clique na figura ao lado


20/12/2005 - Contário - Contabilidade - AFRF
- 2005

Caros alunos. A prova de contabilidade realmente


pegou pesado. A Esaf mudou bastante a forma de
elaboração das questões, adotando uma
sistemática muito parecida com a adotada nas
provas de Contabilidade Avançada nos certames
anteriores. Os alunos presenciais do Grécia Cursos
em Santa Maria e do Curso Formação em São
Paulo e os alunos matriculados no curso de
Contabilidade – Tópicos Avançados, certamente
não estranharam tanto a prova, pois abordamos
muitas questões parecidas com as que a ESAF
apresentou nesta prova. Entretanto, há pelo menos
04 (quatro) questões que merecem uma análise
mais profunda.

Para não atrapalhar ninguém, tomemos por base o


GABARITO 1.

As questões que são plausíveis de recurso são as


de números: 29, 30, 32 e 40.

Na questão 29 o gabarito apresentado é a letra


“B”. O prejuízo de 25.000 é o resultado do
exercício, mas no enunciado é solicitado o
resultado operacional. Assim, devemos excluir o
ganho de capital na alienação de imobilizado de
15.000. Logo, o gabarito deve passar de “b” para
“E”.

Na questão nº 30 a resposta apresentada (letra “A”) (atualização de


saldo devedor em passivos de longo prazo) é dúbia. Certamente o
examinador quis dizer atualização de dívidas em passivo de longo
prazo. Mas, ele não disse exatamente isso e confundiu o candidato.
Esta é, no meu entender, a menos provável de anulação, visto que
as outras 4 alternativas são absurdas, entretanto o choro é válido! A
questão pode ser anulada.

Quanto a questão 32, nos parece a mais tranquila


para anular, pois passivo a descoberto é conta de
natureza devedora. Por isso que o CFC
determinava que ela fosse lançada logo abaixo do
ativo diferido. A revogação da determinação do
CFC ocorreu em 08/11/2005, portanto após a data
do edital. Desta forma, vale a legislação que
estava em vigor na data da publicação do edital,
ou seja, a questõa deve ser anulada, pois não
havia resposta. Ademais, o edital é bastante claro
ao especificar que a legislação posterior a sua
publicação não deve ser cobrada.

O que fizeram com o art. 197 e 202 da Lei nº


6.404/76? Na questão 40 a Esaf ignorou a
alteração introduzida nos referidos artigos pela Lei
nº 10.303/2001. A reserva de lucros a realizar,
após sua realização, deve permanecer na reserva
de lucros a realizar e será adicionado ao primeiro
dividendo declarado se não for absorvido por
prejuízos posteriores. Então, após o advento da Lei
10.303, não há mais reversão dessa reserva. Há,
entretanto, uma ressalva. A CVM entende que as
reservas de lucros a realizar constituídas antes da
vigência da Lei nº 10.303 poderiam ser revertidas
quando realizadas, mesmo após a vigência. Mas,
ela mesma sugere que os lucros a realizar que
forem sendo realizados fossem adicionados aos
dividendos declarados. Ademais, não houve
nenhuma referência quanto ao tempo da
constituição dessas reservas e o enunciado foi
imperativo "... deve ser revertida para". A questão
deve ser anulada.

Por enquanto era isso. Quanto a possivel


elaboração de recurso, isto terá que ficar para
amanã à noite (terça-feira) para disponibilizar a
vocês até quarta-feira de manhã. OK?
Um forte abraço a todos.

Para não atrapalhar ninguém, tomemos por base o GABARITO 1.

As questões que são plausíveis de recurso são as de números: 29, 30, 32 e 40.

Na questão 29 o gabarito apresentado é a letra “B”. O prejuízo de 25.000 é o resultado


do exercício, mas no enunciado é solicitado o resultado operacional. Assim, devemos
excluir o ganho de capital na alienação de imobilizado de 15.000. Logo, o gabarito
deve passar de “b” para “E”.

Na questão nº 30 a resposta apresentada (letra “A”) (atualização de saldo devedor em passivos de longo prazo) é
dúbia. Certamente o examinador quis dizer atualização de dívidas em passivo de longo prazo. Mas, ele não disse
exatamente isso e confundiu o candidato. Esta é, no meu entender, a menos provável de anulação, visto que as
outras 4 alternativas são absurdas, entretanto o choro é válido! A questão pode ser anulada.

Quanto a questão 32, nos parece a mais tranquila para anular, pois passivo a
descoberto é conta de natureza devedora. Por isso que o CFC determinava que ela
fosse lançada logo abaixo do ativo diferido. A revogação da determinação do CFC
ocorreu em 08/11/2005, portanto após a data do edital. Desta forma, vale a legislação
que estava em vigor na data da publicação do edital, ou seja, a questõa deve ser
anulada, pois não havia resposta. Ademais, o edital é bastante claro ao especificar que
a legislação posterior a sua publicação não deve ser cobrada.

O que fizeram com o art. 197 e 202 da Lei nº 6.404/76? Na questão 40 a Esaf ignorou
a alteração introduzida nos referidos artigos pela Lei nº 10.303/2001. A reserva de
lucros a realizar, após sua realização, deve permanecer na reserva de lucros a realizar
e será adicionado ao primeiro dividendo declarado se não for absorvido por prejuízos
posteriores. Então, após o advento da Lei 10.303, não há mais reversão dessa reserva.
Há, entretanto, uma ressalva. A CVM entende que as reservas de lucros a realizar
constituídas antes da vigência da Lei nº 10.303 poderiam ser revertidas quando
realizadas, mesmo após a vigência. Mas, ela mesma sugere que os lucros a realizar
que forem sendo realizados fossem adicionados aos dividendos declarados. Ademais,
não houve nenhuma referência quanto ao tempo da constituição dessas reservas e o
enunciado foi imperativo "... deve ser revertida para". A questão deve ser anulada.

Por enquanto era isso. Quanto a possivel elaboração de recurso, isto terá que ficar
para amanã à noite (terça-feira) para disponibilizar a vocês até quarta-feira de manhã.
OK?

Um forte abraço a todos.

Como eu e o Missagia dividimos os cursos on-line de Comércio Internacional e o de


Direito Internacional Público, dividimos também a tarefa de comentar as questões.
Cada um pegou as questões relativas à parte teórica que lhe coube nos cursos on-line.

Por conta disso, eu fiquei com a resolução de 11 das 15 questões e o Missagia, com 4.

Das 11 que eu abaixo resolvo, em 2 cabe recurso (questões 37 e 45).


Das 4 que o Missagia está postando, cabe recurso em uma (questão 46).

Em uma outra questão, a de número 39, a ESAF “comeu mosca”. No gabarito 1 da


prova 3, que eu estou usando abaixo, a questão da “reserva” a acordo internacional
está com o gabarito certo, mas três alunos me mandaram e-mail dizendo que, nas
respostas dos gabaritos deles, reserva pode “incluir” disposições no acordo
internacional. Se isto estiver escrito mesmo no seu gabarito, será a quarta questão
para recurso. Mas esta é mole de ganhar, já que a resposta tem que ser a mesma no
gabarito 1, 2, 3 ou 4.

Vejamos todas as 11 do Gabarito “1”.

(O Missagia deve estar postando as 4 dele, se é que já não o fez...)

Parabéns para aqueles que já garantiram o mínimo de pontos exigidos, pois acho que
estão dentro.
E desejo que os demais tenham sucesso nos recursos.

Um grande abraço,
Rodrigo Luz

37- A adoção da cláusula da nação mais favorecida pelo modelo do Acordo Geral de
Tarifas e Comércios (GATT) teve como indicativo e desdobramento a pressuposição da
igualdade econômica de todos os participantes do GATT, bem como, no plano fático:
a) a luta contra práticas protecionistas, a exemplo da abolição de acordos bilaterais de
preferência.
b) a manutenção de barreiras alfandegárias decorrentes de acordos pactuados entre
blocos econômicos, a exemplo do trânsito comercial entre membros do MERCOSUL e
da União Européia, criando-se vias comerciais preferenciais freqüentadas e
protagonizadas por atores globais que transcendem o conceito de estado-nação.
c) a liberação da prática de imposição de restrições quantitativas às importações, por
parte dos estados signatários que, no entanto, podem manter políticas de restrições
qualitativas.
d) a liberalização do comércio internacional, mediante a vedação de quaisquer
restrições diretas e indiretas, fulminando-se a tributação na exportação, proibida pelas
regras do GATT, que especificamente vedam a incidência de quaisquer exações nos
bens e serviços exportados, de acordo com tabela anualmente revista, e que
complementa as regras do Acordo.
e) o descontrole do comércio internacional, mediante a aceitação de barreiras
tarifárias, permitindo-se a tributação interna, medida extrafiscal que redunda na
exportação de tributos, instrumento de incentivo às indústrias internas e de
manutenção de níveis ótimos de emprego, evidenciando-se as preocupações da
Organização Mundial do Comércio em relação a mercados produtores e consumidores
internos.

Resp.: Letra A.
Quando, em 1944, 44 países se reuniram em Bretton Woods, tomaram a decisão de
fazer o liberalismo voltar à tona, visto que o protecionismo havia sido levado ao
extremo na década de 1930, em virtude do crash da Bolsa de Nova York em 1929.

O GATT – General Agreement on Tariffs and Trade – Acordo Geral sobre Tarifas
Aduaneiras e Comércio, foi um acordo assinado em 1947 para liberalizar o comércio
então altamente protecionista.

O 1o artigo do GATT dispõe sobre a cláusula da nação mais favorecida, que teve por
fim substituir as concessões bilaterais por concessões multilaterais.

Escrevi o seguinte na aula 8 do curso on-line:

“Para vender muito e para não comprar nada, os países usaram, então, na década de
1930, várias e várias barreiras às importações e vários subsídios às exportações.

Nenhum país concedia vantagem para o mundo, salvo uma ou outra concessão
bilateral, ou seja, para um ou outro país.

Perto do fim da II Guerra Mundial, os principais países decidiram se reunir para avaliar
a conjuntura e descobrir os motivos pelos quais haviam chegado àquela guerra.
...
Perceberam que várias medidas protecionistas haviam sido levantadas na década de
30 e, por isso, decidiram elaborar um acordo multilateral (o GATT – General
Agreement on Tariffs and Trade – Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio
irá surgir em 1947) em que se iriam prever as medidas a serem adotadas pelos países
para combater cada medida protecionista.

A idéia era: para cada problema, uma solução. Vejamos uma lista simplificada dos
problemas criados na década de 30 e as soluções previstas no GATT:

1) Concessões bilaterais, em vez de concessões multilaterais. Nenhum país concedia


um benefício para todo mundo. A concessão era sempre muito limitada:

Combatido com a definição da Cláusula da Nação Mais Favorecida (NMF) no artigo I do


GATT, que define que toda vantagem, benefício ou favor concedido a um país deve ser
incondicionalmente estendido para os demais parceiros signatários do GATT. Parte-se
de uma política bilateral para uma multilateral.

...”

A letra B está errada ao dizer:

1) que a Cláusula da Nação Mais Favorecida tem por desdobramento a manutenção de


barreiras alfandegárias. A NMF diz respeito à não-discriminação de países; e
2) que as barreiras alfandegárias decorrem de acordos pactuados entre blocos
econômicos. Acordos entre blocos NUNCA são feitos para se criarem barreiras.

A letra C é absurda: A cláusula NMF é liberalizante, não protecionista ou permissiva de


restrições.

Letra D: A cláusula NMF é liberalizante, pois dela decorre que qualquer benefício
concedido a um país deve ser estendido aos demais signatários do GATT. A NMF não
prevê eliminação de barreiras. Prevê, repito, que todo benefício dado a um país seja
estendido para os demais. Mesmo se considerarmos que o GATT, não a NMF (que é o
artigo I), prevê eliminação de barreiras, não se pode considerar a letra D correta, pois
existem situações em que o protecionismo pode ser usado, como, por exemplo, para
proteger indústrias nascentes ou para melhorar Balanço de Pagamentos quando as
reservas cambiais estiverem em nível muito baixo.

A NMF não tem nada a ver com aceitação de barreiras tarifárias (letra E), mas com
extensão de benefício para os outros signatários do GATT.

Apesar de a letra A ser a que a ESAF considerou correta, ela não está perfeita. Eu faria
o seguinte recurso:

A letra A afirma que a Cláusula da Nação Mais Favorecida tem por desdobramento a
“abolição de acordos bilaterais de preferência”. Esta afirmação é forte demais e falsa,
considerando que o parágrafo 5o do artigo XXIV do GATT prevê que a NMF não se
aplicará quando houver o estabelecimento de uma união aduaneira, área de livre
comércio ou a ADOÇÃO DE ACORDOS PRELIMINARES NECESSÁRIOS para o
estabelecimento desses blocos. Ou seja, não precisa cumprir a NMF no caso dos
acordos bilaterais de preferência se estes tiverem por objetivo o estabelecimento de
uma área de livre comércio ou de uma união aduaneira. Em outras palavras, os
acordos bilaterais de preferência podem subsistir, não precisando ser abolidos.
Vejamos o § 5o:

“5. Por conseguinte, as disposições deste Acordo não impedirão, entre os territórios
das partes contratantes, o estabelecimento de uma união aduaneira nem de uma área
de livre comércio, nem a adoção de acordos preliminares necessários para o
estabelecimento de uma união aduaneira ou de uma área de livre comércio, à condição
de que: ...”

Os acordos de preferência podem ser celebrados com o objetivo de se conformar uma


área de livre comércio ou uma união aduaneira. Podemos confirmar isto pelo ensino de
Bruno Ratti, “Comércio Internacional e Câmbio”, Edições Aduaneiras, 10a edição,
página 460:

“É interessante mencionar que, embora um dos objetivos do GATT fosse a ‘eliminação


do tratamento discriminatório no comércio internacional’, ele não proibia a formação
de blocos econômicos ou aduaneiros que objetivassem a remoção de tarifas e outras
barreiras ao comércio entre países participantes desses blocos. Assim, uma união
aduaneira ou uma zona de livre comércio podia ser tolerada e até mesmo estimulada.”

O que o Bruno Ratti diz? Diz que a Cláusula da Nação Mais Favorecida (Princípio da
Não-Discriminação) não proíbe a formação de blocos econômicos. Ou seja, não vai
abolir os acordos comerciais, sejam bilaterais ou multilaterais.

Portanto, a NMF não tem por objetivo abolir os acordos multilaterais preferenciais (ex.
ALADI) ou bilaterais (também há acordos bilaterais de preferência já que um bloco
econômico pode ser composto de dois países, conforme se pode verificar no parágrafo
8o do artigo XXIV do GATT).

“§ 8o Para os efeitos de aplicação do presente acordo,


a) entender-se-á por união aduaneira, a substituição de DOIS ou mais territórios
aduaneiros por um único território aduaneiro...”

Como exemplo de um bloco comercial de dois países tivemos o Acordo de Livre


Comércio entre EUA e Canadá celebrado em 1988, sendo o embrião do atual NAFTA
(página 493 do livro do Bruno Ratti: “Em 11/01/89 entrou em vigor o Acordo
Comercial entre os EUA e o Canadá, objetivando criar uma zona de livre comércio.”).

Portanto, a Cláusula da Nação Mais Favorecida do GATT não prevê eliminação de


acordos bilaterais nem multilaterais de preferência que tenham por objetivo o
estabelecimento de uma área de livre comércio ou de uma união aduaneira, como se
depreende do artigo XXIV do GATT.

Porém, se o acordo bilateral de preferência não tiver por objetivo o estabelecimento de


uma área de livre comércio ou de uma união aduaneira, aí sim poderíamos interpretar
a letra A como correta. Esta conclusão decorre da interpretação a contrario sensu do
artigo XXIV do GATT.

O erro na letra A foi ter generalizado a abolição dos acordos preferenciais. Em síntese,
a NMF não pretende abolir os acordos preferenciais bilaterais ou multilaterais QUE
TENHAM por objetivo a formação de uma área de livre comércio ou de uma união
aduaneira (§ 5o do artigo XXIV do GATT).

Solicito anulação da questão por falta de opção correta.

39- Nos termos e na definição da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, e
para seus fins, a expressão “reserva” tem significado normativo e características
específicas, nomeadamente:

a) a reserva é uma declaração bilateral feita por dois estados, seja qual for o seu teor
ou denominação, ao assinarem, ratificarem, aceitarem ou aprovarem um tratado, ou a
ele aderirem, com o objetivo de excluírem ou modificarem o efeito jurídico de certas
disposições do tratado em sua aplicação a esses dois estados.Não pode ser feita a
retirada de uma reserva após a comunicação da mesma, dado que sua comunicação
suscita a suspensão dos efeitos do tratado.

b) a reserva é uma declaração bilateral feita por dois estados, seja qual for o seu teor
ou denominação, ao assinarem, ratificarem, aceitarem ou aprovarem um tratado, ou a
ele aderirem, com o objetivo de incluírem ou modificarem o efeito jurídico de certas
disposições do tratado em sua aplicação a esses dois estados. A retirada de uma
reserva ou de uma objeção a essa reserva deve ser formulada por escrito, devendo-se
aguardar 30 (trinta) dias contados da comunicação para que a reserva possa surtir
seus efeitos.

c) a reserva é uma declaração multilateral feita por mais de dois estados, seja qual for
o seu teor ou denominação, ao assinarem, ratificarem, aceitarem ou aprovarem um
tratado, ou a ele aderirem, com o objetivo de incluírem ou modificarem o efeito
jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a esses estados. A aceitação
expressa de uma reserva ou sua objeção, feita antes da confirmação, não produz
efeitos até que todos os estados pactuantes sejam comunicados.

d) a reserva é uma declaração unilateral feita por um estado, seja qual for o seu teor
ou denominação, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir,
com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado
em sua aplicação a esse estado. A reserva, sua aceitação expressa e sua objeção
devem ser formuladas por escrito e comunicadas aos Estados contratantes e aos
outros estados com direito de se tornarem partes no tratado.

e) a reserva é uma declaração unilateral feita por um estado, seja qual for o seu teor
ou denominação, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir,
com o objetivo de incluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado
em sua aplicação a esse estado. A retirada de uma reserva ou de uma objeção deve
ser formulada por escrito e encaminhada para conhecimento dos estados pactuantes
dentro de 30 (trinta) dias contados da referida retirada ou objeção.

Resp.: Letra D.

O conceito de “reserva” está no artigo 2o da Convenção de Viena, apresentado na aula


on-line 4 de DIP:

“d) «Reserva» designa uma declaração unilateral, qualquer que seja o seu conteúdo ou
a sua denominação, feita por um Estado quando assina, ratifica, aceita ou aprova um
tratado ou a ele adere, pela qual visa excluir ou modificar o efeito jurídico de certas
disposições do tratado na sua aplicação a esse Estado;”

E na aula 5 de DIP, coloquei o artigo 23 da CV:

“Artigo 23 - Procedimento relativo às reservas

1 - A reserva, a aceitação expressa de uma reserva e a objeção a uma reserva devem


ser formuladas por escrito e comunicadas aos Estados Contratantes e aos outros
Estados que possam vir a ser Partes no tratado.”

As letras A, B e C tratam de declarações bilaterais ou multilaterais. Reserva é ato


unilateral.

A letra E criou um prazo que não existe na Convenção de Viena.

40- A ruptura de relações diplomáticas ou consulares entre as partes, no que toca a


tratado entre elas pactuado, nos termos da Convenção de Viena sobre direito dos
tratados:
a) não atinge as relações jurídicas e econômicas decorrentes do pacto, em virtude da
cláusula pacta sunt servanda, que é absoluta em direito internacional.
b) não afeta as relações jurídicas estabelecidas por elas pelo tratado, salvo na medida
em que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja indispensável à
aplicação do tratado.
c) extingue todas as relações jurídicas decorrentes do tratado, com efeitos ex tunc,
dada previsão geral contida na Convenção.
d) suspende imediatamente o alcance das relações jurídicas e econômicas decorrentes
da convenção, como resultado da aplicabilidade da cláusula rebus sic stantibus, que é
absoluta em direito internacional.
e) extingue todas as relações jurídicas decorrentes do tratado, com efeitos ex nunc,
dada previsão geral contida na Convenção.

Resp.: Letra B.

Escrevi na aula on-line 6:

“8) Ruptura de Relações Diplomáticas ou Consulares


O artigo 63 é uma regra negativa de extinção de tratados, ou seja, a Convenção de
Viena dispõe que a ruptura entre relações diplomáticas NÃO gera a extinção do
tratado, a menos que as relações diplomáticas sejam indispensáveis à aplicação do
tratado.

Assim dispõe o artigo 63:


Artigo 63 – Ruptura de Relações Diplomáticas ou Consulares

A ruptura de relações diplomáticas ou consulares entre as partes num tratado não


afeta as relações jurídicas estabelecidas entre elas pelo tratado, salvo na medida em
que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja indispensável à aplicação
do tratado.”

41- O estado X, principal importador mundial de brocas helicoidais, adquire o produto


de vários países, entre eles os estados Y e Z. Alegando questões de ordem interna, o
estado X, num dado momento, decide majorar o imposto de importação das brocas
helicoidais provenientes de Y, e mantém inalterado o tributo para as brocas helicoidais
oriundas de Z. Considerando que os países X, Y e Z fazem parte da Organização
Mundial do Comércio, com base em que princípio da Organização o estado Y poderia
reclamar a invalidade dessa prática?
a) Princípio da transparência.
b) Princípio do tratamento nacional.
c) Respeito ao compromisso tarifário.
d) Cláusula da nação mais favorecida.
e) Princípio da vedação do desvio de comércio.

Resp.: Letra D.

A cláusula da nação mais favorecida também é conhecida como princípio da não-


discriminação. Todo benefício dado a um país deve ser estendido incondicionalmente
aos demais, sem discriminação, como vimos na aula on-line número 9:

“Artigo I –

Qualquer vantagem, favor, privilégio ou imunidade concedido por uma parte


contratante a um produto originário de outro País ou destinado a ele, será concedido
imediata e incondicionalmente a todo produto similar originário dos territórios de todas
as demais partes contratantes ou a eles destinado.

Este artigo I estabeleceu o sistema multilateral de comércio – em substituição ao


sistema bilateral que vigia na década de 1930 – ao impor que todo benefício dado a
um país deve ser estendido incondicionalmente aos demais. A Cláusula da Nação Mais
Favorecida é também conhecida como Princípio da Não-Discriminação (não confundir
com o princípio do artigo 3o, que tem o mesmo nome).”

42- Assinale a opção incorreta.


a) No âmbito do Mercosul, adotou-se um regime para a aplicação de medidas de
salvaguarda às importações provenientes de países não-membros do bloco.
b) O sistema de solução de controvérsias do Mercosul, definido pelo Protocolo de
Olivos, estabelece um Tribunal Permanente de Revisão para o julgamento de recursos
contra decisões dos Tribunais Arbitrais Ad Hoc – o que não existia no Protocolo de
Brasília, antecessor do de Olivos.
c) Em 2004, o Mercosul concluiu acordos comerciais, por exemplo, com a Índia e com
a SACU (União Aduaneira Sul-Africana, formada por África do Sul, Botsuana, Lesoto,
Namíbia e Suazilândia), e atualmente negocia acordos com outros países.
d) Muito embora o Mercosul almeje à conformação de um mercado comum,
atualmente o bloco se encontra no estágio de união aduaneira imperfeita (ou
incompleta). Para a conclusão dessa etapa, basta a eliminação das exceções ao livre-
comércio intrabloco.
e) De acordo com o Protocolo de Usuhaia, a plena vigência das instituições
democráticas é condição essencial para o processo de integração entre seus
signatários (países do Mercosul, Bolívia e Chile). Prevê o Protocolo que a ruptura da
ordem democrática em um dos países pode levar à suspensão de seus direitos e
obrigações nos processos de integração entre os membros desse Protocolo.

Resp.: Letra D.

Escrevi na página 12 da aula on-line número 2:

“Para aperfeiçoar então a união aduaneira, precisa liberar integralmente o comércio de


bens e serviços e acabar com as listas de exceção à TEC...”

Por isso, a letra D está errada.

A letra A está correta, pois não pode haver salvaguarda, antidumping e medidas
compensatórias cobradas internamente, mas, em relação aos países de fora do bloco,
pode.

Escrevi isso na página 24 da aula on-line número 7 sobre o Mercosul:

“Já no caso de aumento de importações que poderia levar à imposição de cláusula de


salvaguarda, não há nada que o país importador possa fazer contra. Veja: está
havendo um aumento de importações proveniente dos demais países do bloco. Isto
está gerando dificuldade para o país membro do Mercosul. Teoricamente, ele poderia
impor uma cláusula de salvaguarda. Mas, ao assinarem o Mercosul, eles renunciaram a
este direito, que continua existindo em relação a terceiros, mas não pode ser usado
em relação aos demais parceiros do Mercosul.”

A letra B está correta. Escrevi na página 15 da aula 2:


“Até o Protocolo de Olivos, de 2002, que entrou em vigor em 2004, não havia recurso
contra as decisões exaradas nos laudos arbitrais.
Mas o Tribunal Permanente de Revisão (TPR) foi criado para ser a “segunda instância”
do processo de solução de controvérsias. Caso uma parte queira, pode recorrer ao
TPR.”

A letra C está correta conforme coloquei na área aberta do site (Ponto 47).

Já a letra E foi tirada do fundo do baú: Não abordei isto nas aulas on-line, nem nos
livros, pois eu nem sabia que isto existia. Eu só acertei esta questão porque a letra D
está muito “na cara” e é copiada de uma prova lá de 2000 ou 2002.

O Protocolo de Usuhaia é um ajuste político que define que somente países com
regimes democráticos podem fazer parte do Mercosul. Acabei de aprender. Esta foi a
primeira das três palhaçadas da ESAF nestas 11 questões que estou comentando.

43- Assinale a opção incorreta.


a) Segundo as regras atualmente vigentes, o Brasil pode modificar, a cada seis meses,
até 40% (quarenta por cento) dos produtos de sua lista de exceção à Tarifa Externa
Comum.
b) Atualmente, o Brasil pode manter até 100 (cem) itens da Nomenclatura Comum do
Mercosul como lista de exceção à Tarifa Externa Comum.
c) A definição da lista de exceção brasileira à Tarifa Externa Comum do Mercosul é
feita pelo Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
d) Compete ao Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex)
orientar a política aduaneira, observada a competência específica do Ministério da
Fazenda.
e) As resoluções da Câmara de Comércio Exterior (Camex) poderão ter,
excepcionalmente, caráter sigiloso, nos casos previstos na legislação vigente.

Resp.: Letra A.

Não existe isso. O que existe são as listas de exceções à TEC que os países do
Mercosul podem alterar quando quiserem, desde que, ao se incluir um novo produto na
lista, seja retirado outro se o número máximo já tiver sido atingido.

Escrevi na página 9 da aula on-line número 2:


“Em relação às exceções no comércio com terceiros países, cada país tem liberdade de
relacionar até 100 produtos para tributar como quiser. Além destes, alguns bens de
informática e telecomunicações podem ter alíquotas diferentes nos países do
Mercosul.”

Esta questão foi meio-a-meio, ou seja, no curso on-line, a letra B foi explicada por
mim. Já os itens C, D e E foram tratados dentro do tópico “Instituições Intervenientes
do Comércio Exterior”, a cargo do Missagia.

Eu resolvi comentar a questão inteira para ficar melhor didaticamente.

Quando vocês viram as funções da CAMEX com o Missagia, viram que ela é o órgão
que coordena o comércio exterior brasileiro. É ela quem altera a NCM, a TEC, cria as
alíquotas antidumping, as medidas compensatórias e as cláusulas de salvaguarda. É
ela também quem altera as alíquotas do IE.

Suas funções são “coordenar”, “orientar”, definir “diretrizes”, como escrevi no Ponto
(http://www.pontodosconcursos.com.br/professor.asp?
menu=professores&busca=&prof=76&art=1740&idpag=3). As letras C e D constam no
Decreto 4.732/2003.

Já a letra E foi a segunda palhaçada da ESAF. Eu não sabia que decisões sigilosas
podiam ser tomadas pela CAMEX. Onde eles pegaram isso? No artigo 40 do fundo do
baú, ou melhor, do Regimento Interno da CAMEX (Resolução CAMEX n. 11, de
25/04/2005). Ridícula esta ESAF.

44- Assinale a opção correta.


a) A medida de salvaguarda, quando aplicada, deve incidir tão-somente em relação
aos países responsáveis pelo surto de importação no país que adota a medida. A esse
respeito, segundo o Acordo sobre Salvaguardas da OMC, a medida somente pode ser
aplicada em relação aos países cuja participação no mercado do país importador seja
igual ou superior a 30% (trinta por cento) em relação ao produto investigado.
b) Os pressupostos de aplicação das medidas de salvaguarda são: (i) surto de
importações, (ii) existência de prejuízo grave à indústria nacional e (iii) nexo causal
entre o surto de importações e o prejuízo grave à indústria nacional. A ameaça de
prejuízo grave não é suficiente para dar ensejo à aplicação de uma medida de
salvaguarda.
c) A China, que faz parte da Organização Mundial do Comércio, está sujeita à
incidência de salvaguardas transitórias. Com base no Protocolo de Acessão do país à
Organização, não é necessário o prejuízo grave para que se justifique uma salvaguarda
contra a China, bastando, sob este quesito, a ocorrência ou ameaça de desorganização
de mercado provocada pelo surto de importações chinesas.
d) Como medida de defesa comercial que é, a salvaguarda não dá ensejo à
compensação comercial para os países que vierem a ser prejudicados por sua
aplicação.
e) O surto de importações, para que possa justificar a salvaguarda, precisa ser
verificado em termos absolutos. Nesse sentido, não basta que o aumento significativo
das importações se verifique apenas em comparação com a produção nacional.
Resp.: Letra C.

Esta dá para fazer apenas por eliminação, porque ninguém ficou fuçando o Acordo de
acessão da China à OMC para ver as especificidades. Não queremos ser AFRF da China
e sim do Brasil. Esta foi a terceira e última palhaçada.

A letra A está errada, pois a cláusula de salvaguarda não pode ser discriminatória em
relação a países, conforme escrevi na página 3 da aula 7:

“Não-discriminação em relação aos países

As cláusulas de salvaguarda não podem ser discriminatórias em relação a países, pois


assim foi definido no § 2o do artigo 2o do Acordo: ‘As medidas de salvaguarda serão
aplicadas a um produto importado independentemente de sua procedência.’”

A letra B está incorreta, conforme escrevi na página 12 da aula 7:

“Em relação às cláusulas de salvaguarda, o conceito de dano está na própria definição


das salvaguardas:
Art. 1º Poderão ser aplicadas medidas de salvaguarda a um produto se de uma
investigação resultar a constatação, de acordo com as disposições previstas neste
regulamento, de que as importações desse produto aumentaram em tais quantidades
e, em termos absolutos ou em relação à produção nacional, e em tais condições que
causem ou ameacem causar prejuízo grave à indústria doméstica de bens similares ou
diretamente concorrentes.”

Ou seja, a existência de prejuízo grave não é pressuposto para a imposição de


cláusulas de salvaguarda. Estas podem ser impostas também quando houver AMEAÇA
de prejuízo grave.

A letra D é absurda. Toda medida de defesa comercial permite, em tese, a


compensação comercial (não confundir com as chamadas medidas compensatórias que
são usadas exclusivamente para a defesa contra subsídios).

A letra E é falsa como escrevi na aula 7 de CI:


“A novidade foi a permissão de se imporem cláusulas de salvaguarda mesmo que não
haja aumento de importações em termos absolutos, mas em termos relativos. Ou seja,
mesmo que a quantidade importada se mantenha a mesma de um período para outro,
mas a produção nacional caia, é admissível a imposição das salvaguardas.”

45- A respeito de defesa comercial, assinale a opção correta.


a) Caso não seja possível o cálculo do preço de exportação, ou caso o preço seja
duvidoso segundo os parâmetros da legislação aplicável, o preço de exportação do
produto investigado pode ser construído pela autoridade investigadora para fins de
constatação da prática do dumping.
b) Para neutralizar a prática do dumping, o país prejudicado pode aplicar uma medida
antidumping, respeitando o princípio da não-seletividade, ou seja, a aplicação da
medida deverá atingir todas as importações do produto em questão, não importando
sua procedência.
c) Segundo as normas da OMC, pratica dumping a empresa que vende no mercado de
outro país abaixo do seu preço de custo.
d) Para a aplicação da medida antidumping é necessária a comprovação do dolo
específico, ou seja, do objetivo da empresa estrangeira de eliminar ou restringir a ação
da concorrência no país importador.
e) A aplicação da medida antidumping pode ser feita de modo tanto qualitativo, por
meio de um direito antidumping ad valorem ou específico, ou de modo quantitativo, ou
seja, por meio da definição de uma cota que restrinja o ingresso do produto no
mercado do país importador.

Resp.: Letra A, com recurso.

A letra B é absurda: seria punir o culpado e o inocente. Somente deve ser imposta
uma alíquota antidumping sobre as importações procedentes do país que pratica o
dumping.

A letra C é incorreta, conforme coloquei na página 2 da aula 6 de CI:


”Aqui vão algumas informações importantes para a prova:
1o) Conceito de dumping: Venda para exportação por um preço inferior ao seu valor
no mercado do país exportador;
2o) A comparação que se faz com o preço de exportação é relativamente ao preço
normal de venda e não em relação ao custo de produção;”

Em relação à letra E, escrevi na página 17 da aula 6 que a forma de defesa é


exclusivamente na forma de uma alíquota. Não existe a possibilidade de uso de
quotas:
“1) Em relação ao dumping: São usadas alíquotas antidumping no montante
equivalente à margem de dumping, ou seja, é uma alíquota que fará o importador
gastar exatamente o valor que gastaria se não houvesse o dumping. A diferença entre
o preço do bem no mercado do país de exportação e o preço pelo qual ele está sendo
exportado será embolsada pelo Governo.
A alíquota antidumping é barreira não-tarifária, visto que é cobrada como sanção de
ato ilícito internacionalmente. Não se confunde, portanto, com o imposto de
importação.”

Em relação à letra D, escrevi, na aula 6:


“7o) Uma medida antidumping somente pode ser tomada se ficar provado o DUMPING,
o DANO e o NEXO CAUSAL, em que se prove que o dano decorre do dumping.”
Portanto, os critérios são objetivos e não subjetivos. Não se vê a intenção, mas apenas
se há dumping e se este está causando um dano. E ponto final.

Mas, cabe um recursinho aqui. Só prá não dizer que não tentamos.
Faria o seguinte recurso (é “forçar um pouco a barra”. É só para ver se cola):

“Na prova de AFTN/96, a questão 35 teve por opção correta a letra B.


Assim aprendemos que o dumping é considerado predatório quando o produto
importado concorre diretamente com produtos nacionais E QUANDO SE PERCEBE A
CLARA INTENÇÃO DE ESTABELECER DOMÍNIO SOBRE O MERCADO. Vejamos a questão
citada:

35 – Nem sempre o dumping é um mal. Há casos em que o país tem grande interesse
em importar certos produtos pelo menor preço possível. Se os produtores de petróleo
decidissem baixar os preços desse insumo através de subsídios, provavelmente
nenhum importador iria tomar alguma medida anti-dumping. Indique a circunstância
em que o dumping é considerado predatório:
a) quando os subsídios embutidos no preço do produto importado ultrapassam os
limites estabelecidos pelo GATT
b) quando o produto importado concorre diretamente com produtos nacionais e
quando se percebe a clara intenção de estabelecer o domínio sobre o mercado
c) quando o mercado é restrito e não existe concorrente nacional
d) quando o volume das importações é suficiente para alterar os preços no mercado
interno
e) quando se trata de produto industrializado e que é objeto de regulamentação
específica

Portanto, a intenção, o elemento subjetivo dolo, é, conforme dispõe a questão 35 para


o concurso de AFTN/1996, aplicada pela mesma ESAF, fundamental para a aplicação
da medida antidumping.

Solicito anulação da questão.”

48- Atribua a letra (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas. Em
seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta.
( ) Para fins de concessão de benefício tributário, a origem de um produto nem sempre
coincide com a sua procedência.
( ) O “Formulário A”, documento expedido pela Secretaria de Comércio Exterior
(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), é o instrumento que
atesta a origem do produto para fins de concessão de tratamento tributário
diferenciado no âmbito do Sistema Geral de Preferências.
( ) O Acordo sobre Regras de Origem da OMC define, para cada Capítulo do Sistema
Harmonizado, o critério utilizado para se conferir origem aos produtos do Capítulo.
( ) Entre os critérios possíveis para se conferir origem estão, por exemplo, o salto na
classificação tarifária e a agregação de valor.
( ) Segundo o Acordo sobre Regras de Origem da OMC, as regras de origem não-
preferenciais devem ser definidas de maneira positiva (ou seja, devem indicar o que
confere origem, e não o que não confere origem). Normas negativas, contudo, podem
ser empregadas para esclarecer uma norma positiva.
( ) O Certificado de Origem Mercosul apresentado será desqualificado pela autoridade
aduaneira, para fins de reconhecimento do tratamento preferencial, quando ficar
comprovado que não acoberta a mercadoria submetida a despacho, por ser originária
de terceiro país ou não corresponder à mercadoria identificada na verificação física,
conforme os elementos materiais juntados.
Assinale a seqüência correta.
a) V V F F V F
b) F V V F V F
c) F F V F F V
d) V F V V V V
e) V F F V V V
Resp.: Letra E.

1 – Verdadeiro. País de origem é o país que produziu a mercadoria ou que promoveu


uma transformação substancial. País de procedência é o país de onde vem a
mercadoria. Pode ter sido produzida em um país, mas ter sido vendida para outro, do
qual agora nós compramos. O país de origem será um; o de procedência, outro.

2 – Falso. Conforme dispõe o artigo 51 da Portaria SECEX 15, de 2004, a emissão do


Formulário A é competência do Banco do Brasil e não da SECEX. Isto caiu na prova de
AFRF 2003.

3 – Falso. O Acordo sobre Regras de Origem apenas dá as diretrizes para os diversos


blocos criarem suas próprias regras de origem. Foi o que escrevi na página 12 da aula
10:

“O Acordo sobre Regras de Origem é um acordo internacional, também administrado


pela OMC, cujo objetivo é definir regras claras para harmonizar as regras de origem
usadas pelos vários países.
Os países e blocos comerciais devem, ao manterem seus regimes de origem, se basear
nos padrões definidos neste acordo internacional.”

4 – Verdadeiro. O critério do salto tarifário no Mercosul, por exemplo, é previsto como


mudando-se a posição da mercadoria no SH. E a agregação de valor se refere ao
percentual mínimo que um país deve agregar à mercadoria para ser considerada
originária dele (No Mercosul, o percentual básico é de 60% e na ALADI, 50% - página
12 da aula 10).

5 – Verdadeiro. Como coloquei na página 14 da aula 10, está escrito no Acordo Sobre
Regras de Origem: “(g) as regras de origem deverão basear-se numa regra positiva.
As regras negativas poderão ser usadas para fins de esclarecer uma regra positiva.”

6 – Verdadeiro. Caso um certificado de origem de uma mercadoria seja fraudulento, ou


seja, defina um país como originário daquele mercadoria, quando na verdade não o é,
o certificado poderá ser rejeitado.

49- Assinale a opção que completa corretamente a lacuna abaixo.


A / O ________________ consiste em modalidade de financiamento de exportações
em que o exportador recebe os recursos relativos à operação após o embarque da
mercadoria, com base no título de crédito gerado pela operação, antes, porém, que o
banco tenha recebido as divisas relativas à transação.
a) Carta de Crédito de Exportação
b) Cobrança de Exportação
c) Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC)
d) Convênio de Pagamento de Crédito Recíproco
e) Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE)

Resp.: Letra E.

Escrevi na página 1 da aula on-line número 5:


“O ACC somente pode ser celebrado antes do embarque. E o prazo é de no máximo
180 dias antes do embarque.
O que ocorre quando, após a celebração do ACC, houver o embarque?
Deve ser transformado o ACC em ACE, que é o Adiantamento sobre Cambiais
Entregues.
O ACE é mais parecido ainda com o desconto de duplicata, pois a cambial (ou letra de
câmbio) descontada é um título de crédito, assim como a duplicata. Ambos os títulos
possuem a mesma função, só mudando o escopo do seu uso. A cambial é usada no
comércio exterior e a duplicata é usada no comércio interno.
Quem pode fazer ACC/ACE? Qualquer banco que o Banco Central tenha autorizado a
operar em câmbio: o Itaú, o Bradesco, o Real e qualquer outro.
E pode fazer isso em relação às exportações de quaisquer mercadorias.
A transformação de ACC em ACE tem valor apenas contábil. Esta transformação não
gerará novos valores nem custos para o exportador brasileiro, pois já recebeu e pagou
tudo a que tinha direito.”

E na página 10 para ratificar: “Ora, se é antes do embarque, só pode ser ACC, visto
que ACE ocorre após o embarque."

50- A respeito das modalidades de pagamentos internacionais, relacione as colunas e,


em seguida, assinale a opção correta.
1. remessa sem saque
2. remessa antecipada
3. cobrança à vista
4. crédito documentário
( ) forma de pagamento mediante a qual o importador remete previamente o valor
parcial ou total da transação, após o que o exportador providencia a exportação da
mercadoria e o envio da respectiva documentação.
( ) forma de pagamento em que, após a expedição da mercadoria, o exportador
entrega a um banco de sua preferência os documentos de embarque, juntamente com
um saque contra o importador. O banco, a seu turno, remete os documentos,
acompanhados de um carta-cobrança, a seu correspondente na praça do importador,
para cobrar do sacado. Efetuado o pagamento, o banco libera a documentação ao
importador, para que ele possa retirar a mercadoria na alfândega.
( ) modalidade de pagamento não empregada com muita freqüência no comércio
internacional, por colocar o importador na dependência do exportador, implicando,
assim, riscos para o primeiro, à medida que, enquanto não receber a mercadoria, não
poderá ter certeza do cumprimento regular da obrigação por parte do exportador.
( ) forma de pagamento utilizada em contratos internacionais segundo a qual um
banco, por instruções de um cliente seu, compromete-se a efetuar um pagamento a
um terceiro, contra a entrega de documentos estipulados, desde que os termos e
condições sejam cumpridos.
( ) modalidade de pagamento que envolve maior risco para o exportador, razão pela
qual é pouco empregada no comércio internacional (salvo nas importações realizadas
por filiais ou subsidiárias de firmas no exterior).
( ) forma de pagamento segundo a qual o importador recebe diretamente do
exportador os documentos de embarque, promove o desembaraço da mercadoria na
aduana e, posteriormente, providencia a remessa da quantia respectiva para o
exterior.
a) 3, 4, 3, 2, 4, 1
b) 2, 3, 2, 4, 1, 1
c) 3, 4, 3, 1, 4, 2
d) 1, 3, 1, 4, 2, 2
e) 2, 4, 2, 1, 3, 3

Resp.: Letra B.

Escrevi na aula on-line número 3:

“Cada uma [modalidade de pagamento] tem custos e riscos. Cabe já destacar a carta
de crédito como sendo a modalidade mais usada por ser a mais segura, como veremos
à frente.”

“1a Modalidade de Pagamento: Pagamento Antecipado


Por pagamento antecipado, entende-se o pagamento que é feito antes do embarque da
mercadoria no exterior com destino ao Brasil.
...
De quem é o risco quando se usa a modalidade de “pagamento antecipado”?
No caso do pagamento antecipado com mercadoria que embarca no exterior a título
definitivo, com certeza o risco é do importador, já que ele paga e depois fica
esperando o exportador mandar a mercadoria.
...”

“2a Modalidade de Pagamento: Cobrança


A modalidade de cobrança traz total segurança ao importador. Mas agora é o
exportador que fica inseguro. Por quê? Vejamos.
Na modalidade cobrança obviamente o pagamento é feito após o embarque, senão
seria pagamento antecipado.
Na modalidade cobrança, a mercadoria é embarcada e depois o exportador envia os
documentos ao importador usando os serviços de um banco.
...”

“3a Modalidade de Pagamento: Remessa sem Saque


...
É a remessa dos documentos diretamente do vendedor ao comprador. Justamente por
irem direto para o comprador não há porque se pedir a assinatura de uma letra de
câmbio.
Ora, se os documentos não estão vindo por bancos, é porque o vendedor confia no
comprador, senão não daria os documentos “de lambuja”.
...
Para fechar este assunto, vamos comparar as modalidades cobrança e remessa sem
saque:
1) em qual modalidade o exportador está sujeito aos maiores riscos?
Resp.: Com certeza, na remessa sem saque, já que os documentos são dados “de
lambuja” para o comprador.
...”

“4a Modalidade de Pagamento: Carta de Crédito ou Crédito Documentário


A carta de crédito é o compromisso que o banco assume de pagar ao exportador
estrangeiro caso este cumpra tudo o que estiver definido na carta.
...” alternativa dada como correta afirma que Francis Fukuyama vê na vitória do
neoliberalismo o fim da história e o surgimento do novo homem.
Tal afirmação baseia-se no livro “O Fim da História”, escrito por Fukuyama há mais de
uma década, época em que defendia que tínhamos chegado "ao ponto final da
evolução ideológica e à universalização da democracia liberal ocidental como forma
final de governo".

Ocorre que o verbo ver, na resposta apresentada como correta para a questão 38, foi
conjugado no presente do indicativo, levando à falsa idéia de esse ainda é o
pensamento do filósofo Francis Fukuyama.

Falsa, porque em seu último livro, “Nosso Futuro Pós-Humano”, Fukuyama desistiu da
idéia antes defendida, afirmando, enfaticamente, na última frase do livro: "não há
nada que garanta que haverá mudanças para melhor no ciclo e nossa única razão para
esperança é a poderosa capacidade inata humana para reconstituir a ordem social".

Ainda, em várias reportagens Fukuyama deixa claro seu novo entendimento acerca do
assunto, como demonstrado abaixo, em trechos extraídos da internet:

GALILEU: Em "O Fim da História", o sr. previa um futuro de marasmo ideológico com o
sucesso da democracia liberal. Agora o sr. diz que uma revolução biotecnológica pode
deixar a humanidade parecida com um livro de ficção científica. Esses dois cenários
podem coexistir?

Francis Fukuyama: Não. Meu livro sobre biotecnologia foi uma forma de rejeitar o
cenário anterior...

Até o mais otimista dos analistas do fim da Guerra Fria, Francis Fukuyama, que chegou
a vaticinar o fim da História com a vitória da democracia e dos direitos humanos, está
assustado. Seu medo maior, no entanto, não é a expansão imperial dos EUA.
Fukuyama, diante da evidência de que a ciência não chegou ao fim, teme o uso da
biotecnologia para controle social e a conseqüente destruição biomédica da democracia
como a conhecemos...

Neste novo livro ele reconhece que "existem dois processos atuando em paralelo. Nas
esferas política e econômica, a história parece ser progressiva e direcional e, no final
do século 20, culminou na democracia liberal como a única alternativa viável para as
sociedades tecnologicamente avançadas. Contudo, na esfera social e moral, a história
parece ser cíclica, com a ordem social indo e vindo no espaço de múltiplas gerações, e
não há nada que garanta que haverá mudança para melhor no ciclo"

Considerando o elogio das desigualdades ao qual ele se dedica permanentemente,


pressentimos igualmente que nosso autor consideraria, sem grande sobressaltos na
alma, um mundo onde sub-homens estariam ao serviço de super-homens. É neste
sentido que a afirmação da pós-humanidade põe em relevo mais um anti-humanismo
teórico e prático do que aquilo que denominamos liberalismo.

Assim, tendo em vista que a tese anteriormente defendida por Fukuyama foi, por ele
mesmo, rechaçada diante de uma nova tese construída e não amparada pela questão
38, que tratou aquela como sendo atualmente aceita pelo filósofo, solicito a anulação
da questão 38 da prova de Direito Internacional.

Fonte(s) que embasa(m) a argumentação do candidato:


FUKUYAMA, Francis. “Nosso Futuro Pós-Humano”. Ed. Rocco, 2005;
http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT669580-3030,00.html
http://veja.abril.com.br/30anos/p_082.html
http://www.diplo.com.br/aberto/0002/18.htm”

37- A adoção da cláusula da nação mais favorecida pelo modelo do Acordo Geral de
Tarifas e Comércios (GATT) teve como indicativo e desdobramento a pressuposição da
igualdade econômica de todos os participantes do GATT, bem como, no plano fático:
a) a luta contra práticas protecionistas, a exemplo da abolição de acordos bilaterais de
preferência.
b) a manutenção de barreiras alfandegárias decorrentes de acordos pactuados entre
blocos econômicos, a exemplo do trânsito comercial entre membros do MERCOSUL e
da União Européia, criando-se vias comerciais preferenciais freqüentadas e
protagonizadas por atores globais que transcendem o conceito de estado-nação.
c) a liberação da prática de imposição de restrições quantitativas às importações, por
parte dos estados signatários que, no entanto, podem manter políticas de restrições
qualitativas.
d) a liberalização do comércio internacional, mediante a vedação de quaisquer
restrições diretas e indiretas, fulminando-se a tributação na exportação, proibida pelas
regras do GATT, que especificamente vedam a incidência de quaisquer exações nos
bens e serviços exportados, de acordo com tabela anualmente revista, e que
complementa as regras do Acordo.
e) o descontrole do comércio internacional, mediante a aceitação de barreiras
tarifárias, permitindo-se a tributação interna, medida extrafiscal que redunda na
exportação de tributos, instrumento de incentivo às indústrias internas e de
manutenção de níveis ótimos de emprego, evidenciando-se as preocupações da
Organização Mundial do Comércio em relação a mercados produtores e consumidores
internos.

Resp.: Letra A.

Quando, em 1944, 44 países se reuniram em Bretton Woods, tomaram a decisão de


fazer o liberalismo voltar à tona, visto que o protecionismo havia sido levado ao
extremo na década de 1930, em virtude do crash da Bolsa de Nova York em 1929.

O GATT – General Agreement on Tariffs and Trade – Acordo Geral sobre Tarifas
Aduaneiras e Comércio, foi um acordo assinado em 1947 para liberalizar o comércio
então altamente protecionista.

O 1o artigo do GATT dispõe sobre a cláusula da nação mais favorecida, que teve por
fim substituir as concessões bilaterais por concessões multilaterais.

Escrevi o seguinte na aula 8 do curso on-line:

“Para vender muito e para não comprar nada, os países usaram, então, na década de
1930, várias e várias barreiras às importações e vários subsídios às exportações.

Nenhum país concedia vantagem para o mundo, salvo uma ou outra concessão
bilateral, ou seja, para um ou outro país.

Perto do fim da II Guerra Mundial, os principais países decidiram se reunir para avaliar
a conjuntura e descobrir os motivos pelos quais haviam chegado àquela guerra.
...
Perceberam que várias medidas protecionistas haviam sido levantadas na década de
30 e, por isso, decidiram elaborar um acordo multilateral (o GATT – General
Agreement on Tariffs and Trade – Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio
irá surgir em 1947) em que se iriam prever as medidas a serem adotadas pelos países
para combater cada medida protecionista.

A idéia era: para cada problema, uma solução. Vejamos uma lista simplificada dos
problemas criados na década de 30 e as soluções previstas no GATT:

1) Concessões bilaterais, em vez de concessões multilaterais. Nenhum país concedia


um benefício para todo mundo. A concessão era sempre muito limitada:

Combatido com a definição da Cláusula da Nação Mais Favorecida (NMF) no artigo I do


GATT, que define que toda vantagem, benefício ou favor concedido a um país deve ser
incondicionalmente estendido para os demais parceiros signatários do GATT. Parte-se
de uma política bilateral para uma multilateral.

...”

A letra B está errada ao dizer:

1) que a Cláusula da Nação Mais Favorecida tem por desdobramento a manutenção de


barreiras alfandegárias. A NMF diz respeito à não-discriminação de países; e
2) que as barreiras alfandegárias decorrem de acordos pactuados entre blocos
econômicos. Acordos entre blocos NUNCA são feitos para se criarem barreiras.

A letra C é absurda: A cláusula NMF é liberalizante, não protecionista ou permissiva de


restrições.

Letra D: A cláusula NMF é liberalizante, pois dela decorre que qualquer benefício
concedido a um país deve ser estendido aos demais signatários do GATT. A NMF não
prevê eliminação de barreiras. Prevê, repito, que todo benefício dado a um país seja
estendido para os demais. Mesmo se considerarmos que o GATT, não a NMF (que é o
artigo I), prevê eliminação de barreiras, não se pode considerar a letra D correta, pois
existem situações em que o protecionismo pode ser usado, como, por exemplo, para
proteger indústrias nascentes ou para melhorar Balanço de Pagamentos quando as
reservas cambiais estiverem em nível muito baixo.

A NMF não tem nada a ver com aceitação de barreiras tarifárias (letra E), mas com
extensão de benefício para os outros signatários do GATT.

Apesar de a letra A ser a que a ESAF considerou correta, ela não está perfeita. Eu faria
o seguinte recurso:

A letra A afirma que a Cláusula da Nação Mais Favorecida tem por desdobramento a
“abolição de acordos bilaterais de preferência”. Esta afirmação é forte demais e falsa,
considerando que o parágrafo 5o do artigo XXIV do GATT prevê que a NMF não se
aplicará quando houver o estabelecimento de uma união aduaneira, área de livre
comércio ou a ADOÇÃO DE ACORDOS PRELIMINARES NECESSÁRIOS para o
estabelecimento desses blocos. Ou seja, não precisa cumprir a NMF no caso dos
acordos bilaterais de preferência se estes tiverem por objetivo o estabelecimento de
uma área de livre comércio ou de uma união aduaneira. Em outras palavras, os
acordos bilaterais de preferência podem subsistir, não precisando ser abolidos.
Vejamos o § 5o:

“5. Por conseguinte, as disposições deste Acordo não impedirão, entre os territórios
das partes contratantes, o estabelecimento de uma união aduaneira nem de uma área
de livre comércio, nem a adoção de acordos preliminares necessários para o
estabelecimento de uma união aduaneira ou de uma área de livre comércio, à condição
de que: ...”

Os acordos de preferência podem ser celebrados com o objetivo de se conformar uma


área de livre comércio ou uma união aduaneira. Podemos confirmar isto pelo ensino de
Bruno Ratti, “Comércio Internacional e Câmbio”, Edições Aduaneiras, 10a edição,
página 460:

“É interessante mencionar que, embora um dos objetivos do GATT fosse a ‘eliminação


do tratamento discriminatório no comércio internacional’, ele não proibia a formação
de blocos econômicos ou aduaneiros que objetivassem a remoção de tarifas e outras
barreiras ao comércio entre países participantes desses blocos. Assim, uma união
aduaneira ou uma zona de livre comércio podia ser tolerada e até mesmo estimulada.”

O que o Bruno Ratti diz? Diz que a Cláusula da Nação Mais Favorecida (Princípio da
Não-Discriminação) não proíbe a formação de blocos econômicos. Ou seja, não vai
abolir os acordos comerciais, sejam bilaterais ou multilaterais.

Portanto, a NMF não tem por objetivo abolir os acordos multilaterais preferenciais (ex.
ALADI) ou bilaterais (também há acordos bilaterais de preferência já que um bloco
econômico pode ser composto de dois países, conforme se pode verificar no parágrafo
8o do artigo XXIV do GATT).

“§ 8o Para os efeitos de aplicação do presente acordo,


a) entender-se-á por união aduaneira, a substituição de DOIS ou mais territórios
aduaneiros por um único território aduaneiro...”

Como exemplo de um bloco comercial de dois países tivemos o Acordo de Livre


Comércio entre EUA e Canadá celebrado em 1988, sendo o embrião do atual NAFTA
(página 493 do livro do Bruno Ratti: “Em 11/01/89 entrou em vigor o Acordo
Comercial entre os EUA e o Canadá, objetivando criar uma zona de livre comércio.”).

Portanto, a Cláusula da Nação Mais Favorecida do GATT não prevê eliminação de


acordos bilaterais nem multilaterais de preferência que tenham por objetivo o
estabelecimento de uma área de livre comércio ou de uma união aduaneira, como se
depreende do artigo XXIV do GATT.

Porém, se o acordo bilateral de preferência não tiver por objetivo o estabelecimento de


uma área de livre comércio ou de uma união aduaneira, aí sim poderíamos interpretar
a letra A como correta. Esta conclusão decorre da interpretação a contrario sensu do
artigo XXIV do GATT.
O erro na letra A foi ter generalizado a abolição dos acordos preferenciais. Em síntese,
a NMF não pretende abolir os acordos preferenciais bilaterais ou multilaterais QUE
TENHAM por objetivo a formação de uma área de livre comércio ou de uma união
aduaneira (§ 5o do artigo XXIV do GATT).

Solicito anulação da questão por falta de opção correta.

39- Nos termos e na definição da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, e
para seus fins, a expressão “reserva” tem significado normativo e características
específicas, nomeadamente:

a) a reserva é uma declaração bilateral feita por dois estados, seja qual for o seu teor
ou denominação, ao assinarem, ratificarem, aceitarem ou aprovarem um tratado, ou a
ele aderirem, com o objetivo de excluírem ou modificarem o efeito jurídico de certas
disposições do tratado em sua aplicação a esses dois estados.Não pode ser feita a
retirada de uma reserva após a comunicação da mesma, dado que sua comunicação
suscita a suspensão dos efeitos do tratado.

b) a reserva é uma declaração bilateral feita por dois estados, seja qual for o seu teor
ou denominação, ao assinarem, ratificarem, aceitarem ou aprovarem um tratado, ou a
ele aderirem, com o objetivo de incluírem ou modificarem o efeito jurídico de certas
disposições do tratado em sua aplicação a esses dois estados. A retirada de uma
reserva ou de uma objeção a essa reserva deve ser formulada por escrito, devendo-se
aguardar 30 (trinta) dias contados da comunicação para que a reserva possa surtir
seus efeitos.

c) a reserva é uma declaração multilateral feita por mais de dois estados, seja qual for
o seu teor ou denominação, ao assinarem, ratificarem, aceitarem ou aprovarem um
tratado, ou a ele aderirem, com o objetivo de incluírem ou modificarem o efeito
jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a esses estados. A aceitação
expressa de uma reserva ou sua objeção, feita antes da confirmação, não produz
efeitos até que todos os estados pactuantes sejam comunicados.

d) a reserva é uma declaração unilateral feita por um estado, seja qual for o seu teor
ou denominação, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir,
com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado
em sua aplicação a esse estado. A reserva, sua aceitação expressa e sua objeção
devem ser formuladas por escrito e comunicadas aos Estados contratantes e aos
outros estados com direito de se tornarem partes no tratado.

e) a reserva é uma declaração unilateral feita por um estado, seja qual for o seu teor
ou denominação, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir,
com o objetivo de incluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado
em sua aplicação a esse estado. A retirada de uma reserva ou de uma objeção deve
ser formulada por escrito e encaminhada para conhecimento dos estados pactuantes
dentro de 30 (trinta) dias contados da referida retirada ou objeção.

Resp.: Letra D.
O conceito de “reserva” está no artigo 2o da Convenção de Viena, apresentado na aula
on-line 4 de DIP:

“d) «Reserva» designa uma declaração unilateral, qualquer que seja o seu conteúdo ou
a sua denominação, feita por um Estado quando assina, ratifica, aceita ou aprova um
tratado ou a ele adere, pela qual visa excluir ou modificar o efeito jurídico de certas
disposições do tratado na sua aplicação a esse Estado;”

E na aula 5 de DIP, coloquei o artigo 23 da CV:

“Artigo 23 - Procedimento relativo às reservas

1 - A reserva, a aceitação expressa de uma reserva e a objeção a uma reserva devem


ser formuladas por escrito e comunicadas aos Estados Contratantes e aos outros
Estados que possam vir a ser Partes no tratado.”

As letras A, B e C tratam de declarações bilaterais ou multilaterais. Reserva é ato


unilateral.

A letra E criou um prazo que não existe na Convenção de Viena.

40- A ruptura de relações diplomáticas ou consulares entre as partes, no que toca a


tratado entre elas pactuado, nos termos da Convenção de Viena sobre direito dos
tratados:
a) não atinge as relações jurídicas e econômicas decorrentes do pacto, em virtude da
cláusula pacta sunt servanda, que é absoluta em direito internacional.
b) não afeta as relações jurídicas estabelecidas por elas pelo tratado, salvo na medida
em que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja indispensável à
aplicação do tratado.
c) extingue todas as relações jurídicas decorrentes do tratado, com efeitos ex tunc,
dada previsão geral contida na Convenção.
d) suspende imediatamente o alcance das relações jurídicas e econômicas decorrentes
da convenção, como resultado da aplicabilidade da cláusula rebus sic stantibus, que é
absoluta em direito internacional.
e) extingue todas as relações jurídicas decorrentes do tratado, com efeitos ex nunc,
dada previsão geral contida na Convenção.

Resp.: Letra B.

Escrevi na aula on-line 6:

“8) Ruptura de Relações Diplomáticas ou Consulares


O artigo 63 é uma regra negativa de extinção de tratados, ou seja, a Convenção de
Viena dispõe que a ruptura entre relações diplomáticas NÃO gera a extinção do
tratado, a menos que as relações diplomáticas sejam indispensáveis à aplicação do
tratado.

Assim dispõe o artigo 63:


Artigo 63 – Ruptura de Relações Diplomáticas ou Consulares

A ruptura de relações diplomáticas ou consulares entre as partes num tratado não


afeta as relações jurídicas estabelecidas entre elas pelo tratado, salvo na medida em
que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja indispensável à aplicação
do tratado.”

41- O estado X, principal importador mundial de brocas helicoidais, adquire o produto


de vários países, entre eles os estados Y e Z. Alegando questões de ordem interna, o
estado X, num dado momento, decide majorar o imposto de importação das brocas
helicoidais provenientes de Y, e mantém inalterado o tributo para as brocas helicoidais
oriundas de Z. Considerando que os países X, Y e Z fazem parte da Organização
Mundial do Comércio, com base em que princípio da Organização o estado Y poderia
reclamar a invalidade dessa prática?
a) Princípio da transparência.
b) Princípio do tratamento nacional.
c) Respeito ao compromisso tarifário.
d) Cláusula da nação mais favorecida.
e) Princípio da vedação do desvio de comércio.

Resp.: Letra D.

A cláusula da nação mais favorecida também é conhecida como princípio da não-


discriminação. Todo benefício dado a um país deve ser estendido incondicionalmente
aos demais, sem discriminação, como vimos na aula on-line número 9:

“Artigo I –

Qualquer vantagem, favor, privilégio ou imunidade concedido por uma parte


contratante a um produto originário de outro País ou destinado a ele, será concedido
imediata e incondicionalmente a todo produto similar originário dos territórios de todas
as demais partes contratantes ou a eles destinado.

Este artigo I estabeleceu o sistema multilateral de comércio – em substituição ao


sistema bilateral que vigia na década de 1930 – ao impor que todo benefício dado a
um país deve ser estendido incondicionalmente aos demais. A Cláusula da Nação Mais
Favorecida é também conhecida como Princípio da Não-Discriminação (não confundir
com o princípio do artigo 3o, que tem o mesmo nome).”

42- Assinale a opção incorreta.


a) No âmbito do Mercosul, adotou-se um regime para a aplicação de medidas de
salvaguarda às importações provenientes de países não-membros do bloco.
b) O sistema de solução de controvérsias do Mercosul, definido pelo Protocolo de
Olivos, estabelece um Tribunal Permanente de Revisão para o julgamento de recursos
contra decisões dos Tribunais Arbitrais Ad Hoc – o que não existia no Protocolo de
Brasília, antecessor do de Olivos.
c) Em 2004, o Mercosul concluiu acordos comerciais, por exemplo, com a Índia e com
a SACU (União Aduaneira Sul-Africana, formada por África do Sul, Botsuana, Lesoto,
Namíbia e Suazilândia), e atualmente negocia acordos com outros países.
d) Muito embora o Mercosul almeje à conformação de um mercado comum,
atualmente o bloco se encontra no estágio de união aduaneira imperfeita (ou
incompleta). Para a conclusão dessa etapa, basta a eliminação das exceções ao livre-
comércio intrabloco.
e) De acordo com o Protocolo de Usuhaia, a plena vigência das instituições
democráticas é condição essencial para o processo de integração entre seus
signatários (países do Mercosul, Bolívia e Chile). Prevê o Protocolo que a ruptura da
ordem democrática em um dos países pode levar à suspensão de seus direitos e
obrigações nos processos de integração entre os membros desse Protocolo.

Resp.: Letra D.

Escrevi na página 12 da aula on-line número 2:

“Para aperfeiçoar então a união aduaneira, precisa liberar integralmente o comércio de


bens e serviços e acabar com as listas de exceção à TEC...”

Por isso, a letra D está errada.

A letra A está correta, pois não pode haver salvaguarda, antidumping e medidas
compensatórias cobradas internamente, mas, em relação aos países de fora do bloco,
pode.

Escrevi isso na página 24 da aula on-line número 7 sobre o Mercosul:

“Já no caso de aumento de importações que poderia levar à imposição de cláusula de


salvaguarda, não há nada que o país importador possa fazer contra. Veja: está
havendo um aumento de importações proveniente dos demais países do bloco. Isto
está gerando dificuldade para o país membro do Mercosul. Teoricamente, ele poderia
impor uma cláusula de salvaguarda. Mas, ao assinarem o Mercosul, eles renunciaram a
este direito, que continua existindo em relação a terceiros, mas não pode ser usado
em relação aos demais parceiros do Mercosul.”

A letra B está correta. Escrevi na página 15 da aula 2:


“Até o Protocolo de Olivos, de 2002, que entrou em vigor em 2004, não havia recurso
contra as decisões exaradas nos laudos arbitrais.
Mas o Tribunal Permanente de Revisão (TPR) foi criado para ser a “segunda instância”
do processo de solução de controvérsias. Caso uma parte queira, pode recorrer ao
TPR.”

A letra C está correta conforme coloquei na área aberta do site (Ponto 47).

Já a letra E foi tirada do fundo do baú: Não abordei isto nas aulas on-line, nem nos
livros, pois eu nem sabia que isto existia. Eu só acertei esta questão porque a letra D
está muito “na cara” e é copiada de uma prova lá de 2000 ou 2002.

O Protocolo de Usuhaia é um ajuste político que define que somente países com
regimes democráticos podem fazer parte do Mercosul. Acabei de aprender. Esta foi a
primeira das três palhaçadas da ESAF nestas 11 questões que estou comentando.

43- Assinale a opção incorreta.


a) Segundo as regras atualmente vigentes, o Brasil pode modificar, a cada seis meses,
até 40% (quarenta por cento) dos produtos de sua lista de exceção à Tarifa Externa
Comum.
b) Atualmente, o Brasil pode manter até 100 (cem) itens da Nomenclatura Comum do
Mercosul como lista de exceção à Tarifa Externa Comum.
c) A definição da lista de exceção brasileira à Tarifa Externa Comum do Mercosul é
feita pelo Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
d) Compete ao Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex)
orientar a política aduaneira, observada a competência específica do Ministério da
Fazenda.
e) As resoluções da Câmara de Comércio Exterior (Camex) poderão ter,
excepcionalmente, caráter sigiloso, nos casos previstos na legislação vigente.

Resp.: Letra A.

Não existe isso. O que existe são as listas de exceções à TEC que os países do
Mercosul podem alterar quando quiserem, desde que, ao se incluir um novo produto na
lista, seja retirado outro se o número máximo já tiver sido atingido.

Escrevi na página 9 da aula on-line número 2:

“Em relação às exceções no comércio com terceiros países, cada país tem liberdade de
relacionar até 100 produtos para tributar como quiser. Além destes, alguns bens de
informática e telecomunicações podem ter alíquotas diferentes nos países do
Mercosul.”

Esta questão foi meio-a-meio, ou seja, no curso on-line, a letra B foi explicada por
mim. Já os itens C, D e E foram tratados dentro do tópico “Instituições Intervenientes
do Comércio Exterior”, a cargo do Missagia.

Eu resolvi comentar a questão inteira para ficar melhor didaticamente.

Quando vocês viram as funções da CAMEX com o Missagia, viram que ela é o órgão
que coordena o comércio exterior brasileiro. É ela quem altera a NCM, a TEC, cria as
alíquotas antidumping, as medidas compensatórias e as cláusulas de salvaguarda. É
ela também quem altera as alíquotas do IE.

Suas funções são “coordenar”, “orientar”, definir “diretrizes”, como escrevi no Ponto
(http://www.pontodosconcursos.com.br/professor.asp?
menu=professores&busca=&prof=76&art=1740&idpag=3). As letras C e D constam no
Decreto 4.732/2003.

Já a letra E foi a segunda palhaçada da ESAF. Eu não sabia que decisões sigilosas
podiam ser tomadas pela CAMEX. Onde eles pegaram isso? No artigo 40 do fundo do
baú, ou melhor, do Regimento Interno da CAMEX (Resolução CAMEX n. 11, de
25/04/2005). Ridícula esta ESAF.

44- Assinale a opção correta.


a) A medida de salvaguarda, quando aplicada, deve incidir tão-somente em relação
aos países responsáveis pelo surto de importação no país que adota a medida. A esse
respeito, segundo o Acordo sobre Salvaguardas da OMC, a medida somente pode ser
aplicada em relação aos países cuja participação no mercado do país importador seja
igual ou superior a 30% (trinta por cento) em relação ao produto investigado.
b) Os pressupostos de aplicação das medidas de salvaguarda são: (i) surto de
importações, (ii) existência de prejuízo grave à indústria nacional e (iii) nexo causal
entre o surto de importações e o prejuízo grave à indústria nacional. A ameaça de
prejuízo grave não é suficiente para dar ensejo à aplicação de uma medida de
salvaguarda.
c) A China, que faz parte da Organização Mundial do Comércio, está sujeita à
incidência de salvaguardas transitórias. Com base no Protocolo de Acessão do país à
Organização, não é necessário o prejuízo grave para que se justifique uma salvaguarda
contra a China, bastando, sob este quesito, a ocorrência ou ameaça de desorganização
de mercado provocada pelo surto de importações chinesas.
d) Como medida de defesa comercial que é, a salvaguarda não dá ensejo à
compensação comercial para os países que vierem a ser prejudicados por sua
aplicação.
e) O surto de importações, para que possa justificar a salvaguarda, precisa ser
verificado em termos absolutos. Nesse sentido, não basta que o aumento significativo
das importações se verifique apenas em comparação com a produção nacional.

Resp.: Letra C.

Esta dá para fazer apenas por eliminação, porque ninguém ficou fuçando o Acordo de
acessão da China à OMC para ver as especificidades. Não queremos ser AFRF da China
e sim do Brasil. Esta foi a terceira e última palhaçada.

A letra A está errada, pois a cláusula de salvaguarda não pode ser discriminatória em
relação a países, conforme escrevi na página 3 da aula 7:

“Não-discriminação em relação aos países

As cláusulas de salvaguarda não podem ser discriminatórias em relação a países, pois


assim foi definido no § 2o do artigo 2o do Acordo: ‘As medidas de salvaguarda serão
aplicadas a um produto importado independentemente de sua procedência.’”

A letra B está incorreta, conforme escrevi na página 12 da aula 7:

“Em relação às cláusulas de salvaguarda, o conceito de dano está na própria definição


das salvaguardas:
Art. 1º Poderão ser aplicadas medidas de salvaguarda a um produto se de uma
investigação resultar a constatação, de acordo com as disposições previstas neste
regulamento, de que as importações desse produto aumentaram em tais quantidades
e, em termos absolutos ou em relação à produção nacional, e em tais condições que
causem ou ameacem causar prejuízo grave à indústria doméstica de bens similares ou
diretamente concorrentes.”

Ou seja, a existência de prejuízo grave não é pressuposto para a imposição de


cláusulas de salvaguarda. Estas podem ser impostas também quando houver AMEAÇA
de prejuízo grave.

A letra D é absurda. Toda medida de defesa comercial permite, em tese, a


compensação comercial (não confundir com as chamadas medidas compensatórias que
são usadas exclusivamente para a defesa contra subsídios).

A letra E é falsa como escrevi na aula 7 de CI:


“A novidade foi a permissão de se imporem cláusulas de salvaguarda mesmo que não
haja aumento de importações em termos absolutos, mas em termos relativos. Ou seja,
mesmo que a quantidade importada se mantenha a mesma de um período para outro,
mas a produção nacional caia, é admissível a imposição das salvaguardas.”

45- A respeito de defesa comercial, assinale a opção correta.


a) Caso não seja possível o cálculo do preço de exportação, ou caso o preço seja
duvidoso segundo os parâmetros da legislação aplicável, o preço de exportação do
produto investigado pode ser construído pela autoridade investigadora para fins de
constatação da prática do dumping.
b) Para neutralizar a prática do dumping, o país prejudicado pode aplicar uma medida
antidumping, respeitando o princípio da não-seletividade, ou seja, a aplicação da
medida deverá atingir todas as importações do produto em questão, não importando
sua procedência.
c) Segundo as normas da OMC, pratica dumping a empresa que vende no mercado de
outro país abaixo do seu preço de custo.
d) Para a aplicação da medida antidumping é necessária a comprovação do dolo
específico, ou seja, do objetivo da empresa estrangeira de eliminar ou restringir a ação
da concorrência no país importador.
e) A aplicação da medida antidumping pode ser feita de modo tanto qualitativo, por
meio de um direito antidumping ad valorem ou específico, ou de modo quantitativo, ou
seja, por meio da definição de uma cota que restrinja o ingresso do produto no
mercado do país importador.

Resp.: Letra A, com recurso.

A letra B é absurda: seria punir o culpado e o inocente. Somente deve ser imposta
uma alíquota antidumping sobre as importações procedentes do país que pratica o
dumping.

A letra C é incorreta, conforme coloquei na página 2 da aula 6 de CI:


”Aqui vão algumas informações importantes para a prova:
1o) Conceito de dumping: Venda para exportação por um preço inferior ao seu valor
no mercado do país exportador;
2o) A comparação que se faz com o preço de exportação é relativamente ao preço
normal de venda e não em relação ao custo de produção;”

Em relação à letra E, escrevi na página 17 da aula 6 que a forma de defesa é


exclusivamente na forma de uma alíquota. Não existe a possibilidade de uso de
quotas:
“1) Em relação ao dumping: São usadas alíquotas antidumping no montante
equivalente à margem de dumping, ou seja, é uma alíquota que fará o importador
gastar exatamente o valor que gastaria se não houvesse o dumping. A diferença entre
o preço do bem no mercado do país de exportação e o preço pelo qual ele está sendo
exportado será embolsada pelo Governo.
A alíquota antidumping é barreira não-tarifária, visto que é cobrada como sanção de
ato ilícito internacionalmente. Não se confunde, portanto, com o imposto de
importação.”

Em relação à letra D, escrevi, na aula 6:


“7o) Uma medida antidumping somente pode ser tomada se ficar provado o DUMPING,
o DANO e o NEXO CAUSAL, em que se prove que o dano decorre do dumping.”
Portanto, os critérios são objetivos e não subjetivos. Não se vê a intenção, mas apenas
se há dumping e se este está causando um dano. E ponto final.

Mas, cabe um recursinho aqui. Só prá não dizer que não tentamos.
Faria o seguinte recurso (é “forçar um pouco a barra”. É só para ver se cola):

“Na prova de AFTN/96, a questão 35 teve por opção correta a letra B.


Assim aprendemos que o dumping é considerado predatório quando o produto
importado concorre diretamente com produtos nacionais E QUANDO SE PERCEBE A
CLARA INTENÇÃO DE ESTABELECER DOMÍNIO SOBRE O MERCADO. Vejamos a questão
citada:

35 – Nem sempre o dumping é um mal. Há casos em que o país tem grande interesse
em importar certos produtos pelo menor preço possível. Se os produtores de petróleo
decidissem baixar os preços desse insumo através de subsídios, provavelmente
nenhum importador iria tomar alguma medida anti-dumping. Indique a circunstância
em que o dumping é considerado predatório:
a) quando os subsídios embutidos no preço do produto importado ultrapassam os
limites estabelecidos pelo GATT
b) quando o produto importado concorre diretamente com produtos nacionais e
quando se percebe a clara intenção de estabelecer o domínio sobre o mercado
c) quando o mercado é restrito e não existe concorrente nacional
d) quando o volume das importações é suficiente para alterar os preços no mercado
interno
e) quando se trata de produto industrializado e que é objeto de regulamentação
específica

Portanto, a intenção, o elemento subjetivo dolo, é, conforme dispõe a questão 35 para


o concurso de AFTN/1996, aplicada pela mesma ESAF, fundamental para a aplicação
da medida antidumping.

Solicito anulação da questão.”


48- Atribua a letra (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas. Em
seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta.
( ) Para fins de concessão de benefício tributário, a origem de um produto nem sempre
coincide com a sua procedência.
( ) O “Formulário A”, documento expedido pela Secretaria de Comércio Exterior
(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), é o instrumento que
atesta a origem do produto para fins de concessão de tratamento tributário
diferenciado no âmbito do Sistema Geral de Preferências.
( ) O Acordo sobre Regras de Origem da OMC define, para cada Capítulo do Sistema
Harmonizado, o critério utilizado para se conferir origem aos produtos do Capítulo.
( ) Entre os critérios possíveis para se conferir origem estão, por exemplo, o salto na
classificação tarifária e a agregação de valor.
( ) Segundo o Acordo sobre Regras de Origem da OMC, as regras de origem não-
preferenciais devem ser definidas de maneira positiva (ou seja, devem indicar o que
confere origem, e não o que não confere origem). Normas negativas, contudo, podem
ser empregadas para esclarecer uma norma positiva.
( ) O Certificado de Origem Mercosul apresentado será desqualificado pela autoridade
aduaneira, para fins de reconhecimento do tratamento preferencial, quando ficar
comprovado que não acoberta a mercadoria submetida a despacho, por ser originária
de terceiro país ou não corresponder à mercadoria identificada na verificação física,
conforme os elementos materiais juntados.
Assinale a seqüência correta.
a) V V F F V F
b) F V V F V F
c) F F V F F V
d) V F V V V V
e) V F F V V V

Resp.: Letra E.

1 – Verdadeiro. País de origem é o país que produziu a mercadoria ou que promoveu


uma transformação substancial. País de procedência é o país de onde vem a
mercadoria. Pode ter sido produzida em um país, mas ter sido vendida para outro, do
qual agora nós compramos. O país de origem será um; o de procedência, outro.

2 – Falso. Conforme dispõe o artigo 51 da Portaria SECEX 15, de 2004, a emissão do


Formulário A é competência do Banco do Brasil e não da SECEX. Isto caiu na prova de
AFRF 2003.

3 – Falso. O Acordo sobre Regras de Origem apenas dá as diretrizes para os diversos


blocos criarem suas próprias regras de origem. Foi o que escrevi na página 12 da aula
10:

“O Acordo sobre Regras de Origem é um acordo internacional, também administrado


pela OMC, cujo objetivo é definir regras claras para harmonizar as regras de origem
usadas pelos vários países.
Os países e blocos comerciais devem, ao manterem seus regimes de origem, se basear
nos padrões definidos neste acordo internacional.”

4 – Verdadeiro. O critério do salto tarifário no Mercosul, por exemplo, é previsto como


mudando-se a posição da mercadoria no SH. E a agregação de valor se refere ao
percentual mínimo que um país deve agregar à mercadoria para ser considerada
originária dele (No Mercosul, o percentual básico é de 60% e na ALADI, 50% - página
12 da aula 10).

5 – Verdadeiro. Como coloquei na página 14 da aula 10, está escrito no Acordo Sobre
Regras de Origem: “(g) as regras de origem deverão basear-se numa regra positiva.
As regras negativas poderão ser usadas para fins de esclarecer uma regra positiva.”

6 – Verdadeiro. Caso um certificado de origem de uma mercadoria seja fraudulento, ou


seja, defina um país como originário daquele mercadoria, quando na verdade não o é,
o certificado poderá ser rejeitado.

49- Assinale a opção que completa corretamente a lacuna abaixo.


A / O ________________ consiste em modalidade de financiamento de exportações
em que o exportador recebe os recursos relativos à operação após o embarque da
mercadoria, com base no título de crédito gerado pela operação, antes, porém, que o
banco tenha recebido as divisas relativas à transação.
a) Carta de Crédito de Exportação
b) Cobrança de Exportação
c) Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC)
d) Convênio de Pagamento de Crédito Recíproco
e) Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE)

Resp.: Letra E.

Escrevi na página 1 da aula on-line número 5:


“O ACC somente pode ser celebrado antes do embarque. E o prazo é de no máximo
180 dias antes do embarque.
O que ocorre quando, após a celebração do ACC, houver o embarque?
Deve ser transformado o ACC em ACE, que é o Adiantamento sobre Cambiais
Entregues.
O ACE é mais parecido ainda com o desconto de duplicata, pois a cambial (ou letra de
câmbio) descontada é um título de crédito, assim como a duplicata. Ambos os títulos
possuem a mesma função, só mudando o escopo do seu uso. A cambial é usada no
comércio exterior e a duplicata é usada no comércio interno.
Quem pode fazer ACC/ACE? Qualquer banco que o Banco Central tenha autorizado a
operar em câmbio: o Itaú, o Bradesco, o Real e qualquer outro.
E pode fazer isso em relação às exportações de quaisquer mercadorias.
A transformação de ACC em ACE tem valor apenas contábil. Esta transformação não
gerará novos valores nem custos para o exportador brasileiro, pois já recebeu e pagou
tudo a que tinha direito.”

E na página 10 para ratificar: “Ora, se é antes do embarque, só pode ser ACC, visto
que ACE ocorre após o embarque."

50- A respeito das modalidades de pagamentos internacionais, relacione as colunas e,


em seguida, assinale a opção correta.
1. remessa sem saque
2. remessa antecipada
3. cobrança à vista
4. crédito documentário
( ) forma de pagamento mediante a qual o importador remete previamente o valor
parcial ou total da transação, após o que o exportador providencia a exportação da
mercadoria e o envio da respectiva documentação.
( ) forma de pagamento em que, após a expedição da mercadoria, o exportador
entrega a um banco de sua preferência os documentos de embarque, juntamente com
um saque contra o importador. O banco, a seu turno, remete os documentos,
acompanhados de um carta-cobrança, a seu correspondente na praça do importador,
para cobrar do sacado. Efetuado o pagamento, o banco libera a documentação ao
importador, para que ele possa retirar a mercadoria na alfândega.
( ) modalidade de pagamento não empregada com muita freqüência no comércio
internacional, por colocar o importador na dependência do exportador, implicando,
assim, riscos para o primeiro, à medida que, enquanto não receber a mercadoria, não
poderá ter certeza do cumprimento regular da obrigação por parte do exportador.
( ) forma de pagamento utilizada em contratos internacionais segundo a qual um
banco, por instruções de um cliente seu, compromete-se a efetuar um pagamento a
um terceiro, contra a entrega de documentos estipulados, desde que os termos e
condições sejam cumpridos.
( ) modalidade de pagamento que envolve maior risco para o exportador, razão pela
qual é pouco empregada no comércio internacional (salvo nas importações realizadas
por filiais ou subsidiárias de firmas no exterior).
( ) forma de pagamento segundo a qual o importador recebe diretamente do
exportador os documentos de embarque, promove o desembaraço da mercadoria na
aduana e, posteriormente, providencia a remessa da quantia respectiva para o
exterior.
a) 3, 4, 3, 2, 4, 1
b) 2, 3, 2, 4, 1, 1
c) 3, 4, 3, 1, 4, 2
d) 1, 3, 1, 4, 2, 2
e) 2, 4, 2, 1, 3, 3

Resp.: Letra B.

Escrevi na aula on-line número 3:

“Cada uma [modalidade de pagamento] tem custos e riscos. Cabe já destacar a carta
de crédito como sendo a modalidade mais usada por ser a mais segura, como veremos
à frente.”

“1a Modalidade de Pagamento: Pagamento Antecipado


Por pagamento antecipado, entende-se o pagamento que é feito antes do embarque da
mercadoria no exterior com destino ao Brasil.
...
De quem é o risco quando se usa a modalidade de “pagamento antecipado”?
No caso do pagamento antecipado com mercadoria que embarca no exterior a título
definitivo, com certeza o risco é do importador, já que ele paga e depois fica
esperando o exportador mandar a mercadoria.
...”

“2a Modalidade de Pagamento: Cobrança


A modalidade de cobrança traz total segurança ao importador. Mas agora é o
exportador que fica inseguro. Por quê? Vejamos.
Na modalidade cobrança obviamente o pagamento é feito após o embarque, senão
seria pagamento antecipado.
Na modalidade cobrança, a mercadoria é embarcada e depois o exportador envia os
documentos ao importador usando os serviços de um banco.
...”

“3a Modalidade de Pagamento: Remessa sem Saque


...
É a remessa dos documentos diretamente do vendedor ao comprador. Justamente por
irem direto para o comprador não há porque se pedir a assinatura de uma letra de
câmbio.
Ora, se os documentos não estão vindo por bancos, é porque o vendedor confia no
comprador, senão não daria os documentos “de lambuja”.
...
Para fechar este assunto, vamos comparar as modalidades cobrança e remessa sem
saque:
1) em qual modalidade o exportador está sujeito aos maiores riscos?
Resp.: Com certeza, na remessa sem saque, já que os documentos são dados “de
lambuja” para o comprador.
...”

“4a Modalidade de Pagamento: Carta de Crédito ou Crédito Documentário


A carta de crédito é o compromisso que o banco assume de pagar ao exportador
estrangeiro caso este cumpra tudo o que estiver definido na carta.
...”

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