Você está na página 1de 9

Procedimento para realização de ECAP

Procedimento para realização de ECAP


EXTRUSÃO EM CANAL ANGULAR (ECAP)

Para a realização do ECAP é necessário o preparo das condições da maquina de ensaios


e a matriz de extrusão, juntamente com ajustes no software de dados para operação do
procedimento/ensaio na maquina.

Figura 1 – Esboço da montagem do equipamento para realização do ECAP

PARTE A – DA MAQUINA DE ENSAIOS UNIVERSAL (EMIC)

Para iniciar-se o procedimento, devem-se verificar os componentes mecânicos


da maquina e outros equipamentos e ferramentas a serem utilizadas, tais como:

 Posição: a matriz e o elemento de ensaio fixado ao braço móvel da maquina


devem estar em alinhamento para não prejudicar o procedimento e não causar
danos a matriz e ao equipamento como um todo.
 Encaixe e fixação: tanto a base fixa da matriz como o elemento de ensaio fixado
ao braço móvel da maquina devem estar bem encaixados em suas posições com
adequada fixação, para evitar movimentação e desalinhamento, o que pode levar
erros no procedimento como também a danos na matriz e na maquina de ensaios
como um todo.
 Verifica-se também o posicionamento e condições das resistências na matriz,
estas devem estar bem alinhadas e sem danos, para que se possa aquecer a
matriz de maneira eficaz a fim de realizar o ECAP. O manuseio da parte móvel
da matriz tem que respeitar os limites do aparato elétrico que aquece a matriz,
com o cuidado para não danifica-los.

2
Procedimento para realização de ECAP
Realizada essa verificação liga-se a maquina para determinar os limites de curso
do braço móvel manualmente no console da maquina de ensaios, em que são
determinadas a altura máxima (Hmax), a qual o braço móvel poderá subir, e a altura
mínima (Hmin) a qual ele poderá descer, como mostrado na figura 2A. Hmax será
determina de acordo com as preferencias do operador, respeitando os limites da
maquina e garantindo espaço para manuseio de equipamento durante o procedimento. Já
Hmin será determinada a partir do uso como referencia do embolo que será utilizado na
extrusão, para isso com a matriz aberta ou encaixada sem aperto, usa-se o embolo para
determinar o máximo curso deste no canal da matriz, de modo que este não atinja a
curva do canal e cause danos ao embolo, a matriz e a maquina como um todo. Deste
modo determina-se uma distancia mínima (Dmin) entre a curva e a ponta do embolo em
final de curso, como mostrado na figura 2B. Recomenda-se o uso de Dmin>5mm.

Figura 2 – Ajustes dos finais de curso do braço móvel.

Terminada a etapa de determinação dos finais de curso, inicia-se o preparo da


matriz para a realização do procedimento. Nesta etapa será aplicado lubrificante no
canal da matriz, com ela ainda aberta (figura 3). O lubrificante agira na diminuição das
forças de atrito durante a execução da extrusão, diminuindo a carga necessária para
execução da extrusão.

3
Procedimento para realização de ECAP

Figura 3 – Lubrificação do canal da matriz.

Após a aplicação do lubrificante no canal, inicia-se o fechamento da matriz


(figura 4). A matriz possui pinos (figura 4A) que facilitam o posicionamento das partes
da matriz durante seu fechamento. Estes pinos também aso utilizados para abrir a matriz
após realização de um procedimento, através do canal de encaixe dos pinos, em que é
possível empurrar o pino para fora, separando assim às partes da matriz.

Figura 4 – Fechamento da matriz.

Após o posicionamento das partes da matriz para fechamento, é realizado o


aperto dos seis conjuntos de parafusos, porcas e arruelas que mantes a matriz fechada
com segurança durante um procedimento. O aperto é realizado de maneira cruzada
(figura 5), para que não se tenha o acumulo de tensões desiguais na matriz como
também a presença de desalinhamento e possíveis vãos no encaixe da matriz. A
presença de tensões desiguais ou vãos pode resultar em danos ao embolo, a matriz e a
maquina como um todo, por causar perda um aumento de carga necessária para
execução do procedimento. O aperto cruzado dos parafusos pode ser feito como
mostrado na figura 5A ou como mostrado na figura 5B, garantindo-se sempre que esteja
o mais bem preso possível. Este aperto deve ser realizado com o apoio adequado
para o operador realiza-lo, e com o uso de ferramentas adequadas. Deve-se atentar
também ao uso da força para esta etapa, de modo que não ocorra a movimentação
e o desalinhamento da matriz.

4
Procedimento para realização de ECAP

Figura 5 – Aperto dos parafusos para fechamento da matriz.

Após o fechamento da matriz, liga-se o “termopar” para iniciar o aquecimento


da matriz ate a temperatura de operação da matriz para o procedimento que vai ser
realizado (figura 6). Recomenda-se, devido a dilatação em alta temperatura, a
verificação do aperto dos parafusos após o aquecimento.

Figura 6 – Inicio do aquecimento da matriz com a ligação do “termopar”.

Durante o aquecimento é realizado em paralelo os ajustes computacionais (vide


parte B) e também a lubrificação do embolo a ser utilizado, juntamente com os corpos
de prova (CPs), de sacrifício (CPsac) e/ou amostra (CPam) a seres extrudados.

Após atingir a temperatura de operação, inicia-se o posicionamento dos CPs no


canal da matriz aquecido. Nesta etapa é necessário o uso de equipamento de
segurança individual (EPI), como óculos de segurança e luvas adequadas a altas
temperaturas, e também o uso de ferramentas adequadas para diminuir quaisquer
riscos provenientes da proximidade da matriz aquecida.

Para o posicionamento dos CPs pode ser necessário que se utilize de um embolo
auxiliar, menor que o embolo utilizado na extrusão, para que os CPs acomodem-se no
canal e deixem um espaço para colocação do embolo utilizado na extrusão. Para essa
acomodação é realizado o posicionamento com controle manual no console sobre o
braço móvel. A carga deve ser aplicada e retirada aos poucos e com paradas para alivio
de carga, como indicado na figura 7. Este procedimento de aplicação e alivio, é repetido
até que seja observado um espaço (Dmin) adequado para posicionamento do embolo de
extrusão ou que o espaço aparente seja considerado suficiente pelo operador.

5
Procedimento para realização de ECAP

Figura 7 – Acomodação do CP no canal da matriz.

Após a acomodação, retira-se o embolo auxiliar e coloca-se o embolo para


extrusão. Neste ponto realiza-se procedimento similar ao anterior, em que é aplicada
carga sobro o embolo seguida de um alivio, para que o embolo se estabilize e não corra
o risco de empenamento por entrar de maneira incorreta no canal da matriz, o que pode
gerar danos também a matriz e a maquina como um todo por aumento de carga
excessivo por atrito. A aplicação e retirada de carga será repetida ate o ponto em que a
carga registrada no computador atinja valores superiores a 2000N. A partir deste ponto,
retira-se a carga um ultima vez e posiciona-se o braço móvel no embolo e inicia-se o
procedimento com acompanhamento dos valores de carga pelo computador. Deve-se
sempre manter a atenção nos dados registrados no computador, para que no
aparecimento de qualquer anomalia durante o procedimento, este possa ser
interrompido imediatamente, a fim de evitar perdas e danos ao equipamento.

Ao sair do canal, o CP estará quente, deve-se retira-lo com uso de EPI e


ferramenta adequada para manuseá-lo. O CP deve ser colocado em local adequado
para que resfrie. Pera este resfriamento, pode-se usar material cerâmico, como tijolos.

Para a realização de vários passes no ECAP, deve-se realizar o preparo dos


demais CPs durante a extrusão do CP que já esta na matriz. A inserção de outro CP no
canal da matriz é realizada quando o embolo atinge o limite de curso pré-determinado.
Neste ponto com o uso de EPI, retira-se a carga do embolo e retira-se o embolo do
canal. Para a retirada do embolo pode ser necessário que se tire um pouco do aperto dos
parafusos da matriz a fim de solta-lo, isso gerará uma folga entre as partes da matriz
suficiente para retirada do embolo. Após a retirada do embolo, os parafusos são
novamente apertados. Recomenda-se desligar o termopar para realização desta
etapa para evitar risco de contato do operado com corrente elétrica, e o
religamento do termopar ao final do procedimento de retirada do embolo.

Em seguida será inserido no canal da matriz o novo CP a ser extrudado. Pode


ocorrer a necessidade da utilização do embolo auxiliar, como mostrado anteriormente,
dependendo do tipo e condições de CP a ser inserido no canal. Após acomodação do
CP, repete-se o procedimento para estabilização do embolo de extrusão e inicia-se
novamente o procedimento. Este passo deve ser repetido a cada e CP inserido para
extrusão, e todo o ciclo deve ser realizado com máxima atenção e com uso de EPI.

6
Procedimento para realização de ECAP
Após o final do procedimento, desliga-se o termopar, e com o uso de EPI, abre-
se a matriz aquecida para a retirada dos CPs (CPsac e/ou CPamo) do canal, evitando-se
que estes fiquem presos na matriz quando resfriarem. Na abertura da matriz, os
conjuntos de parafusos, arruelas e porcas, devem ser retirados com cuidado e colocados
sobre material cerâmico para que resfriem a temperatura ambiente. NÃO UTILIZE
AGUA PARA RESFRIAR A MATRIZ E OS CONJUNTOS DE PARAFUSOS,
ISSO PODE DANIFICA-LOS. Os CPs são retirados e colocados em material
cerâmico para resfriarem antes de serem guardados.

O desligamento da maquina de ensaios poderá ser realizado após serem salvos


os dados do procedimento no computador. Deve-se verificar as condições dos
equipamentos e/ou ferramentas utilizados, desliga-los e guarda-los em local
adequado de maneira organizada.

PARTE B – DA PARTE COMPUTACIONAL DO CONTROLE DE ENSAIO


TEST SCRIPT (TESC)

Para iniciar-se o procedimento, devem-se verificar as configurações do software de


controle da maquina de ensaios para uma melhor execução do procedimento de ECAP.
Para iniciar o ensaio devem-se determinar parâmetros como:

 Limite de carga da maquina para o procedimento (recomenda-se no máximo


250kN);
 Velocidade de decida do braço móvel;
 Dimensões do CP a ser extrudado;
 Temperatura de execução;
 Dados do tipo de material do CP;
 Carga para iniciar a extrusão;

Para isso é necessário, ao ligar o computador, acessar o programa TESC. Este ir


conectar o computador a maquina de ensaios universal. Ao liga-lo ira se abrir uma
janela de “Aviso de VirMaq”, esta não deve ser fechada. O aviso de VirMaq
corresponde a indicação da interação entre software e maquina para correção,
alinhamento e edição de preferencias de operação.

No programa TESC, deve-se verificar e alterar de acordo com as preferencias do


operador e também dos requisitos do procedimento como também do tipo de material a
ser processado. Essas condições são alteradas em:

TESC  condições de ensaio  assistente de script  ensaio monitorado

As alterações realizadas são salvas no TESC como Métodos de Ensaios, que


podem ser acessados em procedimentos futuros com mesmas condições e material.

No TESC será possível o recolhimento e acompanhamento dos dados gerados no


procedimento, como carga registrada no braço móvel e deslocamento. Essa função é
importante para a acomodação dos CPs no canal da matriz com auxilio de embolo
auxiliar, para posicionamento e estabilização do embolo de extrusão e também para

7
Procedimento para realização de ECAP
acompanhamento do ensaio para evitar danos ao equipamento causados por anomalias e
falhas.

Durante a execução do procedimento o acompanhamento dos dados é feito com


uma janela com números que informa carga e deslocamento, e também com gráficos de
carga por deslocamento. Pelos números da janela é possível acompanhar dados pontuais
de carga e deslocamento e assim realizar os ajustes na maquina. Pelo gráfico é possível
acompanhar o comportamento de carga e deslocamento de maneira mais continua,
permitindo verificar a presença de anomalias e também observar o comportamento de
um material que esta sendo extrudado.

A escala do gráfico gerado pode ser ajustada de acordo com as preferencias do


operados para que possa obter uma melhor visualização da curva gerada. Essas
condições são alteradas em:

TESC  método  gráfico  escala  melhor ajuste

Após as alterações e ajustes feitos é iniciado o procedimento, vide parte A, em


que é realizado o acompanhamento dos dados gerados até a finalização dos dados. Os
dados coletados são salvos e podem ser exportados na forma de gráficos em:

TESC  utilitários  exportar curva

Após a finalização da extrusão, vide parte A, e com os dados salvos, pode-se


fechar o TESC e o “Aviso de VirMaq” e desligar o computador.

8
Procedimento para realização de ECAP

Você também pode gostar