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NOTAS DE AULA
LIÇÃO 10
PAULO E SEU AMOR PELA IGREJA
TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
O amor cristão não é um sentimento egoísta, mas o sacrifício dos próprios desejos
para o bem dos outros.
1 Tessalonicenses 1.1-10
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
INTRODUÇÃO
Pelo menos duas caraterísticas marcaram a igreja de Tessalônica: seu amor ao Senhor
Jesus e o amor recíproco entre os irmãos.
À luz do exemplo dessa igreja, e do sentimento do apóstolo Paulo por ela, o nosso
propósito é mostrar que, como seguidores de Jesus e membros de uma igreja local,
devemos amá-la e expressar esse amor na comunhão dos santos.
Precisamos lembrar aqui que o termo Igreja não está apontando para a construção onde
são realizados os cultos, e sim para o grupo de cristãos que se reúnem em nome do
Senhor Jesus, para cultuar a Deus. Os tessalonicenses amavam uns aos outros e nós
precisamos também fazer isso, conforme nos ordena a Palavra de Deus. Conforme o
comentarista pontuou, que possamos nos espelhar nessa virtuosa igreja no que diz
respeito ao desenvolvimento dessa virtude tão importante na vida cristã. Em relação ao
amor de Paulo por eles, vamos ler 1Ts 2.8 – NVT: “Nós os amamos tanto que
compartilhamos com vocês não apenas as boas-novas de Deus, mas também nossa
própria vida”.
PONTO CENTRAL
Conforme lemos há pouco, Paulo os amou de tal forma que se dedicou de corpo e alma
ao trabalho do Senhor no meio deles, sem reserva. Essa é a dimensão do amor
verdadeiro.
Esse sentimento não se deu apenas pela igreja de Tessalônica, mas por todas as que
Paulo plantou no mundo gentílico.
Encontramos afirmações de amor por parte de Paulo espalhadas por todas as suas
epístolas. Leiamos 2Co 12.15 – ARC: “Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei
gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado”.
O zelo de Paulo pelas igrejas era algo impressionante. Vejamos o que ele disse em 2Co
11.28 – ARC: “Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as
igrejas”.
Inclusive, Paulo disse que os tratou como um pai trata seu filho. Leiamos 1Ts 2.11 –
NVT: “E sabem que tratamos a cada um como um pai trata seus filhos”.
Veja o que o apóstolo diz a respeito dos coríntios: “Porque, ainda que vocês tivessem
milhares de instrutores em Cristo, não teriam muitos pais, pois eu gerei vocês em Cristo
Jesus, pelo evangelho” (1Co 4.15 – NAA). Uma declaração que revela o amor de um
“pai espiritual” pelos seus “filhos espirituais”.
Aqui, precisamos de cautela na interpretação dessa palavra. Paulo não estava dizendo
que gerou fé no coração dos coríntios por seu próprio poder. Somente o Espírito Santo
tem poder para convencer e salvar um pecador. Paulo está se referindo ao fato de ele
ter sido o instrumento usado por Deus para levar o Evangelho àquelas pessoas e, por
conta disso, elas haviam sido salvas através da ação do Espírito Santo na vida de Paulo.
Como a salvação ocorreu através da pregação do apóstolo dos gentios, a ele coube
executar o discipulado deles, servindo então como um “pai espiritual” para eles. A
definição de paternidade espiritual pode ser entendida como um vínculo relacional, onde
2. O amor motivado pelo modo de viver o Evangelho. Um dos elogios de Paulo aos
tessalonicenses foi a respeito do modo como eles receberam a Palavra e sua prática
em coerência com o ensino recebido.
Os cristãos de Tessalônica eram o objeto de amor do apóstolo, pois, neles, ele via o
fruto do seu ministério.
Pregar o Evangelho e ver as almas sendo salvas pelo Espírito Santo gera grande alegria
no coração de qualquer cristão fiel. E, na vida de Paulo, não seria diferente. Ele se
sentia responsável pelo cuidado e pelo desenvolvimento espiritual de todas as igrejas
que ele havia plantado, como lemos anteriormente.
Essa igreja era formada por pessoas que abandonaram a crença em ídolos e, pela fé,
abraçaram o Evangelho.
Conforme mencionamos.
Logo, o Evangelho não é só discurso, mas implica práticas convictas. Essa disposição
dos tessalonicenses tocava o coração do apóstolo (v.6).
A fé, segundo a Bíblia Sagrada, precisa ser acompanhada pelas obras. Acreditar e não
agir de acordo com a fé não traz resultado nenhum. Leiamos o que diz Tg 2.17 – ARC:
“Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”.
3. O amor deve nortear a nossa vida na igreja local. Num tempo em que muitos
vivem de criticar a igreja local, é hora de demonstrar amor pela igreja em que
congregamos. Esse é o lugar que Deus nos plantou.
Quando o Senhor Jesus respondeu à pergunta da mulher samaritana que nem naquele
monte, nem em Jerusalém se deveria adorar a Deus, pois o Pai procura aqueles que o
adoram em espírito e em verdade, não podemos negar a importância da reunião dos
cristãos nos cultos. Leiamos Hb 10.24,25 – NVI: “E consideremos uns aos outros para
nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja,
segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda
mais quando vocês veem que se aproxima o Dia”. No mínimo, os cultos ajudam a
fortalecer os laços de comunhão entre os irmãos e promovem o crescimento espiritual
e na Palavra de Deus, através das pregações e ensinos.
Na igreja local nós compartilhamos a comunhão com outros irmãos, mas para servir a
Deus e realizarmos a obra do Senhor não precisa ser nela, obrigatoriamente. Temos
oportunidades infinitas de fazer a obra de Deus fora das dependências dos templos
evangélicos e uma das grandes necessidades da igreja de hoje é justamente essa: que
saiamos dos templos para levar o Evangelho às pessoas que estão de fora.
É importante frisarmos que o amor de Paulo era pelos irmãos e não pelo templo, até
porque nos tempos do apóstolo dos gentios, os irmãos se reuniam nas casas para
cultuar a Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO I
SUBSÍDIO PEDAGÓGICO
1. Amor, uma palavra proeminente nas cartas de Paulo. No ensino de Paulo, Deus
manifestou o seu amor salvífico por meio de seu Filho, Jesus Cristo. O apóstolo mostra
que a expressão suprema desse amor é a crucificação de Jesus no Calvário, seu
doloroso sacrifício. Ele confirma isso ao escrever aos Romanos: “Mas Deus prova o seu
amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm
5.8).
Aqui o comentarista faz uma alusão à prova de amor que Deus nos deu, quando
entregou seu Filho Unigênito para morrer em nosso lugar. Não foi apenas um amor em
palavras, mas em ação. Deus agiu para nos provar que Seu amor por nós é real.
Conforme mencionamos há pouco, o amor de Deus foi o fator motivador para que Ele
nos oferecesse a oportunidade da salvação, através do sacrifício de Cristo Jesus na
cruz do Calvário. E a entrada nessa condição de justiça apontada pelo comentarista é
o arrependimento e a fé. Paulo disse que somos salvos pela graça, através da fé, ou
seja, Deus nos ofereceu por graça essa oportunidade de salvação.
Aqui o comentarista quer fazer uma correlação direta entre fé e amor, comparando a
ação de Deus com a nossa, mas não consigo ver como isso pode ser feito. Entendemos
que, a partir da fé em Cristo, precisamos desenvolver em nossa vida a virtude do amor,
mas não há relação alguma entre esse desenvolvimento e a ação graciosa de Deus em
relação a nós.
Aos efésios, Paulo escreveu: “Pelo que, ouvindo eu também a fé que entre vós há no
Senhor Jesus e o vosso amor para com todos os santos” (Ef 1.15).
Conforme mencionei, a Bíblia é clara em nos mostrar que uma pessoa alcança a
salvação através da fé. Isso é inegável. Ocorre que, uma vez que fomos admitidos na
família de Deus, através da fé, precisamos desenvolver a virtude do amor em nossa
vida, pois tudo o que fazemos para o Senhor tem que ser por amor.
Vejam que nesse texto Paulo afirma que, tanto a fé quanto o amor dos irmãos em
Tessalônica estava crescendo, ou seja, eles estavam se esforçando para que essas
virtudes fossem desenvolvidas em suas vidas.
Logo, na fé cristã, o único débito que temos como crentes em Jesus é o amor recíproco
para com os outros.
Inclusive, essa questão é uma exortação de Paulo. Leiamos Rm 13.8 – NVI: “Não
devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama
seu próximo tem cumprido a Lei”.
Na realidade, esse amor deve ser demonstrado onde quer que estejamos, e não apenas
na igreja local.
Conforme vemos na Seção Conheça Mais, o amor não é um sentimento, mais uma
disposição de ação. Quem diz que ama precisa provar esse amor através das ações.
Num contexto em que nos acostumamos a denominar o amor como algo abstrato, é
preciso mostrá-lo de maneira concreta no ambiente da igreja local: pastorear com
fidelidade os crentes, suprir a necessidade de quem precisa, visitar os irmãos em suas
SÍNTESE DO TÓPICO II
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
CONHEÇA MAIS
Sobre o amor
“[1Coríntios] 13.4-7. O Amor. Essa seção descreve o amor divino através de nós como
atividade e comportamento, e não apenas como sentimento ou motivação interior. Os
vários aspectos do amor, neste trecho, caracterizam Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Sendo assim, todo crente deve esforçar-se para crescer nesse tipo de amor.” Para ler
mais, consulte a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1759.
1. As três virtudes teologais (1Ts 1.3). Veja o que o apóstolo diz em sua oração:
“Lembrando-nos, sem cessar, da obra da vossa fé, do trabalho do amor e da paciência
da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai” (1Ts 1.3 –
Grifos nossos). Aos coríntios Paulo escreveu: “Agora, pois, permanecem a fé, a
esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o amor” (1Co 13.13). Assim, as
três virtudes que formam uma tríade especial nos ensinos de Paulo são a fé, o amor e
a esperança. Tais virtudes devem participar da vida da igreja local.
Podemos perceber, através dos escritos de Paulo, a grande importância dessas três
virtudes listadas. E, como virtudes, devemos entender que devem ser desenvolvidas
por cada um de nós.
Para saber mais sobre esse tema, apresento o link para a lição escrita pelo Pr Antônio
Gilberto:
https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2005/2005-01-08.htm
Essa questão aponta para o fato de que os tessalonicenses tinham a perfeita convicção
sobre quem eles estavam servindo. Quando temos clareza disso, obtemos graça para
suportar todas as dificuldades, pois a esperança, juntamente com a fé, nos ajuda a
permanecer firmes. Leiamos At 5.40,41 – ARC: “E concordaram com ele. E, chamando
os apóstolos e tendo-os açoitado, mandaram que não falassem no nome de Jesus e os
deixaram ir. Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido
julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus”.
A esperança é considerada pelo escritor aos Hebreus como âncora da alma. Leiamos
Hb 6.17-19 – NVI: “Querendo mostrar de forma bem clara a natureza imutável do seu
propósito para com os herdeiros da promessa, Deus o confirmou com juramento, para
que, por meio de duas coisas imutáveis nas quais é impossível que Deus minta,
sejamos firmemente encorajados, nós, que nos refugiamos nele para tomar posse da
esperança a nós proposta. Temos essa esperança como âncora da alma, firme e
segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu”.
Durante o Sermão do Monte, o Senhor Jesus afirmou: “Felizes são vocês quando, por
minha causa, sofrerem zombaria e perseguição, e quando outros, mentindo, disserem
todo tipo de maldade a seu respeito. Alegrem-se e exultem, porque uma grande
recompensa os espera no céu. E lembrem-se de que os antigos profetas foram
perseguidos da mesma forma” (Mt 5.11,12 – NVT).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
CONCLUSÃO
Esta lição nos ensina que devemos amar a igreja em que congregamos. Esse era o
sentimento do apóstolo pela igreja de Tessalônica. Seu coração se alegrava pela
fidelidade e lealdade dos tessalonicenses aos ensinos de Cristo. A igreja local é a forma
visível da Igreja de Cristo, por isso devemos amá-la.
PARA REFLETIR
Quais as três virtudes que formam uma tríade especial nos ensinos de Paulo?
Fé, amor e esperança.
Algo que se destaca com clareza no ministério de Paulo é o seu amor pela Igreja
de Cristo. Podemos dizer que todo o seu ministério foi desenvolvido sob o prisma do
amor pela Noiva de Cristo. Por isso, na lição desta semana, nosso objetivo principal é
compreender e estimular os alunos a amar a Igreja de Cristo. A relevância desta se
lição está no contexto atual em que se tornou muito comum, e de maneira mórbida,
criticar a igreja. Assim, nosso objetivo é olhar de maneira positiva sobre a importância
da igreja local.
Resumo da lição
Para atingir esse objetivo, o primeiro tópico é um estímulo a amar a igreja local.
Ele destaca o amor de Paulo pela Igreja. Nesse tópico, o apóstolo compara o seu amor
pela Igreja como o de um pai para com o seu filho. Suas admoestações, exortações e
conselhos tinham como base fundamental o amor. Um amor motivado pela causa do
Evangelho. Um amor que norteava toda a vida do apóstolo. Esse amor era visível na
igreja em Tessalônica e, da mesma forma que esse amor era visível na igreja do
primeiro século, pode ser visível na igreja contemporânea.
O segundo tópico relaciona o amor com a fé na Igreja. Na igreja em Tessalônica
a fé se relacionava com o amor, ou seja, a fé em Cristo estimulava a vivência no amor.
Uma das coisas mais extraordinária na vida cristã é quando o fervor espiritual estimula
o amor fraternal, isto é, o desenvolvimento do fruto do Espírito que só pode ser
amadurecido no relacionamento com o próximo. Nesse sentido, em Efésios, o apóstolo
Paulo nos diz: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Assim, o resultado desse enchimento
é visível na dimensão prática do amor na relação do crente com o cônjuge, com os
filhos, com o patrão e com os funcionários (Ef 5.22 - 6.9).
O terceiro tópico elenca três virtudes visíveis na igreja em Tessalônica: fé, amor
e esperança. A virtude da fé nos fala de nossa devoção ao Senhor, de nossa fé
conforme a sã doutrina entregue pelos antigos. A virtude do amor diz respeito ao
sentimento muito profundo que se manifesta na prática concreta ao próximo: carinho,
atenção, suprir necessidade, cuidado, zelo. E, finalmente, a terceira virtude é a
esperança. Esta é uma “irmã gêmea” da fé. Quem espera, persevera e, como
consequência, tem esperança.